O Sirius é um acelerador de partículas brasileiro que está localizado em Campinas (SP). O laboratório, que é quase do tamanho do estádio Maracanã, foi construído na zona rural da cidade, em um campus do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais).

Imagem aérea do acelerador de partícula Sirius.
Sirius. Imagem: CNPEM

Inaugurado em 2019, o laboratório brasileiro é de 4ª geração para produção da luz síncroton, podendo então ser comparado apenas ao MAX-IV, da Suécia. Os estudos possíveis no Sirius estão na fronteira do conhecimento físico e permitem escalas mínimas, visualizando níveis elementares de materiais (átomos e moléculas). O acelerador de partículas brasileiro possui a luz mais brilhante do mundo, permitindo zoom de até 500 vezes nas análises.

Neste momento crítico mundial, no qual enfrentamos uma pandemia, a ciência brasileira pode auxiliar nos estudos de investigação do vírus que assola o mundo. Com o grande potencial analítico do Sirius, pesquisadores brasileiros submeteram cristais de proteínas do vírus à análise no acelerador de partículas.

O que foi observado através do Sirius?

Através dos ensaios no Sirius, foi possível observar detalhes da estrutura do coronavírus. O estudo feito até então identificou as posições relativas de cada átomo componente da proteína avaliada.

Os pesquisadores observaram cristais de uma proteína do coronavírus, que é vital no ciclo de vida do Sars-CoV-2. A proteína analisada é chamada de 3CL, e atua na replicação do vírus dentro do organismo infectado.

Imagem da proteína 3CL obtida no Sirius
Imagem gerada da proteína identificada nos ensaios. Fonte: Uol.com.br

Identificar essa proteína é importante, pois pode ser um primeiro passo para síntese de drogas que impeçam a proliferação do vírus.

Este foi o primeiro experimento no acelerador envolvendo o coronavírus. No entanto, existe um processo minucioso de avaliação da pesquisa, que requer milhares de parâmetros para garantia da precisão dos dados. Antes de realizar testes com o coronavírus, foram testados outras proteínas já bem conhecidas.

Além dos teste preliminares, existem também outros trabalhos realizados ao redor do mundo. E isso permite que seja feita uma checagem da qualidade dos resultados obtidos através do Sirius.

Como o Sirius faz isso?

O acelerador é constituído por um enorme anel metálico. Este anel é utilizado como um corredor para circulação de feixes de elétrons. O detalhe é que a velocidade aplicada é tão grande que formam linhas de luzes, que são chamadas luzes síncroton.

Esse feixe de elétrons em grande velocidade funciona como um mecanismo espectroscópico, que permite analisar a estrutura interna de qualquer material.

Através da interação da luz com a matéria, em efeito proporcionado por radiação eletromagnética, é possível visualizar/revelar a microestrutura da matéria.

Importância dos estudos e do Sirius

Um doss próximos passos do Sirius será a abertura para a comunidade científica brasileira, de modo que pesquisadores possam submeter propostas de pesquisa com o uso do acelerador. As propostas devem ser direcionadas ao estudo da doença, devido ao caráter pandêmico.

É importante lembrar que o Sirius ainda não está com todas as estações de pesquisa liberadas, pois estão em fases de testes. No entanto, até o fim do ano, a expectativa é de disponibilização de mais quatro estações.

Pesquisadora utilizando computador em laboratório no complexo Sirius.
Laboratórios do complexo Sirius. Imagem: abril.com.br

Com as novas estações funcionando, a expectativa agora é de estudos inéditos e com possibilidade de obtenção de imagens celulares sem precedentes.

O Sirius permite que os pesquisadores brasileiros estejam na fronteira do conhecimento científico. Desse modo novos estudos deverão beneficiar a ciência brasileira e proporcionar avanços na luta contra o coronavírus.

Fonte: CNPEM, Uol.

E você, já conheceu o Sirius? Conta pra gente nos comentários!

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Engenharia 360

Matheus Martins

Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.

Em 2015, diversas montadoras se envolveram em um grande escândalo de produção de veículos que não atendiam as normas ambientais de emissão de poluentes, chamado pela mídia de “Dieselgate”. Após todo o recall de automóveis, multas e entre outras penalizações, as empresas passaram a investir mais em setores de veículos verdes. Algumas delas começaram a ter grandes projetos destinados a esse segmento, como a Volkswagen. Hoje, ela é considerada como uma das montadoras com projeto mais agressivo de eletrificação de seus produtos.

A imagem apresenta três fragmentos de imagens, todas com a frente do ID.3. Uma com o veículo em vermelho e as outras duas com ele em branco.
Uma nova era dos produtos Volkswagen. Fonte: Divulgação Volkswagen

A empresa prevê o investimento de 11 bilhões de euros em produtos elétricos e de direção autônoma, entre 2019 e 2023. Sendo que 9 bilhões serão destinados apenas a elétricos, prevendo que passem de 2 modelos para 20. Isso fez a Volkswagen pensar também em iniciar a produção de baterias para essa categoria de veículo.

O início desse processo foi aberto com o lançamento da família ID, veículos totalmente elétricos e que estarão disponíveis até o final deste ano para a Europa, China e América do Norte. O nome é uma abreviação de “Intelligent Design” e já conta com a divulgação de dois modelos: ID.3 e ID.4. Para o suporte desse projeto, a empresa vem convertendo plantas para a fabricação de elétricos; como é o caso de Zwickau, Hanover e Emden, na Alemanha.

“Com a conversão de nossa planta Emden para a produção local de veículos elétricos, Volkswagen está forçando o ritmo de mudança do sistema. Ao todo, a empresa irá investir cerca de um bilhão de euros na transformação da fábrica.”

Ralf Brandstätter, CEO da marca Volkswagen

A planta de Emden é a única que não será convertida totalmente a produção de elétricos no momento, continuando a produzir o Passat e o Arteon. Porém, o objetivo é que daqui um certo tempo, a fábrica produza apenas essa categoria de veículos, tendo capacidade para 300.000 por ano.

Showroom da Volkswagen com a apresentação do ID.3. O piso em madeira e diversos veículos dispostos ao longo do espaço. É possível ler a frase "Now you can" em um dos painéis
Lançamento da família ID marca uma novo era de produtos. Fonte: Volkswagen Divulgação

A Plataforma Modular Elétrica da Volkswagen

A plataforma modular elétrica (MEB) foi desenvolvida especialmente para veículos elétricos (VEs), podendo ser utilizado para diversos segmentos de veículos: SUVs, compactos, e entre outros. Normalmente, eles são projetados com adaptações de plataformas de modelos a combustão, porém, esse projeto da Volkswagen foi desenvolvido do zero para a categoria.

A vantagem é a maior distância entre eixos e a redução da distância entre os extremos do veículo, além de permitir a colocação dos motores elétricos diretamente nos eixos. Dessa forma, é possível melhorar o espaço interno do automóvel.

Na imagem há a apresentação da plataforma modular elétrica da Volkswagen
Maior distância entre eixos do veículo melhora a condução – Fonte: The Cars

Além disso, o projeto proporcionou a utilização de um sistema de bateria com carregamento rápido integrado ao piso do veículo. Isso permitiu a melhoria de diversos fatores, como: maior segurança, a possibilidade de manter o espaço interno e a redução do centro de gravidade. Com este último, o veículo adquire uma melhor distribuição de peso, proporcionando ao motorista melhor dirigibilidade.

