Muito pouco se conhece, seja no meio acadêmico, profissional ou leigo, sobre as etapas dos projetos para construção. Quando se trata de iniciar uma construção, muitos clientes ficam surpresos ao descobrir que determinada ideia que tinham para seus terrenos nem sempre poderá ser executada.

Por isso, é importante entender a interferência da legislação no projeto e seus efeitos nos processos burocráticos dos órgãos licenciadores que comumente geram um gargalo imobiliário. Considerando essas questões ,vamos tentar esclarecer aqui algumas coisas.

As etapas de concepção de projeto comumente estão divididas em:

  • Levantamento de dados / estudo de viabilidade;
  • Estudos preliminares;
  • Anteprojeto;
  • Projeto legal;
  • Projeto executivo.

Assim, quando se decide construir uma edificação, seja para qual finalidade for, começa-se uma série de levantamento de dados e de estudos de viabilidade. Essa etapa analisa a situação física e legal do terreno, a legislação urbana para o local e tenta estabelecer uma ligação com as necessidades e escolhas do cliente, para então elaborar plantas e desenhos contendo todas as considerações necessárias, permitindo dar seguimento para as próximas etapas. Dessa maneira, é dado início a uma série de estudos das legislações locais, estaduais e federais para que seja elaborado um Projeto Legal em condições de ser aprovado pelos órgão avaliadores competentes.

Como se pode notar e, para surpresa de muitos, para obter o tão sonhado alvará de construção passa-se por um “sem fim” de leis, normas, decretos, e outros, de diversas instâncias.

Vista aérea de vários edifícios em construção

A legislação

A Constituição Federal instituiu, por meio de dispositivos legais, um arranjo a tudo aquilo que se refere ao planejamento urbanístico em seu capítulo “Politica Urbana”, objetivando uma organização dos espaços urbanos e uma equidade sócio territorial. Em 2001, foi finalmente aprovada a lei 10.257, denominada Estatuto das Cidades, com o objetivo de regulamentar aquele capítulo através de seu maior instrumento, o Plano Diretor. Esse último adquiriu papel principal na estruturação do desenvolvimento dos municípios pois se tornou o instrumento técnico-legal que organiza os espaços em cada cidade, visando as questões socioeconômicas  e dando viés normativo ao que se refere a função social das edificações.

Assim como o Plano diretor, questões como Uso e Ocupação do Solo, Parcelamento e Código de Obras estão sujeitos a aprovações de leis municipais, ainda que possuam cunho técnico.

Além disso, é importante lembrar que os espaços urbanos estão sujeitos a todos os tipos de legislação ambiental, seja relacionadas a cursos d’água ou à vegetação, bem como as legislações referentes à acessibilidade e às Instruções Técnicas dos Corpos de Bombeiros estaduais. 

A burocracia do processo e o gargalo imobiliário

Via de regra, os processos de aprovação e liberação de alvará estão sujeitos a todo um andamento burocrático, podendo durar meses ou até mesmo anos para a obtenção da licença de construção. Considerando tudo isso, desde 2014 a comunidade empresarial, demais setores imobiliários e a Frente Nacional dos Prefeitos uniram-se com o objetivo de mitigar esse gargalo do setor imobiliário.

Segundo o estudo “O Custo da Burocracia no Imóvel”, realizado pela Booz&Co em 2014, citado nos relatórios do primeiro e segundo Encontro Nacional sobre Licenciamentos na Construção, essa morosidade faz com que o valor final do imóvel aumente em 12% para os proprietários, movimentando valores bilionários quando considerados os financiamentos com os recursos do FGTS e da caderneta de poupança, onerando toda a cadeia do setor e, em última análise, fazendo toda a sociedade arcar com esses custos. Ainda, segundo esse estudo, foram enumerados três principais fatores para o problema: as questões de prefeitura, os processos cartoriais e a legislação.

Tabela três principais fatores burocráticos do projeto
Três principais fatores burocráticos do projeto (Fonte: Relatório do II Encontro Nacional sobre Licenciamento na Construção)

Cidades como Belo Horizonte e Campinas incluíram em seus processos de aprovação alternativas que liberam alvarás eletronicamente (para determinados tipos de construções) e em questão de dias, mas sob garantia dos responsáveis técnicos de que seus projetos e terrenos estão em total conformidade com a legislação. Caso não sejam verificadas essas conformidades, poderão ocorrer sanções que vão desde a não obtenção do “habite-se” a casos mais graves, como a responsabilização por crimes ambientais.

Como posso agilizar meu processo?

É importante lembrar que leis, normas, decretos, instruções técnicas e todo o arcabouço jurídico estão em constante alteração, sendo atualizadas ou até mesmo revogadas, tornando-se de suma importância sua constante verificação por parte dos projetistas. Uma dica para os profissionais da área é buscar sempre orientação nas seções responsáveis dos órgãos. Antes de submeter o projeto, questionar aos técnicos-servidores, por exemplo, quais legislações seguir, melhor apresentação dos projetos, como é feita a análise, os prazos habituais e  as dúvidas da análise.

Referncias: Relatório I ENLC, Relatório II ENLC, PROJETO URBANO E OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA: ENTRE CONCEITOS, PLANOS E REALIDADE, Constituição Federal

Veja também:

E você, já teve algum problema burocrático ao projetar ou adquirir um imóvel? Conta para a gente nos comentários!

