A ciência dos dados está presente por todos os lados, inclusive nos esportes. Vários pesquisadores e entusiastas já usam análise de dados de esportes como o baseball (ou beisebol, em português). No universo do futebol, quem está provando que ela pode ser uma grande ferramenta é o Liverpool.

O Liverpool é um time da cidade de mesmo nome no Noroeste da Inglaterra que possui um grande histórico de vitórias no cenário do futebol inglês. O apelido do time é “The Reds” devido à sua cor vermelha. Mesmo com toda essa fama e muito sucesso recentemente, o time apelou para a ciência dos dados e os resultados se mostraram ainda melhores.

jogadores em campo do Liverpool formam um bloco compacto no centro do campo no final
Liverpool forma um bloco compacto no centro do campo no final. Imagem: liverpool.com

No ano passado, o Liverpool ganhou a Champions League. Só nesta temporada, foram cerca de 7 gols a menos que qualquer outro time da Premier League. Além dos bons jogadores, isso é fruto da maior capacidade de controle do campo proporcionada pela ciência dos dados.

Ian Graham é o diretor da divisão de pesquisa do clube que, formado pela Universidade de Cambrigde, tem nada menos que um doutorado em física teórica e avalia os jogadores e as tendências esportivas por meio de números. Ao fazer as análises, a equipe pode entender como cada ação em campo afeta a probabilidade de marcar o gol.

O conceito de controle de campo do Liverpool considera quais áreas do campo são melhores para usar a qualquer momento
O conceito de controle de campo do Liverpool considera quais áreas do campo são melhores para usar a qualquer momento. Imagem: liverpool.com

Como tudo começou no Liverpool

A história do Liverpool com os dados começou mesmo em 2015, quando o técnico Jürgenb Klopp foi contratado pelo clube. Graham mostrou a Klopp como ter uma visão das estatísticas sobre uma série de dados do Borussia Dortmund, que até o momento era treinado pelo próprio Klopp.

Foram esses dados que fizeram com que Klopp fosse contratado: o Liverpool percebeu que era aquele estilo de futebol que eles queriam para o time. Além disso, os jogadores são contratados do mesmo jeito: avaliando-se uma base de dados.

Um exemplo é o de Mohamed Salah, que teve sucesso em um time italiano, mas não foi tão bem no Chelsea, da Inglaterra. Graham afirma que os números diziam o contrário sobre o insucesso no time inglês e a proposta foi feita em 2017. O resultado foi que o jogador terminou a temporada com 32 gols, batendo recordes do campeonato.

Outros números também são usados para análise: a posse de bola, o número de passes corretos e errados, a velocidade de reação mediante uma situação e outros. Levar isso aos jogadores exige um pouco mais de tática e é a missão de Klopp, que incorpora a ciência dos dados em sua tomada de decisão de alto nível.

Visualização de controle de campo que captura as regiões do espaço controladas por determinados jogadores
Visualização de controle de campo que captura as regiões do espaço controladas por determinados jogadores. Imagem: liverpool.com

Um dos exemplos é o fato de que Graham mostrou a Klopp que o lado direito do ataque do time fazia mais gols com cruzamentos na área, permitindo que o técnico agisse sobre a questão. É claro que os jogadores têm grande peso no sucesso do time, mas o uso de tecnologia e de ciência dos dados mostrou ser uma grande ferramenta aliada nesse jogo.

No Brasil, onde o futebol é uma paixão nacional, é certo que a análise de dados, se fosse bem utilizada, seria um recurso valioso para os times. Basta ter a perspicácia de saber aplicá-la da forma correta.

Referências: Liverpool; Interesting Engineering; NY Times.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Quando pensamos em obras, eventualmente surgem vários aspectos a serem considerados. Um destes é o prazo de entrega. Sempre existe um receio em relação a este cumprimento. Este receio ocorre devido a um histórico de atrasos em obras no Brasil.

Histórico de atraso brasileiro

Existe um histórico que não nos deixa otimista em relação ao prazo em obras. Podemos citar uma pesquisa realizada pela ONG Transparência Brasil, que mapeou obras de colégios e creches com atrasos no país. Na pesquisa em questão, ao analisar dados de 12.925 obras de escolas e creches públicas da rede municipal de todo o país constatou-se que, após 10 anos de funcionamento dos programas do Governo Federal, apenas 37% das obras foram efetivamente entregues.

No entanto, há de se ponderar situações distintas em relação ao domínio desses empreendimentos.

Imagem de obra de edifícios em andamento, com três guindastes e céu azul ao fundo
Imagem: proativaplanejamento

É preciso separar o domínio das obras para analisarmos com maior precisão. O domínio pode ser: público, privado ou público-privado.

Domínio Público

Para as obras públicas, a margem de risco sempre é maior. Isto se deve em virtude do próprio regime de contratação. Geralmente as obras são concedidas por uma licitação, pregão ou disputa de preço com dispensa de licitação, em casos específicos.

O que se tem em comum, é que a concessão funciona como um tipo de empreita para a empresa que conquistar o direito a executar a obra. Há um preço fixo para o atendimento de um escopo de obra.

Até aí, parece bem. Pois, o preço fixado e o escopo definido incentivam o contratado a executar dentro de um prazo já programado, para evitar prejuízo com custos indiretos.

No entanto, há outros fatores que influenciam numa obra pública até o seu encerramento. Podemos citar, por exemplo, as alterações de escopo que são feitas durante a execução do projeto, o que prejudica o andamento da obra, faz com que o empreiteiro fique com frentes de serviço paradas e leva a necessidade de reajustes orçamentários e de cronograma, através dos aditivos.

