A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi criada com o objetivo de regulamentar a coleta, o tratamento, o armazenamento e o compartilhamento de dados pessoais gerenciados por empresas e organizações.

A LGPD foi inspirada em uma regulação internacional existente, denominada “General Data Protection Regulation” (GDPR).

Foi instituída no Brasil também, junto ao projeto de lei 13.709/2018, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), como autoridade pública federal independente para supervisionar e fiscalizar a execução da LGPD.

Mãos de uma pessoa utilizando laptop. Em destaque aparece um cadeado, simbolizando a segurança de dados.
Imagem: eboxapps.net

As regras trazidas já foram impostas e as empresas tem até o dia 16 de agosto de 2020 para se adequarem a LGPD. Isso implica diretamente na gestão de dados das instituições e, por isso, os profissionais de tecnologia da informação, como os engenheiros de software e engenheiros da computação, por exemplo, terão papel fundamental no processo.

A quem se aplica?

A lei se aplica a empresas que estejam estabelecidas no Brasil ou que ofereçam serviços a brasileiros. As exceções da aplicabilidade da lei ficam para os dados corporativos e de negócio, dados para fins particulares e não econômicos, e dados para fins jornalísticos, artísticos, acadêmicos, penais, investigativos, e de segurança pública.

Representação de uma cadastro de dados pessoais através de linhas de código de programação.
Imagem: a4comex.com.br

A lei interpreta alguns termos que são importantes:

  • Dado pessoal: informação relacionada à uma pessoa identificada ou identificável;
  • Dado pessoal sensível: dados de saúde, raça e etnia, opção sexual, convicção religiosa, opinião política, entre outras;
  • Dado anonimisado: informações que não possuem rastreabilidade, em que o titular não pode ser identificados;
  • Estado dos dados: os dados podem ser: em uso, em nuvem, em movimento, em respouso, estruturados e não estruturados;
  • Tratamento de dados pessoais: refere-se à coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processamento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da informação, modificação, comunicação, transferência, difusão ou extração dos dados;
  • Titular do dado: pessoa que detém direito sobre seus dados pessoais;
  • Controlador do dado: pessoa física ou jurídica, responsável pelas decisões acerca do tratamento de dados;
  • Operador do dado: pessoa física ou jurídica que realisa o tratamento de dados pessoais em nome do controlador.

Objetivo da LGPD

A LGPD busca inserir o Brasil progressivamente num contexto mundial de boas práticas para gestão de dados. A necessidade transparência no uso de informações tem sido cada vez mais requerida para a segurança jurídica no mundo dos negócios. Desse modo, o que se busca é tratar de regular o uso de dados e proteger o consumidor/usuário brasileiro.

As empresas que, por ventura, violarem a LGPD, estarão sujeitas à sanções de advertências, multas, bloqueios, suspensões e proibições parciais ou totais da realização de seus serviços. As multas poderão atingir o valor máximo de R$ 50 milhões por infração ou a 2% do faturamento da organização.

O que esperar da aplicação da LGPD?

A LGPD permitirá maior segurança jurídica para pessoas físicas e jurídicas, garantindo os respectivos direitos individuais. Além disso há um alinhamento com as melhores práticas internacionais na gestão de dados, o que reflete-se em estímulo para um desenvolvimento sustentável da economia e dos negócios nesse contexto. Inserções de tecnologias como blockchain podem beneficiar a segurança no uso de dados.

Homem sentado em mesa utilizando um tablet. Texto em destaque no centro da imagem cita "COMPLIANCE".
Imagem: jusbr.com

Existe uma abordagem estratégicas para o tratamento de dados pessoais. É importante entender a LGPD não como maior restrição ou rigor jurídico para captação e uso de dados, mas também como uma oportunidade para as empresas. Isto, pois, é possível utilizar a regulação para obter vantagem competitiva no uso dos dados, desde que com um planejamento correto e aplicando as boas práticas de privacidades.

Para isso, as organizações precisam demonstrar a partir de agora a conformidade e responsabilidade em relação à gestão de dados, aumentando assim o nível de confiança de seus clientes e partes interessadas.

O que esperamos como resposta é a prática da transparência, da ética e compliance, de modo que exista sempre segurança para o uso e gestão de dados.

Você acha que existe transparência e segurança na gestão de dados atualmente? Compartilhe sua opinião conosco nos comentários!


Fontes: Delloite, ClickCompliance, Governo Federal.

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Engenharia 360

Matheus Martins

Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.

Cá estamos, quatro meses após o primeiro caso de Covid-19 no Brasil, e o setor da construção civil, assim como outros setores considerados essenciais, não parou nos últimos meses.

Cerca de 88% das obras continuaram em andamento desde o início da pandemia e, com a covid-19, veio a necessidade de adaptações e cuidados nos canteiros de obras.

Essas mudanças vieram com o intuito de conter a disseminação da doença e garantir a saúde dos trabalhadores e familiares, tornando a continuidade do trabalho nesses locais mais segura para todos

Canteiro de Obras
Imagem: Josue Isai Ramos Figueroa via Unsplash

Confira: O que é Construção Civil? Clique e descubra!

Em 14 de abril deste ano, a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) divulgou orientações gerais e específicas para alguns setores, como o da construção civil, referente a cuidados e orientações para trabalhadores e empregadores desse setor durante pandemia.

O documento, que pode ser acessado clicando aqui, menciona a necessidade de prevenção ao novo coronavírus e o achatamento da curva de contágio. Dessa forma, ele orienta medidas a serem tomadas pelo setor da construção civil, prevendo a diminuição do contágio e mantendo os empregos e a atividade econômica do setor.

A primeira medida a ser adotada, não somente pelo setor da construção civil, foi a identificação de funções que possibilitam a realização de suas atividades por meio do trabalho remoto, o famoso Home Office.

Desse modo, os funcionários que trabalham nos escritórios, por exemplo, passam a trabalhar de forma remota diminuindo o número de pessoas que circulam nos canteiros e evitando a formação de aglomerações.