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Engenharia 360

Marceile Torga

Engenheira Civil, apaixonada por sua profissão, que gosta de aprender de tudo um pouco e de ensinar também.

Passamos anos da nossa vida acadêmica estudando física, a gravidade e o equilíbrio. E então aparecem alguns engenheiros e arquitetos colocando em xeque tudo aquilo que consideramos possível nas leis físicas com suas construções nada convencionais. Já vai se preparando porque hoje a nossa lista não é nem um pouco normal, vamos conhecer os 5 prédios que parecem fisicamente impossíveis.

Você vai se impressionar com tamanha criatividade e ousadia dessas construções.

1 – Torres Puertas de Europa

As Torres Puertas de Europa
Puertas de Europa. Imagem: JCassiano via flickr.com

Vamos começar pelos primeiros arranha-céus inclinados do mundo: as Torres Puertas da Europa. Também conhecidas por Torres KIO, elas estão localizadas na capital da Espanha, Madri.

Construídas entre 1989 e 1996, as torres possuem 114 metros de altura e uma inclinação de 15° com a vertical. A inclinação é tamanha que os elevadores só conseguem chegar até o 13° andar, dos 26 pisos existentes.

A impressão que se dá ao observar é que podem cair a qualquer momento, contudo, mesmo após décadas de sua construção, elas continuam firmes e fortes. Assim esperamos né…

2 – Edifício Celanese

Prédio Celanese visto de baixo
Prédio Celanese. Imagem: mxcity.mx

Projetado pelo arquiteto Ricardo Legorreta, o edifício Celanese impressiona pelo fato de estar sobre uma base tão pequena quando comparado com seus 12 andares. No entanto, mesmo estando localizado na cidade do México, região propensa a terremotos, não há riscos de desabamento.

Construído em 1968, a torre de escritórios precisava ser moderna, funcional e, principalmente, resistente aos abalos sísmicos. O resultado foi essa obra encantadora que possui uma verdadeira coluna dorsal no centro, responsável por ancorar toda a construção no solo. O restante do edifício em torno desse centro é extremamente leve, o que permite que a estrutura sobreviva.

3 – American Copper

American Copper
American Copper. Imagem: Acroterion, wikipedia.com

Esses edifícios, que um parece estar “pegando pela cintura” seu companheiro, são os American Copper Buildings, projetados pelo escritório SHoP Architects. Localizados em Nova York, Estados Unidos, os prédios abrigam 761 apartamentos de aluguel residencial, divididos entre os 48 e 41 andares de cada um.

Um dos grandes diferenciais dos American Copper é a passarela suspensa a 90 metros do chão que os ligam. Mas não para por aí, além de ser um caminho entre as torres, a passarela possui até uma piscina. Já pensou tomar um banho de piscina tendo como vista a cidade de Nova York? Nada mal.

Jones, diretor da empresa responsável pela construção, conta que um dia receberam uma ligação desesperada dos bombeiros dizendo: “Os edifícios estão desmoronando!”, comentou o chefe dos bombeiros. Jones respondeu com uma gargalhada: “Eles são assim mesmo!”

4 – Lou Ruvo Center

Lou Ruvo Center
Lou Ruvo Center. Imagem: arquiteturanaestrada.com.br

Esse prédio que parece estar desmoronando é o Centro Lou Ruvo de Saúde Cerebral, localizado em Las Vegas, Estados Unidos. O arquiteto, Frank Gehry, o projetou para representar a complexidade do cérebro humano. Inaugurado em 2010, seu custo foi cerca de 100 milhões de dólares. No entanto, parte do dinheiro foi levantado de doações.

Os donos da clínica afirmam que as formas onduladas do edifício influenciam positivamente pacientes que sofrem de doenças neurológicas, como Alzheimer e Parkinson.  Olhando pelo lado de dentro, a impressão que se tem é que paredes e teto estão prestes a cair sobre sua cabeça.

5 – Universidade OCAD

Universidade OCAD
Universidade OCAD. Imagem: ocadu.ca

Fala sério, quem não gostaria de estudar em uma universidade como essa?! O edifício que mais parece ter vindo de um filme infantil é o Sharp Center, uma extensão do prédio principal da universidade OCAD, em Toronto-Canadá.

Construído em 2004, o edifício está a uma altura de 9 andares e proporciona uma bela vista da cidade. Mas o que mais chama a atenção é o fato da estrutura parecer uma simples caixa sendo equilibrada por alguns palitos gigantes. Esse design inovador e arrojado é responsável por atrair a atenção de muitos jovens para a universidade.

Construções incríveis e inovadores como essas que vimos, mostram um pouco do que a engenharia e arquitetura conseguem criar. Imagine o quão complexo deve ser construir edifícios que fogem do padrão “normal” das edificações e que parecem ser fisicamente impossíveis.

Brincadeiras à parte, sabemos que esses prédios foram exaustivamente pensados e calculados por profissionais altamente capacitados, ao ponto de não correrem nenhum risco de falhas estruturais. Alguns inclusive, devido aos seus designs diferentes, conseguem ser mais resistentes e seguros em situações extremas, como durante terremotos.

São provas de que com criatividade, planejamento e muito trabalho, nada (ou quase nada) é impossível para a engenharia.

