Entenda como alguns drones poderão ser usados para salvar vidas
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2min
Em eventos catastróficos, drones têm sido usados para mapear a destruição e ajudar os socorristas a encontrar possíveis sobreviventes. Agora, um novo sistema pode levar isso para o next level, analisando automaticamente as imagens capturadas para determinar se as pessoas avistadas estão vivas ou não.
Como detectar sinais vitais através de drones
A tecnologia é delicada a tal ponto que utiliza visão
computacional, procurando por pequenas mudanças associadas a movimento, tais
como o ritmo respiratório. Isso foi explicado por Javaan Chahl, pesquisador em
sistemas de sensores da Universidade do Sul da Austrália.
O sistema usa o aprendizado de máquina para analisar um videoclipe de 30 segundos de um corpo humano, medindo as mudanças na luz refletida na parte da região do peito onde o movimento seria mais aparente. Em seguida, esses padrões são analisados para determinar se as mudanças de intensidade são consistentes com uma pessoa viva e que respira. Os pesquisadores testaram o sistema em imagens de nove sujeitos: oito humanos vivos e um manequim com peruca e maquiagem.
Os “objetos” do teste não foram estavam bastante visíveis,
mas Chahl diz que o sistema também pode funcionar com pessoas parcialmente
cobertas por entulho, o que é de se esperar em infelizes cenas de desastres.
Vale apontar que é necessário que o torso das pessoas esteja visível.
footage por drones para detecção de sinais vitais. Imagem: University of South Australia.
Alternativas à tecnologia de detecção de movimento
Tentativas anteriores de identificar sinais vitais usando
drones voltaram-se para medidas de mudanças sutis na cor da pele, o que poderia
indicar o fluxo sanguíneo. Mas esses sistemas precisam visualizar a pele
exposta sobre os pontos de pulso, o que significa que os drones devem pairar
muito mais perto.
Drones não vão substituir profissionais no chão ou nos ares
Os cientistas ainda não testaram seu sistema em campo, mas
tiveram o cuidado de mencionar que o programa opera em condições muito
controladas: corpos estáticos, drones pairando entre quatro e oito metros no ar
e com capturas de vídeo em boas condições de luz. Em cenários de catástrofe,
não se esperam condições ideais. Em situações reais de resgate de vítimas de
desastres, devem ser consideradas particularidades inconvenientes como vento,
chuva, flutuações de temperatura e água corrente, que podem interferir na luz
refletida.
A proposta ainda não inclui um sistema de detecção de sinais
vitais em níveis de Star Trek, mas o ponto foi feito a partir do momento em que
a versão atual provou conceitos básicos. No momento, o drone busca pessoas no
chão e tenta entender, a partir da análise de alguns parâmetros, se essas
pessoas estão vivas. Ainda se espera que a tecnologia avance muito mais e a
maior perspectiva é que o oposto seja feito: a partir da detecção de sinais
vitais, encontrar as pessoas, o que poderá facilitar e agilizar serviços de
resgate, já direcionados.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Saiba quais são as melhores universidades do Brasil
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 4minImagem: www.usp.br
Na época de definir qual carreira seguir, vários fatores influenciam a escolha de um curso e de uma universidade: a qualidade do ensino, a facilidade de acesso/moradia ao campus, as disciplinas e horários do curso e outros. Para te ajudar nessa difícil decisão, nós mostramos a lista das melhores universidades do Brasil.
Imagem: www.usp.br
O Ranking é feito pela Folha e é chamado RUF (Ranking Universitário Folha). A avaliação ocorre anualmente e considera dados nacionais, internacionais e pequisas de opinião. São analisadas todas as 197 universidades do país e considera-se os seguintes fatores: pesquisa, ensino, inovação, mercado e internacionalização.
O último RUF é de 2019 e foi divulgado em Outubro do mesmo ano. Ele foi separado por cada fator citado, além da categoria geral.