Imagem ilustrativa de fundo cinza de obra em andamento, com guindastes erguento materiais.
Imagem: upwordstranslation.com

Outro fator que é inerente à máquina pública, infelizmente, é a corrupção. Eventualmente, surgem obras de fachada ou “projetos de mandato” e não de governo, que leva a não conclusão ou grandes atrasos na execução de obras públicas. Entre outros aspectos que não colaboram.

Domínio Privado

Para as obras privadas, a margem de risco em relação ao atraso é menor. Uma vez que o controle do empreendimento fica sob domínio exclusivamente de uma (ou mais) empresa privada. Sabe-se que, o setor privado comumente prioriza os resultados antes de qualquer coisa, e isso é determinante para que se trabalhe para cumprir as metas impreterivelmente.

Pelo fato de os recursos aplicados serem oriundos geralmente da própria empresa que gerencia a obra ou de investidores externos, o resultado acontece de modo mais fácil pela pressão dos stakeholders. Embora as obras públicas não sejam distintas em nada com relação a responsabilidade pelo resultado, o funcionalismo público tem um menor rigor com o não cumprimento de metas. Sempre dá-se um jeito.

Domínio Público-Privado

Este tipo de obra dá-se através de parcerias-público-privadas, as PPP’s. Este modelo de concessão ocorre geralmente para obras de infraestrutura que requerem grande investimentos e que o governo não consegue aportar todo o recurso necessário. A concessão nesse formato ocorre geralmente com a entrega de um bem para usufruto de empresa privada por tempo determinado.

Como exemplo, temos a concessão de rodovias. As partes tem suas obrigações e direitos. Geralmente o governo concede uma rodovia para que uma empresa privada faça benfeitorias, como recapeamento e duplicação, aportando parte dos recursos (ou não) e a empresa usufrui da rodovia, garantindo a sua manutenção, mas taxando o uso com os pedágios. Entre outros tipos de concessão, mas sempre nesse molde, cada parte tem seu ganho.

Funcionários em obra de pavimentação, colocando asfalto na pista
Obra de pavimentação. Imagem: arteris.com.br

Neste modelo, o risco de atraso é diminuído. Pela relação com o setor privado, há uma pressão maior pelo lucro do negócio. O que ocorre apenas se as metas forem atingidas, inclusive o cronograma estabelecido. No entanto, divergências no escopo, ou inconsistências de rendimento para a parte privada, podem acarretar atrasos, paralisações e até encerramento de contratos sem obras concluídas. Como temos exemplo da BR-163 atualmente.

Motivos para atrasos em obras

Bem, entendendo o caráter das obras em relação ao domínio. Podemos então listar os motivos mais comuns para o atraso em obras no Brasil. São eles:

1. Gerenciamento ineficaz

O gerenciamento ineficaz ocorre geralmente pela falta de qualificação profissional ou estrutura organizacional inadequada. Reprogramações equivocadas, acompanhamento e medições ineficientes, são exemplos deste problema.

2. Falhas na comunicação

A falha de comunicação é um mal em todas as esferas. Ocorre, em casos de não comunicação ou não entendimento entre contratante e contratado, entre empreiteiros e supervisores de obra, entre comprador e fornecedor.

3. Atraso na entrega de material

Inevitavelmente, podem ocorrer atrasos na entrega de material por parte dos fornecedores. Mesmo com a compra feita seguindo um cronograma de compras, ocorrem atrasos por falta de material do fornecedor ou ineficiência de transportes, e outros fatores.

4. Escassez de mão de obra especializada

Este problema é comum em muitas regiões do país. A mão de obra não qualificada muitas vezes lesa o andamento dos serviços, gera retrabalhos e prejudica o andamento da obra.

5. Modificações no escopo

Este é um dos maiores problemas de atraso. Em muitos casos, o escopo fica mal especificado e durante a obra encontra-se dificuldades na execução. Podem haver também modificações no escopo durante a execução, seja por escopo mal feito ou por solicitações do cliente, ou por situação não prevista em fase de projetos. Isso geralmente acarreta em acréscimo de prazo.

6. Dificuldades financeiras do empreiteiro

Em alguns casos, o empreiteiro da obra fica à mercê de medições e acaba diminuindo equipes até ter caixa suficientes, o que leva o andamento da execução a lentidão.

7. Demora na tomada de decisões

Em muitos casos, como mudança de escopo, atrasos de material, necessidade contratação de novas equipes, necessidade de novos equipamentos, reprogramação de cronograma, é preciso que haja uma tomada de decisão rápida. Se houver omissão pelos responsáveis, a obra certamente atrasa.

8. Fatores externos ambientais

Existem os fatores ambientais e meteorológicos que afetam o andamento da obra. É o caso de chuvas em obras de aterro ou fundações, calor excessivo. E ainda há questões legais de liberação de alvarás.

9. Baixa produtividade

Um grande mal na indústria da construção brasileira é a produtividade. Estamos lutando para evoluir nossa produtividade, que é baixa, seja por sistemas construtivos, tecnologia de equipamentos ou mão de obra. Sempre é preciso manter a produtividade de acordo ao previsto no planejamento da obra, caso contrário, a obra irá atrasar.

