Pouco mais de um ano após testarmos o Jetta 1.4 TSI, nós do Engenharia 360 tivemos a oportunidade de testar o Jetta GLI, o superesportivo disfarçado de sedã (como afirma a própria fabricante) da Volkswagen. Aperte os cintos e confira, neste texto, quais foram nossas impressões sobre essa máquina.

O Jetta GLI já é o queridinho de muita gente e também é considerado uma versão melhor, maior (pelo menos por dentro), mais rápida e mais barata do Golf GTI (o seu primo famoso que nós já testamos e que deixou de ser oferecido no Brasil – #saudades). Nesta versão GLI, o Jetta deixou para trás a aparência comum e mostrou que veio para chamar a atenção quando passa pelas ruas, mas, mais que isso, ele conquista mesmo é pelo desempenho.

Vale destacar que a sigla GLI foi criada na década de 1980 nos Estados Unidos e cuja sigla significa Grand Luxury Injection. Por outro lado, a sigla GTI significa Grand Tourer Injection e data da década de 1960.

Jetta GLI Volkswagen Review Engenharia 360
Imagem: @eduardomikail

Motor e performance

O motor do Jetta GLI é um 2.0 TSI (chamado 350 TSI, o mesmo do Golf GTI), com 230 cavalos e 350 Nm de torque conectado ao câmbio automatizado de dupla embreagem de seis marchas. Esse conjunto alcança um ótimo desempenho e faz 100km/h em 6,8 segundos.

jetta GLI engenharia 360
Imagem: Volkswagen

No programa Eco, recomendado para uso diário na cidade, é possível poupar combustível. Ainda, há o star-stop 2.0, que desliga o propulsor antes que o veículo pare. No modo Sport, o volante fica mais firme e a redução de marchas é antecipada. Além desses, há o modo Normal e o Individual.

Design

Há, na grade dianteira – a qual possui um padrão colmeia – a sigla GLI. Para completar um visual mais esportivo, há um filete vermelho. O conjunto ótico é de LED.

Jetta GLI Volkswagen Review Engenharia 360
Imagem: @eduardomikail

Na traseira há traços aerodinâmicos que são mais ressaltadas na tampa do porta-malas. O spoiler, integrado a essa tampa, é conectado às linhas laterais, o que evidencia a largura do carro. Na lateral, há um vinco que é mais afunilado na parte traseira. É claro que há quem critique a atualização, afirmando que, ao se tornar mais esportivo, ele perdeu o seu estilo “clássico”. Eu, particularmente, gostei.

Jetta GLI Volkswagen Review Engenharia 360
Imagem: @eduardomikail

As rodas são R18. No quesito dimensões, o veículo possui comprimento de 4,71 metros, largura de 1,8 metro, altura de 1,47 metro e distância entre eixos de 2,68 metros.

Jetta GLI Volkswagen Review Engenharia 360
Imagem: @eduardomikail

Por dentro do Jetta GLI

No interior, o Jetta GLI possui bancos com ajuste elétrico para o motorista, volante de base reto com encaixe anatômico para as mãos e paddle-shifts. Há tela multimídia com 8 polegadas com Android Auto e CarPlay e GPS e, ainda, há duas portas USB.

Jetta GLI Volkswagen Review Engenharia 360
Imagem: @eduardomikail

A iluminação ambiente de LED permite que você escolha entre 10 opções de cores. O problema no interior do carro é o acabamento, simples. Para quem senta atrás, o conforto é menor: as portas traseiras são forradas em plástico (enquanto as dianteiras são emborrachadas) e não há saída de ar-condicionado dedicada.

Jetta GLI Volkswagen Review Engenharia 360
Imagem: @eduardomikail

Por outro lado, o Jetta GLI é espaçoso, mesmo para quem senta atrás. Como os bancos são largos, cabem três pessoas atrás com conforto (nem tanto para quem senta no meio devido ao ressalto do assoalho). Ainda, há encosto de cabeça (não ajustável) e cinto de três pontos para todos os ocupantes. No porta-malas também tem bastante espaço: cabem 510 litros.