Melhores Universidades (Geral):
1. Universidade de São Paulo – USP
2. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
3. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
4. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
5. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
6. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP
7. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
8. Universidade Federal do Paraná – UFPR
9. Universidade de Brasília – UNB
10. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
11. Universidade Federal do Ceará – UFC
12. Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR
13. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
14. Universidade Federal da Bahia – UFBA
15. Universidade Federal de Viçosa – UFV
16. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
17. Universidade Federal Fluminense – UFF
18. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS
19. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC Rio
20. Universidade Federal de Goiás – UFG
Melhores Universidades (Pesquisa):
1. Universidade de São Paulo – USP
2. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
3. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
4. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
5. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
6. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP
7. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
8. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
9. Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR
10. Universidade Federal do Ceará – UFC
11. Universidade de Brasília – UNB
12. Universidade Federal do Paraná – UFPR
13. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
14. Universidade Federal de Viçosa – UFV
15. Universidade Federal de Pelotas – UFPel
16. Fundação Universidade Federal do ABC – UFABC
17. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
18. Universidade Federal de Santa Maria – UFSM
19. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUCRS
19. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC Rio
Melhores Universidades (Ensino):
1. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
2. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
3. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
4. Universidade de São Paulo – USP
5. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
6. Universidade de Brasília – UNB
7. Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR
8. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
9. Universidade Federal do Paraná – UFPR
10. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
11. Universidade Federal de Viçosa – UFV
12. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
13. Universidade Federal Fluminense – UFF
14. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP
15. Universidade Federal de Santa Maria – UFSM
16. Universidade Federal de Lavras – UFLA
17. Universidade Federal de Uberlândia – UFU
18. Universidade Federal do Ceará – UFC
19. Universidade Federal da Bahia – UFBA
20. Universidade Federal de Goiás – UFG
Melhores Universidades (Inovação):
1. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
2. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
3. Universidade Federal do Paraná – UFPR
4. Universidade Federal de Viçosa – UFV
5. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
6. Universidade de Caxias do Sul – UCS
7. Universidade de São Paulo – USP
8. Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR
9. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS
10. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC Rio
11. Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI
12. Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
13. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
14. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
15. Universidade Federal da Bahia – UFBA
16. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
17. Universidade Federal do Pará – UFBA
18. Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO PR
19. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF
20. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas
Melhores Universidades (Internacionalização):
1. Fundação Universidade Federal do ABC – UFABC
2. Universidade de São Paulo – USP
3. Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ
4. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
5. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC Rio
6. Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
7. Universidade Federal do Ceará – UFC
8. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
9. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
10. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
11. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
12. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
13. Universidade de Brasília – UNB
14. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS
15. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
16. Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR
17. Universidade Católica de Brasília – UCB DF
18. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP
18. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
18. Universidade Universus Veritas Guarulhos – UNG
Melhores Universidades (Mercado):
1. Universidade de São Paulo – USP
2. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
2. Universidade Paulista – UNIP
4. Universidade Presbiteriana Mackenzie – MACKENZIE
4. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
5. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas
7. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP
7. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
7. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUCSP
10. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
10. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
12. Universidade Federal da Bahia – UFBA
12. Universidade Estácio de Sá – UNESA
12. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
12. Universidade Federal do Paraná – UFPR
12. Universidade Federal do Ceará – UFC
17. Universidade Federal Fluminense – UFF
17. Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS
17. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS
17. Universidade Federal de Goiás – UFG
17. Universidade de Fortaleza – UNIFOR CE
17. Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR
Morre Antônio de Queiroz Galvão, empresário pioneiro da construção civil brasileira
por Matheus Martins | | ATUALIZADO EM 3min
O empresário Antônio de Queiroz Galvão, um dos fundadores do grupo Queiroz Galvão, faleceu na madrugada do último dia 19 (domingo), em Recife (PE), vítima de um AVC, aos 96 anos.
A morte de um ícone
Antônio de Queiroz Galvão nasceu em Timbaúba, na zona da Mata de Pernambuco, mas se mudou para Recife ainda na infância. Em 1953, junto ao irmão Mário, fundou a construtora Queiroz Galvão.
Seus irmãos mais novos, Dário e João, posteriormente se tornaram sócios da empresa. Agora, apenas João continua vivo. Antônio atualmente não ocupava cargo na empresa.
Antônio de Queiroz Galvão. Fonte: correio24horas.com.br
O grupo fundado pelos irmãos Queiroz Galvão cresceu e se
tornou um dos maiores do Brasil, especialmente para o setor de infraestrutura.
No início a empresa atuava na construção de estradas e pequenas obras de
saneamento. Atualmente, o Grupo Queiroz Galvão tem se estabelecido na América
do Sul, Caribe e África.
Quem foi Antônio de Queiroz Galvão?
Antônio formou-se em engenharia civil em 1946 pela Escola de Engenharia de Pernambuco da Universidade Federal de Pernambuco. Após formar-se, trabalhou como diretor de Obras da Prefeitura do Recife por 7 anos. Ainda em 1952, fundou junto ao colega Nilton Gurcino a Construtora Freitas e Galvão, que acabou não decolando pela desistência de Nilton. Então, com o irmão Mário, fundou o Grupo Queiroz Galvão, que é hoje um gigante mundial.
