Em eventos catastróficos, drones têm sido usados ​​para mapear a destruição e ajudar os socorristas a encontrar possíveis sobreviventes. Agora, um novo sistema pode levar isso para o next level, analisando automaticamente as imagens capturadas para determinar se as pessoas avistadas estão vivas ou não.

Como detectar sinais vitais através de drones

A tecnologia é delicada a tal ponto que utiliza visão computacional, procurando por pequenas mudanças associadas a movimento, tais como o ritmo respiratório. Isso foi explicado por Javaan Chahl, pesquisador em sistemas de sensores da Universidade do Sul da Austrália.

O sistema usa o aprendizado de máquina para analisar um videoclipe de 30 segundos de um corpo humano, medindo as mudanças na luz refletida na parte da região do peito onde o movimento seria mais aparente. Em seguida, esses padrões são analisados para determinar se as mudanças de intensidade são consistentes com uma pessoa viva e que respira. Os pesquisadores testaram o sistema em imagens de nove sujeitos: oito humanos vivos e um manequim com peruca e maquiagem.

Os “objetos” do teste não foram estavam bastante visíveis, mas Chahl diz que o sistema também pode funcionar com pessoas parcialmente cobertas por entulho, o que é de se esperar em infelizes cenas de desastres. Vale apontar que é necessário que o torso das pessoas esteja visível.

Duas pessoas (objetos de estudo) deitadas sobre a grama, enquanto ocorre uma footage por drone para analisar sinais vitais. University of South Australia. Engenharia 360.
footage por drones para detecção de sinais vitais. Imagem: University of South Australia.

Alternativas à tecnologia de detecção de movimento

Tentativas anteriores de identificar sinais vitais usando drones voltaram-se para medidas de mudanças sutis na cor da pele, o que poderia indicar o fluxo sanguíneo. Mas esses sistemas precisam visualizar a pele exposta sobre os pontos de pulso, o que significa que os drones devem pairar muito mais perto.

Drones não vão substituir profissionais no chão ou nos ares

Os cientistas ainda não testaram seu sistema em campo, mas tiveram o cuidado de mencionar que o programa opera em condições muito controladas: corpos estáticos, drones pairando entre quatro e oito metros no ar e com capturas de vídeo em boas condições de luz. Em cenários de catástrofe, não se esperam condições ideais. Em situações reais de resgate de vítimas de desastres, devem ser consideradas particularidades inconvenientes como vento, chuva, flutuações de temperatura e água corrente, que podem interferir na luz refletida.

A proposta ainda não inclui um sistema de detecção de sinais vitais em níveis de Star Trek, mas o ponto foi feito a partir do momento em que a versão atual provou conceitos básicos. No momento, o drone busca pessoas no chão e tenta entender, a partir da análise de alguns parâmetros, se essas pessoas estão vivas. Ainda se espera que a tecnologia avance muito mais e a maior perspectiva é que o oposto seja feito: a partir da detecção de sinais vitais, encontrar as pessoas, o que poderá facilitar e agilizar serviços de resgate, já direcionados.

Fonte: Scientific American.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Na época de definir qual carreira seguir, vários fatores influenciam a escolha de um curso e de uma universidade: a qualidade do ensino, a facilidade de acesso/moradia ao campus, as disciplinas e horários do curso e outros. Para te ajudar nessa difícil decisão, nós mostramos a lista das melhores universidades do Brasil.

melhores universidades do brasil USP
Imagem: www.usp.br

O Ranking é feito pela Folha e é chamado RUF (Ranking Universitário Folha). A avaliação ocorre anualmente e considera dados nacionais, internacionais e pequisas de opinião. São analisadas todas as 197 universidades do país e considera-se os seguintes fatores: pesquisa, ensino, inovação, mercado e internacionalização.

O último RUF é de 2019 e foi divulgado em Outubro do mesmo ano. Ele foi separado por cada fator citado, além da categoria geral.

Melhores Universidades (Geral):

  1. Universidade de São Paulo – USP

    2. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

    3. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

    4. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

    5. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

    6. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP

    7. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

    8. Universidade Federal do Paraná – UFPR

    9. Universidade de Brasília – UNB

    10. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

    11. Universidade Federal do Ceará – UFC

    12. Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR

    13. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

    14. Universidade Federal da Bahia – UFBA

    15. Universidade Federal de Viçosa – UFV

    16. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

    17. Universidade Federal Fluminense – UFF

    18. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS

    19. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC Rio

20. Universidade Federal de Goiás – UFG

Melhores Universidades (Pesquisa):

    1. Universidade de São Paulo – USP

    2. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

    3. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

    4. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

    5. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

    6. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP

    7. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

    8. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

    9. Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR

    10. Universidade Federal do Ceará – UFC

    11. Universidade de Brasília – UNB

    12. Universidade Federal do Paraná – UFPR

    13. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

    14. Universidade Federal de Viçosa – UFV

    15. Universidade Federal de Pelotas – UFPel

    16. Fundação Universidade Federal do ABC – UFABC

    17. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

    18. Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

    19. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUCRS

19. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC Rio

Melhores Universidades (Ensino):