O ar-condicionado é automático com duas zonas de temperatura. Outras tecnologias no Jetta GLI são: sistema de frenagem automática integrado ao controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, detector de fadiga, assistente de partida em subidas, câmera traseira, teto solar (opcional), Sistema Kessy de chave eletrônica, frenagem pós-colisão, seis airbags (dois laterais, dois frontais e dois tipo cortina), controle eletrônico de tração e de estabilidade, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, sensores crepuscular e de chuva e retrovisor interno eletrocrômico.

Jetta GLI Volkswagen Review Engenharia 360
Imagem: @eduardomikail

Preço

O Jetta GLI custa R$144.990,00. As cores metálicas (cinza platinum ou prata pyrit) acrescentam um custo de R$1.480,00 e a perolizada (preto mistic) um custo de R$1.580,00. O pacote teto solar, o único opcional oferecido, aumenta o preço em R$4.990,00.

Jetta gli
Imagem: @eduardomikail

O que nós achamos?

Além de tudo que já foi falado, o Jetta GLI possui uma elegância proporcionada principalmente pelo contraste cinza (na versão que testamos) com os detalhes em vermelho. Ainda, ele é um carro super confortável, muito espaçoso, que te passa uma segurança muito grande ao dirigir e possui muita aderência e estabilidade nas curvas.

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Engenharia 360

Eduardo Mikail

Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.

É quase um consenso dizer 2019 não foi fácil. Afinal, entre perrengues e alegrias, todos deixamos mais um ano para trás e nos preparamos para mergulhar em 2020 com planos e expectativas de um ano melhor. Porém, 2019 foi um ano relativamente bom para a ciência e para a tecnologia, com lançamentos e descobertas que entraram para a história. Para comprovar, selecionamos as principais notícias do assunto do ano que mostramos aqui no Engenharia 360.

Uma das mais famosas (e talvez a mais emocionante) que merece ser lembrada nesta lista é a da primeira foto de um buraco negro, que contou com a participação de uma engenheira. Ainda, foi anunciado que o primeiro vídeo deve vir em breve (e nós estamos aguardando ansiosos). Nessa mesma fora do solo terráqueo, a SpaceX também teve destaque, principalmente com o projeto Starlink, que precisou acalmar alguns astrônomos preocupados com o quanto o projeto atrapalhava as pesquisas.

retrospectiva 2019 ciência e tecnologia
Imagem: eso.org

Ao lembrar da Starlink, que é da SpaceX, não tem como não lembrar do seu fundador, Elon Musk, o polêmico empresário da tecnologia que não teve um ano muito feliz. Para começar, ele continua com seus tweets bizarros e suas teorias extremas, como a de que a população vai colapsar em 2050. Ainda, teve a triste demonstração da Cybertruck, uma caminhonete que, apesar de arrojada, fez Musk passar vergonha ao vivo quando o vidro, supostamente inquebrável, quebrou. (Viu como 2019 não foi legal nem com gente famosa e rica?).

retrospectiva 2019 ciência e tecnologia
Imagem: theverge.com

Por falar em Musk, também lembramos que ele é conhecido como Homem de Ferro da vida real (e até fez uma participação no segundo filme do personagem). Porém, quem construiu a armadura do Homem de Ferro com impressão 3D e capaz de voar foi o caçador de mitos Adam Savage.

Seguindo o clima de retrospectiva, a Amazon também esteve presente em muitas notícias este ano. Algumas boas, como o fato da Alexa estar cada vez mais presente em nossas casas e o projeto do gadget que detecta emoções, e outras nem tão felizes assim, como a notícia de que as crianças não confiam em assistentes de voz (o que inclui a Alexa).