Quer conhecer mais construções incríveis da engenharia? Vou deixar algumas de nossas matérias aqui para você:

Fontes: ArchDaily, Wikipédia, Incrivel.club

Gostou desses prédios que parecem fisicamente impossíveis? Comenta aqui em baixo o nome de algum que merecia estar nesta lista!

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Engenharia 360

Matheus Felipe Silva

Engenheiro Civil em formação na UFMT. Pesquisador, redator, sonhador, apaixonado por futebol e engenharia. Seu propósito de vida é ajudar pessoas.

Seguindo as tendências europeias de produzir cada vez mais energia renovável, o Brasil conta com um novo tipo de incentivo fiscal para energia solar. Sabe-se que nosso país tem produzido cada vez mais este tipo de energia, inclusive ultrapassando a produção de energia térmica!

Conforme as publicações do Diário Oficial da União, o imposto desses equipamentos deve ser zerado até o final de 2021. De acordo com a Câmera de comércio exterior, são: módulos fotovoltaicos, inversores e trackers.

Imagem ilustrativa de uma usina solar fotovoltáica
Usina Solar fotovoltáica (Fonte: Unsplash)

Sabe-se que, para a implementação de um sistema de energia solar, não é necessário apenas o módulo do painel solar. Os inversores possuem a função de transformar a energia de corrente contínua em energia de corrente alternada, assim como os trackers têm a função de permitir que o painel acompanhe o movimento do sol, maximizando assim a produção.

Esta medida é de extrema importância para o incentivo do uso de energia solar, principalmente quando podemos perceber um cenário em que o dólar está valorizado em relação ao real, e grande parte dos projetos dependem de importação de fabricantes americanos e chineses.

Qual a sua perspectiva sobre este assunto? Acha que a medida pode interferir na competitividade dos fabricantes locais? Deixa pra gente o que você pensa nos comentários!

Referência: Exame

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Engenharia 360

Beatriz Zanut Barros

Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.

Aeroportos, de modo geral, são locais de passagem. Quem está sempre na ponte aérea pouco presta atenção ao redor. É do check-in para o avião, muitas das vezes.

Porém, muitos dos aeroportos do mundo foram projetados para proporcionar sensações incríveis em seus transeuntes. As mudanças são tanto estruturais, em sua arquitetura, quanto em serviços.

Os investimentos visam trazer conforto e bem-estar às pessoas que estão de passagem e podem ficar esperando horas por um nova conexão. Além disso, há o intuito de agregar valor à arquitetura da cidade, afinal, são obras grandiosas e que chamam atenção sem qualquer esforço 😉

Para dar alguns exemplos, selecionamos aeroportos incríveis e diferentes. Que tal conhecer detalhes e fotos?

Frankfurt Airport – Alemanha

É o mais movimentado aeroporto da Alemanha, assim como um dos mais importantes da Europa.

O Frankfurt Airport é realmente incrível, sobretudo em relação à infraestrutura, quesito que o faz ser considerado um dos mais preparados e equipados do mundo. É um bom lugar para apreciar a culinária Alemã e ainda fazer compras, pois têm uma boa variedade de lojas.

Sua arquitetura é moderna e leve, principalmente por conta das estruturas de vidro, que garantem uma boa luminosidade natural. Esse detalhe também permite curtir o vai e vem dos aviões no terminal 2.

aeroportos incríveis Frankfurt
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis Frankfurt
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis Frankfurt
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis frankfurt
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis frankfurt
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis frankfurt
Foto: Reprodução / Divulgação

Aeroporto Internacional de Dubai -Emirados Árabes Unidos

Sem dúvidas é um dos aeroportos mais modernos do mundo. Dubai em si já é uma cidade que esbanja luxo e sofisticação.

O Aeroporto Internacional de Dubai possui três terminais que funcionam 24h por dia. Além disso, também oferece gastronomia do mundo todo, assim como lojas de diversos segmentos.

Por ser um dos pontos tradicionais para escalas de longas viagens, é um dos aeroportos mais movimentados do mundo. Recebe cerca de 100 milhões de passageiros todos os anos (pelo menos eram os números de antes da pandemia).

Não poderíamos deixar de falar também sobre a arquitetura de tirar o fôlego, algo que é típico das construções de Dubai. Por fora, o visual segue uma linha bem futurista. Por dentro, há tecnologia por onde você passa e uma qualidade em serviços que não se vê em muitos lugares do mundo.

As salas VIP de muitas companhias aéreas fazem jus ao sentido “VIP”, diferentemente do que há em aeroportos por aí. Além disso, os sistemas de segurança estão entre os mais inovadores do mundo.

aeroportos incríveis Dubai
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis Dubai
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis Dubai
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis dubai
Foto: Reprodução / Divulgação
sala de espera dubai
sistema de segurança dubai
Foto: Reprodução / Divulgação

Aeroporto Changi – Singapura

Muitas pessoas que conhecem o Aeroporto de Changi, em Singapura, dizem que a viagem chega a valer a pena só pela oportunidade de conhecê-lo. Afinal, não poderia ser diferente. Já foi considerado diversas vezes o melhor entre os aeroportos do mundo.

A área tem aproximadamente um milhão de metros, oferecendo capacidade para um parque temático dentro dele. Além do tamanho surreal, o aeroporto esbanja luxo com obras de arte e esculturas que enriquecem a decoração do ambiente.