Conclusões

Imagem de obra em andamento, com guindaste erguendo blocos, céu azul ao fundo
Imagem: imgur.com

Nota-se que é preciso e necessário investir na infraestrutura das empresas, através de equipamentos, implantação de novas metodologias mais rápidas (novos sistemas construtivos, por exemplo) e, principalmente, qualificação profissional de pessoal. Equipes preparadas para executar serviços, e profissionais preparados para gerenciar os empreendimentos, líderes para a condução das obras, é um dos pontos chaves para atingirmos um patamar melhor em relação ao índice de atendimento aos prazos de obras.

Fontes: Transparência Brasil, Smart Building, Scielo, TCE SP, Construct.

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Matheus Martins

Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.

Nas aulas de química do ensino médio (ou até mesmo assistindo Breaking Bad), a gente aprende que não pode misturar alguns produtos químicos, pois o resultado disso pode envolver desde uma simples fumaça a grandes explosões, incêndios e produtos tóxicos. O problema é que nem sempre sabemos tudo que não devemos misturar.

Oferecendo uma solução para esse problema, um grupo de engenheiros da Universidade da Califórnia – Riverside desenvolveu um programa chamado ChemStor. Esse programa de código aberto informa aos usuários se é ou não seguro misturar alguns produtos químicos.

Como funciona o ChemStor?

O programa usa grafos nos quais os recursos organizados de acordo com uma regra de cor. Segundo Jason Ott, estudante de doutorado em ciência da computação e um dos autores, dois nós que compartilham uma aresta não têm a mesma cor.

grafo com nós coloridos para nós conectados ChemStor
Grafo com nós coloridos para nós conectados. Imagem: phys.org

William Grover, outro autor do estudo, afirma que a ideia veio de mapas. No mapa dos Estados Unidos, por exemplo, dois estados adjacentes não são da mesma cor, de modo que é fácil distingui-los.

O ChemStor usa uma biblioteca da Agência de Proteção Ambiental Norte Americana, a EPA (Environmental Protection Agency). Nela, há cerca de 9.800 químicos organizados em grupos de reatividade. O programa cria um grafo de interação com base nesses grupos de reatividade e calcula o menor número de cores necessário para colorir o grafo, de modo que dois produtos que possam reagir não compartilhem a mesma cor.

Em seguida, o ChemStor junta todos os produtos de mesma cor em um recipiente. Produtos com a mesma cor podem ser armazenados juntos, visto que não regem. Por outro lado, produtos químicos de cores diferentes devem ser mantidos separadamente. Quando dois produtos podem ser armazenados juntos sem oferecer risco, a combinação é considerada segura.

Imagem ilustrativa demonstrando que não é seguro misturar ácido nítrico e acetona em um mesmo recipiente
Imagem ilustrativa demonstrando que não é seguro misturar ácido nítrico e acetona em um mesmo recipiente

Segundo a Universidade da Califórnia, William Grover já sofreu um incêndio causado por produtos químicos incompatíveis em seu laboratório durante a graduação. Para ele, o ChemStor seria uma segurança adicional aos protocolos de armazenamento já usados em laboratórios.

Perspectivas do programa

Até o momento, o ChemStor está limitado a uma interface de linha de comando. O usuário deve inserir manualmente os produtos químicos e a quantidade de espaço de armazenamento no computador.

Em breve, ele deve estar mais fácil de usar, interagir com outros programas e também disponível para smartphones, usando a câmera para coletar informações e assistentes de voz digitais. O código do programa é aberto e ele está disponível no GitHub (neste link). A pesquisa completa foi publicada no Journal of Chemical Information and Modeling.

Fontes: University of California – Riverside; Phys.org

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

A Microsoft anunciou que pretende se tornar uma empresa carbono negativo até 2030. Mas você sabe como isso pode acontecer? No caso, a companhia vai investir em descarbonização. A previsão é que, até 2050, essa gigante da tecnologia vai retirar do meio ambiente todo o carbono que já emitiu desde a sua fundação, em 1975.

O presidente da Microsoft, Brad Smith, a diretora financeira Amy Hood e a CEO Satya Nadella se preparando para anunciar o plano da Microsoft de ser uma empresa carbono negativo até 2030, com plano de redução de emissões e descarbonização.
O presidente da Microsoft, Brad Smith, a diretora financeira Amy Hood e a CEO Satya Nadella se preparando para anunciar o plano da Microsoft de ser uma empresa carbono negativo até 2030. Imagem: Microsoft.

Não é novidade que a Microsoft tem iniciativas de um certo cuidado com o meio ambiente.  Essa é uma tendência que já vem acontecendo desde 2012, quando Steve Ballmer estava lá como CEO, e a empresa se tornou carbono neutro, por meio do uso de energia renovável e compensações de carbono. Mas o gás não parou por aí, com o perdão do trocadilho.

Investimento em retirar gás carbônico do ambiente

Agora, na figura do Satya Nadella como CEO da Microsoft, o investimento foi de USD 1 bilhão em tecnologias para reduzir emissões e retirar dióxido de carbono da atmosfera, o principal responsável pelas mudanças climáticas. Essa segunda tarefa é mais difícil e onerosa e dá palco para uma série de diferentes profissionais atuarem.

O CEO da Microsoft, Satya Nadella, anuncia as iniciativas climáticas de longo prazo da empresa. Fonte: GeekWire
CEO da Microsoft, Satya Nadella, anuncia as iniciativas climáticas de longo prazo da empresa. Imagem: GeekWire.