Os chineses também estiveram em notícias neste ano (embora com menos frequência que no ano passado). Nós mostramos como eles moveram um hotel histórico em 40 horas (com um jeitinho bem diferente do brasileiro) e sobre a inauguração do maior aeroporto do mundo, que é chinês. Foi na China também que uma Inteligência Artificial ajudou a capturar um suspeito de homicídio (apesar de termos visto que há um viés em softwares de reconhecimento facial para asiáticos e afro-americanos).

retrospectiva 2019 ciência e tecnologia
Imagem: matadornetwork.com

Acompanhamos também os lançamentos da Apple, a Uber helicóptero oferecendo voos, o uso de um computador quântico para voltar no tempo, a impressão 3D de um coração, cientistas transformando metal líquido em plasma, microprocessadores de nanotubos de carbono, casas de repouso usando tecnologias de realidade virtual, desenvolvimento de fone de ouvido que desbloqueia celular, criação de atum robótico, machine learning e circuitos biológicos e várias outras notícias na área de tecnologia.

Vale destacar ainda algumas notícias boas, como a Holanda que anunciou que construirá a maior usina solar flutuante da Europa, o Brasil que inaugurou sua primeira usina do mesmo tipo, o desenvolvimento de um algoritmo capaz de dizer qual a quantidade ótima de cafeína que você precisa ingerir para ficar alerta (algo muito útil!) e a bateria de gelatina brasileira para uso na área médica.

retrospectiva 2019 ciência e tecnologia
Imagem: documentarytube.com

Colocando na balança, 2019 não foi tão ruim assim, né? Nós tivemos muitas outras notícias de ciência, tecnologia e engenharia (essas últimas ganharam uma retrospectiva especial) por aqui e esperamos voltar com muito mais em 2020.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Dá para confiar em um robô? Os pesquisadores da University of California Los Angeles e do California Institute of Technology descobriram que sim, mas que, para que essa confiança seja maior, os robôs devem dizer o que estão fazendo.

A suposição de que um robô explicar suas ações pode implicar redução de ansiedade veio do fato de que o cenário de trabalhar com robôs diariamente deixou algumas pessoas desconfortáveis. Os cientistas também observaram que a maior parte do trabalho realizado com robôs é focada em concluir uma tarefa e pouco se faz para que haja harmonia entre robôs e humanos.

Para descobrir isso, os pesquisadores programaram um robô para reportar o que fazia de diferentes formas e o exibiram em ação para os voluntários: ele abria um frasco de remédio e explicando isso de três maneiras diferentes. O primeiro tipo de explicação foi chamada de simbólica ou mecanicista, na qual as explicações consistiam em “agarrar”, “empurrar” ou “girar” (cada uma delas era parte de uma série de ações) e eram mostradas imagens do robô as executando.

robôs confiáveis
Imagem: robotics.sciencemag.org

No segundo caso, chamado de explicação funcional, o robô tinha cada passo como uma tarefa, como “aproximar”, “empurrar”, “girar” ou “puxar”. Ainda, os voluntários que assistiam o robô em ação recebiam uma mensagem de texto explicando o que era feito.

Por último, os pesquisadores pediram que os voluntários observassem o robô abrir o frasco de remédio junto às explicações. Nesse caso, os voluntários deram maiores classificações de confiança quando foram mostradas as explicações simbólicas e hápticas (relativas ao tato). As classificações mais baixas foram dadas quando apenas o texto era mostrado.

Com isso, os cientistas mostraram que a probabilidade de confiar em robô é maior se a pessoa recebe informações suficientes sobre o que esse robô está fazendo. A próxima etapa da pesquisa, cuja primeira parte foi publicada na Science Robotics, é programar os robôs para relatar por que estão fazendo uma ação.


Fontes: TechXplore.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

O avião supersônico X-59 QueSST (abreviação de Quiet SuperSonic Technology) da NASA passou seu marco final de desenvolvimento e está indo para a montagem. Essa é uma aeronave experimental pilotada, projetada para voar mais rápido que o som sem produzir os booms sônicos irritantes, e às vezes alarmantes, das aeronaves supersônicas anteriores. Pessoal da Engenharia Aeronáutica, fique de olhos e ouvidos atentos.