O aeroporto ainda conta com gastronomia do mundo todo, lojas e, se quiser, até cinema para esperar o voo com mais qualidade. A cereja do bolo é o complexo Jewel, um espaço pago, mas que pode oferecer uma experiência impressionante para quem estiver lá por turismo.

O espaço Jewel conta com uma estrutura fabulosa de aço e vidro. É composto por um grandioso jardim com milhares de arbustos, árvores, entre outras vegetações. Há até uma cachoeira com queda de quarenta metros de altura.

turismo Singapura
Foto: Reprodução / Divulgação
arquitetura Singapura
Foto: Reprodução / Divulgação
arquiteturas Singapura
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis Singapura
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis Singapura
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis Singapura
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis Singapura
Foto: Reprodução / Divulgação
aeroportos incríveis Singapura
Foto: Reprodução / Divulgação

Fontes: 36 mil pés; Viagem e Turismo; Vem Voar

E então, você já conhecia esses três aeroportos incríveis? Qual você acha que faltou complementar essa lista?

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Engenharia 360

Clara

Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.

As gigantes Amazon, Alphabet e Microsoft receberam um processo por terem utilizado, sem permissão, fotos de usuários em bancos de dados para treinamento de pesquisas em reconhecimento facial.

Banco de dados inclusivo, mas sem consentimento

As imagens eram nada menos do que 1 milhão de fotos de rostos humanos, todos classificados tags de simetria, comprimento do nariz e altura da testa, por exemplo. Essas fotos haviam sido adicionadas à Diversity in Faces, da IBM, uma base de dados desenvolvida com o intuito de avançar pesquisas para precisão no reconhecimento facial, observando mais do que apenas tom de pele, idade e sexo.

Foram dois moradores da cidade, Steven Vance e Tim Janecyk, que decidiram entrar com a ação, alegando que suas identidades foram incluídas no banco sem conhecimento ou permissão. Caso essas pessoas não tivessem identificado o uso sem consentimento das fotos, a gente não sabe quando as empresas seriam responsabilizadas, nem se isso sequer ocorreria.

Imagem de rosto feminino sendo escaneado para reconhecimento facial. Fonte: Getty Images.
Imagem: Getty Images.

Dissonâncias nas pesquisas em reconhecimento facial

Vale citar que a situação da tecnologia de reconhecimento facial é controversa: tem havido críticas por defensores de privacidade, com algumas cidades proibindo seu uso. Entretanto, há insistência, com bancos de dados destinados a alimentá-la, inclusive voltados para selfies de máscara, considerando o contexto atual. Mas debates relacionados a viés, por exemplo, em asiáticos ou afro-americanos, geram insegurança quanto ao uso dessa tecnologia em cenários distópicos.

A IBM, que vinha defendendo a regulamentação do reconhecimento facial, finalizou seu programa de pesquisa depois de admitir que o uso dessa tecnologia por parte de forças policiais poderia reforçar preconceitos e discriminação. Ainda assim, os sistemas de reconhecimento facial estão a caminho de se disseminar em aeroportos e shoppings.

Os processos, movidos nos tribunais dos estados da Califórnia e Washington, onde as empresas envolvidas estão localizadas, buscam o status de ação coletiva, bem como danos monetários e restrição das atividades dos réus que estão no banco de dados. A Microsoft disse que foi intimada e está analisando, enquanto a Alphabet e a Amazon não se manifestaram.

Fonte: CNET.

O que você acha das questões associadas a tecnologias de reconhecimento facial? Conta para a gente nos comentários!

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

As fachadas e calçadas de cidades italianas e holandesas estão sendo transformadas em superfícies inteligentes. Elas captam energia limpa e alimentam sensores que podem ser usados para esfriar, aquecer ou até mesmo monitorar estradas.

Tais sensores de captação de energia de fontes naturais já são bem comuns nos telhados dos edifícios europeus. Porém, é possível explorar outras superfícies da construção e de ambientes para coletar energia.

Com o tema sustentabilidade e preservação do meio ambiente cada vez mais em pauta, o uso de energia limpa tem sido muito discutido nos quatro cantos do mundo.

edifício sustentável

Na Holanda, por exemplo, um projeto, chamado Envision, estuda tecnologias para coletar energia das superfícies de edifícios. A equipe estima que na Europa exista ao menos 60 bilhões de metros quadrados em fachadas de prédios que podem ser usados para essa implementação.

Com isso, pesquisadores e empresas têm como desafio de garantir que apartamentos e salas tenham energia positiva. Ou seja, o edifício produz mais energia do que consome. A ideia então é integrar novas tecnologias para obter calor e eletricidade de maneira natural.

Novas tecnologias de captação de energia limpa

Entre as novas tecnologias estão as janelas fotovoltaicas, as quais obtêm eletricidade através de uma espécie de célula solar e pode ser eficiente até mais que uma versão simples dos painéis solares.

Existe também uma tinta especial que consegue absorver entre 40% e 98% da luz solar, dependendo da cor. Os painéis pintados são integrados a bombas de calor especiais. Essa tecnologia foi testada em uma academia na Holanda, que conseguiu boa geração de calor e água quente.

Outra inovação é o painel de vidro colorido com as tecnologias de captação de calor. Além da funcionalidade, podem ser usados como decoração de fachadas de construções diversas.

