Desbloquear o smartphone com a impressão digital ou com leitor de retina é algo que já se tornou comum. Nessa onda biométrica, alguns pesquisadores estão desenvolvendo o EarEcho, uma ferramenta que usa os fones de ouvido para desbloquear os aparelhos celulares.
Como? A ideia é simples e se baseia no fato de que cada pessoa tem uma geometria exclusiva no canal auditivo. Não é o ouvido ser totalmente diferente em formas e tamanhos para todo mundo, a estrutura é a mesma. O que muda é como o som propagado é refletido e absorvido pelo canal auditivo.
O EarEcho consiste em um fone de ouvido que possui microfones. Por meio de técnicas de processamento acústico para limitar a interferência de ruído e modelos para comprar informações, os pesquisadores conseguiram identificar uma assinatura exclusiva em cada pessoa toda vez que o som tocado é propagado e refletido. Tal assinatura é gravada pelo microfone.
Eles também conseguiram mostrar que, não importa qual seja o som, os ouvidos diferem e as gravações comprovam isso. O áudio gravado pelo microfone é enviado via Bluetooth dos fones para o smartphone, onde é analisado.
Para fazer o teste, 20 pessoas se submeteram ao processo ouvindo amostras de áudio (incluindo fala, música e outros conteúdos) em diferentes ambientes e em diferentes posições. O resultado foi surpreendente: o EarEcho foi 95% eficaz quando foi dado 1 segundo para identificar os sujeitos. Aumentando a janela de tempo para 3 segundos, a eficácia subiu para 97,5%.
A proposta do EarEcho é fazer com que os usuários possam manter o uso contínuo do aparelho celular sem precisar dar um comando ou executar uma ação. É um sistema que também pode ser usado quando é preciso verificar a identidade de alguém sem a necessidade de senha.
Claro que, como todo sistema biométrico, existe aquela sensação de insegurança. As impressões digitais começaram assim, com aquela velha dúvida do “e se alguém espera eu dormir ou me amarra para desbloquear meu telefone?”, e não difere com o EarEcho. À medida que a tecnologia avança, nossa segurança digital melhora por um lado, mas também pode ser defasada em outros pontos. Cabe a nós, usuários, saber usar com parcimônia.
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Fontes: Science Daily.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.