    1. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

    2. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

    3. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

    4. Universidade de São Paulo – USP

    5. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

    6. Universidade de Brasília – UNB

    7. Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR

    8. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

    9. Universidade Federal do Paraná – UFPR

    10. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

    11. Universidade Federal de Viçosa – UFV

    12. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

    13. Universidade Federal Fluminense – UFF

    14. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP

    15. Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

    16. Universidade Federal de Lavras – UFLA

    17. Universidade Federal de Uberlândia – UFU

    18. Universidade Federal do Ceará – UFC

    19. Universidade Federal da Bahia – UFBA

    20. Universidade Federal de Goiás – UFG

Melhores Universidades (Inovação):

    1. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

    2. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

    3. Universidade Federal do Paraná – UFPR

    4. Universidade Federal de Viçosa – UFV

    5. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

    6. Universidade de Caxias do Sul – UCS

    7. Universidade de São Paulo – USP

    8. Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR

    9. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS

    10. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC Rio

    11. Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI

    12. Universidade Federal do Espírito Santo – UFES

    13. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

    14. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

    15. Universidade Federal da Bahia – UFBA

    16. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

    17. Universidade Federal do Pará – UFBA

    18. Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO PR

    19. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF

    20. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas

Melhores Universidades (Internacionalização):

    1. Fundação Universidade Federal do ABC – UFABC

    2. Universidade de São Paulo – USP

    3. Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ

    4. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

    5. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC Rio

    6. Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

    7. Universidade Federal do Ceará – UFC

    8. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

    9. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

    10. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

    11. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

    12. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

    13. Universidade de Brasília – UNB

    14. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS

    15. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

    16. Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR

    17. Universidade Católica de Brasília – UCB DF

18. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP

18. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

18. Universidade Universus Veritas Guarulhos – UNG

Melhores Universidades (Mercado):

1. Universidade de São Paulo – USP

2. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

2. Universidade Paulista – UNIP

4. Universidade Presbiteriana Mackenzie – MACKENZIE

4. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

5. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas

7. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP

7. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

7. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUCSP

10. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

10. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

12. Universidade Federal da Bahia – UFBA

12. Universidade Estácio de Sá – UNESA

12. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

12. Universidade Federal do Paraná – UFPR

12. Universidade Federal do Ceará – UFC

17. Universidade Federal Fluminense – UFF

17. Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

17. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS

17. Universidade Federal de Goiás – UFG

17. Universidade de Fortaleza – UNIFOR CE

17. Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR

Referências: RUF – Folha.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

O empresário Antônio de Queiroz Galvão, um dos fundadores do grupo Queiroz Galvão, faleceu na madrugada do último dia 19 (domingo), em Recife (PE), vítima de um AVC, aos 96 anos.

A morte de um ícone

Antônio de Queiroz Galvão nasceu em Timbaúba, na zona da Mata de Pernambuco, mas se mudou para Recife ainda na infância. Em 1953, junto ao irmão Mário, fundou a construtora Queiroz Galvão.

Seus irmãos mais novos, Dário e João, posteriormente se tornaram sócios da empresa. Agora, apenas João continua vivo. Antônio atualmente não ocupava cargo na empresa.

Antônio de Queiroz Galvão. Imagem de perfil.
Antônio de Queiroz Galvão. Fonte: correio24horas.com.br

O grupo fundado pelos irmãos Queiroz Galvão cresceu e se tornou um dos maiores do Brasil, especialmente para o setor de infraestrutura. No início a empresa atuava na construção de estradas e pequenas obras de saneamento. Atualmente, o Grupo Queiroz Galvão tem se estabelecido na América do Sul, Caribe e África.

Quem foi Antônio de Queiroz Galvão?

Antônio formou-se em engenharia civil em 1946 pela Escola de Engenharia de Pernambuco da Universidade Federal de Pernambuco. Após formar-se, trabalhou como diretor de Obras da Prefeitura do Recife por 7 anos. Ainda em 1952, fundou junto ao colega Nilton Gurcino a Construtora Freitas e Galvão, que acabou não decolando pela desistência de Nilton. Então, com o irmão Mário, fundou o Grupo Queiroz Galvão, que é hoje um gigante mundial.

Antônio Querioz Galvão está para a construção civil brasileira, analogamente, assim como está Norberto Odebrecht (fundador do Grupo Odebrecht) e Sebastião Ferraz de Camargo (fundador da Camargo Correia). Estes empresários, em meados do século passado, foram jovens pioneiros que levaram o nome do Brasil para a pasta de grandes obras de engenharia.

O Grupo Queiroz Galvão

O grupo iniciou suas obras em 1954 com a obra de abastecimento de água de Limoeiro. Após esse período, mudou o foco de atuação da empresa para pavimentação e obras complementares, como drenagens, perfazendo o caminho para a construção de rodovias, como a BR-101 Norte e Sul.