Parque com energia limpa na holanda
Crédito: Emergo

Nova maneira de receber energia limpa

Com essas novas tecnologias, os pesquisadores entendem que as pessoas devem adotar um olhar diferente para superfícies do cotidiano. Afinal, elas podem contribuir para um novo ambiente urbano, além de serem simplesmente estruturas de passagem ou cobertura. Também podem oferecer funções para melhorar a qualidade de vida.

O professor Cesare Sangiorgi, engenheiro de materiais da Universidade de Bolonha, na Itália, lidera o projeto SaferUp. A ação incentiva cientistas no início de carreira a desenvolver tecnologias captadoras de energia limpa.

No Reino Unido, pesquisadores da Universidade de Lancaster estão criando “caminhos inteligentes” introduzindo dispositivos eletromecânicos neles. Quando são esmagados pelo tráfego, transformam a energia mecânica em eletricidade.

Desse modo, um pequeno trecho de 1km é capaz gerar energia limpa para acender ao menos 2000 mil lâmpadas de rua ou sensores que monitoram o tráfego. Os testes iniciais estão previstos para 2021.

As pesquisas nesse sentido não param. Muito em breve na Europa , os pedestres poderão caminhar em calçadas inteligentes, com sensores em seu interior. Além disso, as fachadas de edifícios estarão colhendo energia da luz solar enquanto resfriam as cidades ao seu redor.

Fonte: Techxplore

E você, o que acha dessa tendência? Conte para a gente!

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Engenharia 360

Clara

Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.

Um vaporizador descontaminante, contendo solução desinfetante, foi doado para aplicação nos vagões de metrô de São Paulo. O uso do equipamento da startup BioGuard levou a resultados que indicaram eficiência na desinfecção.

Névoa desinfetante

Os equipamentos funcionam por meio da liberação de uma “névoa” composta de gotículas ionizadas com desinfetantes, que é capaz de se fixar em superfícies e eliminar vírus e bactérias. Este é um mecanismo padrão sanitização de ambientes hospitalares, por exemplo, que costumam aplicar desinfetantes com base em peróxido de hidrogênio e íons de prata, que apresentam poder de oxidação e, nesse sentido, inativam microrganismos e biofilmes formados nas superfícies.

No contexto da pandemia de COVID-19, a descontaminação de ambientes é algo que tem sido revisto em outros cenários de potencial disseminação de microrganismos, tais como o transporte público. Pensando nisso, a novidade foi testada em um vagão depois de um dia de uso normal e as amostras laboratoriais indicaram que não havia contaminação após o procedimento de desinfecção.

O equipamento distribuído pela BioGuard, chamado de Bgtech-19, possui controle de umidade e saturação. Esses parâmetros que devem ser controlados nesta modalidade de desinfecção de ambientes, pensando no equilíbrio químico das espécies desinfetantes, mas também na preservação do maquinário e demais superfície em contato com estes agentes oxidantes.

O vídeo abaixo mostra o funcionamento do sistema:

Outras iniciativas de sanitização de ambientes

Outras opções de desinfecção de superfícies, pensando principalmente em locais de grande circulação de pessoas, vêm sendo estudadas como potenciais aplicações diante da pandemia causada pelo novo coronavírus. Uma alternativa é a desinfecção ultravioleta, descrita aqui como opção para desinfetar máscaras usadas e também ambientes. De foma similar, também pensando em “névoas” contendo agentes oxidantes, como é o caso da startup BioGuard, há uma alternativa baseada em clorexidina, desenvolvida por uma iniciativa de universidade brasileira.

Vale lembrar que, apesar dos esforços em potencializar a limpeza e descontaminação dos ambientes em termos de frequência e tecnologia envolvida, não é recomendado “relaxar” nas medidas sanitárias e de higiene.

Você já viu o emprego de equipamentos de descontaminação no transporte público? Conta para a gente nos comentários!

Fontes: Bridier et al. (2011). BioGuard. Metrô CPTM.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Graças aos biocombustíveis, o Brasil tem grande visibilidade como um país que valoriza as matrizes energéticas nacionais e a sua grande diversidade. No caso do biodiesel, foi por volta dos anos 80 que uma empresa nacional obteve patente para produção do combustível, a cearense Proerg (Produtora de Sistemas Energéticos).

O início dos óleos

Já sabemos sobre a crise energética mundial que estamos vivendo desde o início da década de 70, mas nem por isso os estudos de fontes renováveis iniciaram no mesmo período em que o petróleo se tornou uma preocupação.

Foi aproximadamente na década de 1920 que o Brasil deu início ao uso de óleos vegetais como combustíveis. Após esse “start”, nos anos 50, diversos centros de pesquisa nacionais passaram a investir e desenvolver estudos em novos óleos como o de mamona, o de algodão e o de ouricuri, aplicados em motores de 6 cilindros movidos a diesel. Apesar disso, foi somente na década de 70, com o grande impacto sofrido pela dependência do petróleo, que houve um avanço nos estudos.

Guerra por petróleo
Imagem: Morning Brew via Unsplash

Em 1980 o Conselho Nacional de Energia instituiu o Proóleo (Programa Nacional de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos), a fim de não somente promover pesquisas sobre os óleos vegetais em todas as regiões do Brasil, mas principalmente avançar nos estudos de substituir o óleo diesel (advindo do petróleo) por óleos vegetais em misturas de até 30% em volume. Com isso, nesse mesmo período foi dada maior atenção ao girassol, à soja, ao amendoim e, posteriormente, ao dendê.