A imagem apresenta o esquema da plataforma modular elétrica da Volkswagen. É possível ver o conector de recarga, a bateria e o drivetrain
Plataforma modular elétrica da Volkswagen, a base para os VEs – Fonte: Divulgação Volkswagen

Ademais, a plataforma trouxe a opção de personalização do veículo de acordo com o cliente, permitindo a escolha da bateria que será utilizada no automóvel. A ideia é que o cliente escolha a bateria que melhor se adeque ao seu cotidiano. Isto é, se no dia a dia do condutor, ele percorre pequenas distâncias, a escolha de uma bateria com menor capacidade pode ser mais atrativa. Isso porque é possível reduzir os custos do veículo com essa escolha.

A imagem apresenta dois modelos de plataformas. A primeira tem uma bateria maior em relação a segunda
Diferentes baterias para diferentes usos do condutor – Fonte: Divulgação Volkswagen Portugal.

Todos os veículos da família ID serão produzidos em cima da Plataforma Modular Elétrica da Volkswagen.

ID.3 e ID.4

A imagem mostra dois modelos do ID.3. O primeira mostra a frente do veículo. Enquanto o outro mostra a lateral esquerda e a traseira
ID.3 é o primogênito da família ID Volkswagen. Fonte: Divulgação Volkswagen

O ID.3 foi o primogênito da família ID. Apresentado no Salão Internacional do Automóvel de Frankfurt, o veículo trouxe uma nova era dos produtos Volkswagen. O automóvel foi o pioneiro de uma família 100% de elétricos, com muita conectividade e eficiência. Sendo também, o primeiro com o novo logotipo da empresa.

Disponível em cinco categorias distintas: o Pure, Pure Power, Pro Power, Pro e Pro S. Esses veículos se diferenciam sobre a potência do motor, eficiência, velocidade de carregamento e capacidade de bateria. Além disso, todos os modelos incluem assistente de direção, o que ressalta o interesse da Volkswagen em investir mais no setor de veículos autônomos.

A tabela mostra dados técnicos do ID.3. Inclui: eficiência, bateria, motor elétrico, e capacidade de recarga
Dados técnicos do ID.3 em suas diferentes versões – Fonte: Inside EVs

Se engana quem pensa que o modelo mais básico do ID.3 será um veículo sem muitos acessórios de série. A lista inclui rodas de aço 18 polegadas; faróis de LED na frente e traseira do veículo – com o adicional de controle automático de iluminação nas lanternas frontais; iluminação ambiente em 10 cores; ID. Light; sistema de ar-condicionado Climatronic da Air Care; controle de voz inteligente; partida com Keyless Start.

A imagem mostra o ID.3 sendo recarregado. É possível ver sua lateral em um fundo geométrico
A escolha das baterias por parte do cliente permite uma melhor personalização do automóvel – Fonte: Divulgação Volkswagen

Para o melhor conforto do motorista, a Volkswagen anunciou juntamente ao veículo o We Charge. Ele permite acesso a cerca de 150.00 estações de carregamento públicas pela Europa com a utilização de um cartão. Além de permitir o uso de redes de carregamento rápido cadastradas por um menor valor.

https://www.youtube.com/watch?v=9dh00utug10&feature=emb_title

O ID. 4, novo SUV elétrico da Volkswagen, não teve seus dados técnicos divulgados. O que se sabe até o momento é que o automóvel foi baseado no ID. CROZZ, carro conceito apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018.

A imagem mostra a apresentação ao público do ID.CROZZ. O veículo conceito é uma ótima representação dos modelos elétricos. As lanternas com um desenho bem futurista. Além do logo integrado a elas com iluminação.
ID. CROZZ apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2018 – Fonte: Automotive News Europe

O veículo terá como base a matriz modular de propulsão elétrica (MEB), assim como todos os veículos da família ID. A previsão é de que ele seja lançado ainda este ano, com vendas direcionadas para a Europa, China e Estados Unidos. Será lançado em duas versões, com tração traseira e outra com tração integral.

A imagem monocromática mostra a frente e a lateral esquerda do veículo. O veículo tem poucas alterações em seu design. O que mais chama atenção são as grandes que aumentaram de tamanho, e as lanternas que passaram a ir um pouco mais para lateral do veículo.
ID.4, o segundo veículo da família ID – Fonte: Divulgação Volkswagen

O trabalho dos engenheiros nesse projeto foi na diminuição do coeficiente de arrasto proporcionada pela aerodinâmica do veículo. Dessa forma, é possível que o carro chegue a uma autonomia de 500 Km, dependendo da escolha do pacote de baterias.

Competitividade

Uma questão muito discutida nesse setor é o alto valor necessário para a aquisição dos veículos. Porém, a Volkswagen ressaltou que os preços dos modelos da família ID, como o ID.3, serão até mais baixos que outros já lançados anteriormente pela própria marca, como o e-Golf. Sempre levando em consideração a versão mais básica do modelo ID.3 e subsídios do governo.

Uma comparação interessante é a venda do e-Golf a partir de 36.900 euros, com 231 quilômetros de autonomia. Enquanto o ID.3 básico vendido por menos de 30.000 euros e com autonomia de 330 quilômetros. Isso é possível graças ao uso dos sistemas modulares de acionamento eletrônico e do desenvolvimento de baterias melhores.

A imagem mostra a diferença entre os veículos ID.3 na versão básica com 330 km de eficiência; o Golf Life 1.5I TSI de 6 velocidades a gasolina; e o Golf Life 2.0I TDI também de 6 velocidades, movido a diesel. Enquanto na aquisição destes dois últimos os gastos são de 26.640 e 28.105 euros, respectivamente; o ID.3 pode ser adquirido por 30.000 euros, com bônus ambiental de 6.570 euros. Sendo assim, o cliente poderá adquirir o modelo por apenas 23.430 euros.
Comparação de preços entre o e-Golf e o ID.3 – Fonte: Inside EVs

Além disso, a empresa ressalta que os gastos quanto a utilização de modelos elétricos podem chegar a ser 50 euros/mês mais barato que um modelo à combustão. Por mais que veículos elétricos possuam gastos relacionados ao desgaste de peças e afins, a Volkswagen ressalta que os valores são compensados pelos de seguro, impostos e operacionais.

A imagem mostra a diferença de gastos entre veículos a combustão e o ID.3. Enquanto este último possui um gasto por mês de 160 euros, os a combustão podem chegar a 230 euros. Isso inclui valores como combustível, impostos, manutenção, gastos em relação a desgaste (único maior do que os a combustão) e seguro.
Comparação de custos – Fonte: Inside EVs

O que acha desse novo investimento da Volkswagen? Deixe sua opinião nos comentários!