No que tange as emissões de gás carbônico, há três escopos: as emissões diretas (por exemplo a queima de combustíveis fósseis), indiretas (como aquelas derivadas da produção de energia) e aquelas indiretas relacionadas à cadeia produtiva, cheias de derivações. Se você acha que empresas de tecnologia trabalham meramente com programação e design dos produtos, está muito enganado. A cadeia produtiva é imensa, envolve diversos países, recursos e muitos segmentos profissionais. E o cuidado com o meio ambiente só torna o cenário promissor para o planeta e para a gente trabalhar!

O vídeo abaixo, em inglês, disponibilizado pela Microsoft, explica toda a influência do dióxido de carbono sobre a crise climática e a responsabilidade das empresas sobre isso:

A Microsoft não especificou, em números, suas emissões históricas totais, mas disse que suas operações irão bombear 16 milhões de toneladas de dióxido de carbono este ano, direta ou indiretamente. A empresa diz que compensará sua poluição que remonta a 1975 através de uma combinação de captura direta de ar e sistemas naturais. Isso inclui plantios de árvores, novas práticas de gerenciamento de solo e uma abordagem amplamente teórica conhecida como bioenergia com captura e armazenamento de carbono.

De acordo com a empresa, esse investimento todo vai ser direcionado principalmente com base em quatro critérios:

  1. estratégias que tenham a perspectiva de gerar descarbonização significativa, resiliência climática ou outro impacto na sustentabilidade;
  2. impacto adicional do mercado na aceleração de soluções atuais e potenciais;
  3. relevância para a Microsoft, criando tecnologias que possam ser usadas para lidar com sua dívida climática não paga e futuras emissões; e
  4. consideração da equidade climática, inclusive para as economias em desenvolvimento.

Além deste novo fundo, a Microsoft declarou que continuará a investir em projetos de monitoramento e modelagem de carbono por meio do programa AI for Earth, que cresceu nos últimos dois anos para apoiar mais de 450 beneficiários em mais de 70 países. Inclusive, a gente já comentou aqui sobre como a inteligência artificial pode ajudar no combate às mudanças climáticas.

Negatividade que a gente aprova

A gente espera que a empresa, fundada pelo engenhoso Bill Gates, não esteja trabalhando meramente com uma estratégia de marketing. Muito embora, se for o caso, seria uma campanha de 1 bilhão de dólares americanos para se responsabilizar sobre sua pegada de carbono, então a gente crê que seja, de fato, cuidado com o planeta.

Esperamos que o investimento motive e inspire demais companhias a assumirem esse compromisso. Nesse sentido, o interesse da indústria pode fomentar mais desenvolvimento para técnicas de descarbonização e baratear esses processos.

Fonte: Microsoft.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Não é a primeira vez que a China se desdobra para erguer um hospital em poucos dias. Em 2003, durante uma epidemia de SARS, o país ergueu um hospital em uma semana. Agora, diante de um surto de uma nova doença, o país deve construir outro hospital em 10 dias.

Médicos chineses verificando febre em paciente suspeito de coronavirus em hospital na China
Imagem: newsfeel.com

As máquinas começaram a trabalhar hoje em Wuhan, cidade que é o foco da epidemia de uma pneumonia viral cuja origem ainda não é totalmente certa. O objetivo dos chineses é erguer um hospital de 25 mil metros quadrados que será exclusivo para pacientes com a doença, desafogando os demais hospitais que encontram-se lotados de pacientes.

Espera-se que o hospital fique pronto até o dia 3 de Fevereiro (embora um relatório anterior tenha afirmado que ele ficaria pronto em menos de uma semana). Segundo Zhang Chongxi, chefe da construtora Wuhan Construction, responsável pela obra, todos os operários em Wuhan foram mobilizados e as equipes devem trabalhar 24 horas por dia. Há cerca de 45 máquinas trabalhando no local.

Máquinas que construirão hospital em 10 dias na China trabalhando no local
Imagem: independenteagle.com

O hospital será construído de material pré-fabricado, assim como aconteceu em 2003, na construção do Hospital Xiaotangshan, que tratou pacientes de SARS. Nessa época, 7000 trabalhadores fizeram o serviço em poucos dias. Em dois meses, esse hospital foi capaz de tratar um sétimo dos doentes do país e ele foi fechado pouco tempo após a China derrotar a SARS.

O uso de material pré-fabricado facilita não só a construção, mas também reduz os custos. Com ele, é possível melhorar os cuidados com os pacientes e aumentar os recursos de tratamento médico.

Ao todo, a nova doença já infectou mais de mil pessoas, registrando até então 41 mortes. Embora as mortes tenham ocorrido apenas na China, a infecção chegou a iutris oito países: Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Singapura, Nepal e França. Um caso suspeito foi registrado no Brasil, em Belo Horizonte, mas foi descartado pelo Ministério da Saúde.

Fontes: The Guardian; NY Post.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Uma nova lei foi sancionada pelo atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas, no último dia 15. A partir de agora, os moradores podem contratar empresas e profissionais para fazer a poda de árvores em áreas particulares, o que antes só podia ser feito pela Prefeitura.

O que muda na poda de árvores?

A legislação altera as leis 10.365/1987 e 10.919/1990. Segundo essa nova lei,é preciso ter orientação de engenheiros agrônomos, florestais ou biólogos que sejam devidamente inscritos em seu respectivo órgão de classe para poda de árvores em áreas particulares. Esses profissionais serão os responsáveis pelo procedimento.