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, aconselha-se a definição de turnos diferenciados de trabalho, para não só diminuir número de pessoas no canteiro como também durante o deslocamento em transportes coletivos.

Home Office
Imagem: Michael Soledad via Unsplash

Separamos outras medidas recomendadas e que têm sido empregadas nos canteiros de obras:

  • Emitir comunicados sobre evitar contatos muito próximos;
  • Incentivo e informação refente ao uso correto de máscaras;
  • Procedimentos contínuos de higienização das mãos, com utilização de água e sabão e/ou uso de álcool 70%. Sendo dever da empresa disponibilizar esses materiais para os funcionários, assim como toalhas de papel;
  • Uso e higienização de equipamentos de proteção individual (EPI);
  • Higienização constante dos ambientes de uso comum com uso de sanitizante ou solução de hipoclorito;
  • Recomendação que cada ambiente possua álcool 70% disponível para os funcionários e de fácil acesso;
  • Restringir a entrada e circulação de pessoas que não trabalham no canteiro de obras;
  • Criação e identificação de protocolos e encaminhamento de trabalhadores com suspeita do vírus;
  • Evitar compartilhamento de utensílios de uso pessoal.
  • Manter os ambientes arejados e evitar aglomerações, mantendo a distância de no mínimo um metro entre os trabalhadores;
  • Recomendação de que os trabalhadores levem refeições de casa ou que a empresa forneça marmitas ou similares;
  • Férias individuais ou coletivas aos funcionários que se enquadrem nos grupos de risco;
  • Medição da temperatura dos funcionários ao chegar no caneiro de obras.
Cuidados durante a pandemia
Tai’s Captures via Unsplash

Muitas dessas medidas mencionadas não são aplicadas somente no canteiro de obras, algumas delas já estamos familiarizados através do meio em que convivemos, comércios e até mesmo dentro de nossas próprias casas.

É muito importante que todas essas medidas e ainda outras que não foram aqui mencionadas, sejam respeitadas, não somente pelo setor da construção civil, para que a contaminação pelo Covid-19 diminua e consigamos atravessar essa pandemia e então alcançar o tão almejado fim dessa quarentena.

Caso queira saber mais sobre os efeitos da pandemia sobre o setor da construção civil acesse nossa matéria “O impacto da pandemia na construção civil: como o setor retoma o crescimento“.

Logo abaixo seguem outras de nossas matérias relacionadas:

O que achou da matéria? Essas medidas têm sido colocadas em prática na sua empresa ou na empresa onde você trabalha? Como você enxerga o mercado da construção civil durante a pandemia?

Fontes: Jornal Contábil , Mobuss Construção , SECONCI , Conexão Trabalho.

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Engenharia 360

Luana Espindola Ribeiro Aguiar

Engenheira Civil; formada pela Universidade La Salle; trabalha como coordenadora de planejamento e controle de custos, com foco em gestão corporativa, construção civil e engenharia de custos.

O Vectorworks é um software desenvolvido para auxiliar arquitetos, engenheiros e profissionais de áreas correlatas, ajudando na tomada de decisão, assim como na criação e desenvolvimento de projetos.

Suas funções e seu design potencializam a elaboração de projetos mais qualificados. Os resultados, com ele, são obtidos com mais eficiência e precisão.

Resumidamente, é um software bastante conhecido no ramo e oferece sua tecnologia com excelência. Mas o que acha de conhecer mais sobre ele para ver se pode ajudar na sua atuação acadêmica ou profissional? Acompanhe!

O que é o Vectorworks?

O Vectorworks é um software de Computer-Aided Design – CAD. Foi desenvolvido pela empresa norte americana Nemetschek North America (NNA) e pode ser usado para criação e documentação de projetos.

Ele oferece diversos recursos como a tecnologia BIM (Building Information Modeling), queridinha de quem precisa integrar seus projetos segmentados com outras áreas. Softwares com BIM, em suma, deixam o trabalho bem mais dinâmico e ágil.

Também podemos citar a presença dos recursos CAD 2D, CAD 3D, modelagem 3D, maquete eletrônica e renderização. Além disso, o software foi o primeiro a receber certificação IFC Reference View 1.2 de Especialista (Architectural Reference Exchange).

vectorworks
Crédito: vectorworks.net

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Aplicações na Engenharia

O software Vectorworks é um grande aliado dos arquitetos. No entanto, pode ser muito eficiente em diversas aplicações em áreas da engenharia. Entre as possibilidades de uso podemos citar, por exemplo:

Modelagem 3D

Pode criar projetos 3D como plantas, projetos hidráulicos e elétricos. A qualidade das imagens é um diferencial, assim como a precisão dos designs.

Tecnologia BIM

A tecnologia BIM revolucionou a maneira de se trabalhar em grandes projetos. É através dela que outras áreas podem se incluir em um mesmo sistema de criação, em tempo real, otimizando o tempo de entrega.

Versões para aplicações especializadas

O software, a saber, possui aplicações especializadas que podem ser benéficas para arquitetos, engenheiros e designers que almejam elaborar projetos com nível avançado de detalhes.

Podem ser feitos desenhos mecânicos em 2D e 3D com ótimos recursos de modelagem. Além disso, apresenta interface fácil e intuitiva que possibilita a realização de projetos simplificadamente, mas sem perder a precisão.

As apresentações com o Vectorworks mostram todo o acabamento do projeto, desde o exterior até a parte interna de uma construção, com riquezas de minuciosidades. Isso é bem bacana porque possibilita também o estudo de pontos importantes da obra, como instalações elétricas ou de água.

software Crédito: Landscape manegement
Crédito: Landscape manegement

Confira: Curso de SketchUp Profissional + LayOut + Bônus

Principais concorrentes

Podemos destacar dois potenciais concorrentes do VectorWorks, principalmente por conta da tecnologia BIM. São eles:

ArchiCAD

É um software produzido pela húngara Graphisoft. Também possui a tecnologia BIM e oferece ferramentas para construção e demais projetos, inclusive com modelagem 3D.