Antônio Querioz Galvão está para a construção civil brasileira, analogamente, assim como está Norberto Odebrecht (fundador do Grupo Odebrecht) e Sebastião Ferraz de Camargo (fundador da Camargo Correia). Estes empresários, em meados do século passado, foram jovens pioneiros que levaram o nome do Brasil para a pasta de grandes obras de engenharia.
O Grupo Queiroz Galvão
O grupo iniciou suas obras em 1954 com a obra de abastecimento de água de Limoeiro. Após esse período, mudou o foco de atuação da empresa para pavimentação e obras complementares, como drenagens, perfazendo o caminho para a construção de rodovias, como a BR-101 Norte e Sul.
Imagem: construtoraqueirozgalvao.com.br
Já nos anos 60, realizaram obras de estradas para o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) de São Paulo e logo depois no Rio de Janeiro, também para o DER. Em 1963, a sede do grupo foi transferida para o Rio de Janeiro, e os irmãos João e Dário entraram para o grupo. Pouco depois, iniciaram trabalhos no DER do estado do Paraná.
Obra na Rodovia dos Tamoios no estado de São Paulo. Fonte: construtoraqueirozgalvao.com.br
Na década seguinte, atuaram nas obras das barragens de Tapacurá e Goitá, que beneficiaram Recife, protegendo a cidade das enchentes. Ao final dos anos 1970, passaram a atuar na construção de edifícios residenciais em Pernambuco.
Nos anos 1980 o grupo expandiu sua área de atuação, inciando
a exploração de petróleo e gás e criando um banco, o BGN (Banco Galvão de
Negócios). Já nos anos 90, ingressaram no mercado de concessões nas áreas de
saneamento, rodovias e energia. A partir de 2006, Antônio iniciou o seu
processo sucessório.
Entrega da Medalha de Mérito José Mariano a Maurício José Queiroz Galvão, representando o Grupo Queiroz Galvão. Fonte: recife.pe.leg.br
Em 2013, no dia do Engenheiro, o Grupo Queiroz Galvão, então
com 60 anos de mercado, foi homenageado com a Medalha do Mérito José Mariano ao
seu fundador, Antônio, que na ocasião esteve representado por seu filho.
O Grupo Queiroz Galvão acabou também sofrendo recentemente com as investigações da Lava jato, o que fez com que a empresa diminuísse seus negócios.
Uma grande perda para o Brasil e o Pernambuco
Entre as notas de pesar, o prefeito de Recife, Geraldo Julio disse: “Ele foi Diretor de Obras da Prefeitura do Recife e tem sua história de vida ligada ao desenvolvimento de Pernambuco e do Brasil, sendo responsável por criar a construtora responsável por algumas das principais obras estruturadoras que colocaram nosso estado no caminho do crescimento e pela geração de milhares de empregos”.
Ainda, o governador do estado, Paulo Câmara, lamentou: “ Filho da zona da Mata Norte, deixa um legado importante na área da construção civil do nosso estado e do país. Neste momento, quero me solidarizar com seus familiares e amigos”.
Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.
Em dúvida na escolha do curso? Conheça as Engenharias ofertadas no Brasil!
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 2min
Não dá para negar que há Engenharia para todos os gostos, não é mesmo? Porém, ainda assim a dúvida na hora de escolher o curso é muito grande, bem como a incerteza de começar algo sem saber se vai gostar. Para te ajudar nessa tarefa, reunimos neste texto as informações das Engenharias ofertadas no Brasil.
É difícil mensurar exatamente quantas Engenharias são ofertadas no país e a justificativa para isso é o fato de que duas ou mais universidades podem ofertar o mesmo curso, mas com diferentes nomes. Em alguns casos há alguma diferença nas grades curriculares, o que implica diferentes atribuições no CREA, mas a atuação profissional principal costuma ser a mesma. Foi por isso que, ao fazer este levantamento, tivemos o cuidado de tentar manter ou citar as variações dos nomes.
Para conseguir saber mais sobre cada uma delas, basta clicar no nome e você irá para a página específica, que explica o que é o curso, quais as atribuições profissionais, em quais áreas pode atuar, o mercado de trabalho, as disciplinas do curso e as faculdades que o ofertam. Algumas foram divididas ou agrupadas conforme as diferenças ou semelhanças entre os cursos.
Não encontrou o curso que queria? Deixe nos comentários ou mande um e-mail para a gente ( contato@engenharia360.com) contando qual Engenharia você gostaria de ver por aqui!
Pesquisadores usam material nanoestruturado para remover pesticida da água
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 3minAplicação de pesticida na agricultura. Imagem: wagwalking.com
A atrazina é um herbicida de baixo custo largamente utilizado e, consequentemente, é muito encontrado na água potável, visto que os tratamentos convencionais de água não são eficazes na sua degradação. Para tentar solucionar esse problema, pesquisadores do Institut National de la Recherche Scientifique (INRS) desenvolveram um método de degradação da atrazina que usa nanomateriais e luz solar.