Para áreas públicas, não é mais necessário ter um laudo de autorização antes de a equipe chegar até o local de remoção da árvore, ou seja, os profissionais terão autonomia para autorizar o serviço diretamente no local.

homem com serra e uniforme realizando a poda de árvores
Poda de árvores. Imagem: capital.sp.gov.br

Com a mudança, o procedimento vai funcionar como se fosse uma reforma na residência: é preciso entregar um laudo à subprefeitura da região. A multa para quem podar árvores em desacordo com legislação será no valor de R$815,00.

Para quem não pode pagar a poda, a prefeitura continua oferecendo o serviço. A ideia é diminuir as demandas e acelerar o andamento dos pedidos.

Os prós e os contras

Por um lado, a lei vai acelerar as demandas de poda de árvore. Em novembro de 2019, o portal G1 noticiou que a falta de engenheiros agrônomos nas subprefeituras prejudicava a poda de árvores em São Paulo. Isso aconteceu porque o número de profissionais era pequeno para dar conta de todos os pedidos. Só nos primeiros seis meses de 2019 foram realizados 37.689 pedidos para poda de árvores. A lei permitirá que o morador contrate um serviço particular e, consequentemente, acelere a fila.

Porém, há o risco de ocorrer podas desnecessárias e inadequadas, mesmo com a necessidade de autorização profissional, visto o serviço pode não ser realizado de forma correta. Há, ainda, o risco para a população, uma vez que a poda errada pode comprometer a árvore.

imagem de foice podando árvores
Imagem: treeservicespalmbeachcounty.com

Assim, se todo o processo for bem conduzido, a lei pode ter benefícios. Porém, é preciso haver boa fiscalização e garantir que árvores não sejam removidas sem necessidade, o que requer contar com a boa fé do profissional responsável.

Referências: Agora Folha; G1

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Simulações numéricas podem poupar alguns experimentos com protótipos e ainda descrever adequadamente diversas situações, reduzindo custos e esforços para indústria. Exemplo disso foi um estudo sobre turbulência nas asas de aeronaves, realizado na USP, com profissionais da Unicamp em parceria com a Universidade da Califórnia.

ruído interno de aerofólio e modelagem de turbulência engenharia 360
Simulação de ruído interno de aerofólio. Imagem: fem.unicamp.br

A pesquisa foi coordenada por William Wolf, do Laboratório de Ciências Aeronáuticas da Faculdade de Engenharia Mecânica, da Unicamp, em Campinas. Os coautores são Brener L. O. Ramos, também da Unicamp e Chi-An Yeh e Kunihiko Taira, da Universidade da Califórnia em Los Angeles.

Esse tipo de cabeçalho em um artigo científico evidencia as camadas que as pesquisas precisam atravessar e a diversidade de profissionais presentes no desenvolvimento de ciência e tecnologia. Também fica a dica para quem pensa que o trabalho da academia sempre envolve um viés de isolamento. Não é necessariamente assim. Em toda e qualquer área a se seguir, colaborações são necessárias e positivas!

Esta pesquisa em simulações numéricas para redução de turbulência em asas de aeronaves teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Segue o texto para ver o produto, mesmo diante das turbulências no cenário científico do Brasil:

Simulações numéricas de turbulência

Indo para o ponto, que é o paper publicado na revista Physical Review Fluids, o grupo de estudantes realizou simulações de alta fidelidade para estudar técnicas de controle ativo de escoamento. Isso foi feito com o objetivo de avaliar como aliviar o estol dinâmico profundo de um aerofólio SD7003 em movimento de mergulho. Para a Assessoria de Comunicação da USP, em vídeo, o professor Wolf explicou que “neste trabalho, nos dedicamos a entender como a turbulência impacta os escoamentos na indústria aeronáutica e de energia eólica, por exemplo”.

Normalmente, a indústria utilizava ensaios experimentais com protótipos e isso custa caro, logo, a simulação numérica reduz custos de projeto, seja para otimizar uma nova geometria de asa ou para se projetar uma nova configuração de turbina eólica. Aqui, utilizamos os supercomputadores que são capazes de realizar simulações tão acuradas quanto um experimento”. E aqui fica uma deixa para quem tem interesses voltados para engenharia mecânica, aeroespacial ou demais segmentos mais materiais, digamos assim, mas está na área de modelagem computacional.

Computadores de alto desempenho

Simulações numéricas para resolver equações que não têm solução analítica, em geral, são obtidas por intermédio de um cluster de computadores de alto desempenho. No caso específico deste trabalho, para estudar a turbulência nas asas das aeronaves, foi usado o Euler.

O Cluster Euler, do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), é um exemplo de computadores que permitem essas soluções. O link com a computação fica nítido quando a gente conta para vocês que o CeMEAI encontra-se no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.

O CeMEAI é estruturado para promover o uso de ciências matemáticas como um recurso industrial em três áreas básicas: Ciência de Dados, Mecânica de Fluidos Computacional e Otimização e Pesquisa Operacional. Cabe citar que, além do CCET-UFSCar, IMECC-UNICAMP, IBILCE-UNESP, FCT-UNESP, IAE e IME-USP compõem o CeMEAI como instituições associadas fazendo ciência por lá.

Grupo de pesquisa do Laboratório de Ciências Aeronáuticas da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, onde estudam, por meio de simulação numérica, efeitos da turbulência em asas de aeronaves, dentre outros. Engenharia 360.
Grupo de pesquisa do Laboratório de Ciências Aeronáuticas da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp. Imagem: fem.unicamp.br

Fonte: Assessoria de Comunicação da USP.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Você já ouviu falar em vícios construtivos? Neste texto nós contamos um pouco sobre eles e ainda batemos um papo incrível com o advogado Alexandre Gomide, que tira nossas dúvidas sobre o assunto e dá várias dicas.