É muito popular no continente europeu. Entretanto, tem ganhado espaço no Brasil pouco a pouco. É bastante usado para realizar projetos de design de interiores.

Leia mais sobre ArchiCAD aqui.

Revit

O Software Revit é desenvolvido pela norte americana Autodesk. Possui tecnologia BIM e é muito elogiado pela riqueza de detalhes que ele carrega, algo semelhante ao Vectorworks.

Com ele, é possível também fazer toda uma análise virtual da obra em três dimensões. Outra característica é a possibilidade de realizar um planejamento de custos.

Leia aqui mais sobre o Revit.

Licenças Vectorworks para profissionais e estudantes

Você pode obter a versão para teste gratuito, a versão paga e a licença para estudantes do Vectorworks.

Para experimentar o software, indicamos que você baixe a versão gratuita. É uma boa dica para ver se ele atende suas expectativas. Você primeiro deverá fazer um cadastro no site da Vectorworks. Entre aqui para seguir os passos.

A versão para estudantes também é gratuita, mas por tempo limitado. Pode ser ótimo para você que está na faculdade e precisa realizar os trabalhos acadêmicos com o programa. Entre no site para obter sua licença.

Agora se você já conhece o software, sabe de sua funcionalidade e tem certeza que oferece o que procura, vale a pena comprar a licença do Vectorworks com todas as ferramentas. Há versões que se enquadram em cada necessidade, veja aqui.

Fontes: JRrio, Vectorworks.net

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Engenharia 360

Clara

Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.

Muitos estudantes que estão prestes a terminar ou já terminaram a graduação se questionam quais rumos seguir na carreira profissional/acadêmica. Uns optam em realizar uma pós-graduação logo após terminar os estudos na universidade. Outros preferem atuar no mercado de trabalho para adquirir experiência e depois se especializar em algo.

Calçados parados em frente a duas sextas, uma indicando para direita e outra para a esquerda, simbolizando uma tomada de decisão.
Créditos: www.1234voce.com

E existem ainda aqueles que procuram estender os estudos na área acadêmica e também adquirir conhecimentos para aplicar no mercado de trabalho. Essa modalidade que vem chamando a atenção de muitos acadêmicos se chama Mestrado Profissional.

Mestrado Profissional

Segundo a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), o Mestrado Profissional é para aqueles que querem continuar os estudos, mas não desejam necessariamente dar aula no ensino superior ou ficar restrito a um laboratório.

Nessa modalidade, o curso prepara mestres para atuar em diferentes áreas e não somente em contexto acadêmico. Ele é diferente do mestrado “tradicional”, mesmo tendo estrutura de tempo semelhante ao tradicional, metodologia de pesquisa e avaliação.

Homem de bolsa marrom segurando um livro em frente ao fundo com cálculos matemáticos representando mestrado
Créditos: www.nucleodoconhecimento.com.br

A abordagem utilizada vai além do âmbito acadêmico e inclui estudos, técnicas e conceitos que podem ser inseridas no mercado de trabalho. Desta forma, ao concluir o mestrado acadêmico, o profissional pode tanto se dedicar à docência quanto se capacitar profissionalmente para atuar em empresas públicas ou privadas.

Nesse sentido, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) está com o processo seletivo para ingresso no programa de mestrado profissional em engenharia de produção, com inscrições abertas até o dia 16 de outubro de 2020.

A proposta do curso é a de produzir conhecimento voltado à competitividade organizacional em suas diversas disciplinas, especialmente nos campos de múltiplos processos formativos e suas inter-relações com a formação profissional, práticas educativas, de gestão e inovação.

Aqueles que estiverem interessados em realizar a inscrição devem enviar pelo site da Unesp a ficha e o requerimento de inscrição preenchidos, cópias da cédula de identidade e do CPF, do certificado de reservista para os candidatos masculinos, do título de eleitor, do diploma ou certificado de conclusão e histórico escolar da graduação, uma foto 3×4 recente, currículo e plano de pesquisa.

O processo seletivo será por provas de inglês e de conhecimentos básicos em engenharia de produção e estatística e também entrevista. A prova de conhecimentos básicos abordará os seguintes tópicos: Administração da Produção/Operações, Gestão da Qualidade, Gestão de Projetos, Estratégia e Estatística Descritiva.

As aulas serão realizadas no Instituto de Física Teórica, em São Paulo, no campus de Guaratinguetá. O resultado do processo seletivo estará disponível dia 23 de novembro e as aulas começarão em março de 2021.
 

Leia também:

Referências: ANPG, Fapesp.

E você? Já sabe qual caminho profissional/acadêmico deseja seguir? Se interessou pelo Mestrado Profssional? Conta pra gente!

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Engenharia 360

Kaíque Moura

Engenheiro de Produção; formado pelo Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA); Pós-Graduando em Empreendedorismo e Inovação (IFPI); MBA em Management (iCEV); Técnico em Metrologia (IFRJ); Técnico em Serviços Jurídicos (IFPI) e Técnico em Mecânica (IFPI); profissional qualificado nas áreas de Gestão, Manutenção, Metrologia e Produção.

Novas especificações da ANP proporcionam melhora na autonomia dos veículos e aprimoram a qualidade da gasolina brasileira, dando maior eficiência energética e diminuição de consumo.

A Nova Resolução: Densidade

As novas especificações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), prometem que, a partir do dia 3 de agosto de 2020 (prazo final da ANP para que ocorram as adequações por parte das refinarias), toda gasolina automotiva produzida no Brasil tenha um consumo menor do que a atual, além de dificultar possíveis tentativas de adulteração, aproximando-a do padrão do combustível comercializado nos Estados Unidos e na Europa.

A densidade dos combustíveis é um parâmetro fundamental para o bom funcionamento e eficiência do motor e, quanto menor a densidade, maior o consumo de combustível. A densidade da gasolina gira no entorno de 700 g por dm³ e a do etanol em cerca de 750 g/dm³, já a da água é de 1 kg por dm³, ou 1 kg por litro.

