Ainda deve estar fresco na sua memória o primeiro lançamento da SpaceX com tripulantes humanos durante o Launch America. O que vale apontar aqui é que a missão Demo-2 que os levou não foi concluída ainda, afinal, eles precisam voltar. Trata-se de um teste da cápsula Crew Dragon, visando mostrar sua capacidade de transportar humanos para o espaço e, após o retorno desses astronautas, será, de fato, realizada a primeira missão sem o “Demo” no nome, a Crew-1, levando quatro tripulantes para fora do nosso planeta.
Os astronautas pioneiros a viajar na Crew Dragon, Bob Behnken e Doug Hurley, vêm realizando tarefas vitais desde então, enquanto a cápsula permanece ancorada no módulo ISS Harmony. A Dragon é monitorada ativamente da estação de controle de missões da SpaceX e também pelos astronautas. Após a conclusão da missão Demo-2, a Dragon ganhará uma certificação de espaçonave de nível humano.
Teste de habitabilidade da Crew Dragon está incluído na Demo-2
Espera-se que os astronautas Bob e Doug retornem à Terra no início de agosto. Antes do retorno, eles realizarão um teste de habitabilidade do Crew Dragon, visando demonstrar que é possível que quatro viajantes estejam lá com conforto. Essa parte é meio questionável, vamos combinar.
Durante o teste de habitabilidade, quatro dos cinco astronautas atualmente trabalhando no laboratório em órbita vão ficar dentro da Crew Dragon por 24 horas. Além disso, também executarão procedimentos de emergência para avaliar a adequação da espaçonave e que possíveis melhorias poderão ser feitas para futuras tripulações.
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Missão Crew-1
A próxima missão da SpaceX, Crew-1, enviará quatro astronautas a bordo da Crew Dragon em meados ou no final de setembro. A tripulação incluirá três astronautas da NASA (Victor Glover, Michael Hopkins e Shannon Walker) e um astronauta japonês da JAXA (Soichi Noguchi). A cápsula da missão Crew-1 está em produção e os astronautas já estão em treinamento. Sua missão será de seis meses, um período maior do que o da missão demo de Bob e Doug.
A SpaceX está comprometida em realizar seis missões tripuladas operacionais, sob um acordo de US $ 2,6 bilhões que a empresa assinou com a NASA em 2014. Por “missões operacionais”, podemos entender “missões pós-certificação”.
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SpaceX sem desperdícios
Recentemente, contudo, houve uma modificação de contrato anunciada pela NASA, que exige que a SpaceX participe de treinamento conjunto adicional com equipes de busca e salvamento das forças armadas dos EUA, que seriam enviadas da Base Aérea de Patrick na Flórida e outros locais para recuperar astronautas no caso de um abortamento de emergência durante lançamento. A SpaceX, a NASA e as equipes militares de busca e resgate realizaram exercícios de treinamento conjuntos que antecederam o Crew Dragon Demo-2. Essas sessões de treinamento continuarão antes das próximas seis missões do Crew Dragon sob contrato com a NASA.
Como a SpaceX é pioneira no reaproveitamento de foguetes e houve boosters de Falcon 9 utilizados até cinco vezes, em troca dos novos requisitos da NASA, a empresa conseguiu autorização para reutilizar a Crew Dragon e o primeiro estágio do Falcon 9. Isso foi permitido nas missões tripuladas da NASA a partir da Crew-2. Enquanto isso, a Crew-1, primeiro voo operacional de astronautas com a spacetech de Elon Musk, está programado para usar cápsula e foguete novos.
Qual sua opinião sobre a NASA trabalhar com empresas privadas? Conta para a gente nos comentários!
Fontes: Space. Space Flight Now. Tesmanian.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.