Fonte: Electrek, E-mobility da Volkswagen, Volkswagen Portugal, ID.3, Inside EVs, ID.4, Inside EVs – Competitividade ID.3

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Engenharia 360

Letícia Nogueira Marques

Estudante de Engenharia de Materiais e Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal do ABC e mecânica de produção veicular pelo SENAI Mercedes-Benz; já atuou na área de Facilities com foco em projetos de sustentabilidade para redução de impacto ambiental.

Já sabemos que a China é uma potência mundial em muitos quesitos, e não podia diferir quando se fala de engenharia. Confira essas 5 obras chinesas incríveis!

1 – A maior ponte do mundo sobre o mar

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Imagem: brasil.elpais.com

Dia 23 de outubro de 2018, após 9 anos de construção e atrasos, foi inaugurada a ponte sobre o mar mais longa do mundo. Denominada Hong Kong-Zhuhai-Macau, ela conecta as ex-colônias de Hong Kong e Macau com a cidade de Zhuhai.

A ponte tem 55 km em sua totalidade, e olha só que legal: depois do 30º km, a ponte se transforma em 6,7 km de um túnel submarino entre 2 ilhas artificiais para permitir a passagem de embarcações. Com o comprimento 20 vezes maior que a Golden Gate Bridge de San Francisco, o trajeto que antes levava 4 horas, agora são 30 minutos.

Confira essa imagem que mostra detalhes do projeto:

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Contudo, nem tudo são flores, pois a construção dessa ponte foi e ainda é alvo de muitas críticas. Primeiramente, pelo fato que 18 trabalhadores perderam a vida em sua construção e centenas ficaram feridos. Segundo, que ambientalistas dizem que a obra prejudicou severa e irreversivelmente a vida marinha no local. Complicado né?

Outro viés foi o custo total da infraestrutura chinesa, que resultou em aproximadamente $20 bilhões, e provavelmente não se pagará. Mas por quê? Segundo o El país, as 6 faixas da ponte estão quase desertas. Desde sua inauguração, o lucro não cobre nem a manutenção, pois além de não haver transporte público, há diversas restrições de uso.

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Imagem: brasil.elpais.com

O que os governantes dizem, porém, é que a China não considera apenas o fator econômico e lucros na hora de construir uma infraestrutura, e sim fatores simbólicos e motivos políticos.

2 – Beijing Daxing: o mega aeroporto em forma de estrela-do-mar

Em 2019 foi inaugurado um mega aeroporto na capital Pequim. Contendo 700 mil m², ele foi construído para desafogar o tráfego do aeroporto internacional de Pequim. Olhem que incrível é essa estrutura!

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Imagem: brasil.elpais.com

Segundo a Cnbc.com, espera-se que na década de 2020 a China ultrapasse os EUA como o maior mercado de aviação do mundo, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo. A potência mundial espera atender por volta dos 1,6 bilhão de viajantes por ano até 2037!

Essa mega obra chinesa em forma de estrela-do-mar custou para o governo cerca de $17 bilhões sendo completado em menos de 5 anos. Confira todos os detalhes em nossa matéria sobre ele clicando aqui!

3 – O maior telescópio do mundo

Esse é doido! Com MEIO QUILÔMETRO de diâmetro (isso mesmo), o radiotelescópio denominado FAST foi inaugurado este ano. Ele se encontra nas montanhas da depressão de Dawodang, na província de Guizhou no sudoeste da China, e é conhecido como “o olho da China no céu”. Mas por que esse nome?

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Imagem: bbc.com

Porque sua missão é de revelar os mistérios relacionados à origem e evolução do Universo. A construção começou a ser concebida em 1990, e suas tarefas estarão relacionadas à busca de ondas gravitacionais, exploração de matéria escura e captura de sinais que possam indicar a existência de civilizações extraterrestres!

A obra chinesa custou cerca de $171 milhões para os cofres do país, e consiste em 4,4 mil painéis de alumínio que se movem a fim de abranger diferentes áreas do céu. Por isso, os astrônomos têm grandes expectativas em relação a ele!

4 – Três gargantas, a maior usina hidrelétrica do mundo

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Foi no rio mais longo da Ásia, denominado Yangtzé com 6300 km de extensão, inaugurada em 2003, a gigante e controversa Represa de Três Gargantas (Three Gorges Dam). Suas águas conseguem gerar 22.500 megawatts, equivalente a 15 reatores nucleares.

O objetivo da construção dessa usina, além de suprir a demanda de energia, é de reduzir as grandes enchentes causadas pelo rio e também distribuir água nos períodos de seca.

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Imagem: globaltimes.cn

Essa grande obra chinesa também é muito criticada, pois forçou a mudança de 1,4 milhão de pessoas e causou uma série de problemas ambientais. Segundo o canalenergia.com, mesmo sendo maior que a Itaipú, sua média de produção e recorde anual mundial ainda são menores que a da brasileira Itaipu.

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5 – Ponte de vidro de Zhangjiajie

Essa ponte de vidro de 430 metros de comprimento, quando inaugurada em agosto de 2016, era a maior e mais alta ponte pedestre de vidro do mundo! A construção atravessa um cânion profundo e fica na beira de dois penhascos, suspensa a 300 metros acima do solo por cabos de sustentação. Coragem!

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Imagem: dezeen.com

Os painéis de vidro são fixos em uma estrutura de aço, permitindo vistas incríveis de dar frio na barriga com o canyon abaixo. Os corrimãos são ondulados e a plataforma se estreita em direção ao centro do canyon para criar uma perspectiva exagerada.

Ela chamou tanta atenção, que por sua grande popularidade teve que fechar as portas após 2 semanas de inauguração, por estar sobrecarregada de pessoas. Também havia planos para que a ponte se tornasse o ponto de partida para o maior salto de bungee do mundo e um local para desfiles, antes do seu fechamento. E aí, você encararia?

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Imagem: dezeen.com

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Fontes: BBC News; g1.globo.com.

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Engenharia 360

Júlia Sott

Engenheira Civil, formada pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS; estudou também na Stanford University; passou um período trabalhando, estudando e explorando o Vale do Silício, nos Estados Unidos; hoje atua como analista de orçamentos ajudando a implantar novas tecnologias para inovar na construção civil.

Após pressão da comunidade cientifica do mundo todo, a OMS admitiu no início do mês de julho que existe a possibilidade de que o novo coronavírus seja transmitido pelo ar. Isso seria possível se for considerado que micropartículas expelidas pela respiração e a fala fiquem em suspensão durante um tempo. Assim, verifica-se a necessidade de um ventilação com constante renovação de ar. A Arquitetura bioclimática, por meios da ventilação natural dos ambientes, pode ser então um fator mitigador da transmissibilidade do COVID-19.

É muito comum que ambientes comerciais, principalmente escritórios, bares e restaurantes, mantenham-se fechados, com o uso de ventilação mecânica. Segundo dados da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento, a maioria das pessoas passam até 85% do tempo em ambientes fechados, respirando aproximadamente 10 mil litros de ar.

Considerando o cenário sanitário atual, estar em locais fechados como esses, segundo estudos publicados recentemente, pode ser bastante perigoso.

Benjamim Cowling, um dos cientistas que assinou a carta direcionada à OMS, afirmou que é necessária uma exposição prolongada a essas partículas microscópicas, então seria pouco provável um contagio dentro de uma loja ou elevador, por exemplo, mas quando se fala de restaurantes, escritórios e transporte público, é necessário ter mais cautela.