A ABNT NBR 13.752 define vícios construtivos como:

Anomalias que afetam o desempenho de produtos ou serviços, ou os tornam inadequados aos fins a que se destinam, causando transtornos ou prejuízos materiais ao consumidor. Podem decorrer de falha no projeto, ou da execução, ou ainda da informação defeituosa sobre sua utilização ou manutenção.

Em outras palavras, vícios construtivos são problemas em uma edificação que podem trazer uma grande dor de cabeça. Eles podem ser aparentes (como o nome já diz, ficam evidentes, como um vidro quebrado) ou ocultos (quando a identificação ocorre após a entrega do imóvel, como infiltrações).

vícios construtivos imagem de rachadura em parede branca, próximo a uma janela
Imagem: imoveis.estadao.com.br/

É importante ressaltar que nem sempre os vícios são construtivos, eles podem ser advir de outras situações. É por isso que a ABNT NBR 13.752 afirma que os construtivos são aqueles provenientes da falha do projeto, da execução ou da informação defeituosa sobre a utilização ou manutenção.

A quem cabe a responsabilidade?

O construtor e o incorporador devem entregar o imóvel em perfeito estado de uso, conforme o contrato. O art. 618 do Código Civil (responsabilidade em contratos de empreitada), os arts. 31 e 43 da Lei 4,591/1964 (responsabilidade do incorporador) e o §1º do art. 25 do Código de Defesa do Consumidor resguardam esses direitos e deveres.

Segundo o art. 618 do Código Civil:

Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.

Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

Homem e mulher olhando para teto branco com infiltração vícios construtivos
Possível vício construtivo no teto. Imagem: fibersals.com.br

Ainda, os artigos 12 e 14 do Código de Defesa do Consumidor dispõem que:

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, formas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos a prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Descomplicando os vícios construtivos

Apesar de parecerem questões específicas do Direito, os vícios construtivos estão diretamente ligados à Engenharia (e acontecem com mais frequência que o desejado). Para descomplicar, nós conversamos com advogado Alexandre Gomide, que define vícios construtivos, fala sobre a relação deles com a Norma de Desempenho, explica sobre a necessidade de manutenção das edificações e dá dicas para evitar esses problemas e o que fazer caso eles aconteçam.

Confira a entrevista abaixo:

Confira também a entrevista em versão podcast:

Referências: Jusbrasil; Gazeta do Povo.

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Engenharia 360

Eduardo Mikail

Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.

Com o avanço das inovações tecnológicas, surgiu um recurso com grande potencial de melhoria de processos, de compilação e análise de dados. Trata-se da IoT (Internet of Things), ou Internet das Coisas.

A tecnologia IoT

A Internet que conhecemos, basicamente, é uma rede de computadores internacional. A internet comum é um meio de conexão entre computadores, celulares e tablets entre si com outros servidores. Estes, armazenam os dados que formam o mundo virtual em que navegamos.

Analogamente, a IoT é uma passo à frente. Trata-se então da conexão de coisas propriamente ditas, desde os menores objetos até as maiores máquinas. A partir da IoT, são rompidas as barreiras e absolutamente tudo pode se conectar a tudo. As possibilidades vão desde os utensílios pessoais, como as nossas próprias roupas, até um equipamento de obra.

Imagem ilustrativa com fundo branco e escrita IoT em azul e cinza
Imagem: doxplan.com

De modo geral, a IoT funciona com base em:

  • Sensores para obtenção de dados de velocidade, localização, temperatura, etc;
  • Conexão por rede para trânsito de dados, via WiFi ou Bluetooth;
  • Processamento de dados, geralmente de forma centralizada em software;
  • Interface com o usuário através de aplicativos, possibilitando leitura de dados e operação de dispositivos conectados.

A IoT é mais uma das tecnologias que podem proporcionar um grande salto no desempenho e na produtividade da construção. Outras tecnologias que também podem auxiliar neste possível momento disruptivo são a Inteligência Artificial (AI, de Artificial Inteligence) e o Aprendizado de Máquinas (Machine Learning). Estas tecnologias estão extremamente conectadas, pois todas permitem o trabalho com dados com maior precisão, agilidade e quantidade. É o Big Data tangenciando a indústria da construção.

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A necessidade de evolução da indústria

Sabe-se que o mercado responde inevitavelmente à rentabilidade e o sucesso financeiro dos negócios. É este então, o melhor argumento para a utilização da IoT em todas as indústrias, inclusive a da construção.

A indústria da construção, historicamente até então, é sempre retardatária quando se analisa comparativamente outras indústrias à evolução dos níveis de produtividade. Atualmente, pensa-se para a indústria como um todo, com o desenvolvimento da Indústria 4.0 e a Indústria 5.0 já surge no horizonte. Contudo, a construção civil nunca é a pioneira na inovação tecnológica, e não tem maturidade (e nem está próxima) de Indústria 4.0.

Imagem ilustrativa ícones IoT
Imagem: mackenzie.br

No entanto, isto escancara o quanto o setor tem a ganhar. Afinal, os pontos que são beneficiados são, principalmente: a gestão; o transporte; a energia; e a segurança. A IoT pode revolucionar modelos de negócios hoje estabelecidos na indústria através do big data gerado. E além disso, o momento nunca foi tão propício para a inovação tecnológica na construção.