Logomarca do grupo queiroz galvão
Imagem: construtoraqueirozgalvao.com.br

Já nos anos 60, realizaram obras de estradas para o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) de São Paulo e logo depois no Rio de Janeiro, também para o DER. Em 1963, a sede do grupo foi transferida para o Rio de Janeiro, e os irmãos João e Dário entraram para o grupo. Pouco depois, iniciaram trabalhos no DER do estado do Paraná.

Obra na Rodovia dos Tamoios no estado de São Paulo
Obra na Rodovia dos Tamoios no estado de São Paulo. Fonte: construtoraqueirozgalvao.com.br

Na década seguinte, atuaram nas obras das barragens de Tapacurá e Goitá, que beneficiaram Recife, protegendo a cidade das enchentes. Ao final dos anos 1970, passaram a atuar na construção de edifícios residenciais em Pernambuco.

Nos anos 1980 o grupo expandiu sua área de atuação, inciando a exploração de petróleo e gás e criando um banco, o BGN (Banco Galvão de Negócios). Já nos anos 90, ingressaram no mercado de concessões nas áreas de saneamento, rodovias e energia. A partir de 2006, Antônio iniciou o seu processo sucessório.

Foto da entrega da Medalha de Mérito José Mariano a Maurício José Queiroz Galvão, representando o Grupo Queiroz Galvão
Entrega da Medalha de Mérito José Mariano a Maurício José Queiroz Galvão, representando o Grupo Queiroz Galvão. Fonte: recife.pe.leg.br

Em 2013, no dia do Engenheiro, o Grupo Queiroz Galvão, então com 60 anos de mercado, foi homenageado com a Medalha do Mérito José Mariano ao seu fundador, Antônio, que na ocasião esteve representado por seu filho.

O Grupo Queiroz Galvão acabou também sofrendo recentemente com as investigações da Lava jato, o que fez com que a empresa diminuísse seus negócios.

Uma grande perda para o Brasil e o Pernambuco

Entre as notas de pesar, o prefeito de Recife, Geraldo Julio disse: “Ele foi Diretor de Obras da Prefeitura do Recife e tem sua história de vida ligada ao desenvolvimento de Pernambuco e do Brasil, sendo responsável por criar a construtora responsável por algumas das principais obras estruturadoras que colocaram nosso estado no caminho do crescimento e pela geração de milhares de empregos”.

Ainda, o governador do estado, Paulo Câmara, lamentou: “ Filho da zona da Mata Norte, deixa um legado importante na área da construção civil do nosso estado e do país. Neste momento, quero me solidarizar com seus familiares e amigos”.

Fonte: UOL, G1, Abril.

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Engenharia 360

Matheus Martins

Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.

Não dá para negar que há Engenharia para todos os gostos, não é mesmo? Porém, ainda assim a dúvida na hora de escolher o curso é muito grande, bem como a incerteza de começar algo sem saber se vai gostar. Para te ajudar nessa tarefa, reunimos neste texto as informações das Engenharias ofertadas no Brasil.

imagem com fundo branco com todas as palavras ligadas à engenharia em inglês

É difícil mensurar exatamente quantas Engenharias são ofertadas no país e a justificativa para isso é o fato de que duas ou mais universidades podem ofertar o mesmo curso, mas com diferentes nomes. Em alguns casos há alguma diferença nas grades curriculares, o que implica diferentes atribuições no CREA, mas a atuação profissional principal costuma ser a mesma. Foi por isso que, ao fazer este levantamento, tivemos o cuidado de tentar manter ou citar as variações dos nomes.

Para conseguir saber mais sobre cada uma delas, basta clicar no nome e você irá para a página específica, que explica o que é o curso, quais as atribuições profissionais, em quais áreas pode atuar, o mercado de trabalho, as disciplinas do curso e as faculdades que o ofertam. Algumas foram divididas ou agrupadas conforme as diferenças ou semelhanças entre os cursos.

+ Engenharia Acústica

+ Engenharia Aeroespacial

+ Engenharia Aeronáutica

+ Engenharia Agrícola

+ Engenharia Agroindustrial

+ Engenharia Agronômica

+ Engenharia Ambiental /Ambiental e Sanitária

+ Engenharia Automotiva

+ Engenharia Biomédica

+ Engenharia Cartográfica e de Agrimensura

+ Engenharia Civil

+ Engenharia de Agronegócios

+ Engenharia de Alimentos

+ Engenharia de Bioprocessos

+ Engenharia de Biossistemas

+ Engenharia de Computação

+ Engenharia de Controle e Automação

+ Engenharia de Energia

+ Engenharia de Manufatura

+ Engenharia de Materiais

+ Engenharia de Minas

+ Engenharia de Mobilidade / Transportes

+ Engenharia de Pesca e Aquicultura

+ Engenharia de Petróleo

+ Engenharia de Produção

+ Engenharia de Saúde e Segurança do Trabalho

+ Engenharia de Serviços

+ Engenharia de Sistemas

+ Engenharia de Software

+ Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade

+ Engenharia de Telecomunicações

+ Engenharia Elétrica

+ Engenharia Eletrônica

+ Engenharia Ferroviária e Metroviária

+ Engenharia Física

+ Engenharia Florestal

+ Engenharia Geológica

+ Engenharia Hídrica

+ Engenharia Industrial

+ Engenharia Mecânica

+ Engenharia Mecatrônica

+ Engenharia Metalúrgica

+ Engenharia Naval

+ Engenharia Nuclear

+ Engenharia Química

+ Engenharia Têxtil

+ Engenharia Urbana

Não encontrou o curso que queria? Deixe nos comentários ou mande um e-mail para a gente ( contato@engenharia360.com) contando qual Engenharia você gostaria de ver por aqui!