O uso de óleos vegetais como combustível partiu desse propício cenário e foi ainda mais estimulado com a criação do Programa Nacional de Alternativas Energéticas Renováveis de Origem Vegetal, comprovando tecnicamente a capacidade do uso desses óleos em motores ciclo Diesel. Com o auxílio e colaboração de grandes empresas e do governo, foram realizados testes com as matérias-primas mais disponíveis da época, que no caso eram misturas de 30% de éster metílico de óleo de soja, como também testes com ésteres puros (metílico e etílico).

Após a comprovação de viabilidade e o cenário crítico mundial, na década de 2000, o governo percebeu a importância de promover o estudo e a pesquisa nesse nicho, e então criou o Programa Nacional de Produção de Biodiesel no Brasil, dando incentivo e obrigando as empresas a adicionarem 2% de biodiesel no óleo diesel vendido no país a partir de 2008, sendo este percentual aumentado anualmente, atingindo 5% em 2010. Existem metas de aumento gradual dessa porcentagem para 20%.

E então, o que é o Biodiesel?

Inicialmente, é importante entendermos a aplicação do biodiesel no cenário em que vivemos. Contudo, precisamos associar de forma clara qual o real benefício deste combustível e, para isso, é necessário que saibamos onde e como é aplicado.

Um motor de combustão interna (MCI) é uma máquina que transforma energia térmica em mecânica. Sendo mais específica, no MCI de ciclo Diesel, apesar de ter funcionamento bastante semelhante ao conhecido ciclo Otto, a queima do combustível se inicia durante a sua fase de compressão, sem a necessidade de utilização da vela de ignição. Quando o engenheiro alemão Rudolf Christian Karl Diesel inventou o motor Diesel, ele utilizava óleo de amendoim (um biodiesel) para fazer seus testes. Contudo, posteriormente perceberam que a destilação do petróleo líquido entre 200°C e 350°C gerava um óleo com maior potencial energético que o de amendoim, o gasóleo ou óleo diesel.

Como combustível, mesmo não sendo tão utilizado como a gasolina, o Diesel é muito mais adaptável a veículos com MCI’s que desejam mais força e desempenho do que na velocidade em si, devido à sua alta densidade de energia.

Apesar das excelentes vantagens, a combustão incompleta do diesel libera óxidos de carbono e outros compostos poluentes para a atmosfera, gases esses que são grandes responsáveis pela maioria dos problemas relacionados ao aquecimento global, destruição da camada de ozônio, fenômenos como a chuva ácida, além de prejudicarem o ecossistema. E é nesse ponto que destacamos o biodiesel.

Conforme já explicado, o biodiesel se torna menos nocivo ao meio ambiente pelo fato de poder ser extraído de gorduras provenientes de vegetais, sendo assim também uma energia renovável, diferentemente diesel comum. Mas, os biodieseis são combinados com alguns alcoóis para formação de ésteres e assim serem usados como combustíveis: ele pode ser utilizado diretamente em motores diesel? Sim, bastam apenas algumas pequenas modificações em certos casos, sem correr o risco de causar qualquer tipo de dano ao motor.

Cada 100 kg de óleo reagem com 10 kg de álcool, gerando em média 100 kg de biodiesel e 10 kg de glicerina (que geralmente é utilizada para fabricação de sabonetes).

Biocombustivel biodiesel
Imagem: Morning Brew via Unsplash

É importante ressaltar que o biodiesel pode ser usado em diversos processos, sejam industriais, como para ativação de motores de caldeiras, ou até para a geração de energia elétrica em comunidades carentes, e não somente como combustível em motores automotivos.

Nos postos do Brasil ainda não é possível encontrar o B100 (biodiesel 100%), contudo, o combustível misturado à gasolina, ao etanol e, como já foi falado, ao próprio diesel, é permitido pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), desde que não ultrapasse 12%. Recentemente, a diretoria da ANP, com a concordância do Ministério de Minas e Energia (MME), aprovou no dia 16/06/2020 a redução excepcional e temporária do percentual de mistura obrigatória do biodiesel ao óleo diesel dos atuais 12% para 10%. A medida é necessária para dar continuidade ao abastecimento nacional, uma vez que as entregas de biodiesel previstas para o período citado poderiam não ser suficientes para atender à mistura de 12% ao diesel B, que vem sendo bastante consumido, apesar da atual situação de pandemia.

Para quem não sabe, o diesel tipo a A é aquele produzido nas refinarias, destinado a veículos rodoviários dotados de motores do ciclo diesel e que não possuem a adição de biodiesel. Já o óleo diesel tipo B possui biodiesel adicionado no teor estabelecido pela legislação vigente.

Mas se é tão bom, o qual o desafio?

Assim como o etanol, o biodiesel é produzido por meio da agricultura, e a cada dia são demandadas mais terras para essa produção, o que pode levar ao desflorestamento, cuja consequência é a diminuição da absorção do gás carbônico, perda de biodiversidade e também pode impactar no consumo de água para irrigação da plantação.