Transição e adaptação do mercado

No entanto, para uma implementação dessa tecnologia na indústria da construção civil, existe uma transição necessária. É preciso uma adaptação da infraestrutura dos aparelhos e das coisas propriamente ditas que farão parte de uma rede. Além disso, existe a capacitação de pessoas para trabalhar com os novos processos. Tudo isto exige um período de adaptação.

Outro aspecto relevante é a necessidade de altos investimentos para trazer a IoT para realidade da construção civil, especialmente no Brasil. Por enquanto, as iniciativas são mais comuns em edifícios de luxo e empreendimentos de alto padrão.

No entanto, não dá para realizar um investimento e usar a internet das coisas imediatamente, a adaptação é necessária. Uma pesquisa desenvolvida pela Cisco mapeou que um terço dos projetos de IoT não são considerados um sucesso. Portanto, é preciso ter ceticismo e entender as estratégias correta para este desenvolvimento. Etapa por etapa.

Aplicações na Construção Civil

Bem, quando pensa-se na aplicação de tecnologias mais sofisticadas, é como se imaginássemos as Indústrias Stark na construção civil. Pois bem. A inclinação desse cenário beira à ficção científica.

Tony Stark os Vingadores
Imagem: vignette2.wikia.nocookie.net/

A utilização da IoT na construção civil é então, basicamente, inerente ao uso de aparelhos e equipamentos integrados em rede objetivando relatar, alterar e monitorar o ambiente no canteiro de obras.

A aplicação nos canteiros de obras é muito ampla, uma vez que novas soluções são criadas a cada dia, especialmente pelo incentivo à inovação e o grande desenvolvimento de construtechs.

Entre as tecnologias que são relacionadas à IoT, podemos citar a utilização da Inteligência Artificial para tomar decisões, antevendo riscos, com base em dados compilados. Também temos a utilização da Realidade Virtual e a Realidade Aumentada para interagir com a obra, visualizando as fases futuras da obra, evitando então falhas no processo. Isso sem falar de drones realizando o monitoramento do andamento de obras.

funcionário operando drones no canteiro de obras
Drones no canteiro de obras. Imagem: startse.com.

Dentro das possibilidades da utilização de IoT no canteiro de obras, podemos citar também o monitoramento de maquinários. É possível assim, otimizar o uso de máquinas, reduzindo sua ociosidade, verificando seu desgaste, monitorando a temperatura durante o uso.

Um outro grande ganho é a possibilidade do controle do canteiro de obras de maneira remota. Pode-se, por exemplo, controlar um equipamento num canteiro de obra estando em outra cidade ou outro país. Tudo isso através de um smartphone, computador ou outra interface.

Pessoa usando IoT com operação em interface por tablet.
IoT com operação em interface por tablet. Imagem: startse.com

A IoT possibilita também, através dos sensores, integrar materiais de construção. Será possível monitorar o desempenho de um material quanto à sua resistência, por exemplo. Isto se relaciona com o conceito de Smart Grid, em que pode-se monitorar a carga sobre uma planta em tempo real e contínuo.

Imagine identificar o vazamento de água em uma tubulação de forma extremamente precisa, evitando retrabalhos por não saber o ponto específico de uma não estanqueidade. Ou monitorar em tempo real e de maneira contínua o estado das fiações, facilitando portanto o planejamento de manutenções preventivas, antecipando riscos.

Ainda no canteiro de obras, a IoT pode facilitar até mesmo o monitoramento dos EPI’s. Imagine controlar as condições físicas dos colaboradores, otimizando sua produtividade. Ou então, utilizar tecidos que controlem a temperatura corporal, evitando superaquecimento do corpo dos colaboradores. Além disso, temos também a utilização visores de realidade aumentada, indicando o que deve ser construído ou alertando possíveis situações de perigo.

Pessoa usando tablet com realidade aumentada
Realidade aumentada. Imagem: novesengenharia.com.br

Além das aplicações no processo obra, é preciso pensar nos benefícios da aplicação da IoT nas edificações inteligentes (smart buildings). Através de dispositivos de automação, proporcionando ambientes totalmente integrados, com o controle através de um smartphone, por exemplo. Controlar a temperatura do ar condicionado, abrir e fechar janelas, acompanhar o consumo de suprimentos da sua geladeira, entre vários outros benefícios possíveis.

Impactos nas cidades e na indústria da construção

Os impactos da IoT são grandes, devido à facilidade e o impulso ao DIY (Do It Yourself, ou o Faça Você Mesmo), em virtude da conectividade com as coisas do cotidiano. A IoT é um caminho sem volta, e pode ser acelerada especialmente pela chegada da conexão 5G.

O BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), desenvolveu um estudo denominado “Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil”. Este estudo foi feito em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e com consultoria da McKinsey. O estudo em questão, apontou que o país tem potencial econômico de 27 bilhões de dólares até 2025, devido à economia com a gestão pública, transporte e energia com a aplicação de IoT.

Além disso, já existem iniciativas no Brasil, especialmente na gestão das cidades, através do otimização da mobilidade urbana, da segurança pública, economia de energia e combustível. É o conceito de cidades inteligentes.

Outro ponto também é que, por ser uma iniciativa recente no mercado, são poucos os fornecedores confiáveis no mercado. E isto torna-se portanto um diferencial competitivo para empresas da construção. Pode ser este o grande momento de disrupção, um grande salto da produtividade da construção civil através das inovações tecnológicas, especialmente, pelo uso da IoT.


