Desenvolvedora solar holandesa anunciou que está construindo um projeto de energia que é nada menos do que um parque solar flutuante de 48 MW. A usina será localizada em um antigo local de extração de areia na Holanda que, após a conclusão, será um dos maiores do mundo e o maior da Europa.
O projeto Zop-on-Zee
Batizado de Zon-op-Zee (“Sol no Mar”, em tradução livre), a usina flutuante será inteiramente construída sobre o mar, constituindo um poderoso parque fotovoltaico flutuante. A China e o Reino Unido já construíram usinas solares em superfícies de água, mas fizeram isso em lagos e com fins acadêmicos. A migração de um projeto desses para escala plena é desafiadora e representa um marco tecnológico, além de um engajamento muito grande no que tange à sustentabilidade, considerando a matriz energética.
O projeto prevê três anos para a construção. Trata-se de uma parceria entre a iniciativa privada, centros de pesquisa especializados da Holanda e da União Europeia e o governo local.
A eletricidade gerada nesse parque solar flutuante será, a princípio, entregue a uma empresa de mineração de areia, para suas operações locais. Além disso, haverá a construção de uma antiga lagoa de extração de areia.
A companhia de energia espera que o novo projeto forneça a eletricidade necessária para abastecer cerca de 13.000 residências e cumpra a filosofia atual da empresa de criar projetos solares que atendam a uma dupla função: não apenas o fornecimento geral, mas o incentivo à instalação de painéis solares em telhados, estacionamentos, aterros sanitários e instalações industriais.
Desenvolvimento e meio ambiente
A Kremer Zand en Grind, empresa de extração de areia que será a principal beneficiada, também está usando este novo projeto como catalisador para realocar uma instalação de classificação de areia e uma planta de secagem para um parque industrial nas proximidades, para otimizar melhor o uso de eletricidade disponibilizada. Basicamente, é desenvolvimento atraindo desenvolvimento.
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E o viés sustentável? Além da geração de energia limpa, a Kremer Zand en Grind, beneficiada, está convertendo sua instalação de secagem a gás para um secador elétrico, removendo uma grande quantidade de gás de seu mix de demanda de energia a cada ano. Com isso, a matriz de energia do beneficiamento de areia se tornará ainda mais limpa.
Além disso, ao aproximar instalações de beneficiamento e extração, a empresa também reduzirá o transporte via duto da areia de seu local de extração, minimizando a interrupção nas comunidades locais.
Acredita-se também que outras indústrias na área circundante podem se beneficiar do projeto solar flutuante. Do ponto de vista de engenharia, é mais que inspirador!
Fontes: CleanTechnica.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.