Aplicação de pesticida na agricultura. Imagem: nano-magazine.com
Para otimizar a degradação da atrazina, foi usado um processo otimizado de fotoeletrocatálise. Ele funciona com dois fotoeletrodos de cargas opostas e, sob efeito de luz e de um potencial elétrico, radicais livres são gerados na superfície desses eletrodos. Tais radicais interagem com a atrazina, degradando-a. Uma das grandes vantagens é que não há geração de subresíduos tóxicos, como o cloro deixaria. Como a vida útil é curta, eles tendem a desaparecer rapidamente.
Para construir os fotoeletrodos, que são eletrodos sensíveis à luz, os pesquisadores escolheram o óxido de titânio, um material quimicamente estável e de ampla aplicação na ciência. Eles modificara, o material em escala atômica, incorporando átomos de nitrogênio e tungstênio, para torná-lo sensível à luz solar visível.
Ainda, para tratar um grande volume de água, seria necessário ter uma grande área de superfície dos fotoeletrodos. Para amenizar isso, os cientistas esculpiram a superfície em nanoescala (nanoestruturação), aumentando a área ativa sem alterar a superfície física. Segundo eles, é como criar vales e montanhas na superfície. O resultado é que é possível alcançar áreas ativas de superfície entre 50 e 100 metros quadrados com apenas 1 grama de material.
Reator usado para preparação dos fotoeletrodos de óxido de titânio. Imagem: phys.org
Após otimizar o processo, verificou-se que ele foi capaz de eliminar cerca de 60% da atrazina após 5 horas de tratamento de água desmineralizada à qual foi adicionado o pesticida. Com testes usando água do Rio Nicolet, no Canadá, apenas 8% da atrazina foi inicialmente degradada e isso se deve ao fato de que as partículas em suspensão na água impedem que parte da luz atinja o eletrodo.
Para contornar isso, eles fizeram um pré-tratamento de coagulação e filtração antes de realizar o processo e encontraram uma degradação de atrazina de 38% a 40%. A eficiência ainda é baixa porque a água contém bicarbonatos e fosfatos que capturam os radicais livres e os impedem de reagir com a atrazina.
Assim, o que os pesquisadores sugerem é que o processo seja usado como tratamento terciário, após a remoção de partículas em suspensão e espécies coaguláveis. Porém, antes do uso em larga escala, é preciso uma fase de demonstração pré-industrial.
A técnica é resultado da parceria do Professor My Ali El Khakani, especialista em materiais nanoestruturados, com o professor Patrick Drogui, especialista em eletrotecnologia e tratamento de água. Eles alcançaram um resultado que não seria possível se trabalhassem de forma separada e ressaltam o valor da interdisciplinaridade para a pesquisa.
A pesquisa foi publicada na revista Catalysis Today. O objetivo dos pesquisadores em uma próxima etapa é tratar outros poluentes que também são preocupantes e também remover resíduos de antibióticos da água.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Para que serve a Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575 na Engenharia? | Entrevista 360 com Fábio Guedes
por Eduardo Mikail | | ATUALIZADO EM 3minImagem: bicommunity.com
Quando o assunto é ABNT, muita gente já faz uma careta e afirma não gostar de normas. Porém, é difícil imaginar a Engenharia sem normas e padrões de qualidade. Para sanar dúvidas, nós conversamos com o advogado Fábio Guedes, que contou sobre a Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575. Saiba um pouco mais no texto abaixo e confira a entrevista logo na sequência.
Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575
Há registros da ABNT NBR 15.575 desde 2008. No entanto, sua versão mais recente é de 2013. De modo geral, tal norma diz respeito ao desempenho de edificações habitacionais, estabelecendo exigências de conforto e segurança em imóveis residenciais. Ela subdivide-se em:
ABNT NBR 15575-2:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais
ABNT NBR 15575-3:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos
ABNT NBR 15575-4:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas — SVVIE
ABNT NBR 15575-5:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas
ABNT NBR 15575-6:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários
Segundo o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), a Norma de Desempenho insere o fator qualidade às edificações. Ela foi organizada a partir dos elementos de um edifício, considerando-se as condições de implantação e as exigências dos usuários definindo os requisitos, os quais pretende-se atender.