X-59
Imagem: Lockheed Martin

A revisão da administração, conhecida como KDP-D (abreviação de Key Decision Point-D), foi o último obstáculo programático para a aeronave X-59, a ser liberada antes que as autoridades se reúnam no final de 2020 para aprovar o primeiro voo da aeronave em 2021.

Potencial do X-59

O X-59 está sendo construído na fábrica Skunk Works da Lockheed Martin em Palmdale, Califórnia, sob um contrato de 247,5 milhões de dólares americanos. Quando concluída, a aeronave de pesquisa será capaz de voara uma altitude de 55.000 pés (17.000 m) a uma velocidade de 1,27 Mach, ou seja, superando a velocidade do som, que pode variar de acordo com a temperatura e as condições atmosféricas. Em outras unidades para os meros curiosos (como a gente), essa velocidade seria em torno de 940 mph ou 1.512 km/h. Além disso, o X-59 ainda promete produzir um boom sônico de apenas 75 decibéis de nível percebido (PLdB ) – quase tão alto (ou baixo) quanto a porta de um carro se fechando.

x-59 aVIÃO SUPERSÔNICO
Imagem: Lockheed Martin

Para que investir em aeronaves supersônicas

O objetivo do X-59 não é apenas demonstrar novas tecnologias que minimizem o infame boom sônico, mas também sobrevoar matrizes de sensores especiais e várias comunidades dos EUA para reunir dados técnicos e avaliar as reações públicas à aeronave, que será usada reescrever os regulamentos ambientais americanos que foram redigidos pela primeira vez na década de 1970 e que eram frequentemente prejudiciais aos voos supersônicos comerciais terrestres.

A montagem final e a integração de sistemas estão programadas para serem concluídas no final de 2020, com o primeiro voo previsto para 2021. Estamos aguardando o projeto decolar.

“Com a conclusão do KDP-D, mostramos que o projeto está dentro do cronograma, está bem-planejado e no caminho certo. Temos tudo para continuar essa missão histórica de pesquisa para o público de viagens aéreas do país”, diz Bob Pearce, da NASA, administrador associado de aeronáutica.

X-59: Avião supersônico da NASA entra em estágio de montagem
Imagem: Lockheed Martin

Fonte: NASA.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Atualmente, as técnicas de criptografia padrão permitem que as informações sejam enviadas de forma rápida, mas elas podem ser quebradas por futuros computadores e algoritmos quânticos. Felizmente, alguns cientistas criaram um sistema de segurança inquebrável que pode mudar a privacidade das comunicações.

Os responsáveis por esse novo sistema são pesquisadores da King Abdullah University of Science and Technology (KAUSY), da University of St Andrews e do Center for Unconventional Processes of Sciences (CUP Sciences). A pesquisa foi publicada na aclamada revista Nature Communications.

criptografia privacidade das comunicações
Imagem: medium.com

O que eles fizeram foi criar chips ópticos que permitem que as informações sejam enviadas de um usuário para outro por meio de uma comunicação que não pode ser hackeada. Tal comunicação possui um “segredo perfeito”, de modo que os dados confidenciais sejam protegidos com mais segurança do que nunca.

Andrea di Falco, da University of St Andrews, afirma que a técnica é absolutamente inquebrável e pode ser usada para proteger a confidencialidade das comunicações trocadas por usuários separados por qualquer distância, a uma velocidade próxima da do limite da luz e com baixo custo. Os chips usados no sistema proposto possuem estruturas complexas que são irreversivelmente alteradas para enviar informações em uma chave única que não pode ser recriada nem interceptada por um invasor.