A ventilação nesses ambientes

Como já é sabido, o ar condicionado suga o ar mais quente do ambiente e devolve-o resfriado. Sua circulação dentro do cômodo ocorre por convecção: o ar frio, mais denso, desce empurrando o ar quente para cima. Esse fluxo contínuo é capaz de levar essas micropartículas por toda a extensão do ambiente, sendo possível a contaminação dos indivíduos que nele estão.

Mas você deve estar pensando: muitos desses aparelhos hoje em dia possuem filtros antimicrobianos, sendo que alguns no mercado prometem inclusive combater o vírus H1N1. Pois é, mas estudos recentes comprovaram que houve infecções em ambiente fechado com ventilação por ar condicionado.

Entrada e saída de ar no ar-condicionado
Vídeo: lg.com.br

O caso mais conhecido foi de um jantar, em janeiro, em um restaurante na cidade de Guangzhou, na China, onde ocorreu a infecção de 10 pessoas apenas por um indivíduo. Essas pessoas estavam em diferentes grupos e não tiveram contato entre si ou com superfícies contaminadas. A conclusão do estudo realizado pelas autoridades chinesas foi de que o paciente contaminado teria liberado essas partículas microscópicas por meio da respiração e da fala, e a circulação no ar se deu através do sistema de ar-condicionado. Situações como essa são consideradas preocupantes pois possuem um potencial bem maior de contaminação.

Qual a melhor saída?

A OMS tem exaustivamente recomendado o isolamento social com a prática do home office, mas nem sempre isso é possível, então, segundo o órgão, a melhor prática é a utilização das máscaras, a assepsia das mãos e evitar manter-se por muito tempo em locais fechados. Além disso, como no caso dos escritórios, recomenda-se que sejam mantidas todas as janelas do ambiente abertas, permitindo uma maior circulação e renovação de ar.

E no futuro, como será?

Quando se trata do vírus Sars-CoV-2, tudo é muito novo. É possível, inclusive, que a indústria de ar-condicionado seja capaz de desenvolver um filtro que combata esse vírus, assim como foi feito para outros microrganismos. Mas, e se houver outro vírus tão perigoso como esse num futuro não tão distante? O que a engenharia e a arquitetura podem fazer para auxiliar nessas situações?

Além das questões de sustentabilidade, a ventilação natural auxilia em manter o ambiente arejado e diminui riscos de contágio. Esse é um dos preceitos da Arquitetura Bioclimática.

Arquitetura Bioclimática

A Arquitetura Bioclimática é uma concepção de espaços, considerando as condições climáticas, fazendo uso dos recursos naturais disponíveis, minimizando impactos ambientais e o consumo energético. Inicialmente pode se tratar de uma construção cara, mas é possível que os valores sejam revertidos posteriormente.

Apesar do conceito parecer atual, é uma forma de projetar muito antiga. podendo ser observada por exemplo na configuração urbana das cidades romanas, que se dá de acordo com a orientação solar, nas casas do Sul de Portugal com suas fachadas caiadas ou os pátios interiores das edificações árabes. Seu maior preceito é a adaptação à temperatura, utilizando primordialmente o conceito de ventilação natural. É importante lembrar que as questões climáticas variam de acordo com a região, então deverá o projetista estudar bem a sua em questão.

Técnicas de resfriamento e ventilação natural

  • Ventilação cruzada: Essa técnica se vale do aproveitamento da diferença de pressão entre lados opostos da edificação, isso faz com que haja um fluxo de ar dentro da edificação que é insuflado pelas aberturas do lado de maior pressão e puxado pelas aberturas do lado de menor pressão.
  • Ventilação induzida: faz uso de sistemas de indução térmica para o resfriamento do ar. Consiste em colocar uma saída de ar sobre a parte superior das edificações para que o ar quente possa escapar. Pode-se dizer que essa técnica se trata de um ar condicionado natural.
Esquema de ventilação natural no interior de uma edificação
Imagem: ekohaus.com.br

Vale lembrar, que aliado a essa ventilação, poderão ser utilizados outros recursos para auxiliar na diminuição de temperatura das edificações, tais como: jardins próximos aos pontos de tomada de ar, intervenções mínimas na vegetação natural do terreno, antes das construções, telhados verdes, paredes mais espessas, pinturas refletoras de raios solares, fontes com reaproveitamento de água de chuva, dentre tantas outras medidas arrefecedoras.

Referências: OMS; BBC; LG; Revista Habitare; UNB.

Veja também:

E você, já conhecia o conceito da Arquitetura Bioclimática? Quer saber mais? Deixe sua mensagem nos comentários.

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Engenharia 360

Marceile Torga

Engenheira Civil, apaixonada por sua profissão, que gosta de aprender de tudo um pouco e de ensinar também.

Depois de dois meses na Estação Espacial Internacional (ISS), a dupla de astronautas da NASA que viajou em missão pela SpaceX está de volta à Terra.

Os astronautas Bob Behnken e Doug Hurley viajaram na primeira missão tripulada da SpaceX, parte de um programa da NASA que permitiu empresas privadas construírem e gerenciarem viagens para o espaço. A gente comentou sobre isso em uma #thread360, que você pode conferir abaixo:

Mas repare bem no nome da missão: “Demo-2”. Nela, a empresa do controverso Elon Musk se mostrou bem-sucedida no lançamento e chegada dos astronautas à ISS. Mas a missão só estaria completa depois do retorno seguro dos tripulantes à Terra.

No período que antecedeu o retorno, os astronautas não ficaram de férias. Os meses em que ficaram na ISS envolveram outra parte importante de sua jornada: morar e trabalhar a bordo do laboratório em órbita. Juntos, eles passaram mais de 100 horas ajudando ou conduzindo demonstrações de ciência e tecnologia na estação espacial, cujo ambiente de microgravidade pode permitir experimentos que não podem ser conduzidos na superfície da Terra.

Crew Dragon viaja de volta

Mas deu tudo certo! A viagem de volta ao planeta Terra durou aproximadamente 21 horas, A nave trazendo Doug Hurley e Bob Behnken pousou no mar por volta de 15h45 (de Brasília), no Golfo do México. Correu tudo bem, apesar da típica tensão derivada da entrada da nave na atmosfera, que é um momento crítico em função da alta velocidade e temperaturas atingidas nesse momento. A queda no mar é desacelerada por paraquedas, até que veio o “Splashdown!” (e claro que a gente se emociona).

https://www.instagram.com/p/CDZ49KlF2jb/

A cápsula Crew Dragon Endeavour que trouxe Bob e Doug será levada à costa para inspeção por parte da SpaceX, que pretende recuperar o veículo. Ela não será usada na próxima missão, pois existe uma capsula específica em construção para a missão Crew-1 em setembro, mas provavelmente será o veículo da Crew-2.

https://www.instagram.com/p/CDaEBpRpTqD/

Fonte: SpaceX.

Você acompanhou o retorno dos astronautas da NASA? Conta para a gente nos comentários!