Imagem: ceramicacity.com.br
É por isso que a ABNT NBR 15.575 é tão importante para a Engenharia. Basicamente, tal normal diz quais níveis de segurança, conforto e resistência deve, ser proporcionados pelos diferentes constituintes de um imóvel (como estrutura, instalações, coberturas, pisos, vedações e outros). Nesse sentido, é preciso olhar para o edifício como um todo, e não apenas para as partes isoladas.
Assim, a ABNT NBR 15.575 serve como um documento de orientação para construtores, projetistas e fabricantes e incentiva a inovação do setor, visto que é preciso desenvolver técnicas e materiais que melhor atendam à demanda da norma. Ainda, as diretrizes estabelecidas dão um respaldo maior e envolvem até uma questão de responsabilidade profissional (que nós já comentamos por aqui).
Entrevista 360
Para falar um pouco mais sobre a Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575, nós conversamos com o advogado Fábio Guedes, da área de direito imobiliário. Ele conta para a gente um pouco mais sobre o que é ABNT, como é a criação das normas e sobre a Norma de Desempenho (desde o histórico, os benefícios, as divisões de sistemas, como ela é aplicada na prática, as consequências para quem não cumpre e muito mais). Confira a entrevista no vídeo abaixo.
Confira também a entrevista em versão podcast:
Para saber mais: como a ABNT faz as normas?
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o pesadelo de muita gente, principalmente para quem está escrevendo o TCC. Porém, ela vai muito além de normas de escrita acadêmica. Fundada em 1940, ela é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, ou seja, pela criação de um conjunto de normas para uma determinada atividade.
O processo não é simples: a partir de uma demanda analisada (que pode ser apresentada por qualquer um, seja pessoa física ou jurídica), o assunto é levado ao seu respectivo Comitê Técnico para ser inserido no Programa de Normalização Setorial. Segundo a própria ABNT, a questão é discutida pelas Comissões de Estudo, com a participação aberta a qualquer interessado.
O Projeto de Norma é editorado antes de ser submetido à Consulta Nacional e recebe a sigla ABNT NBR e um número. Essa consulta é feita pela internet e qualquer pessoa ou entidade pode enviar comentários, que são avaliados. Por fim, é deliberado se o Projeto de Norma segue como Documento Técnico ou não. Se sim, as sugestões aceitas são consolidadas e a Norma final é aprovada e entra para o catálogo.
Processo de criação de uma norma pela ABNT. Imagem: adaptado de abnt.br
Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.
Por que nos Estados Unidos as casas são de madeira?
por Júlia Sott | | ATUALIZADO EM 5min
Cada lugar do mundo tem sua cultura e seu modo de viver, e é muito interessante observar e comparar essas diferenças com as nossas. Confira a seguir 15 fatos sobre casas americanas no geral que podem ser bem atípicos para nós brasileiros.
1. Aquecedor
Toda casa americana vai ter um aquecedor geral em todos os cômodos, mesmo que a cidade não seja tão fria. Eu comparo o inverno do norte da Califórnia com o do Rio Grande do Sul, que varia mais ou menos entre 5ºC e 15ºC. A diferença é que eles chegam em casa e tiram todos os casacos e ficam relaxados, e nós no sul temos que usar jaqueta dentro de casa e dormir com 3 cobertores (risos).
2. Carpete
Carpete aqui é muito comum, principalmente nos quartos. Vou ter que admitir que sempre tive uma má impressão, mas agora gosto, deixa o quarto bem aconchegante. Claro que o costume daqui de não usar calçados dentro de casa ajuda a manter o carpete limpo!
3. Garagem
Garagem ou depósito? Chega a ser engraçado, mas as garagens americanas muitas vezes não comportam nenhum dos carros (geralmente eles têm 2 ou mais) de tanta coisa que eles guardam lá!
Essa ferramenta na pia da cozinha é bem interessante. Eles jogam vários restos de comida ali e é bem útil quando se lava a louça, pois evita o entopimento do encanamento.
5. Dishwasher
A minha ferramenta queridinha que amo! Nunca vi uma casa americana sem máquina de lavar louça, e eles usam todos os dias aqui. No começo eu achava besteira e não usava, falava que os americanos eram todos preguiçosos, mas agora eu acostumei e vai ser difícil não ter mais! Praticidade é tudo hoje em dia e você ganha um tempinho precioso.
Todas as torneiras das casas contêm água quente, a qual é aquecida e armazenada em um sistema que geralmente fica na garagem, podendo ser elétrico ou a gás. No Brasil usamos muito o chuveiro elétrico, o qual usa muita energia e pode não ser tão eficiente. E se quisermos água quente nas torneiras precisamos comprar mais dispositivos elétricos.