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

A atrazina é um herbicida de baixo custo largamente utilizado e, consequentemente, é muito encontrado na água potável, visto que os tratamentos convencionais de água não são eficazes na sua degradação. Para tentar solucionar esse problema, pesquisadores do Institut National de la Recherche Scientifique (INRS) desenvolveram um método de degradação da atrazina que usa nanomateriais e luz solar.

aplicação de pesticida na agricultura
Aplicação de pesticida na agricultura. Imagem: nano-magazine.com

Para otimizar a degradação da atrazina, foi usado um processo otimizado de fotoeletrocatálise. Ele funciona com dois fotoeletrodos de cargas opostas e, sob efeito de luz e de um potencial elétrico, radicais livres são gerados na superfície desses eletrodos. Tais radicais interagem com a atrazina, degradando-a. Uma das grandes vantagens é que não há geração de subresíduos tóxicos, como o cloro deixaria. Como a vida útil é curta, eles tendem a desaparecer rapidamente.

Para construir os fotoeletrodos, que são eletrodos sensíveis à luz, os pesquisadores escolheram o óxido de titânio, um material quimicamente estável e de ampla aplicação na ciência. Eles modificara, o material em escala atômica, incorporando átomos de nitrogênio e tungstênio, para torná-lo sensível à luz solar visível.

Ainda, para tratar um grande volume de água, seria necessário ter uma grande área de superfície dos fotoeletrodos. Para amenizar isso, os cientistas esculpiram a superfície em nanoescala (nanoestruturação), aumentando a área ativa sem alterar a superfície física. Segundo eles, é como criar vales e montanhas na superfície. O resultado é que é possível alcançar áreas ativas de superfície entre 50 e 100 metros quadrados com apenas 1 grama de material.

reator usado para fotoeletrodos de óxido de titânio pesticida atrazina na água
Reator usado para preparação dos fotoeletrodos de óxido de titânio. Imagem: phys.org

Após otimizar o processo, verificou-se que ele foi capaz de eliminar cerca de 60% da atrazina após 5 horas de tratamento de água desmineralizada à qual foi adicionado o pesticida. Com testes usando água do Rio Nicolet, no Canadá, apenas 8% da atrazina foi inicialmente degradada e isso se deve ao fato de que as partículas em suspensão na água impedem que parte da luz atinja o eletrodo.

Para contornar isso, eles fizeram um pré-tratamento de coagulação e filtração antes de realizar o processo e encontraram uma degradação de atrazina de 38% a 40%. A eficiência ainda é baixa porque a água contém bicarbonatos e fosfatos que capturam os radicais livres e os impedem de reagir com a atrazina.

Assim, o que os pesquisadores sugerem é que o processo seja usado como tratamento terciário, após a remoção de partículas em suspensão e espécies coaguláveis. Porém, antes do uso em larga escala, é preciso uma fase de demonstração pré-industrial.

A técnica é resultado da parceria do Professor My Ali El Khakani, especialista em materiais nanoestruturados, com o professor Patrick Drogui, especialista em eletrotecnologia e tratamento de água. Eles alcançaram um resultado que não seria possível se trabalhassem de forma separada e ressaltam o valor da interdisciplinaridade para a pesquisa.

A pesquisa foi publicada na revista Catalysis Today. O objetivo dos pesquisadores em uma próxima etapa é tratar outros poluentes que também são preocupantes e também remover resíduos de antibióticos da água.

Fonte: Phys.org

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Quando o assunto é ABNT, muita gente já faz uma careta e afirma não gostar de normas. Porém, é difícil imaginar a Engenharia sem normas e padrões de qualidade. Para sanar dúvidas, nós conversamos com o advogado Fábio Guedes, que contou sobre a Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575. Saiba um pouco mais no texto abaixo e confira a entrevista logo na sequência.

Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575

Há registros da ABNT NBR 15.575 desde 2008. No entanto, sua versão mais recente é de 2013. De modo geral, tal norma diz respeito ao desempenho de edificações habitacionais, estabelecendo exigências de conforto e segurança em imóveis residenciais. Ela subdivide-se em:

  • ABNT NBR 15575-1:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais
  • ABNT NBR 15575-2:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais
  • ABNT NBR 15575-3:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos
  • ABNT NBR 15575-4:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas — SVVIE
  • ABNT NBR 15575-5:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas
  • ABNT NBR 15575-6:2013 Edificações habitacionais — Desempenho – Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários

Segundo o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), a Norma de Desempenho insere o fator qualidade às edificações. Ela foi organizada a partir dos elementos de um edifício, considerando-se as condições de implantação e as exigências dos usuários definindo os requisitos, os quais pretende-se atender.