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

A formação de engenheiros no Brasil está em transformação. As diretrizes curriculares nacionais para cursos de engenharia têm como objetivo promover um perfil de profissional com uma formação humanista, crítica e reflexiva, voltada para a sustentabilidade. No entanto, a prática mostra que ainda são poucos os profissionais que integram essa visão holística, considerando os impactos sociais e ambientais em suas atividades. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Desafios na formação da Engenharia Popular

Desde os anos 1960, a ciência e a tecnologia passaram a ser vistas não apenas como neutras, mas como áreas interligadas à sociedade, suscetíveis a críticas e questionamentos, especialmente no que diz respeito a ideias lineares de progresso. Apesar dessa mudança de perspectiva, estudos apontam que os cursos de engenharia, como os de aquicultura, alimentos, ambiental, civil, e outros, ainda apresentam uma predominância de uma visão tecnicista. Essa abordagem separa a teoria da prática e foca principalmente no setor industrial e privado.

Podemos inferir que os currículos de engenharia, pouco – ou nada – apresentam questões socioambientais nos problemas e soluções tecnológicas e que nesse afastamento acabou também por contribuir para desigualdades sociais e desiquilíbrio ambiental.

Dito isto, concluímos que um sistema de ensino puramente tecnicista tende a provocar a ganância e adormece a consciência coletiva. Neste contexto de resgate do cidadão engenheiro, surge um movimento internacional de múltiplas iniciativas de engenharia engajada, que refletem sobre o papel das engenharias e da produção sociotécnica, do qual a Engenharia Popular (EP) é uma das vertentes.

engenharia popular
Construção de tecnologia de saneamento ecológico no I Encontrão Sem Fronteiras (Rio de Janeiro-2019)

Veja Também: Quais são as Matérias de Engenharia Ambiental? Descubra Aqui!

Os princípios fundamentais da Engenharia Popular

A Engenharia Popular é guiada por princípios como a educação popular, a autogestão, a justiça social e ambiental, o feminismo e o respeito à diversidade. Esses princípios garantem que as soluções tecnológicas desenvolvidas sejam relevantes e atendam às necessidades das comunidades.

Portanto, as práticas da Engenharia Popular são norteadas pelos seguintes princípios:

  • educação popular;
  • autogestão;
  • justiça social e ambiental;
  • feminismo, antirracismo e contra LGBTfobia;
  • cuidado com a vida;
  • valorização da cultura em sua diversidade;
  • reconhecimento e diálogo entre os diversos saberes (populares, tradicionais e acadêmicos).

Resumindo, a Engenharia Popular repensa nos modos de produção e reprodução da vida.

Exemplos de casos de projetos e ações

A formação de engenheiros comprometidos com a justiça social e ambiental é fundamental para o fortalecimento da Engenharia Popular.

A Rede de Engenharia Popular Oswaldo Sevá (REPOS) é uma referência de Engenharia Popular. Ela tem propiciado a organização de espaços de formação e debate, para alunos e profissionais de engenharia e áreas tecnológicas, como os encontros nacional e regionais de engenharia e desenvolvimento social (ENEDS e EREDS).

Os debates e ações da rede perpassam por:

  • formação do engenheiro (estrutura curricular, extensão universitária, pesquisa-ação),
  • trabalho (organização, ergonomia, saúde, agricultura, extrativismo, empresas recuperadas, empreendimentos de economia solidária, autogestão, catadores),
  • sustentabilidade (energia, água, reciclagem, objetivos de desenvolvimento sustentável),
  • direito à cidade (habitação, mobilidade, acessibilidade), questões de gênero/raça/etnia (desigualdade, opressões, xenofobia),
  • tecnologia (social, assistida, inclusão digital, software livre),
  • dentre outros.

A importância da formação

A Engenharia Popular demonstra que a tecnologia pode ser um instrumento poderoso para a transformação social.

A ciência e a engenharia são catalizadores das grandes transformações na sociedade. Mas para uma verdadeira transformação econômica, social e ambiental de um país como o Brasil, é preciso que a engenharia se comprometa de fato com as questões que verdadeiramente importam para uma vida sustentável do país e do planeta.

Entenda qual a importância da Engenharia Popular para a transformação social
V Congresso Brasileiro dos Engenheiros sem Fronteiras (2019).

Estamos recebendo muitos alertas da natureza. Até quando vamos esperar para mudar?

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Entenda qual a importância da Engenharia Popular para a transformação social

Texto escrito por Sandra Rufino, docente do DEP/CT/UFRN. Mestre e Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo e pós-doutora em Tecnologias Sociais pela Université Catholique de Louvain. É membra fundadora e coordenadora do Grupo Multidisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão em Projetos de Engenharia e Gestão Aplicados ao Desenvolvimento Ambiental e Social (PEGADAS-UFRN), membra fundadora da Rede de Engenharia Popular Osvaldo Sevá (REPOS), conselheira dos Engenheiros Sem Fronteiras (ESF) Brasil e orientadora do ESF Natal. Atua com Engenharia Popular, Tecnologias Sociais e Economia Solidaria desde 2000.

Fontes:

BAZZO, J. L. S; BAZZO, W. A. Qual formação profissional? Qual responsabilidade social?. In: XXXVIII COBENGE, 2010, Fortaleza. Anais XXXVIII COBENGE. Fortaleza: ABENGE, 2010. v. 1.

BORDIN, L.; BAZZO, W. C. Sobre (in)coerências entre a universidade pública e popular, a engenharia e o desenvolvimento de tecnologias sociais. Educitec, Manaus, v. 05, n. 11, p. 55-72, jun. 2019.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES n. 11, de 11 de março de 2002. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Seção 1, p. 32, 9 abr. 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES112002.pdf>. Acesso em: 23 janeiro 2020.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES n. 2, de 24 de abril de 2019. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Seção I, p. 43, 26 abr. 2019. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=112681-rces002-19&category_slug=abril-2019-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 23 janeiro 2020.

COLOMBO, Ciliana R. Princípios teórico-práticos para formação de engenheiros civis: em perspectiva de uma construção civil voltada à sustentabilidade. 2004. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Centro tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

DWEK, Mauricio. Perspectivas para a formação em engenharia: o papel formador e integrador do engenheiro e o engenheiro educador. 2008. (Graduação em Engenharia Metalúrgica). Escola Politécnica. Universidade de São Paulo, 2008

DWEK, M.. Por uma renovação da formação em engenharia: questões pedagógicas e curriculares do atual modelo brasileiro de educação em engenharia. 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, COPPE, Rio de Janeiro, 2012.

FRAGA, L. S. O curso de graduação da faculdade de engenharia de alimentos da UNICAMP: uma análise a partir da educação em ciência, tecnologia e sociedade. 2007. 86p.Dissertação (Mestrado em Política Científica e Tecnológica) – Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2007.

FRANKEL, R. Por uma engenharia de produção comprometida com a sociedade. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Rio De Janeiro.

GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. São Paulo: Editora e Livraria Paulo Freire, 2008.

INVERNIZZI, Noela; FRAGA, Lais. Educação em Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente. Vol.1, Número Especial. Revista Ciência & Ensino, 2007.

KLEBA, J. Engenharia engajada: desafios de ensino e extensão. Revista Tecnologia e Sociedade, Curitiba, 13, 27, pp. 172-189, 2017.