O Brasil está em terceiro lugar entre os maiores produtores mundiais de biodiesel, atrás da Alemanha e dos EUA, mesmo sendo o país com maior potencial para produção de energia renovável.  Ainda precisamos de bastante incentivo a fim de utilizar o biodiesel de fato, pois, atualmente não o temos para utilização sendo plenamente um combustível renovável, apenas como combinação com outras fontes.

Plantação
Imagem: Bence Balla-Schottner via Unsplash

Porém, o biodiesel se mostra vantajoso para alavancar o agronegócio e a agricultura familiar, seja no plantio de soja ou de qualquer outra fonte de bioenergia.

Por fim, o biodiesel se reafirma uma energia limpa e eficiente no combate da utilização e o consumo do petróleo, bem como dos nocivos problemas ambientais como o efeito estufa.

E então, o que você pensa sobre a utilização do biodiesel no nosso cotidiano? Compartilhe sua opinião nos comentários, engenheiro (a)!

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Fontes: Potencial Biodiesel; Anap; Brasil Total, APROBIO, Royal FIC, Ecycle

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Engenharia 360

Giovanna Teodoro

Engenheira Mecânica e Pós Graduanda em Gerenciamento de Projetos. Mineira curiosa que se divide entre a engenharia, a leitura, a escrita e a música. Não carrego certezas, mas sigo querendo aprender.

Por onde trafegamos, observamos construções, principalmente nos grandes centros. Desde pequenas casas a arranha-céus, que logo estarão em uso, algumas infelizmente apresentarão anomalias antes mesmo de serem entregues.

A impermeabilização, pouco lembrada por estar sempre escondida atrás de belos revestimentos, ocupa o terceiro lugar entre os causadores de manifestações patológicas (Secovi). A deficiência ou ausência desse item geram ambientes insalubres, desconfortos para o usuário, desvalorização do imóvel e, em casos mais graves, colocam em risco a integridade da estrutura, levando até ao colapso da edificação.

Mulher preocupada com infiltração causada por ausência de impermeabilização
Infiltrações com mofo – Imagem: shutterstock.com.br

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Mas, afinal, o que é a impermeabilização?

Uma estrutura está exposta a diversas ações de fluidos e vapores, são elas: umidade de obra, de absorção, de capilaridade, de infiltração, de condensação e acidental.

A impermeabilização pode ser definida como “o conjunto de operações e técnicas construtivas, composto por uma ou mais camadas, que tem por finalidade proteger as construções contra ação deletéria de fluidos, vapores e da umidade” (NBR 9575 Impermeabilização – Seleção e Projeto, ABNT 2003). Ou seja, impermeabilizar é o ato de impedir a passagem indesejável de fluidos e vapores por uma estrutura, preservando, assim, as condições de integridade da construção. Ela consiste na aplicação de produtos e técnicas específicas que têm como objetivo a proteção a estrutura.

Como selecionar e executar?

No mercado existem diversos tipos de impermeabilizantes, materiais pré-fabricados, moldados in loco, aderidos sob aquecimento, aditivos e com diversas outras características. Porém, as normas brasileiras classificam em 2 tipos de materiais: rígidos e flexíveis.

Os materiais rígidos são aplicados em locais onde a estrutura não está sujeita a movimentação e fissuração. Impermeabilizantes rígidos possuem baixíssima porcentagem de deformação, ou seja, quando sujeitos a movimentação podem romper e perder sua eficácia. Exemplos de materiais: argamassa polimérica, membrana epóxidica, hidrofugante e aditivo por cristalização integral.

Já os materiais flexíveis apresentam características de flexibilidade compatíveis e aplicáveis às partes construtivas sujeitas à movimentação do elemento construtivo, portanto, as movimentações da estrutura são acompanhadas pelo material, mantendo seu desempenho. Exemplos de materiais: membranas (acrílicas, poliuretano), mantas (asfáltica, TPO, PVC) eemulsões (asfáltica, acrílica).

Aplicação de impermeabilização com membrana poliuretano
Impermeabilização com Membrana de Poliuretano – Imagem: shutterstock.com.br
Aplicação de impermeabilização, sistema de manta asfáltica ardosiada aderida com maçarico
Impermeabilização com Manta Asfáltica Ardosiada – Imagem: shutterstock.com.br

Apesar de parecer simples, os sistemas impermeabilizantes devem ser especificados por profissionais capacitados e habilitados com conhecimento na área. É necessário avaliar as condições da estrutura, características da obra, durabilidade desejada, equipe de execução e outros fatores essenciais para se definir o melhor custo benefício de acordo com a necessidade do empreendimento.

Um material especificado incorretamente pode acarretar em danos graves à estrutura e habitabilidade do usuário. Desta forma, entende-se a importância do projeto de impermeabilização que, no decorrer da obra, se torna uma ferramenta em prol da economia, reduzindo custos com materiais desnecessários, retrabalhos, custos de manutenção e garantindo a vida útil da estrutura.

A execução, assim como a especificação do material, exige mão de obra qualificada. Depositar tal responsabilidade em um profissional sem conhecimento e experiência pode extinguir todos os esforços desempenhados para se obter durabilidade no sistema impermeável.