Construção ABNT NBR 15.575
Imagem: ceramicacity.com.br

É por isso que a ABNT NBR 15.575 é tão importante para a Engenharia. Basicamente, tal normal diz quais níveis de segurança, conforto e resistência deve, ser proporcionados pelos diferentes constituintes de um imóvel (como estrutura, instalações, coberturas, pisos, vedações e outros). Nesse sentido, é preciso olhar para o edifício como um todo, e não apenas para as partes isoladas.

Assim, a ABNT NBR 15.575 serve como um documento de orientação para construtores, projetistas e fabricantes e incentiva a inovação do setor, visto que é preciso desenvolver técnicas e materiais que melhor atendam à demanda da norma. Ainda, as diretrizes estabelecidas dão um respaldo maior e envolvem até uma questão de responsabilidade profissional (que nós já comentamos por aqui).

Entrevista 360

Para falar um pouco mais sobre a Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575, nós conversamos com o advogado Fábio Guedes, da área de direito imobiliário. Ele conta para a gente um pouco mais sobre o que é ABNT, como é a criação das normas e sobre a Norma de Desempenho (desde o histórico, os benefícios, as divisões de sistemas, como ela é aplicada na prática, as consequências para quem não cumpre e muito mais). Confira a entrevista no vídeo abaixo.

Confira também a entrevista em versão podcast:

Para saber mais: como a ABNT faz as normas?

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o pesadelo de muita gente, principalmente para quem está escrevendo o TCC. Porém, ela vai muito além de normas de escrita acadêmica. Fundada em 1940, ela é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, ou seja, pela criação de um conjunto de normas para uma determinada atividade.

O processo não é simples: a partir de uma demanda analisada (que pode ser apresentada por qualquer um, seja pessoa física ou jurídica), o assunto é levado ao seu respectivo Comitê Técnico para ser inserido no Programa de Normalização Setorial. Segundo a própria ABNT, a questão é discutida pelas Comissões de Estudo, com a participação aberta a qualquer interessado.

O Projeto de Norma é editorado antes de ser submetido à Consulta Nacional e recebe a sigla ABNT NBR e um número. Essa consulta é feita pela internet e qualquer pessoa ou entidade pode enviar comentários, que são avaliados. Por fim, é deliberado se o Projeto de Norma segue como Documento Técnico ou não. Se sim, as sugestões aceitas são consolidadas e a Norma final é aprovada e entra para o catálogo.

Processo de criação de norma pela ABNT
Processo de criação de uma norma pela ABNT. Imagem: adaptado de abnt.br

Fontes: ABNT; CAU.

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Engenharia 360

Eduardo Mikail

Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.

Cada lugar do mundo tem sua cultura e seu modo de viver, e é muito interessante observar e comparar essas diferenças com as nossas. Confira a seguir 15 fatos sobre casas americanas no geral que podem ser bem atípicos para nós brasileiros.

1. Aquecedor

Toda casa americana vai ter um aquecedor geral em todos os cômodos, mesmo que a cidade não seja tão fria. Eu comparo o inverno do norte da Califórnia com o do Rio Grande do Sul, que varia mais ou menos entre 5ºC e 15ºC. A diferença é que eles chegam em casa e tiram todos os casacos e ficam relaxados, e nós no sul temos que usar jaqueta dentro de casa e dormir com 3 cobertores (risos).   

2. Carpete 

Carpete aqui é muito comum, principalmente nos quartos. Vou ter que admitir que sempre tive uma má impressão, mas agora gosto, deixa o quarto bem aconchegante. Claro que o costume daqui de não usar calçados dentro de casa ajuda a manter o carpete limpo!  

3. Garagem  

Garagem ou depósito? Chega a ser engraçado, mas as garagens americanas muitas vezes não comportam nenhum dos carros (geralmente eles têm 2 ou mais) de tanta coisa que eles guardam lá!  

fatos sobre as casas americanas garagem
Típica garagem americana (Imagem: @juliawsott)

4. Triturador de comida

Essa ferramenta na pia da cozinha é bem interessante. Eles jogam vários restos de comida ali e é bem útil quando se lava a louça, pois evita o entopimento do encanamento.  