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Engenharia 360

Engenheiros Sem Fronteiras Brasil

Ser Engenheiros Sem Fronteiras é acreditar na importância da engenharia para o desenvolvimento social e ser protagonista desta transformação.

Quando pensamos em um engenheiro, seja ele engenheiro civil, de produção, mecânico ou outro, a primeira coisa que vem a cabeça é que eles devem possuir total domínio de cálculos complexos e física, certo?

Então, não é bem assim! É claro que esses profissionais costumam possuir um certo domínio sobre essas áreas, mas um engenheiro civil possui um leque de possibilidades de atuação muito grande.

Dessa forma, ele/ela precisa desenvolver uma diversidade de habilidades para efetuar seu trabalho com sucesso e alcançar os objetivos que são delegados.

Os engenheiros civis são responsáveis por, além dos processos construtivos, coordenação de equipes e de materiais, pelo planejamento, controle e criação de projetos, verificação da qualidade e segurança, entre outras funções.

Essa necessidade do engenheiro civil ser “multitarefas” dentro do ambiente de trabalho faz com as empresas contratantes exijam determinadas habilidades que possibilitem a flexibilização do funcionário dentro da empresa.

Engenheiro civil multitarefas
Imagem: Mariogogh via Unsplash

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Os engenheiros, em geral, são solucionadores de problemas, assim como também são a ferramenta responsável para que os problemas não ocorram.

Esses profissionais precisam ter uma visão ampla de todo cenário que está inserido, dominando questões que muitas vezes nem são da sua alçada, mas que interferem diretamente no seu trabalho.

Para definir e resumir um pouco das habilidades valorizadas nos engenheiros civis pelo mercado de trabalho, selecionamos as 5 principais.

Confira: O que é Construção Civil? Clique e descubra!

1- Capacidade de solucionar problemas de alta complexidade

Como já mencionado anteriormente, o engenheiro civil é um solucionador de problemas, assim como tem o dever de evitar ao máximo que eles ocorram. Nesse contexto, lidar com a complexidade com maestria é algo essencial na vida de um engenheiro civil.

A inovação e a segurança são dois pontos muito importantes na hora de projetar e liderar. Por isso, um engenheiro civil precisar de capacidade de raciocínio lógico, pensamento inovador, boa comunicação, ter visão de mercado e ter um ótimo senso de observação para garantir que os projetos desenvolvidos e executados não gerem transtornos posteriores e nem durante a execução.

Ao projetar e executar um edifício em região litorânea por exemplo, é necessário atenção a diversos fatores que podem interferir no sucesso do projeto, como: velocidade dos ventos, força das ondas (se o edifício for a beira-mar), composição das camadas de solo do local, entre outros.

Edifícios complexos de Dubai
Imagem: Christoph Schulz via Unsplash

2- Capacidade de trabalhar em equipe

Desde a função mais simples até a mais complexa desempenhada pelo engenheiro civil, ele precisará lidar com o trabalho em equipe. Para projetar e executar uma obra de pequeno, médio ou grande porte, você precisa trabalhar em conjunto, em parcerias.

Durante a graduação, o engenheiro civil aprende um pouco de cada área em que pode atuar, mas somente após ganhar experiência e se especializar ele consegue dominar um ramo da engenharia, não sendo possível dominar a fundo todos os ramos, por isso é necessário o trabalho em conjunto.

Por mais que ele seja “multitarefas”, isso não significa que ele domine todas elas a fundo. Por isso, ter uma boa comunicação, saber ouvir os especialistas em cada área e ter a capacidade de assumir que precisa de auxílio para que projeto seja realizado da melhor forma possível, é imprescindível.

Trabalho em equipe de engenheiros civis
Imagem: RAEng via Pixabay

3- Liderança e Comunicação

Andando em paralelo com a capacidade de trabalhar em equipe estão as habilidades de ter uma boa comunicação e liderança. Um engenheiro civil costuma ocupar cargos altos na empresa e precisa desenvolver uma excelente capacidade comunicação e saber liderar, lembrando que liderança não é “mandar”.

Uma definição bem bacana para liderança encontrada no site Significados é:

“Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos.”

Por isso, a comunicação é outro fator importante, é preciso ser claro e objetivo. Ao liderar, se é responsável pelo bem estar no ambiente de trabalho dos subordinados, além de estar em uma posição de respeito em que pode inspirar e influenciar em suas ambições e visão de futuro.

Por existir varias pessoas envolvidas no projeto e na construção, o engenheiro civil dever ser claro e coeso nas informações que passar e nas ações que delegar. Qualquer informação que possa se perder, ser mal compreendia ou ser mal expressada pode causar impactos diretos ao projeto e à sua execução, causando dados financeiros e até materiais.

Liderança de engenheiros civis
Imagem: thisisengineering via Unsplash

4 – Planejamento e Gerenciamento de projetos

Um engenheiro civil deve possuir a capacidade de efetuar o planejamento e desenvolvimento de projetos, saber ler e interpretar, ser capacitado para treinar e gerenciar as equipes de desenvolvimento e execução do projeto.

Para atingir os resultados almejados sem problemas, o engenheiro civil deve atuar em varias frentes, possuindo algumas das características abaixo:

  • Aptidão para fazer cálculos;
  • Desenvolver a análise de riscos do projeto;
  • Entender sobre custos e finanças;
  • Dominar tecnologias,softwares e demais ferramentas de planejamento e desenvolvimento de projetos de engenharia civil;
  • Facilidade de projetar e analisar as construções;
  • Ser apto a supervisionar e inspecionar construções;
  • Analisar os impactos das obras;
  • Consciência ambiental.
Engenheiro civil desenvolvendo projetos
Fonte: Pixabay Autor: RAEng

5- Ser flexível e buscar melhoria contínua

Assim como toda profissão, o engenheiro civil deve estar constantemente buscando conhecimento e evolução, não somente como profissional, mas também com ser humano.

A resiliência deve estar presente no cotidiano do engenheiro civil, dentro e fora do ambiente de trabalho, assim como o altruísmo. Ao lidar com muitas pessoas é necessário calma e possuir um “jogo de cintura” para lidar com os problemas que aparecem, assim como se adaptar a novas realidades.

Quando se busca por conhecimento e dominar novas habilidades, o engenheiro civil está abrindo portas para si mesmo. Um profissional que está antenado, que possui visão e bom comportamento junto aos seus colegas de trabalho é visto com ótimos olhos pela empresa.

Por isso, é indispensável a busca interrupta por fontes de informação e conteúdos que o possibilite apresentar um serviço de alto nível, assim como estar antenado às tendencias de mercado, às informações financeiras e conhecimentos práticos que podem agilizar os processos desde o desenvolvimento de projetos até a execução no canteiro de obras.

Uma dica é ficar antenado nos assuntos referentes à Indústria 4.0, ao Lean Construction e ao BIM.

E aí, o que acharam? Você acha que possui algumas ou todas dessas habilidades listadas? É possível ver que há habilidades que são interligadas e que em uma habilidade, na verdade, existem várias, e olha que só listamos cinco.