Motor de carro via gasolina mostrado por vista superior
Photo by Carlos Freire on Unsplash

A antiga resolução não estabelecia um padrão de densidade, ou massa específica (ME) para a gasolina comercializada. Assim, para ter padrão internacional, faltava essa regulamentação, e a nossa gasolina podia variar de densidade, embora quase toda fornecida pela Petrobrás. Contudo, com a importação e formulação por parte de outras refinarias, a gasolina comercializada nos postos poderia ter densidade inferior ou superior, interferindo na potência e consumo.

Assim, em sua nova Resolução nº 807/2020, a ANP estabeleceu um valor mínimo de massa específica, de 715,0 kg/m3, o que significa mais energia e menos consumo. Entretanto, as porcentagens de etanol anidro na gasolina continuarão os mesmos: 27% na comum e aditivada, e 25% na premium.

Um dos pontos mais positivos dessa nova exigência é a promessa de diminuição da adulteração da gasolina com solventes, já que a maioria dos produtos utilizados para a adulteração do combustível tem densidade inferior.

Como contra prova, o motorista que quiser fazer o teste deve mergulhar na gasolina um densímetro calibrado entre 700 e 750 gramas por litro (equipamento esse que deve ser fornecido por todos os postos), caso o valor indicado esteja abaixo de 715, o combustível foi adulterado.

Apesar de as refinarias terem até o dia 03 de agosto de 2020 para concluir a adequação, as distribuidoras terão ainda dois meses e as revendedoras, três.

Outras mudanças

A fim de atender aos requisitos atuais de consumo de combustível dos veículos e de níveis de emissões progressivamente mais rigorosos, e considerando cenário futuro das fases L-7 e L-8 do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve – Ibama) e do Programa Rota 2030, a ANP adotou um valor mínimo para a temperatura de destilação em 50% (T50) para a gasolina A, de 77,0 ºC.

“Os parâmetros de destilação afetam questões como desempenho do motor, dirigibilidade e aquecimento do motor”.

Explicou a agência, por nota.

A nova especificação ainda estabeleceu os limites para a octanagem RON (Research Octane Number), já presente nas especificações da gasolina de outros países.

A ANP afirmou que: “A fixação de tal parâmetro mostra-se necessária devido às novas tecnologias de motores e resultará em uma gasolina com maior desempenho para o veículo” , informando que no Brasil só era especificada a octanagem MON (Motor Octane Number).

“O valor mínimo de octanagem RON, para a gasolina comum, será 92, a partir de 3 de agosto de 2020, e 93, a partir de 1º de janeiro de 2022. Já para a gasolina premium, será de 97, já a partir de 3 de agosto próximo.”

Disse a ANP

A ANP determina as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos, e não somente quanto as especificações.

Leia também:

Referências: Uol, Folha Vitoria

E então, o que você pensa sobre as alterações da nova Resolução? Compartilhe sua opinião nos comentários, engenheiro (a)!

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Engenharia 360

Giovanna Teodoro

Engenheira Mecânica e Pós Graduanda em Gerenciamento de Projetos. Mineira curiosa que se divide entre a engenharia, a leitura, a escrita e a música. Não carrego certezas, mas sigo querendo aprender.

Cada vez mais, profissionais de diversos ramos estão se atualizando e reinventando, buscando acompanhar as necessidades e tendências que o mercado de trabalho está requisitando. O que estamos desempenhando e estudando hoje pode se tornar obsoleto em poucos meses, nos mostrando que devemos estar em constante evolução sempre.

Impacto na Engenharia

Levando em conta tudo isso, está claro que a Engenharia não está blindada contra está modernidade, aliás, ela é a primeira instância ao pensarmos em quem está tornando realidade o desenvolvimento dessas novas tecnologias e, portanto, diretamente ligada à aplicação dessas ferramentas no dia a dia de qualquer Engenheiro, independente de sua área de especialização.

Para apontarmos uma das principais competências profissionais neste cenário atual, precisamos entender a necessidade do mercado. Vamos fazer um comparativo simples, basta pensarmos na quantidade de dispositivos que nós utilizamos ao longo do dia hoje, seja no âmbito profissional ou doméstico, e comparar com a quantidade que utilizávamos a 10 anos atrás, o quanto de informação que produzimos e a quantidade de dados que são processados a cada minuto.

gráfico dados gerados por ano
Quantidade de dados gerados ao longo dos anos. Imagem: statista.com

Para onde vai toda essa informação?

Agora, podemos pensar para onde toda essa quantidade de informação vai e de que maneira ela é utilizada. Tudo que fazemos nos dispositivos conectados à internet vira dados que, ao serem processados, geram dados brutos. Esses dados brutos, por sua vez, são todo tipo de informação que foi processada pelo seu dispositivo, recolhidos e armazenados da maneira que foram adquiridos, sem passar por nenhum tipo de tratamento Tal tratamento dos dados será feito após um enriquecimento e só assim é aplicada a Análise de dados de acordo com a finalidade da área a qual o profissional pertence, permitindo tomar decisões mais certeiras com base nas informações obtidas.

Competências transversais

Trazendo mais para o âmbito da Engenharia, segundo uma pesquisa da IDC Seagate realizada em 2018, dentre os 8 setores que mais produzem dados, a engenharia e o trabalho do(a) engenheiro(a) está inserido de forma direta nos 8 setores. Dando destaque à Manufatura e aos Serviços financeiros, sabemos que a indústria 4.0 já não é mais algo distante para nós, observamos a evolução do projeto e conectividade dos maquinários atuais, além dos softwares financeiros e o crescimento exponencial da atuação do Engenheiro na área financeira.

gráfico dados gerados por setor econômico
Quantidade de dados gerados por setor econômico. Imagem: statista.com

Grande parte dos proprietários das gigantes mundiais que em alguma etapa do desenvolvimento de seu produto envolve processos manufaturados estão, nesta próxima fase de mudança digital, investindo em pesquisas e se dispondo para serem pilotos dessas novas tecnologias, visando opções de inovação e evolução de processos estruturados, redução de custos e aumentar a qualidade e eficácia do tempo de produção de seus produtos.