A base é a segunda lei da termodinâmica. As chaves geradas pelo chip, que desbloqueiam as mensagens, nunca são armazenadas e não são comunicadas com a mensagem. Elas também não podem ser recriadas (nem pelos próprios usuários).

criptografia privacidade das comunicações
Imagem: nist.gov

Andrea Fratalocchi, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica da KAUST e um dos autores do estudo, afirma que com o advento de computadores quânticos, todas as criptografias atuais serão quebradas em pouco tempo, expondo a privacidade das nossas comunicações. Ainda, segundo ele, a implementação de recursos maciços e acessíveis de segurança global é um problema mundial, o qual sua pesquisa pode oferecer a solução.

Atualmente, a equipe de pesquisa trabalha desenvolvendo aplicativos comerciais dessa tecnologia e está construindo um software de fácil utilização para esse sistema.


O Engenharia 360 tem muito mais a compartilhar com você! Confira ao webstories a seguir!


Fontes: TechXplore

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Quem acha que a vida do pesquisador brasileiro está limitada às nossas fronteiras políticas ou a cubículos de bibliotecas, ou laboratórios, não imagina que temos equipes na porção mais sul do planeta: a Antártica. O Criosfera 1, módulo laboratorial latino-americano, foi reaberto em dezembro e está em operação. Trata-se de uma ação conjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e faz parte do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).

criosfera
Imagem: cnpq.br

O que é o Criosfera 1?

O Criosfera 1 é uma plataforma científica, autossustentável, inaugurada em 2012: o módulo laboratorial usa sol e energia eólica para suprir o necessário para seus equipamentos contendo também uma estação meteorológica operante durante o ano inteiro. Com esses atributos, o Criosfera 1 permite investigar interações entre as massas de ar antárticas e as do Brasil.

Os sensores do módulo laboratorial também fornecem amostragem contínua de componentes químicos da atmosfera. Em especial, dióxido de carbono (CO2), nesse que é um dos locais mais isolados Terra, sugerindo sinais globais de poluição. No Criosfera 1, também há um detector de raios cósmicos e sistema coletor de aerossóis.

Pesquisadores brasileiros numa fria:

Nossos cientistas BR, nesta reabertura do Criosfera 1, vivenciaram uma colônia de férias, por assim dizer, um tanto quanto inusitada. No caso, os pesquisadores tiveram de ficar acampados sobre a neve nos arredores do Criosfera, após enfrentarem fortes ventos responsáveis por uma sensação térmica de -40º C. A equipe estava lá para dar um check nos equipamentos, dados que alguns estavam na geladeira, com o perdão do trocadilho, há quase 12 meses.

O acampamento para ser realizada a manutenção anual consistiu de duas barracas para os pesquisadores e outras duas utilizadas como cozinha e banheiro. Dentro do Criosfera 1, somente estão os equipamentos científicos, computadores e ferramentas. A temperatura nas barracas oscila ente -8º C e -18º C, o que combina com a atmosfera natalina de alguns comerciais, mas não parece aquecer o coração.

Vale citar, como trivia, que não há freezer nas barracas e a alimentação é normal, mas os congelados são deixados guardados na própria neve antártica. Uma estufa, mantida por energia solar, derrete os congelados na hora do preparo. Além disso, massas, arroz, cereais, queijo e, é claro, vinho mantém a equipe em dieta hipercalórica, evitando hipotermia. Uma panela é mantida no fogão continuamente derretendo neve, assim, provendo água, principalmente para beber (desidratação e um perigo constante nas baixas temperaturas enfrentadas).

A expedição permaneceu na Antártica até 20 de dezembro.


Fontes: CNPq, UFRGS.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

O funcionamento do corpo humano inspira muitas criações da engenharia e da ciência de modo geral. Uma das mais recentes é a membrana capaz de gerar energia a partir de água salgada. Para desenvolvê-la, os cientistas se inspiraram na estrutura de ossos e cartilagens.

Os materiais usados na construção da membrana bioinspirada foram nanofibras de aramida (usadas em kevlar) com nitreto de boro. O resultado foi um produto forte como os ossos humanos e adequado para o transporte de íons como a cartilagem.