Aquecedor de água e aquecedor geral (Imagem: @juliawsott)
7. Casas de madeira
Sim, a grande maioria das casas são como aquelas que vemos no “Irmãos a Obra”, de gesso e madeira. Mas por quê? Já é cultural nos Estados Unidos esse tipo de casa, e as justificativas são as seguintes: a madeira no país é abundante, e, por isso, barata. É um material mais flexível e fácil de remodelar, caso houver danificação por terremoto ou para fins de reforma. Outro motivo é a possibilidade de construir uma casa em poucos dias com wood frame, assim se gasta menos com mão de obra, a qual tem um custo elevado.
Na maioria das casas é um cômodo só, um conceito bem aberto! Geralmente divide-se com um balcão. No Brasil esse conceito cresceu nos últimos anos, mas nas casas mais antigas a cozinha era um cômodo totalmente independente.
9. Banheiro com banheira
Os banheiros na maioria das vezes contêm banheira! Os 3 banheiros aqui de casa têm. No Brasil não vejo muito, até porque não é nada prático e gasta muita água. Eles acabam nem usando muito.
10. Armários embutidos
Gosto muito dessa ideia. Não sei se é uma coisa comum em todas as casas, mas aqui há vários armários embutidos com portas normais, que ajudam a ocupar um espaço que talvez seria inútil, e evitam o uso de mais móveis. Os guarda-roupas também são embutidos nas paredes.
Tanque? Varal de roupa no pátio? O que é isso? O processo de lavar roupa aqui é só de colocar na máquina, depois na secadora e então dobrar. Sei que muita gente faz assim no Brasil também, mas grande parte ainda coloca as roupas no varal (né mãe?). Sobre o tanque, quando eu cheguei aqui foi uma das primeiras coisas que perguntei onde era, pois queria limpar meu tênis. Meu host dad disse que eles não tinham, que eles não costumavam limpar os calçados, mas que eu poderia limpá-los na pia da cozinha sem problemas! Isso mesmo. Não segui a indicação dele por motivos óbvios e dei utilidade à minha banheira.
12. Muros e grades
Muito difícil haver muros e grades na frente das casas, ao contrário do Brasil onde a população às vezes precisa colocar até cerca elétrica para ficar segura, o que é extremamente preocupante.
Subúrbio em Mountain View, CA (Imagem: @juliawsott)
13. Papel higiênico
Os americanos jogam o papel higiênico no vaso, e não no lixo. Isso porque os sistemas de esgotos já são feitos para isso.
Para finalizar, como parte da decoração e símbolo do patriotismo americano, a bandeirinha do país na frente de muitas casas. Você a vê em todo lugar por aqui!
Fonte: Money.com
Lembrando que os EUA é um país enorme e diversificado, podendo conter sistemas diferentes e algumas exceções.
E aí, qual dos fatos mais te impressionou? Conhece mais algum? Comente aqui no texto ou lá no Instagram: @engenharia360
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Engenheira Civil, formada pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS; estudou também na Stanford University; passou um período trabalhando, estudando e explorando o Vale do Silício, nos Estados Unidos; hoje atua como analista de orçamentos ajudando a implantar novas tecnologias para inovar na construção civil.
Brasil reinaugura a Estação Comandante Ferraz: complexo de pesquisa na Antártica
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 3min
A Estação Antártica Comandante Ferraz, base militar e de pesquisa brasileira na Antártica, foi reinaugurada depois de um incêndio há oito anos. O complexo é de mais de 4,5 mil m² e possui três módulos principais que contam com 17 laboratórios. A estação é administrada pela Marinha e recebe pesquisadores especializados em meteorologia, microbiologia, química, oceanografia, dentre outros.
Imagem: Marinha do Brasil
A Estação Antártica Comandante Ferraz, instalada na ilha Rei George, recebeu um investimento de US$ 99,6 milhões e vai conseguir acomodar até 64 profissionais do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), que a gente já mencionou por aqui ao falar do Criosfera 1, uma estação autônoma para coleta de dados.
A engenharia da Estação Antártica
Um dos destaques do novo prédio é da própria perspectiva da engenharia. No caso, além de precisar suportar ventos de até 200 km/h e temperaturas exageradamente baixas, a Estação Antártica Comandante Ferraz inclui diversas iniciativas sustentáveis, especialmente no que tange à energia e aos materiais de construção. O vídeo abaixo, do Estúdio 41, mostra uma visão do projeto, por dentro e por fora.