Pensando nisso, os dados gerados por todas essas novas tecnologias conectadas à rede demandaram profissionais que saibam analisar esses dados com expertise e, ao mesmo tempo, tenha conhecimento técnico do processo para saber como aplicar e  tomar decisões em cima dos dados analisados. É exatamente neste ponto que entra o(a) Engenheiro(a), seja como citado no exemplo acima, ou, por exemplo, um engenheiro ambiental analisando os dados gerado através da topografia de um mapa de calor de uma determinada região.

Apenas o começo

Apesar de termos cada vez mais espaço para engenheiros(as) nessa transformação, o caminho ainda apresenta alguns desafios a serem cumpridos. A obscuridade, o susto inicial, e até mesmo um possível distanciamento dos profissionais mais conservadores  dessas transformações, muitos acabam não possuindo interesse em aprender sobre análise de dados e, infelizmente, não enxergam o quanto isso irá impactar cada vez mais sua função. Isso deixa muitos engenheiros presos em suas atividades diárias da mesma maneira que fazem há anos, utilizando planilhas e ferramentas básicas de análise.

Podemos buscar estudar análise de dados e não significa que você irá deixar a engenharia de lado e virar um cientista de dados,  mas sim se beneficiar do conhecimento da análise de dados e aplicar na sua área e no seu projeto/processo. Além de ser atualmente um diferencial requisitado em grande parte dos processos seletivos no mercado de trabalho, podemos nos aproximar da análise de dados para aprimorar a nossa resolução de problemas e questões que diariamente nos são impostas de uma maneira mais independente e eficaz, agregando isso ao conhecimento técnico do processo que, por exemplo, um engenheiro químico possui e um cientista da computação não.

Isso agrega valor imediato para empresa e para o profissional, pois o impacto é comprovado quase que instantaneamente, a curto prazo, desbloqueando oportunidades de aprimoramento e economia de tempo antes ocultas por estarmos acostumados com uma zona de conforto nas atividades desempenhadas por nós.

complexidade por valor na análise de dados e importancia na engenharia
Diferentes tipos de análise e suas determinadas importâncias e valores.
Imagem: thoughtworks.com

Podemos concluir que a análise de dados traz resultados positivos tanto para a empresa quanto para o profissional em diferentes aspectos. Nós, como engenheiros e engenheiras, temos o dever de aplicar o conhecimento científico, liderar inovações e, com isso, desenvolver respostas e soluções para os problemas técnicos cada vez mais complexos e modernos.

E você, já usou análise de dados durante sua vida acadêmica ou profissional? Conta para a gente!

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Engenharia 360

Vinicius Góes

Graduando em Engenharia de Instrumentação, Automação e Robótica na UFABC, atualmente atuando na Indústria automobilística. Admirador de novas tecnologias, carros, culturas, games, um bom hambúrguer e claro, a vida. Acredita que o impossível seja algo abstrato, dedicação e bom humor deixa a vida mais leve e palpável.

Em nossa atualidade, possuímos diversos manuais e normas para a padronização da Engenharia. Há pouco comentamos aqui no blog a diferença entre a ABNT NBR e a NR. Cada país ou região possui seus manuais e normas.

O Brasil por exemplo possui a NBR (Norma Técnica brasileira), NM (MERCOSUL), ISO (Organização Internacional de Normalização) entre outras. Os Estados Unidos possuem a ASTM (American Society for Testing and Materials) e outros manuais; a União Europeia possui a CEN (Comitê Europeu de Normalização).

Mas há muito tempo esta normatização vem tanto para a engenharia quanto para as outras áreas. Uma delas foi o código de Hamurabi que trazia instruções para a sociedade.

Quem foi Hamurabi ?

Hamurabi nasceu em Babel, por volta de 1810 A.C. Foi o sexto rei sumério, sendo governante entre 1792 a 1750 A.C, da primeira dinastia babilônica dos Amoritas e fundador do Primeiro Império Babilônico.

 Pouco depois de sua ascensão ao trono, realizou a fusão de semitas e sumérios a partir da política, imposta não apenas pela guerra, mas também por acordos, sendo eles pacíficos e, desta maneira, conquistando quase toda Mesopotâmia.

De forma política e administrativa ,Hamurabi conseguiu harmonizar e restaurar territórios que conquistava com tradições jurídicas e civis. Deste modo, o código estabelecido por ele carrega seu nome.

O Monumento de Hamurabi

O Monumento consiste em um pilar de pedra de 4 toneladas, com aproximadamente 2,25 metros de altura, e possui cerca de 1,5 metro de circunferência.

Monumento de Hamurabi
Fonte: Teatro do Mundo

Em sua primeira parte superior, tem-se um alto relevo de Hamurabi recebendo de Shamash, deus dos oráculos, as leis da justiça: o então conhecido Código de Hamurabi.

Para que servia o Código de Hamurabi?

Código de Hamurabi
Fonte: Conceitos.com

O detalhamento das leis está presente na parte abaixo desse relevo, disposto de 46 colunas e 3600 linhas. Consiste em 282 leis gravadas e quem não se lembra do termo “olho por olho, dente por dente”?

Então, o código se baseia nas Leis de Talião, que dá origem a essa expressão. Suas leis abrangem diversas áreas e, com isso, promove toda organização e vivência da civilização desta época.

As leis regulamentavam os direitos e deveres dos babilônicos e eram transmitidas através da famosa expressão “boca em boca”, isto é, uma pessoa transmitia a outra e repassava para outra, até todos saberem quais eram as leis.

Essas leis abrangem toda a organização da sociedade: vão desde crimes como furto, relação de entre comerciantes e comissionarias, até honorários e responsabilidade de médicos, arquitetos e banqueiros.

O monumento foi descoberto no século 20 pelos franceses e o mais incrível é que conseguiu resistir à queda da Babilônia e à passagem dos séculos. Hoje, o monumento está localizado no Museu do Louvre em Paris.

Monumento de Hamurabi
Fonte: Megacurioso

E o código de Hamurabi para os Engenheiros, Arquitetos e Construtores?