Mas conta aqui nos comentários o que achou na matéria, gostaria de saber mais informações a respeito? Pretende melhorar suas habilidades como engenheiro civil?

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Fontes: Educa Mais Brasil , Faro , Unicesumar.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Luana Espindola Ribeiro Aguiar

Engenheira Civil; formada pela Universidade La Salle; trabalha como coordenadora de planejamento e controle de custos, com foco em gestão corporativa, construção civil e engenharia de custos.

O incrível e famoso monumento de Jesus Cristo, denominado Cristo Redentor, símbolo brasileiro e uma das 7 maravilhas do mundo moderno, contém um projeto inovador para a época e uma execução admirável.

Planejamento

O Corcovado, morro onde Cristo se encontra, já era famoso antes mesmo do monumento ser construído, estando presente em pinturas da época. Portanto, a localização já atraía turistas por ser um ponto de observação, e atraiu ainda mais após a implementação do bonde da Estrada de Ferro do Corcovado, que fazia o percurso morro acima.

Após uma reunião entre autoridades do governo e religiosos, em 1921, a obra começou a ser planejada. O engenheiro escolhido para ser responsável pela obra foi Heitor da Silva Costa, após vencer um concurso do projeto.

Para dar vida ao monumento, foi feita uma campanha nacional para arrecadar fundos. Foram lembrados como possíveis locais para instalação os morros Pão de Açúcar, Morro Santo Antônio e o Corcovado, contudo o terceiro se destacou mais por ser integrado com uma linda porção da Mata Atlântica.

cristo-redentor-no-corcovado
Imagem: Gabriel Rissi/Unsplash

Os responsáveis pelo projeto, além do engenheiro, foram o artista plástico brasileiro Carlos Oswald, responsável pelo design final, e o escultor francês Paul Landowski, que modelou as peças que compõem a estrutura.

Estrutura

Inicialmente, o Cristo seguraria uma cruz e um globo terrestre, mas a ideia de fazê-lo de braços abertos, como se estivesse abraçando a cidade, prevaleceu. Além disso, sua cabeça é inclinada para baixo, reforçando a ideia de que ele está protegendo e abençoando a população. Mesmo para quem não é religioso, é inevitável admitir que o Cristo Redentor é um símbolo que coroa a cidade do Rio de Janeiro e leva essa imagem para o mundo inteiro.

O monumento tem 38 metros de altura, cerca de mil toneladas e se encontra sobre um morro de 700 metros de altitude. Mas você sabia que ele veio da França, em pedaços, para ser montado aqui? O escultor francês desenvolveu todos os moldes de gesso e mandou para o Brasil. Só a cabeça era feita por 50 peças, e cada mão media 3,2 metros de comprimento! Louco né?

Como o Cristo Redentor foi construído?
Imagem: www.visitriodejaneiro.city

A estrutura consiste em 4 pilares e 12 andares em concreto armado, o que não era muito comum na época. Com exceção das mãos, ela é oca, permitindo o acesso interno através de uma escadaria metálica. O Cristo também tem um coração, localizado no oitavo andar, e na cabeça e braços se encontram para-raios.

Desafios da construção

A construção teve início em 1926 e durou 5 anos, sendo inaugurada no dia 12 de outubro de 1931.

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Imagem: S.H. Holland/Acervo IMS

Foram muitas as dificuldades que os operários enfrentaram, como raios durante tempestades, forte calor no verão e muitos problemas de logística, pois o canteiro de obras continha apenas 15 metros de diâmetro. Com todos esses problemas, nenhuma morte ou acidente ocorreu na construção. Devido às circunstâncias, é de se admirar né?

Falando em canteiro de obras, imagina ter de levar todos os materiais lá pra cima e ainda ter de trabalhá-los em um local com dimensões limitadas? O canteiro teve de ser dividido em 2 partes: a primeira no topo, onde havia depósitos, andaimes (que foram feitos de doações dos antigos trilhos de um bonde), uma grua, elevador de carga, betoneira e área de dosagem.

A segunda parte do canteiro em um local mais baixo e maior, e foi interligada com a primeira através de um sistema inclinado de quase 50 metros. Continha um barracão de corte, dobra e solda, concentração de materiais e uma área de convivência que abrigava refeitórios, banheiros e dormitórios.

Execução

Primeiramente foram feitos os nivelamentos e vigamentos e, após isso, a estrutura de pilares e contraventamentos foi levantada. Os componentes que vieram da França foram sendo implementados de cima para baixo. Para a concretagem dos componentes, os moldes eram mergulhados em argamassa e depois recebiam a armação em aço e concreto.

Após a secagem, a superfície externa ia sendo modelada pelos operários com base nos desenhos, e depois foi revestida em pedra-sabão triangulado rejuntado. Foi assim que o nosso simbólico Cristo Redentor ganhou vida!

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Imagem: Pedro Kirilos/Riotur

Fontes: Instituto de Engenharia; Archdaily;

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Você já visitou o Cristo Redentor? Conta pra gente como foi sua experiência e o que você achou!

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Engenharia 360

Júlia Sott

Engenheira Civil, formada pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS; estudou também na Stanford University; passou um período trabalhando, estudando e explorando o Vale do Silício, nos Estados Unidos; hoje atua como analista de orçamentos ajudando a implantar novas tecnologias para inovar na construção civil.

O documentário “Fome de Poder”, disponível na Netflix, além de entretenimento é também uma fonte de aprendizado, na qual podemos ver na prática alguns conceitos aprendidos na graduação. Assim, hoje trazemos alguns conceitos abordados para uma análise do ponto de vista da Engenharia de Produção.

Ray Kroc em frente a uma das lojas do Mc Donald's em Minnesota
Ray Kroc em frente a uma das lojas do Mc Donald’s em Minnesota. Fonte: medium.com/tuliopb

1. Aplicação do Princípio de Pareto

Os irmãos McDonald’s, ao contarem sua história para Ray no início do documentário, mencionam que em certo ponto perceberam que, de seu menu composto de aproximadamente 30 itens, 3 eram responsáveis por 87% do faturamento: sanduíches, batata frita e refrigerante. Dessa maneira, aplicaram o princípio de Pareto, que estabelece que a maior parte dos lucros são gerados pela menor parte dos produtos, geralmente obedecendo a proporção de 80% de lucro para 20% de produtos. O gráfico de Pareto é uma das ferramentas da qualidade estudadas na Engenharia de Produção e você pode conhecer mais sobre elas clicando aqui.

2. Redução de custos a partir da adaptação do modelo de negócios

Inicialmente o McDonald’s operava no modelo drive-in, no qual os consumidores chegavam em seus veículos e eram servidos neles por garçonetes. Apesar de ser um modelo lucrativo no início, havia vários problemas: atraía clientes “ruins” – adolescentes barulhentos que os irmãos McDonald’s chamavam de “baderneiros e delinquentes” – e que, além da bagunça, atrapalhavam o trabalho das garçonetes, causando insatisfação com o serviço, além de constantes furtos e degradação das louças utilizadas. Todo esse cenário também aumentava o custo, afinal além do gasto com a folha de pagamentos das garçonetes, tinham que repor os itens furtados ou quebrados.