Fonte: BNDS, Sienge, Concremat, Smart Building, UFC, Cisco.

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Engenharia 360

Matheus Martins

Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.

Quem estava esperando ansiosamente pelo Polo GTS pela Volkswagen já pode ficar tranquilo: ele está oficialmente lançado. E nós, do Engenharia 360, viemos conferir de perto esse lançamento e vamos contar tudo aqui neste texto, que será atualizado à medida que tivermos as novidades.

volkswagen polo GTS a frente de um casarão azul e branco
Polo GTS. Imagem: @eduardomikail

O retorno dos GTS

O Polo GTS foi apresentado no salão do automóvel em 2018 e oficialmente no final de 2019, junto ao Virtus GTS. O nome GTS (que significa Gran Turismo Sport) traz lembranças para quem o viu pela última vez na década de 80, com o Gol GTS, que era uma versão mais barata que o Gol GTI.

GTS Volkswagen década de 80 vermelho
GTS, para matar a saudade. Imagem: @eduardomikail
Passat GTS década de oitenta
Passat GTS, também da família GTS. Imagem: @eduardomikail

A ideia é que os veículos GTS sejam versões esportivas mais acessíveis. Isso sem falar no quesito nostalgia, para quem sonhava em ter um GTS e não podia.

Motor e performance do Polo GTS

O carro possui motor 1.4 turboflex (gasolina ou etanol) 250 TSI com 150 cavalos de potência e 25,5 kgmf de torque (semelhante ao T-Cross). O câmbio é automático de seis marchas. Ele é capaz de acelerar de 0 a 100km/h em 8,4 segundos.

Polo GTS na cor branca
Polo GTS. Imagem: @eduardomikail

A suspensão dianteira é independente do tipo McPherson e a traseira é interdependente com braços longitudinais, ambas com molas helicoidais.

Tecnologia

A tecnologia não fica de fora no Polo GTS. Ele é equipado com painel digital (Active Info Display) com iluminação vermelha, seletor de modo de condução: normal, ecológico, esportivo ou individual. No modo esportivo há o atuador sonoro, que dá aquela sensação maravilhosa para quem gosta de dirigir esportivos.

volkswagen polo GTS a frente de um casarão azul e branco
Polo GTS. Imagem: @eduardomikail

Há também XDS+ (bloqueio eletrônico do diferencial, parte do Controle Eletrônico de Estabilidade – ESC), que funciona em qualquer condição de aderência do piso. Segundo a Volkswagen, o XDS+melhora o comportamento dinâmico do carro. Ele “aumenta a agilidade e diminui a necessidade de movimentação do volante por meio de intervenções seletivas nos freios das rodas internas às curvas nos dois eixos e permitindo uma transferência do torque disponível do motor para as rodas externas“.

Além do XDS+, alguns itens de série que farão parte do Polo GTS são: sistema Kessy de acesso ao veículo e partida do motor sem uso da chave, sistema start/stop, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros (com câmera de ré), detector de fadiga, retrovisor interno eletrocrômico, sensores de chuva e crepuscular, piloto automático e sistema de som Discover Media com tela touch colorida de 8″, App-Connect, e comando por voz.

O pacote opcional é o Beats, que possui sistema de som com alto-falantes, tweeters, subwoofer e amplificador e recurso de variação do espaço do porta-malas e rede para objetos no compartimento.

Design

Por fora, o Polo GTS ganhou uma para-choque esportivo e alguns músculos, grade colmeia e linha vermelha no frontal (típicas do GTS) e faróis full LED, dando um frontal novo ao carro. O retrovisor é em preto brilhante para combinar com a cabine, toda escura.

dianteira do Polo GTS na cor verrmelha
Polo GTS. Imagem: @eduardomikail

As rodas são 17″, diamantadas, com pneus 205/50 R17 . Ainda, a assinatura de LED na traseira é exclusiva desta versão.

Por dentro, os bancos foram redesenhados e lembram as versões antigas, com linhas horizontais e a sigla GTS no encosto. Eles são de uma mistura de tecido com couro.

A ideia foi fazer com que o carro seja aconchegante, com cores escuras no exterior (ao contrário da tendência de tons claros por dentro de carros luxuosos). Há, ainda, um volante exclusivo com acabamento de couro, costuras vermelhas e a sigla GTS na base. Detalhes em vermelho também podem ser encontrados na base da alavanca de câmbio, nos tapetes e nas molduras das saídas de ar.

As dimensões são: comprimento de 4068mm, largura de 1751mm (sem retrovisor e 1964mm com retrovisor), altura de 1477mm e distância entre eixos de 2564mm. No porta-malas cabem 300 litros.

Polo GTS na cor branca
Polo GTS. Imagem: @eduardomikail

O Polo GTS será oferecido nas cores sólidas (Preto Ninja, Branco Cristal e Vermelho Tornado – esta exclusiva para o Polo GTS) e metálicas (Prata Sirius, Azul Night e Cinza Platinum).

Previsão e preço

O previsto é que o Polo GTS chegue às concessionárias ainda este mês, com preço a partir de R$99.470,00 (considerado acessível para tudo que o veículo oferece).

Quer saber mais informações sobre ele? Então fica de olho porque nós estamos no evento de lançamento vamos atualizando este texto e contando tudo que acontecer por aqui. Você também pode acompanhar as novidades no nosso Instagram (@Engenharia360).

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