Essa não é a primeira pesquisa que envolve a geração de eletricidade por água salgada. Porém, o seu diferencial está no fato de que membrana desenvolvida mostrou características até então não encontradas nas demais pesquisas.

Usualmente, as membranas tendem a entrar em colapso e a se desintegrarem na água. As feitas apenas de nitreto de boro se mostraram promissoras, mas não são resistentes o suficiente para suportar a água por um longo tempo e logo começam a vazar íons (à medida que ocorrem rachaduras microscópicas).

Nessa nova membrana, os cientistas usaram o corpo humano como inspiração, notando questões cruciais. Eles perceberam que, embora tecidos moles, como cartilagens, membranas renais e membranas basais, permitam a passagem de íons, eles são fracos e frágeis. Os ossos, porém, quando saudáveis, são fortes e rígidos (embora não tenham o transporte eficiente de íons). Ao juntar esses dois tipos de materiais, conseguiram as duas propriedades ao mesmo tempo.

membrana bioinspirada
Imagem: cell.com

A montagem da membrana bioinspirada foi feita camada por camada. O produto final possui espessura ajustável e alta estabilidade a temperaturas que vão de 0 a 95 graus Celsius e um pH de 2,8 a 10,8.

Nicholas Kotov, um dos autores do estudo e professor de engenharia da Universidade de Michigan, afirma que a energia osmótica representa um enorme recurso para a humanidade, mas sua implementação é severamente limitada pela disponibilidade das membranas seletivas de íons de alto desempenho. A publicação do trabalho foi na revista Joule.


Fontes: Science Daily

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Então é Natal… E você precisa estar pronto para enfrentar aquela reunião de família (mesmo que virtual). Claro que família é família, aquelas pessoas que te amam incondicionalmente, mas ninguém merece aquelas perguntinhas básicas, não é mesmo? Se você precisa encarar isso todo ano, certamente vai se identificar com essas coisas que engenheiros/estudantes de engenharia passam no Natal em família. Confira nossa lista e veja algumas dicas para conseguir escapar (quase ileso).

gif de mulher com guirlanda natalina na cabeça representando Natal
Gif: giphy.com

1. Vai formar quando?

Já formou?” “Ainda não formou?” “Vai formar quando?” “E a formatura?”… Parecem perguntas diferentes, mas o significado de todas elas é o mesmo. A diferença é que cada parente questiona com palavras diferentes e, antes que a noite termine, você já escutou a palavra formatura tantas vezes que tem vontade de sentar e chorar. É bom que você prepare a resposta antes de tudo começar. Nessas horas, vale tudo: jogar a culpa no mercado de trabalho, dizer que vai aproveitar o máximo da faculdade/estágio, afirmar que quer se dedicar aos estudos e ser um bom engenheiro, por isso não está com pressa, etc.

formanda revirando os olhos representando estudante de engenharia
Gif: giphy.com

2. E o emprego?

Já arrumou um emprego?” “Vai parar de depender dos seus pais quando?” “Você precisa de um emprego”… Aparentemente, todo mundo acha que a faculdade de engenharia vem com um emprego dos sonhos, carro do ano e mansão no bairro mais rico da cidade. Quando você explica que o mercado não está favorável, eles dizem “mas você é engenheiro”, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Neste caso, a dica é… ops, não tem dica para esta situação! Boa sorte!

7 coisas que engenheiros(as)/estudantes de engenharia passam no Natal
Gif: giphy.com

3. O que a sua engenharia faz?

É engenharia de que?” “Existe isso?” “Você faz o que?” “Mas isso é engenharia?” “Deveria ter feito civil!” “O seu primo/filho da fulana fez civil e já está empregado”… Convenhamos: muitos parentes só conhecem a engenharia civil. Outros, ainda conhecem a elétrica, a mecânica, a química e outras poucas. Porém, muitos não reconhecem sua engenharia e ficam perguntando o que você faz da vida. Explicar é uma tarefa difícil e, no final da noite, parece que você já decorou a definição da Wikipedia, de tanto que repetiu a mesma coisa.