5. Dishwasher 

A minha ferramenta queridinha que amo! Nunca vi uma casa americana sem máquina de lavar louça, e eles usam todos os dias aqui. No começo eu achava besteira e não usava, falava que os americanos eram todos preguiçosos, mas agora eu acostumei e vai ser difícil não ter mais! Praticidade é tudo hoje em dia e você ganha um tempinho precioso. 

fatos sobre as casas americanas dishwasher
Imagem: @juliawsott

6. Água quente

Todas as torneiras das casas contêm água quente, a qual é aquecida e armazenada em um sistema que geralmente fica na garagem, podendo ser elétrico ou a gás. No Brasil usamos muito o chuveiro elétrico, o qual usa muita energia e pode não ser tão eficiente. E se quisermos água quente nas torneiras precisamos comprar mais dispositivos elétricos.

fatos sobre as casas americanas aquecedor
Aquecedor de água e aquecedor geral (Imagem: @juliawsott)

7. Casas de madeira

Sim, a grande maioria das casas são como aquelas que vemos no “Irmãos a Obra”, de gesso e madeira. Mas por quê? Já é cultural nos Estados Unidos esse tipo de casa, e as justificativas são as seguintes: a madeira no país é abundante, e, por isso, barata. É um material mais flexível e fácil de remodelar, caso houver danificação por terremoto ou para fins de reforma. Outro motivo é a possibilidade de construir uma casa em poucos dias com wood frame, assim se gasta menos com mão de obra, a qual tem um custo elevado.  

fatos sobre as casas americanas de madeira
Imagem: @juliawsott

8. Cozinha junto com sala 

Na maioria das casas é um cômodo só, um conceito bem aberto! Geralmente divide-se com um balcão. No Brasil esse conceito cresceu nos últimos anos, mas nas casas mais antigas a cozinha era um cômodo totalmente independente.  

9. Banheiro com banheira 

Os banheiros na maioria das vezes contêm banheira! Os 3 banheiros aqui de casa têm. No Brasil não vejo muito, até porque não é nada prático e gasta muita água. Eles acabam nem usando muito.

10. Armários embutidos 

Gosto muito dessa ideia. Não sei se é uma coisa comum em todas as casas, mas aqui há vários armários embutidos com portas normais, que ajudam a ocupar um espaço que talvez seria inútil, e evitam o uso de mais móveis. Os guarda-roupas também são embutidos nas paredes. 

fatos sobre as casas americanas armários embutidos
Imagem: @juliawsott

11. Lavadora e secadora de roupas 

 Tanque? Varal de roupa no pátio? O que é isso? O processo de lavar roupa aqui é só de colocar na máquina, depois na secadora e então dobrar. Sei que muita gente faz assim no Brasil também, mas grande parte ainda coloca as roupas no varal (né mãe?). Sobre o tanque, quando eu cheguei aqui foi uma das primeiras coisas que perguntei onde era, pois queria limpar meu tênis. Meu host dad disse que eles não tinham, que eles não costumavam limpar os calçados, mas que eu poderia limpá-los na pia da cozinha sem problemas! Isso mesmo. Não segui a indicação dele por motivos óbvios e dei utilidade à minha banheira.  

12. Muros e grades 

Muito difícil haver muros e grades na frente das casas, ao contrário do Brasil onde a população às vezes precisa colocar até cerca elétrica para ficar segura, o que é extremamente preocupante.   

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Subúrbio em Mountain View, CA (Imagem: @juliawsott)

13. Papel higiênico

Os americanos jogam o papel higiênico no vaso, e não no lixo. Isso porque os sistemas de esgotos já são feitos para isso.

14. Lixeiras

Como já vimos no post sobre coleta de resíduos e reciclagem na Califórnia, não há lixeiras em frente as residências.

15. Banderinha patriota 

Para finalizar, como parte da decoração e símbolo do patriotismo americano, a bandeirinha do país na frente de muitas casas. Você a vê em todo lugar por aqui!  

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Fonte: Money.com

Lembrando que os EUA é um país enorme e diversificado, podendo conter sistemas diferentes e algumas exceções.

E aí, qual dos fatos mais te impressionou? Conhece mais algum? Comente aqui no texto ou lá no Instagram: @engenharia360


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Júlia Sott

Engenheira Civil, formada pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS; estudou também na Stanford University; passou um período trabalhando, estudando e explorando o Vale do Silício, nos Estados Unidos; hoje atua como analista de orçamentos ajudando a implantar novas tecnologias para inovar na construção civil.

A Estação Antártica Comandante Ferraz, base militar e de pesquisa brasileira na Antártica, foi reinaugurada depois de um incêndio há oito anos. O complexo é de mais de 4,5 mil m² e possui três módulos principais que contam com 17 laboratórios. A estação é administrada pela Marinha e recebe pesquisadores especializados em meteorologia, microbiologia, química, oceanografia, dentre outros.

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Imagem: Marinha do Brasil

A Estação Antártica Comandante Ferraz, instalada na ilha Rei George, recebeu um investimento de US$ 99,6 milhões e vai conseguir acomodar até 64 profissionais do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), que a gente já mencionou por aqui ao falar do Criosfera 1, uma estação autônoma para coleta de dados.

A engenharia da Estação Antártica

Um dos destaques do novo prédio é da própria perspectiva da engenharia. No caso, além de precisar suportar ventos de até 200 km/h e temperaturas exageradamente baixas, a Estação Antártica Comandante Ferraz inclui diversas iniciativas sustentáveis, especialmente no que tange à energia e aos materiais de construção. O vídeo abaixo, do Estúdio 41, mostra uma visão do projeto, por dentro e por fora.