A base brasileira na Antártica é modular e toda a estrutura é desmontável e reciclável. Isso é fundamental, considerando que a construção exigiu transportar tudo de navio e não é uma viagem fácil, principalmente perto da Passagem de Drake, o famoso “mar mais perigoso do mundo”, que já afundou 800 embarcações. Tudo precisa ser amarrado nos navios e gera uma condição de enjoo muito grande, em função dos fortes ventos e ondas que podem chegar a 12,5 m. É uma aventura só para chegar na própria Antártica. Considerando isso e os impactos do transporte, os acabamentos foram feitos no local.
O navio que levou a maior parte dos pesquisadores foi o Almirante Maximiano, carinhosamente apelidado de Tio Max. A reinauguração da Estação Antártica brasileira é hoje (15), mas foi necessário realizar esse trajeto em diversas expedições, levando pesquisadores e militares para coletas de dados de solo, água, dentre outros.
Tio Max conta com cinco laboratórios preparados para auxiliar cada projeto de pesquisa e realizou pitstops em portos de altas latitudes, como Punta Arenas, no Chile e o porto de Ushuaia, na Argentina, a porção de continente mais austral do globo possível de acessar a pé.
Quanto à energia, a Estação Comandante Ferraz conta com
painéis fotovoltaicos e geradores eólicos. Vento na Antártica nós sabemos que tem
demais, mas a gente ficou com certa dúvida sobre a energia solar no inverno, em
que há poucas horas de iluminação e muito espalhamento de luz.
Sem lixo na Antártica
O que impressionou também foi o manejo de resíduos sólidos, que sabemos ser um problema até mesmo no Brasil, mas que foi tido com cuidado na Antártica. Todo o resíduo produzido é separado para reciclagem e vai retornar ao Brasil para tratamento e manejo.
Sendo uma região isolada, também há desafios voltados ao tratamento de água, esgotamento e tratamento dos efluentes gerados na base. Mas, segundo a divulgação, toda a concepção dos sistemas de saneamento locais foi realizada com o intuito de gerar o mínimo impacto possível. Isso é tido como uma consciência moral de conservação do meio ambiente, e também em função de toda a Antártica apresentar um potencial imensurável a ser explorado com respeito.
Tratamento da água na Estação Comandante Ferraz. Imagem: Estúdio 41
As pesquisas em solo antártico
A exploração dos potenciais da Antártica pode aumentar o arcabouço desde a descoberta de fungos com propriedades antibióticas que permitam vencer bactérias resistentes, até a descoberta de novos materiais com propriedades anticongelantes, baseados na flora local adaptada a condições extremas. É um grande trabalho investigativo que pode levar a muitas novidades em que a tecnologia se inspira e imita a natureza.
Além disso, é preciso valorizar a pesquisa brasileira, que vive suas dificuldades, tanto em solo nacional, quanto em condições extremas, como na Antártica. O vídeo abaixo, do professor Paulo Câmara, da Universidade de Brasília, UnB, mostra um pouquinho de como é pisar no solo mais austral do planeta, no verão, em que as temperaturas são de, em média 1°C.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Barbara Liskov: uma das profissionais por trás do formato das linguagens de programação
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 3min
Barbara Liskov foi pioneira na abordagem moderna para escrever códigos. Aqui a gente conta um pouquinho sobre quem ela é e seu papel no formato das linguagens de programação.
Quem é Barbara Liskov?
Primeira mulher dos Estados Unidos a obter um grau de doutorado
(o suado PhD.), Barbara Liskov, enquanto doutoranda em ciência da computação,
em 1968, pela Stanford
University (que o Engenharia 360 conheceu) invejava os engenheiros eletricistas.
Ela dizia isso porque esses profissionais trabalhavam com hardware conectado
por fios. Essa arquitetura naturalmente permitiu que eles dividissem problemas em
módulos, uma abordagem que lhes dava mais controle, pois permitia que eles
raciocinassem independentemente sobre componentes discretos. Como cientista da
computação, pensando em código, Liskov não tinha objetos físicos para manipular.
Barbara Liskov, e a gente insiste em nome e sobrenome para
que ela tenha destaque, que estudou matemática na Universidade da Califórnia,
Berkeley, queria abordar a programação não como um problema técnico, mas como
um problema matemático. No caso, a elaboração de códigos deveria ser algo que pudesse
ser informado e guiado por princípios lógicos e beleza estética. Ela queria
organizar o software para poder exercer controle sobre ele, além de entender
sua complexidade. E aí vem aquela coisa de matemática ser linguagem e
programação também.
Imagem: Cody O’Loughlin / Quanta Magazine.
Contribuições para programação
Quando Barbara Liskov, ainda era uma jovem professora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, sim, o MIT, ela liderou a equipe que criou a primeira linguagem de programação que não se baseava em declarações go to. A linguagem, CLU (abreviação de cluster), contava com uma abordagem que ela inventou – abstração de dados – que organizava o código em módulos. Toda linguagem de programação importante usada atualmente, incluindo Java, C++ e C#, é descendente de CLU.