No fundo, eles precisam entender que não é gentil desmerecer um curso. No caso das engenharias, só você sabe o quanto sofreu para conseguir entrar no curso e o quanto deu o sangue e a alma para sair dele. Independentemente do que te digam, tenha orgulho do que você fez e de onde chegou.

7 coisas que engenheiros(as)/estudantes de engenharia passam no Natal
Gif: giphy.com

4. O que você vai fazer depois de formar?

Todo mundo parece querer saber quais são os seus planos para o futuro, mesmo que nem você tenha um plano.

7 coisas que engenheiros(as)/estudantes de engenharia passam no Natal
Gif: tenor.com

Leia também: 22 coisas que só engenheiros ou estudantes de engenharia sabem


5. Você pode projetar a minha casa? / Formata meu computador? / Arruma meu chuveiro? / Conserta meu carro?…

Essa pergunta normalmente depende da sua área de formação (mas nem sempre). É claro que, como parente engenheiro(a), todo mundo quer usar seus conhecimentos, mesmo que seja para algo que você não tenha ideia sobre como fazer por não ser sua área. E, claro, muitos esperam que você nem cobre pelo serviço. Neste caso, o seu único consolo é saber que todos os outros primos estão na mesma. Os parentes querem consultas dos primos médicos, consultorias de advogados, dieta dos nutricionistas, etc.

7 coisas que engenheiros(as)/estudantes de engenharia passam no Natal
Gif: tenor.com

6. Que?

Essa é a pergunta que todo parente faz quando você usa uma explicação científica para justificar algo. Todo mundo vai parar, olhar para você, sacudir a cabeça como se você fosse louco e voltar a falar sobre futebol, política, etc. Ou seja: tenha em mente que ninguém quer escutar sobre as justificativas científicas no Natal (infelizmente), por mais empolgado que você esteja para compartilhar o que aprendeu nas aulas ou para falar do modelo do pudim de passas quando alguém reclamar delas.

7 coisas que engenheiros(as)/estudantes de engenharia passam no Natal
Gif: giphy.com

7. Você ganha quanto?

Todo mundo sabe que esta não é uma pergunta educada. Porém, as pessoas continuam a usá-la, principalmente quando estão sob efeitos do álcool. Todos querem saber se a carreira está próspera, se você está ganhando bem ou se ainda ganha meio salário-mínimo no estágio.

coisas que engenheiros/estudantes de engenharia passam no Natal em família
Gif: giphy.com

Qual outra situação você já passou? Comente!

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

A Inteligência Artificial (IA) tem sido uma ferramente que mostra um grande potencial de aplicação na medicina. Um dos seus últimos feitos consiste no fato de, ao analisar imagens de patologia de pacientes com câncer de próstata, um software de IA foi capaz de identificar características relevantes para o prognóstico da doença que não foram observados anteriormente.

A tecnologia de IA foi desenvolvida pelo RIKEN Center for Advanced Intelligence Project (AIP) no Japão e a pesquisa foi publicada na revista científica Nature Communications. Segundo Yoichiro Yamamoto, um dos autores do estudo, essa tecnologia pode contribuir para a medicina “personalizada”, possibilitando uma previsão com alta precisão na recorrência do câncer.

Inteligência Artificial identifica câncer de próstata
Imagem: canaltech.com.br

A abordagem utilizada foi a de aprendizado não supervisionada, na qual a IA aprendeu usando redes neurais não supervisionadas. Nesse tipo de aprendizado, busca-se identificar padrões sem um objetivo específico. Os pesquisadores desenvolveram um método para traduzir os recursos encontrados pela IA em imagens de alta resolução.