Na época em que Hamurabi criou o código, as profissões de engenheiro e arquiteto não existiam com estes nomes. Porém, alguns tópicos se enquadravam nestas profissões como aqueles que empreitam e constroem.

Trecho do código para os engenheiros
Fonte: 3000 Anos de Projeto, Engenharia e Construção

Na imagem retirada do livro 3000 anos de engenharia, arquitetura e construção, temos o trecho que se enquadra para os construtores. E nele diz as seguintes regras:

  • Se um empreiteiro construir uma casa para um homem e completá-la, (este homem) deverá lhe pagar dois siclos por SAR da casa como remuneração;
  • Se um empreiteiro construir uma casa para um homem e não fizer sua construção sólida e a casa que ele construiu desabar, causando a morte do dono da casa, o empreiteiro será condenado à morte;
  • Se ela causar a morte do filho do dono da casa, o filho do empreiteiro será condenado a morte;
  • Se ela causar a morte de um escravo do dono da casa, ele dará ao proprietário da casa um escravo do mesmo valor;
  • Se o colapso destruir alguma coisa, o empreiteiro restituirá tudo aquilo que foi destruído e, como a casa que ele construiu não ficou firme e ruiu, ele deverá reconstruir a casa que desabou com seus próprios recursos;
  • Se um empreiteiro construir uma casa para um homem e não garantir que sua construção seja adequada e uma parede cair, o empreiteiro irá reforçar a parede às suas custas.

E hoje como são as condenações para os profissionais da área?

Atualmente, as condenações mudaram, porém a responsabilidade técnica continua a mesma e é dever do profissional garantir a segurança dos usuários da construção.

A ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) garante o responsável técnico do serviço prestado e qual serviço foi executado e, desta forma, garante a legitimidade dos serviços não só para o contratante, como também para o contratado, pois identifica o responsável pelo projeto e execução do projeto.

Caso ocorra algum incidente causando alguma patologia na estrutura, haverá a necessidade de uma perícia para saber se a causa foi por erro em projeto ou de execução. Cabe então ao responsável técnico da etapa deficiente, em decorrência da patologia, responder sobre a responsabilidade penal sobre os fatos ocorridos.

Vale ressaltar que a responsabilidade do Engenheiro Civil na obra pode-se dividir em: responsabilidade contratual, responsabilidade pela solidez e segurança da construção, responsabilidade pelos materiais, responsabilidade por danos a terceiros.

E caso uma dessas responsabilidades não seja cumprida, o profissional deverá responder sob pena da lei, cabendo não apenas aos danos materiais como também aos danos morais.

E vocês, o que acham desta lei para a época? Deixe sua opinião nos comentários.

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Engenharia 360

Guilherme Menezes

Engenheiro Civil; formado pela Universidade Anhembi Morumbi; atua no desenvolvimento de projetos conceituais e executivos, além da produção de conteúdo relacionado à Engenharia.

Atualização: No começo de abril de 2023, o presidente da república assinou algumas mudanças no Novo Marco Legal do Saneamento. Agora, as empresas prestadoras de de serviço de saneamento terão até 31 de dezembro de 2023 para apresentarem o requerimento de comprovação econômico e financeiro junto à entidade reguladora responsável pelo julgamento em cada Estado. O órgão regulador terá até 2024 dar seu parecer. Em tese, as novas regras facilitam a permanência de empresas estatais na prestação dos serviços de saneamento.

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A lei de atualização do Marco Legal do Saneamento foi sancionada em julho de 2020. Entenda como isso impacta o país e requer ainda mais participação da engenharia.

A Lei nº 11.445 de 2007 define saneamento básico como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

Esse conjunto congrega subsídios mínimos para a vida humana. São requisitos mínimos para a saúde pública, funcionalidade e salubridade das cidades e bem estar de comunidades de maneira geral, entre outras necessidades.

porcentagem de saneamento básico no brasil em 2011 e 2017, comparação
Fonte: Instituto Trata Brasil

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No Brasil, existem grandes desafios a serem vencidos. Muitos desses desafios ainda estão relacionados, infelizmente, com proporcionar o mínimo do saneamento básico para a população. A exemplo, podemos citar dados do Instituto Trata Brasil, que relata 4 milhões de habitantes sem acesso a banheiro, 35 milhões de brasileiros sem acesso a abastecimento de água potável e quase 100 milhões de brasileiros que não têm acesso ao serviço de esgotamento sanitário. No país ainda são recorrentes situações de desperdício de recursos como a água potável como reflexo de infraestrutura precária de distribuição.

Estação de tratamento de esgoto
Imagem de WFranz em Pixabay

Dessa forma, visualiza-se a magnitude da importância do saneamento básico. Para proporcionar esse conjunto de serviços, existem muitas engenharias envolvidas. Por isso a engenharia também é uma peça chave.

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Novo Marco Legal do Saneamento

No último dia 15 de julho, foi sancionado o novo marco legal do saneamento básico pelo presidente Jair Bolsonaro. As discussões sobre a regulamentação do novo marco surgiram ainda em 2018, através de uma Medida Provisória do então presidente Michel Temer.

O objetivo principal do novo marco do saneamento é a universalização do saneamento básico.

O novo marco traz uma série de novas regras para a concessão dos serviços de saneamento. A principal novidade é a abertura para participação do setor privado nas licitações de concessão para serviços de água e esgoto. Ainda fica facilitada a privatização de estatais de saneamento, entre outras medidas que flexibilizam a entrada do setor privado.

O intuito da entrada do setor privado é justamente permitir que as empresas privadas que possuem estrutura organizacional e financeira, possam realizar os serviços de saneamento básico em regiões que não possuem este atendimento, além de proporcionar competitividade no mercado e alavancar melhorias aos usuários.

Atualmente, o saneamento básico é prestado majoritariamente por empresas públicas estaduais. Existem também as empresas municipais de Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) que realizam este trabalho em muitas regiões do país. Por isso o novo marco legal é uma grande mudança, pois abre o espaço para o setor privado.

O que o novo Marco Legal muda?