Lá no MIT, Liskov é
atualmente professora no Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da
Computação. Em sua trajetória profissional, liderou muitos projetos
significativos, incluindo o sistema operacional Vénus, um sistema interativo
pequeno, de baixo custo e compartilhado. Além disso, seu nome é
memorável em pesquisa, na medida em que é autora de mais de 140 artigos científicos.
Em 2002, ela foi reconhecida como uma das maiores professoras pelo MIT e integrante dos 50 maiores professores de ciência dos Estados Unidos. Em 2004, Bárbara ganhou a Medalha John Neumann de “Contribuições Fundamentais para Linguagem de Programação, Metodologia de Programação e Computação Distribuída”. E para completar, Barbara Liskov recebeu em 2008 o Prêmio Turing por seu trabalho na concepção de linguagens de programação e de metodologia de software que levaram ao desenvolvimento da programação orientada para objetos.
Imagem: Cody O’Loughlin / Quanta Magazine.
Comentários sobre mulheres
na ciência
Barbara Liskov, em
entrevista na Quanta magazine, reconhece seu privilégio e expõe que a realidade
no período em que decidiu (e pôde) estudar era árdua. Entretanto, menciona
também que “(…) as coisas não estão
realmente melhores agora do que eram então. Talvez eu tenha tido sorte. Se eu
tivesse me casado logo depois da faculdade, provavelmente teria terminado em um
lugar totalmente diferente.” E com isso, ela não coloca nenhuma regra ou
juízo de valor, mas expõe diferentes caminhos, situações e possibilidades.
Vale lembrar, que quando foi
para o MIT, a proporção de membros homens de departamentos em relação a
mulheres era de 100:1. Durante sua carreira e desenvolvimento acadêmico, por
mais que ela fosse bem, não havia elogios, incentivos ou perspectivas sociais
de vê-la numa posição ou cargo. Não era normal.
Mas figuras assim devem ser inspiradoras e a gente vai sempre apoiar mulheres na ciência e engenharia. Abaixo, você pode conferir um vídeo da própria Bárbara Liskov, em inglês, onde ela menciona seu ponto de vista sobre o desenvolvimento da ciência da computação e, claro, aponta o papel das mulheres.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Bruie: NASA completa testes de campo com robô que irá explorar Europa, uma lua de Júpiter
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2min
Em novembro do ano passado, cientistas e engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA testaram com sucesso o Bruie – o “veículo flutuante para exploração sob gelo”. Os testes foram realizados sob o gelo da Antártica.
O robô, operado remotamente, foi construído para rastejar ao longo da parte inferior do gelo oceânico. Esses testes aqui na Terra visam, a longo prazo, garantir as condições para que Bruie investigue evidências de vida sob a espessa camada congelada que cobre a lua oceânica de Júpiter, a Europa. Abaixo desse gelo há três vezes mais água líquida do que a encontrada em todos os oceanos da Terra.
Missões para explorar a lua de Júpiter
Com o perdão do discurso confuso por causa do nome, mas vai demorar um pouco até que alguma nave aterrisse na Europa. Essa lua foi estudada mais de perto pela missão Galileo da NASA nos anos 90. A próxima sonda robótica a visita-la será o Europa Clipper, com lançamento previsto para 2025. O plano é que o Europa Clipper orbite Júpiter e encontre Europa dezenas de vezes em ângulos diferentes para escanear e mapear essa lua.
Apesar de parecer que ainda falta muito para que essa missão
seja executada, o caminho das pesquisas é árduo e exige planejamentos e testes.
Por isso, engenheiros(as) e cientistas da NASA seguem no intuito de desenvolver
tecnologias para ajudar sua missão.
Europa, lua de Júpiter, registrada pela Voyager 2. Imagem: nasa.gov
Mergulhando no Bruie
O robô Bruie está em desenvolvimento desde 2017, o que é
mais uma evidência de como esses projetos podem ser demorados, principalmente
quando a gente não sabe ao certo o que a tecnologia deverá encarar.
O diferencial desse veículo exploratório é que Bruie flutua.
O mar o pressiona contra a plataforma de gelo e, à medida que o rover se arrasta, seus sensores coletam
dados. Durante seus testes de “campo” antártico sob o gelo da baía de O’Brien,
perto da estação Casey, uma base australiana na parte leste do continente, Bruie
suportou com sucesso três “mergulhos” frios de três horas. Um quarto, e crítico,
teste manteve-o submerso no gelo por 42 horas e 30 minutos.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.OK