Em abril de 2019, a notícia sobre a primeira imagem de um buraco negro fez o maior sucesso na internet. Porém, o que também ganhou destaque é haver uma engenheira de apenas 29 anos que teve papel fundamental na equipe de pesquisa.
A primeira imagem de um buraco negro
A imagem do buraco negro que está no centro da galáxia M87, a 50 milhões de anos-luz da Terra, aproximadamente, deixou a internet em êxtase. O feito é de responsabilidade do Event Horizon Telescope (EHT), composto por uma rede de radiotelescópios espalhados pelo planeta, e é importantíssimo para a física.
Primeiro, é preciso deixar claro que a imagem de um buraco negro não é uma simples fotografia. Ou seja, não é como uma lente que bate uma foto de algo a 50 milhões de anos-luz. É preciso usar várias técnicas para construção da imagem.
Os pesquisadores usaram interferometria, que envolve a sobreposição de ondas. No entanto, os dados tinham muitas lacunas. No meio da equipe, formada em maioria por homens, está Katherine Bouman, doutora em Engenharia Elétrica e Ciências da Computação, de apenas 29 anos. A jovem cientista é uma das responsáveis pelo desenvolvimento de um algoritmo que foi indispensável para a captura da imagem do buraco negro.
O papel de Katie Bouman
Quando Bouman começou a trabalhar no algoritmo, ela ainda estava na pós-graduação, há 6 anos. Ela precisou criar soluções que preenchessem as lacunas de dados e, ainda, vencer todo o ruído contido nesses dados.
Ao lado de vários HDs necessários para armazenamento dos seus dados, Bouman foi comparada a Margaret Hamilton, que escreveu o código que ajudou a ida do homem até a Lua. Hamilton tem uma foto ao lado de uma pilha de livros que contém o seu código.
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Quando apenas homens divulgaram oficialmente a imagem do buraco negro, Katie Bouman virou uma sensação da internet por representar as mulheres na ciência. Infelizmente, chegou até mesmo a sofrer alguns ataques.
O objetivo de Bouman é continuar no projeto e chegar a produzir vídeos de buracos negros. Ela destaca que a imagem só aconteceu por causa de um trabalho em grupo e não só pela sua contribuição.
Pode parecer algo superestimado ou algo sem importância para muitos. Porém, precisamos pensar em como o fato encoraja outras mulheres na ciência. E não só mulheres, também encoraja pequenas futuras cientistas que sonham em carreiras na área de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). É nesse momento de divulgação que muitas meninas descobrem que podem seguir qualquer carreira e que não há restrição só porque são mulheres. Afinal, lugar de mulher é, sem sombra de dúvida, onde ela quiser.
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Fontes: Independent; New York Times; Daily Mail.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.