A base brasileira na Antártica é modular e toda a estrutura é desmontável e reciclável. Isso é fundamental, considerando que a construção exigiu transportar tudo de navio e não é uma viagem fácil, principalmente perto da Passagem de Drake, o famoso “mar mais perigoso do mundo”, que já afundou 800 embarcações. Tudo precisa ser amarrado nos navios e gera uma condição de enjoo muito grande, em função dos fortes ventos e ondas que podem chegar a 12,5 m. É uma aventura só para chegar na própria Antártica. Considerando isso e os impactos do transporte, os acabamentos foram feitos no local.

O navio que levou a maior parte dos pesquisadores foi o Almirante Maximiano, carinhosamente apelidado de Tio Max. A reinauguração da Estação Antártica brasileira é hoje (15), mas foi necessário realizar esse trajeto em diversas expedições, levando pesquisadores e militares para coletas de dados de solo, água, dentre outros.

Tio Max conta com cinco laboratórios preparados para auxiliar cada projeto de pesquisa e realizou pitstops em portos de altas latitudes, como Punta Arenas, no Chile e o porto de Ushuaia, na Argentina, a porção de continente mais austral do globo possível de acessar a pé.

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Porto de Ushuaia. Imagem: @kamilessie

Quanto à energia, a Estação Comandante Ferraz conta com painéis fotovoltaicos e geradores eólicos. Vento na Antártica nós sabemos que tem demais, mas a gente ficou com certa dúvida sobre a energia solar no inverno, em que há poucas horas de iluminação e muito espalhamento de luz.

Sem lixo na Antártica

O que impressionou também foi o manejo de resíduos sólidos, que sabemos ser um problema até mesmo no Brasil, mas que foi tido com cuidado na Antártica. Todo o resíduo produzido é separado para reciclagem e vai retornar ao Brasil para tratamento e manejo.

Sendo uma região isolada, também há desafios voltados ao tratamento de água, esgotamento e tratamento dos efluentes gerados na base. Mas, segundo a divulgação, toda a concepção dos sistemas de saneamento locais foi realizada com o intuito de gerar o mínimo impacto possível. Isso é tido como uma consciência moral de conservação do meio ambiente, e também em função de toda a Antártica apresentar um potencial imensurável a ser explorado com respeito.

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Tratamento da água na Estação Comandante Ferraz. Imagem: Estúdio 41

As pesquisas em solo antártico

A exploração dos potenciais da Antártica pode aumentar o arcabouço desde a descoberta de fungos com propriedades antibióticas que permitam vencer bactérias resistentes, até a descoberta de novos materiais com propriedades anticongelantes, baseados na flora local adaptada a condições extremas. É um grande trabalho investigativo que pode levar a muitas novidades em que a tecnologia se inspira e imita a natureza.

Além disso, é preciso valorizar a pesquisa brasileira, que vive suas dificuldades, tanto em solo nacional, quanto em condições extremas, como na Antártica. O vídeo abaixo, do professor Paulo Câmara, da Universidade de Brasília, UnB, mostra um pouquinho de como é pisar no solo mais austral do planeta, no verão, em que as temperaturas são de, em média 1°C.

Fontes: Agência Brasil. Folha. G1. G1.  

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Barbara Liskov foi pioneira na abordagem moderna para escrever códigos. Aqui a gente conta um pouquinho sobre quem ela é e seu papel no formato das linguagens de programação.

Quem é Barbara Liskov?

Primeira mulher dos Estados Unidos a obter um grau de doutorado (o suado PhD.), Barbara Liskov, enquanto doutoranda em ciência da computação, em 1968, pela Stanford University (que o Engenharia 360 conheceu) invejava os engenheiros eletricistas. Ela dizia isso porque esses profissionais trabalhavam com hardware conectado por fios. Essa arquitetura naturalmente permitiu que eles dividissem problemas em módulos, uma abordagem que lhes dava mais controle, pois permitia que eles raciocinassem independentemente sobre componentes discretos. Como cientista da computação, pensando em código, Liskov não tinha objetos físicos para manipular.

Barbara Liskov, e a gente insiste em nome e sobrenome para que ela tenha destaque, que estudou matemática na Universidade da Califórnia, Berkeley, queria abordar a programação não como um problema técnico, mas como um problema matemático. No caso, a elaboração de códigos deveria ser algo que pudesse ser informado e guiado por princípios lógicos e beleza estética. Ela queria organizar o software para poder exercer controle sobre ele, além de entender sua complexidade. E aí vem aquela coisa de matemática ser linguagem e programação também.

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Imagem: Cody O’Loughlin / Quanta Magazine.

Contribuições para programação

Quando Barbara Liskov, ainda era uma jovem professora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, sim, o MIT, ela liderou a equipe que criou a primeira linguagem de programação que não se baseava em declarações go to. A linguagem, CLU (abreviação de cluster), contava com uma abordagem que ela inventou – abstração de dados – que organizava o código em módulos. Toda linguagem de programação importante usada atualmente, incluindo Java, C++ e C#, é descendente de CLU.