Num primeiro momento, o que podemos esperar são grandes investimentos do setor privado que poderão alavancar a universalização do saneamento no país. A expectativa é de investimentos de 600 a 700 bilhões de reais nos próximos anos.

Estação de tratamento de esgoto
Imagem de u_nnjglrk13q em Pixabay

As concessões para gestão dos serviços de saneamento básico agora passarão por licitações com a participação de empresas públicas e privadas. O que verifica-se neste cenário, é a ampla concorrência, que em princípio vela pela otimização das propostas, o que se traduz em qualidade elevada e valores enxutos, ou preços justos no mercado.

Nos próximos anos, muito em breve, certamente veremos empresas privadas na gestão dos serviços de saneamento básico.

Para o futuro, o que podemos esperar do saneamento básico?

Em função dos iminentes investimentos previstos, devemos esperar por grandes empreendimentos ao redor do Brasil, através de obras de infraestrutura, por exemplo. O reflexo disso, é maior número de oportunidades para os engenheiros brasileiros.

Áreas como a engenharia sanitária e ambiental, engenharia química, engenharia hidráulica, engenharia civil, engenharia de controle e automação, engenharia mecânica, engenharia de energia, e diversas outras, terão um amplo cenário para solucionar problemas nacionais como o tratamento de resíduos, coleta de esgoto, geração de energia de biogás, abastecimento de água, entre outros desafios inerentes ao saneamento básico.

A entrada do setor privado no entanto, inevitavelmente, acende também o alerta para a ética e compliance das instituições. Os altos investimentos estarão nos holofotes e isso acarretará em melhor acompanhamento e auditorias mais recorrentes, de modo a garantir a lisura e a isonomia dos processos licitatórios. Há de se avaliar também se as empresas privadas conseguirão realizar trabalhos que atualmente já são bem feitos por empresas públicas. Ora, é preciso ressaltar que existem excelentes trabalhos realizados por empresas estatais e municipais. O que busca-se agora, é universalizar o saneamento básico no país.

O novo contexto pode até ser comparado analogamente às rodovias federais. Existem muitas rodovias sob concessão e outras que estão em domínio do setor público. Existem rodovias de domínio público bem zeladas e outras em estado crítico ou de abandono. Assim como rodovias sob domínio de empresas privadas também possuem excelente qualidade. Entretanto, existem casos de obras abandonadas sem conclusão ou entregues com má qualidade. Há de se discutir também sobre os custos diretos que recairão sobre a população.

Desse modo, vemos que o setor público não é o problema, bem como o setor privado não é a solução total. O que se busca com o novo marco, é atingir o equilíbrio entre as possibilidades dos setores público e privado, de modo que consigamos proporcionar a universalização do saneamento básico a todos os brasileiros.

A meta do Governo Federal é atingir a universalização até 2033, garantindo acesso de água potável a 99% da população brasileira e a 90%, ao menos, o tratamento e coleta de esgoto.

O que você espera do novo Marco Legal do Saneamento Básico? Conta pra gente nos comentários!

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Fonte: Instituto Trata Brasil, Governo Federal, Uol.

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Engenharia 360

Matheus Martins

Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.

Estamos enfrentando uma das maiores crises de saúde pública e governança do planeta e fomos desafiados a mudar nossa vida de ponta a cabeça de um dia para o outro.  A pandemia nos colocou longe de quem amamos, transformou nossas casas em escritórios e nossos escritórios em desertos.

Aprendemos que muitas reuniões poderiam ser emails e que muitos emails nem precisariam ser enviados. Estamos trabalhando mais do que antes e sem o prazer de andar até o trabalho ou de conversar com o colega na hora do almoço. Muitos brasileiros estão hoje trabalhando de suas casas, resolvendo problemas por videoconferências e saindo apenas quando estritamente necessário, o que temos chamado de quarentena.

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ESF – Núcleo Rio das Ostras na entrega das cestas do primeiro edital

Mas muitos outros não têm o privilégio de estar em quarentena. Muitos brasileiros não têm a opção de ficar em casa e  precisam ir para o trabalho para garantir o seu sustento. Além disso, tem os brasileiros que perderam seus empregos devido à crise – muitas empresas também estão fechando ou reduzindo custos. Os trabalhadores informais também têm sofrido com a redução de suas receitas devido à pandemia. 

A falta de receita afeta a alimentação, saúde e os torna mais vulneráveis ao vírus por não poderem ficar em casa, pois têm que sair em busca de outras formas de sustento ou de realocação no mercado de trabalho. Além disso,  as pessoas mais afetadas por essa situação são pessoas que já eram negligenciadas por políticas públicas de saúde, saneamento e habitação por morarem em aglomerados subnormais, ou seja, em comunidades e favelas.

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Entrega ESF- Núcleo Salvador no Bairro Palestina

A Sociedade Civil, é de extrema importância em momentos como esse, mas, como podemos nos organizar, mobilizar pessoas para dar assistência a quem realmente está necessitado ou que sempre esteve? No enfrentamento desse problema, precisamos nos unir para buscar alternativas. Esse tem sido o papel de diversas Organizações da Sociedade Civil (OSCs), também conhecidas pela sigla ONGs (Organizações Não Governamentais). Por meio dessas organizações ou associações, está havendo uma intensa mobilização para minimizar os problemas expostos. 

Por mais que ações assistencialistas não sejam a solução dos problemas e, sim, o desenvolvimento de políticas públicas inclusivas e justas, essas são atitudes extremamente necessárias para abrandar situações de crises. Pensando nisso, o Engenheiros Sem Fronteiras Brasil decidiu se tornar protagonista em meio a essa situação e realizar ações emergenciais que reduzissem o impacto da crise para comunidades que já eram beneficiadas por nossos projetos de infraestrutura, sustentabilidade, educação ou empreendedorismo.

