Ciência

Lançamento da primeira missão tripulada da SpaceX em parceria com a NASA é adiado por mau tempo

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Por: Kamila Jessie | Em: | Atualizado: 4 anos atrás | 1 min de leitura

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Era para ter sido ontem, 27 de maio de 2020, mas as condições do tempo adiaram para o próximo sábado (30): a primeira vez, depois de quase uma década, que pessoas seriam lançadas em órbita a partir de solo americano e que uma empresa particular – a queridinha SpaceX – seria responsável pela viagem, em parceria com a NASA.

Crew Dragon. Imagem: NASA.
Crew Dragon. Imagem: NASA.

Launch America

Esse voo, Demo-2, é importantíssimo para a SpaceX, a companhia de Elon Musk, enquanto parte do Programa de Tripulação Comercial da NASA. O objetivo do programa foi colocar empresas privadas para criar novas naves que pudessem transportar astronautas para a Estação Espacial Internacional – a ISS. É basicamente um serviço de terceirização do design para viagens espaciais, que pode revolucionar a forma como esse tipo de viagem é feita. Sem perder tempo, entrou a SpaceX, com a cápsula Crew Dragon, que, embora já tenha orbitado, nunca antes havia transportado pessoas.

E é normal que você lembre desse nome. A gente já comentou sobre a Crew Dragon aqui na promessa do voo comercial de turismo na Lua, para o qual a SpaceX já vende ingressos.

Mas, voltando ao #launchAmerica, precisamos entender que ele é especial para os estadunidenses principalmente porque o Space Shuttle da NASA, em 2011, fez seu último voo, registrando a última vez em que astronautas viajaram a partir do solo dos EUA. Desde esse lançamento, todos os astronautas americanos e parceiros internacionais que foram para a ISS fizeram isso na cápsula russa da Soyuz. Foi com o intuito de reduzir custos e acabar com a dependência de outro país que vieram os contratos com a SpaceX e a Boeing como parte do Programa de Tripulação Comercial.

E como propaganda é a alma do negócio, Elon Musk não perdeu a oportunidade em dar uma carona especial para os astronautas em um Tesla Modelo X customizado para a NASA. O veículo levou Bob Behnken e Doug Hurley, os astronautas da missão, até a plataforma.

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Falcon 9, o foguete fiel

O lançamento, no Kennedy Space Center (NASA) em Cape Canaveral, Flórida, seria realizado com o famoso Falcon 9, que já conhece muito bem o lauchpad. Isso porque a SpaceX vem alugando o espaço desde 2014, dando suporte aos lançamentos dos Foguetes Falcon 9 e Falcon Heavy. Mas a Demo-2 do Launch America será a primeira vez que em que o Falcon 9 impulsionará (literalmente) uma missão tripulada.

A dupla de astronautas permaneceu na cápsula, a partir do momento icônico de “fechamento da hatch” e aí a ação foi transferida, de fato, para o Falcon 9, no processo de abastecimento do veículo. Isso é um tanto quanto tenso para a comunidade aeroespacial, porque encher o tanque de combustível, em geral, ocorre antes do embarque. Mas a SpaceX trabalha com propulsores super frios no Falcon 9, de modo que quanto mais cedo o propulsor é bombeado, menos tempo há para aquecimento do combustível.

Abortada, mas logo tem mais

Terminado o preenchimento de combustível, faltando 16 minutos para o lançamento, houve o aborto da missão. Isso porque existe uma variável que a gente não consegue controlar: as condições meteorológicas. E foi justamente isso que forçou a equipe a adiar a data de lançamento do backup, que está atualmente definida para sábado, 30 de maio.

Vamos precisar controlar nossos ânimos na próxima tentativa de lançamento da Crew Dragon tripulada e encarar hoje como um enorme ensaio. A equipe deixou evidente que o veículo e a cápsula estavam perfeitos para o lançamento, motivo pelo qual a contagem regressiva permaneceu até o momento de desistência, por causa do tempo.

E não, carregar o Falcon 9 e enchê-lo de combustível não é problemático para a próxima tentativa e o mesmo vale para a Crew Dragon. O veículo e a cápsula foram projetados prevendo essas situações e a SpaceX é expert em colocar sua tecnologia em situações repetidas, vamos combinar...

Missão Demo-2

No próximo sábado (30), caso tudo ocorra bem e o tempo colabore, o Falcon 9 vai lançar a Crew Dragon em órbita baixa depois de aproximadamente 12 minutos da decolagem. Em seguida, vai retornar à superfície – como de praxe – e pousar em um navio no Oceano Atlântico. Enquanto isso, a cápsula e os astronautas seguirão em missão, tentando alcançar a ISS.

Vale a chamada aqui: a Crew Dragon foi projetada para o mínimo de inputs dos astronautas e é praticamente um veículo autônomo. Bem a cara do Elon Musk, né? No passado, era necessário que um braço mecânico puxasse o veículo para pousar, mas agora o processo todo deverá ser feito sozinho pela própria cápsula. 

Chegando na Estação Espacial Internacional, os astronautas Bob e Doug se juntarão a Chris Cassidy, outro astronauta da NASA, e aos cosmonautas russos, Anatoly Ivanishin e Ivan Vagner.

Crew Dragon e Falcon 9 posicionados na plataforma 39A. Imagem: NASA Blogs.
Crew Dragon e Falcon 9 posicionados na plataforma 39A. Imagem: NASA Blogs.

A gente ficou frustrado por aqui, mas é uma lição sobre segurança e insistência!

Fontes: Nature. Quartz. The Verge.

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