Engenharia 360

Pesquisadores da USP e Harvard desenvolvem bateria de gelatina para uso na área médica

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 07/11/2019 | Atualizado em 30/06/2022 2 min

Pesquisadores da USP e Harvard desenvolvem bateria de gelatina para uso na área médica

por Kamila Jessie | 07/11/2019 | Atualizado em 30/06/2022
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Muito diferente das baterias de lítio e prata que estamos acostumados, essa microbateria inédita, desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP e da Universidade Harvard, funciona a partir de agarose. O material, de forma simplificada, pode ser entendido como uma gelatina vegetal, passível de aplicações médicas, pois é menos tóxico do que o usado nas baterias convencionais.

bateria de gelatina
Imagem: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do IQSC/USP

Baterias em implantes médicos:

A demanda por baterias para dentro do corpo humano é relacionada principalmente a implantes médicos de biossensores ou microchips, além de exames de endoscopia, por exemplo, com pílulas ingeríveis. Migrando de escala, há outros produtos que poderiam requerer este tipo de bateria, como marca-passos, mas por hora a pesquisa seguiu para alimentar dispositivos da primeira linha.

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Uma solução compatível com o corpo humano foi desenvolvida
por pesquisadores (e pesquisadoras) da USP de São Carlos. O projeto foi
realizado com um período de parceria com a Universidade de Harvard, onde uma
das autoras do artigo científico produto da pesquisa esteve durante seu
doutorado. Cabe citar que a pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

bateria gelatina iqsc
Imagem: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do IQSC/USP

A microbateria de agarose:

A novidade apresentada é uma bateria revestida de silicone,
que é um material biocompatível, tal como vemos por aí. O material que a
constitui, a tal agarose, trata-se de um biopolímero constituído de açúcar, que
pode ser extraído de algas marinhas.  Comercialmente,
é encontrado com o nome “gelatina vegetal”, e foi selecionado pelos
pesquisadores por ser amplamente disponível, mecanicamente versátil, seguro
para consumo humano, estável à temperatura corporal e de baixo custo. Falando
de números, com cerca de R$ 4,00, é possível comprar agarose para produzir até
700 microbaterias atualmente.

Um bônus é que a tecnologia é “green”. A microbateria pode ser entendida como sustentável, pois se encaixa no conceito de economia circular, processo em que um produto utilizado é devolvido para a sua origem. No caso da bateria desenvolvida pelos pesquisadores da USP e Harvard, ela seria enviada de volta à natureza, local onde os compostos que a originam estão presentes.


Fonte: Journal of Materials Chemistry A. Assessoria de comunicação da USP.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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