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ESF – núcleo Gov Valadares na entrega das cestas do primeiro fundo

Em maio, lançamos o Fundo Emergencial ESF para COVID-19 com objetivo de arrecadar recursos para doação de cestas básicas e kits higiene. Com meta inicial de auxiliar 100 famílias, conseguimos com sucesso fazer doações para 162 famílias em 4 comunidades brasileiras de 3 estados do país: Calabetão e Palestina, em Salvador -BA; Portelinha, em Rio das Ostras – RJ; e Morro da Carapina, em Governador Valadares-MG, destaca-se que núcleos, como Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Juiz de Fora-MG, Rio de Janeiro-RJ, têm realizado ações independentes, alguns com incentivo de editais externos em parcerias outros com fundos de combate, como os casos de SP e BH. O núcleos que submeteram ao edital interno do Fundo Nacional Emergencial foram selecionado através de cases bem explorados com informações concretas e ações pré planejadas, auxiliando comunidades em que atuam ou pretendem atuar.

Ser protagonista é não ficar alheio às necessidades do próximo, o altruísmo, uns dos pilares da organização, é o que motivou ao ESF a fazer mais! Agora, estamos lançando uma nova campanha, para um novo impacto. A nova meta é ajudar mais 290 famílias em outras comunidades brasileiras. Dessa vez, nos unimos ao Grupo Voitto (@grupovoitto) e ao Engenharia 360 (@engenharia360), pois acreditamos que juntos conseguimos superar as fronteiras da desigualdade e transformar realidades, se juntos realizarmos essa ação.

É hora de agir! Junte-se a nós. Faça a sua doação em: https://www.catarse.me/hora_de_agir

campanha fundo emergencial covid engenheiros sem fronteiras

Contamos com você!

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Engenharia 360

Engenheiros Sem Fronteiras Brasil

Ser Engenheiros Sem Fronteiras é acreditar na importância da engenharia para o desenvolvimento social e ser protagonista desta transformação.

A perícia, derivada do termo em latim peritia, que significa “experiência” ou “especialização”, é a análise técnica realizada por um profissional habilitado. Ela tem um papel fundamental no direito, pois é uma prova que auxilia na tomada de decisões em casos judiciais. Essa análise deve ser imparcial, baseada em conhecimentos científicos e técnicas rigorosas, afastando-se de simples conjecturas empíricas.

É importante dizer que a perícia é realizada quando há um conflito de interesse entre duas ou mais partes sobre o mesmo objeto ou fato. O perito, portanto, deve ser um especialista da área e deve conduzir a análise com imparcialidade, realizando exames, vistorias e avaliações de acordo com normas técnicas e científicas, sem ceder a pressões externas. Explicamos melhor o caso no artigo a seguir, do Engenharia 360!

perícia em engenharia
Imagem de rawpixel.com em Freepik

Quando a perícia é solicitada?

A perícia pode ser solicitada pelo juiz ou por quem sofreu o dano. O perito é responsável por investigar os fatos, analisar as evidências e elaborar um laudo pericial detalhado para auxiliar o julgamento da causa. Em casos de perícias judiciais, o juiz nomeia o perito, que deve estar devidamente inscrito no cadastro de auxiliares da Justiça do estado.

Quais os principais tipos de perícia?

O Código de Processo Civil descreve três tipos principais de perícia:

  • Exame: Análise detalhada e técnica dos elementos do processo.
  • Vistoria: Inspeção física do local ou objeto relacionado ao processo.
  • Avaliação: Estimativa do valor de um bem ou propriedade envolvida na disputa.

Esses métodos são fundamentais para a conclusão das investigações e elaboração do laudo pericial.

Veja Também: Como funciona o Laudo Técnico assinado pelos engenheiros?

Quem contrata a perícia?

De acordo com o Art. 33 do Código de Processo Civil:

Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz.”

O juiz poderá autorizar o pagamento de até 50% dos honorários no início do trabalho e o que resta será pago apenas no final da ação. Devido a esse fato, muitos peritos não sobrevivem apenas das perícias judiciais.

Como é realizada a perícia?

A perícia deve ser conduzida de forma impessoal e rigorosa, utilizando conhecimentos técnicos e normas consolidadas na área. O perito deve realizar uma visita ao local, realizar entrevistas, reconstituir fatos, analisar depoimentos e procurar testemunhas. O objetivo é fornecer uma análise precisa e embasada de todos os aspectos do caso.

O que deve conter um Laudo Pericial?

De acordo com a norma NBR 13752 (Perícias de engenharia na construção civil) e o Código de processo Civil Capítulo Xll – Das Provas; Seção X – Da prova Pericial, alguns dos requisitos que devem ter em um laudo pericial são:

• Exposição do objeto periciado;
• Análise técnica ou científica;
• Método utilizado para a avaliação, com esclarecimento e demonstrando
que é aceito pelos especialistas da área do conhecimento;
• Indicação da pessoa física ou jurídica que contratou a perícia;
• Indicação do proprietário do bem avaliado;
• Data da vistoria, entrega do laudo e coleta de dados (caso houver);
• Dados levantados, se houver.

Qual o papel do engenheiro na Engenharia Legal?

Embora qualquer engenheiro registrado no CREA possa realizar perícias, as especializações facilitam a execução do trabalho. Ter conhecimentos mais profundos e estar conectado com outros profissionais da área (netweaving) são fatores cruciais para garantir a precisão e qualidade do laudo.

O ramo da Engenharia Legal exige estudo constante e dedicação. A elaboração de laudos periciais envolve muita leitura, interpretação e análise. Para engenheiros recém-formados, esse é um campo de atuação que exige muita experiência, mas que oferece grandes oportunidades de desenvolvimento profissional.

Se você é recém-formado ou está considerando uma carreira em perícia na Engenharia, lembre-se: esse campo exige empenho, especialização e uma boa rede de contatos. Você já pensou em seguir essa área? Compartilhe suas ideias conosco nos comentários!


Fontes: Jusbrasil.

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Engenharia 360

Alliny Izabely

Formada em Engenharia civil e pós-graduanda em Segurança do Trabalho e também em Avaliações e Perícia de imóveis. Londrinense que ama dançar samba de gafieira. Nas horas vagas também busco a qualidade, só que em conversas, livros e vivência.