Assim, após aplicar o princípio de Pareto citado no ponto anterior, mudaram também alguns pontos em seu modelo de negócios: em vez de as garçonetes entregarem o alimento nos carros, cada cliente deveria ir até as janelas pegar seu pedido – desse modo reduziram o custo com a folha de pagamento. Além disso, substituíram as louças por embalagens de papel e plástico, reduzindo ainda mais o custo. Essas mudanças, além dos benefícios financeiros, criaram um ambiente que atraía clientes melhores. Fica uma lição para quem estuda ou pratica a Engenharia de Produção: sempre devemos procurar entender quais as consequências, boas ou ruins, das soluções propostas em nossas análises.

3. Aumento na produtividade a partir de simulação de mudanças no layout da produção

Um outro problema enfrentado no modelo de negócios inicial era o tempo de produção de um pedido. Para resolver isso, os irmãos foram a uma quadra de tênis e, no chão, desenharam um novo layout para a cozinha de forma que o processo de produção fosse mais fluido e, consequentemente, mais rápido.

Antes de chegar no layout final, entretanto, levaram seus funcionários para a quadra para “testar” o novo modelo imaginado. Ou seja, eles simularam o que aconteceria na realidade caso aquele modelo fosse adotado. Vendo que alguns pontos não funcionaram, adaptaram ali mesmo para testar novamente. Vemos aqui um princípio da simulação: modelar e testar cenários antes de implementar. Você pode aprender mais sobre a importância da Simulação na Engenharia de Produção clicando aqui.

funcionários em quadra, testando novo layout
Fonte: subtraction.com

4. Padronização a partir de “estudo” de tempos e movimentos

Juntamente à mudança do layout, foi desenvolvida também uma linha de produção na qual cada funcionário tinha os movimentos certos a serem feitos e de forma que o processo fosse padronizado. Ou seja, a partir desse “estudo” dos tempos e movimentos dentro do novo layout, conseguiram reduzir um dos desperdícios da produção, a movimentação excessiva – dentro do novo modelo cada movimento tinha um propósito.

A combinação dos pontos 3 e 4 levou a produção diminuir de aproximadamente 30 minutos para 30 segundos.

funcionários preparando alimentos em linha de produção
Fonte: icgmagazine

5. Diferenciação a partir da criatividade

Uma das características mais importantes para o(a) Engenheiro(a) é conseguir manter-se criativo mesmo no meio de tantos métodos e ferramentas “padrão” que aprendemos na faculdade. Apesar de este ponto não estar necessariamente ligado à Engenharia, acredito que valha a pena destacar.

Ray, a partir do input dos irmãos sobre os “arcos de ouro”, percebeu que isso poderia ser algo único, a marca do McDonald’s. Assim como cada cidade tinha uma igreja com uma cruz e um tribunal com uma bandeira dos Estados Unidos no topo, ele visualizou que cada cidade deveria ter um McDonald’s com os arcos de ouro, que o diferenciaria de qualquer outro restaurante e que remeteria ao lugar onde as pessoas se encontram para comer sanduíches.

frente do mcdonalds, documentário fome de poder
Fonte: businessinsider.com

Para finalizar, podemos observar que, na prática, muitas vezes os conceitos da Engenharia de Produção não são aplicados isoladamente e, quando são, geralmente os resultados afetam mais de uma área. Assim, é importante sempre olhar o sistema como um todo e identificar quais conceitos e ferramentas se aplicam ao problema em questão.

Quais pontos você adicionaria nessa análise? Concorda com os pontos apresentados? Deixe seu comentário!

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Engenharia 360

Jéssica

Engenheira industrial; formada pela Universidade Estadual do Norte Fluminense; com passagem pelo Instituto de Tecnologia de Rochester; tem experiência em cadeia de suprimentos (supply chain), e já atuou nas funções de Logística, Planejamento e Programação de Materiais.

Se o seu sonho é estudar no Instituto Militar de Engenharia, o IME, aproveita! Ele está com as inscrições abertas para vários cursos de Engenharia.

Os cursos do IME

Localizado no Rio de Janeiro, ”O IME é um estabelecimento de ensino do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) responsável, no âmbito do Exército Brasileiro, pelo ensino superior de Engenharia e pela pesquisa básica.”

O CFG (Curso de Formação e Graduação) no IME tem duração de cinco anos letivos e é destinado aos brasileiros com o ensino médio completo. Tem como objetivo a formação do oficial e a graduação do engenheiro militar.

Instituto militar de engenharia ime campus prédio
Imagem: jcconcursos.uol.com.br

De acordo com o IME, no CFG são oferecidos dois tipos de cursos que graduam engenheiros dentre as especialidades oferecidas, definidas anualmente pelo Estado Maior do Exército (EME). São eles:  

  • Curso de Formação e Graduação de Oficiais da Ativa do Quadro de Engenheiros Militares (QEM): destinado aos(às) candidatos(as) que desejam seguir a carreira militar;
  • Curso de Formação e Graduação de Oficiais da Reserva de 2ª Classe do Quadro de Engenheiros Militares (QEM): destinado aos(às) candidatos(as) que não desejam seguir a carreira militar.

E as respectivas especialidades de engenharia oferecidas atualmente pelo IME são:

  • Fortificação e Construção (Eng. Civil);
  • Elétrica;
  • Eletrônica;
  • Comunicações;
  • Mecânica e de Armamento;
  • Mecânica e de Automóveis;
  • Materiais;
  • Química;
  • Cartografia; 
  • Computação.

Sem deixar de esquecer do ciclo básico, que corresponde aos 2 primeiros anos do curso.

Inscrições 2020:

As inscrições são feitas através do site do IME e estão abertas desde o dia 02/07 até 18/08, com uma taxa de inscrição no valor de R$ 100,00. Além do ensino médio completo, e ser brasileiro(a) nato(a), os candidatos devem ter no mínimo 16 anos de idade e no máximo 22 anos completados até 31 de dezembro do ano da matrícula. Também devem possuir altura mínima de 1,60 m para os candidatos do sexo masculino ou, se do sexo feminino, a altura mínima de 1,55m, além de outros requisitos. As informações completas do CA/CFG, inclusive a relação de vagas oferecidas, se encontram disponíveis no edital no site do IME.

Vale destacar, que além da graduação, o instituto também ministra cursos de pós-graduação e extensão universitária para militares e civis. Também como benefícios, oferece aos seus alunos fardamento, alimentação, assistência médica, dentária, psicológica, alojamento e soldo, claro que com particularidades para alunos da ativa e da reserva.

Certamente que os cursos do IME possuem excelência, tornando-o concurso como um dos mais disputados do país, onde o nível de avaliação (em todo o processo de aprovação), tanto pela concorrência de vagas, mas também na aplicação das provas intelectuais, físicas etc, é muito elevado, onde se exige muito dos candidatos, em todos os aspectos.

Veja Também:

Já teve vontade de estudar no Instituto Militar de Engenharia? Conta para a gente nos comentários!

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Engenharia 360

Fabrício Silva

Engenheiro Mecânico, Pós Graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho e Eletrotécnico. Baiano, tricolor, amante de um bom samba e uma resenha de qualidade.