Para o estudo, foram usadas um grande número de imagens de slides de patologia da próstata (cerca de 13.188) e uma grande quantidade de dados (aproximadamente 86 bilhões de amostras de imagens subdividas para as redes neurais). Os pesquisadores perceberam que os resultados mostrados pela Inteligência Artificial (AUC = 0,820) eram melhores que os critérios estabelecidos por patologistas (chamado Escore de Gleason, uma pontuação dada a um câncer de próstata a partir de sua aparência microscópica) (AUC = 0,744). Porém, o melhor resultado mesmo foi para o caso em que as duas técnicas foram combinados (AUC = 0,842).

Inteligência Artificial identifica câncer de próstata
Imagem: wikipedia.org

Isso significa que, com o uso da tecnologia desenvolvida, houve maior precisão na recorrência de câncer de próstata em comparação com o diagnóstico baseado apenas no patologista. Porém, quando se uniram as previsões da IA com o diagnóstico do patologista, o resultado foi ainda mais preciso. Ou seja: a IA mostrou que pode adquirir automaticamente conhecimento compreensível ao ser humano e que pode ser uma boa ferramenta auxiliar no diagnóstico de câncer.


Fontes: Science Daily

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

As árvores de Natal tradicionais são chatas? Se você é um engenheiro, você sabe que pode fazer melhor.

Montar árvores de Natal é, teoricamente, uma tarefa simples (mesmo se precisar de muita gambiarra). Para divertir seu Natal, separamos algumas árvores especiais que provavelmente foram feitas por engenheiros/engenheiras. Então, se você ainda não tem uma árvore, o Engenharia 360 indica: pegue a fita veda rosca, a fita adesiva, alguns parafusos, uma furadeira e seu instinto nerd que ainda dá tempo de improvisar. Aqui estão 10 ideias para árvores de Natal criativas para engenheiros!

1. Árvores de Natal de livros

Se você chegou ao final do ano e quer se vingar de todos os livros que atazanaram sua vida, aqui está uma ideia genial: transforme-os em uma árvore de Natal. (Mas no dia 6 de Janeiro você volta a guardá-los com carinho, ok? Livros têm sentimentos!).

Árvores de Natal criativas para engenheiros: 10 ideias para inspirar
Imagem: pinterest.com

2. Árvores de LEGO

Afinal, para quem constrói um mundo com LEGO, construir uma árvore é moleza, não é mesmo?

Árvores de Natal criativas para engenheiros: 10 ideias para inspirar
Imagem: pinterest.com

3. Árvores de garrafas

Sabe todas aquelas garrafas que você guardou das festas da república e que sempre enrola para levar até a distribuidora? Então, elas podem ficar mais um pouco até o Natal passar, não é?

Árvores de Natal criativas para engenheiros: 10 ideias para inspirar
Imagem: metaefficiente.com

Veja Também: Natal em alta velocidade: protótipos para Trenó do Papai Noel personalizados por marcas famosas

4. “PacTree”, Mario…

Sabe quando você quer dar um novo sentido às luzes de natal e deixa a criatividade rolar solta?

Árvores de Natal criativas para engenheiros: 10 ideias para inspirar
Imagem: buzzfeed.com

5. Árvores Darth Vader

A Estrela da Morte vai no topo?

Árvores de Natal criativas para engenheiros: 10 ideias para inspirar
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Árvores de Natal criativas para engenheiros: 10 ideias para inspirar
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6. Árvores invertidas

Limites? Os dos engenheiros tendem para infinito pela direita e pela esquerda.

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7. Árvores de fractal

Afinal, o triângulo de Sierpinski sempre pareceu uma árvore de Natal mesmo…

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8. Árvores de computador

Sabe aquele monte de peças de computador que você tem acumulada em algum armário? Elas também podem virar uma árvore de Natal.

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9. Árvores de tubulação

A típica árvore da engenharia, neutra e versátil.

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10. Árvore Portal

Muito videogame, engenharia e nerdice envolvidos.

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Com um pouco de criatividade, você pode construir uma árvore de Natal única e memorável.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.