Lá no MIT, Liskov é atualmente professora no Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação. Em sua trajetória profissional, liderou muitos projetos significativos, incluindo o sistema operacional Vénus, um sistema interativo pequeno, de baixo custo e compartilhado. Além disso, seu nome é memorável em pesquisa, na medida em que é autora de mais de 140 artigos científicos.

Em 2002, ela foi reconhecida como uma das maiores professoras pelo MIT e integrante dos 50 maiores professores de ciência dos Estados Unidos. Em 2004, Bárbara ganhou a Medalha John Neumann de “Contribuições Fundamentais para Linguagem de Programação, Metodologia de Programação e Computação Distribuída”. E para completar, Barbara Liskov recebeu em 2008 o Prêmio Turing  por seu trabalho na concepção de linguagens de programação e de metodologia de software que levaram ao desenvolvimento da programação orientada para objetos.

Barbara Liskov John Neumann Engenharia 360
Imagem: Cody O’Loughlin / Quanta Magazine.

Comentários sobre mulheres na ciência

Barbara Liskov, em entrevista na Quanta magazine, reconhece seu privilégio e expõe que a realidade no período em que decidiu (e pôde) estudar era árdua. Entretanto, menciona também que “(…) as coisas não estão realmente melhores agora do que eram então. Talvez eu tenha tido sorte. Se eu tivesse me casado logo depois da faculdade, provavelmente teria terminado em um lugar totalmente diferente.” E com isso, ela não coloca nenhuma regra ou juízo de valor, mas expõe diferentes caminhos, situações e possibilidades.

Vale lembrar, que quando foi para o MIT, a proporção de membros homens de departamentos em relação a mulheres era de 100:1. Durante sua carreira e desenvolvimento acadêmico, por mais que ela fosse bem, não havia elogios, incentivos ou perspectivas sociais de vê-la numa posição ou cargo. Não era normal.

Mas figuras assim devem ser inspiradoras e a gente vai sempre apoiar mulheres na ciência e engenharia. Abaixo, você pode conferir um vídeo da própria Bárbara Liskov, em inglês, onde ela menciona seu ponto de vista sobre o desenvolvimento da ciência da computação e, claro, aponta o papel das mulheres.

Fonte: Quanta magazine.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Em novembro do ano passado, cientistas e engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA testaram com sucesso o Bruie – o “veículo flutuante para exploração sob gelo”. Os testes foram realizados sob o gelo da Antártica.

O robô, operado remotamente, foi construído para rastejar ao longo da parte inferior do gelo oceânico. Esses testes aqui na Terra visam, a longo prazo, garantir as condições para que Bruie investigue evidências de vida sob a espessa camada congelada que cobre a lua oceânica de Júpiter, a Europa. Abaixo desse gelo há três vezes mais água líquida do que a encontrada em todos os oceanos da Terra.

Missões para explorar a lua de Júpiter

Com o perdão do discurso confuso por causa do nome, mas vai demorar um pouco até que alguma nave aterrisse na Europa. Essa lua foi estudada mais de perto pela missão Galileo da NASA nos anos 90. A próxima sonda robótica a visita-la será o Europa Clipper, com lançamento previsto para 2025. O plano é que o Europa Clipper orbite Júpiter e encontre Europa dezenas de vezes em ângulos diferentes para escanear e mapear essa lua.

Apesar de parecer que ainda falta muito para que essa missão seja executada, o caminho das pesquisas é árduo e exige planejamentos e testes. Por isso, engenheiros(as) e cientistas da NASA seguem no intuito de desenvolver tecnologias para ajudar sua missão.

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Europa, lua de Júpiter, registrada pela Voyager 2. Imagem: nasa.gov

Mergulhando no Bruie

O robô Bruie está em desenvolvimento desde 2017, o que é mais uma evidência de como esses projetos podem ser demorados, principalmente quando a gente não sabe ao certo o que a tecnologia deverá encarar.

O diferencial desse veículo exploratório é que Bruie flutua. O mar o pressiona contra a plataforma de gelo e, à medida que o rover se arrasta, seus sensores coletam dados. Durante seus testes de “campo” antártico sob o gelo da baía de O’Brien, perto da estação Casey, uma base australiana na parte leste do continente, Bruie suportou com sucesso três “mergulhos” frios de três horas. Um quarto, e crítico, teste manteve-o submerso no gelo por 42 horas e 30 minutos.

Vale colocar aqui que talvez os esforços de desenvolvimento para explorar Europa possam guiar também, de uma perspectiva de engenharia, formas de entender melhor o que tem embaixo do gelo da própria Terra. Foi com essa de inspiração que a Embrapa e a Universidade de São Paulo produziram uma tecnologia de análise de solos baseada no Curiosity, outro rover da NASA.

Vídeo do início da exploração da parte de baixo do gelo antártico pelo rover Bruie. Fonte: Canal do JPL – NASA

Fontes: NASA. The NY Times.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.