Essencialidade da impermeabilização

O que muitos construtores e responsáveis por obra ainda não percebem é que a impermeabilização não impede somente a passagem de água e sim é fator primordial na vida útil e proteção da estrutura. Os custos com impermeabilização gerados durante o período de obra são significativamente menores do que os gastos em reparos, desconsiderando o desgaste e desconforto do morador em meio às reformas.

Sistemas de impermeabilização bem especificados e executados são eficazes por longos períodos, beneficiando diretamente as características de habitabilidade que afetam o usuário e a estrutura com proteção e durabilidade.

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Fonte: Secovi; NBR 9575 – ABNT


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Engenharia 360

Stefany Mahara Tarantini

Engenheira Civil, Especialista em Tecnologia da Impermeabilização pelo Instituto IDD SP. Projetista de Impermeabilização e dedicada a Inspeções Prediais.

Apesar da tecnologia 5G ainda não ser utilizada em todo o globo, a sexta geração de telefonia já tem previsão de lançamento. Um estudo, feito pela Samsung, aponta que o 6G será comercializado em 2028 e substituirá com vigor a sua antecessora dois anos depois.

White paper da Samsung entitulado: "A próxima experiência hiperconectada para todos".
White paper da Samsung entitulado: “A próxima experiência hiperconectada para todos”. Imagem: Divulgação/Samsung

Avanços acelerados

No dia 14 de julho, a Samsung publicou um resumo de um artigo científico, denominado “A próxima experiência hiperconectada para todos”. No white paper, a empresa afirmou que a tecnologia 5G será responsável por determinar o futuro das gerações, além de padronizar a comunicação entre as pessoas.

Sunghyun Choi, líder da organização, afirma que a idealização do 6G não é precoce, tendo em vista que a pesquisa dura cerca de uma década para que a tecnologia passe a ser comercializada. “Já lançamos a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias 6G, aproveitando a experiência e a capacidade que acumulamos ao trabalhar em várias gerações de tecnologia de comunicações, incluindo 5G. No futuro, estamos comprometidos em liderar a padronização do 6G em colaboração com várias partes interessadas nos setores industrial, acadêmico e governamental.“, completou.

Além disso, a empresa enfatiza que o espaço de tempo entre um avanço tecnológico e outro está cada vez menor. Foram quinze anos para a transição do 2G para o 3G, e apenas oito para a introdução do 4G e 5G. Esse avanço acelerado apresentará a sexta geração de telefonia móvel em 2028, cujo planejamento já foi idealizado pela Samsung.

Quais serão as mudanças?

O 6G não será somente utilizado por humanos, mas também por máquinas. Essa tecnologia, que substituirá o 5G (até o momento inacessível no Brasil), permitirá a criação de réplicas digitais, realidade estendida (XR), hologramas móveis e outros serviços avançados. O objetivo é que o 6G seja 100 vezes mais seguro que a antecessora e que possa conectar mais de 10 milhões de dispositivos por quilômetro quadrado.

A velocidade também será melhorada. A Samsung espera que o 6G alcance a velocidade de pico de 1 terabit por segundo na rede, permitindo que os usuários tenham uma experiência de 1Gb/s, e latência no ar (tempo de resposta de um comando) menor que 100 µs (microssegundos). Além disso, a companhia adianta que a nova geração de tecnologia de comunicação deverá comportar aviões, plataformas em elevadas altitudes (HAPS) e satélites, e superar os limites dos dispositivos móveis.

Diagrama com a comparação dos principais requisitos de desempenho entre o 5G e o 6G.
Diagrama com a comparação dos principais requisitos de desempenho entre o 5G e o 6G. Imagem: Divulgação/Samsung

Máquinas serão as principais usuárias do 6G

A rede 6G deve ser direcionada principalmente as máquinas. A ideia é que em 2030 sejam 500 bilhões de dispositivos conectados, sendo que essa tecnologia será dirigida às máquinas de construção, drones, carros, robôs e equipamentos de fábricas.

É por esse motivo que a sexta geração de telefonia móvel deverá ser rápida e confiável, dado que uma máquina excede as aptidões humanas. Uma máquina é capaz de ultrapassar os limites de uma pessoa comum em relação às latências: enquanto o ser humano só percebe até 100 microssegundos e capta ondas de 280 a 780 nm, um robô transcende esses números.

Comparação entre o ser humano e uma máquina nos quesitos: resolução máxima, percepção de latência, frequência audível, comprimento de onda visível e visão de ângulo, respectivamente.
Comparação entre o ser humano e uma máquina nos quesitos: resolução máxima, percepção de latência, frequência audível, comprimento de onda visível e visão de ângulo, respectivamente. Imagem: Divulgação/Samsung

Casos de uso do 6G

A Samsung divulgou alguns casos de uso do 6G que podem parecer abstratos. Será possível usar a nova tecnologia para produzir hologramas de elevada fidelidade e até mesmo realizar réplicas digitais.

Hospitais equipados com 6G poderão utilizar réplicas digitais em cirurgias no futuro.
Hospitais equipados com 6G poderão utilizar réplicas digitais em cirurgias no futuro. Imagem: Divulgação/Samsung

Na criação de uma cópia de uma fábrica, por exemplo, a inteligência artificial poderá corrigir no mundo real algum problema detectado na simulação da réplica digital. Segundo a Samsung, “Os desafios técnicos [das réplicas digitais] são significativos. Para duplicar uma área de 1×1 metro, por exemplo, precisamos de um terapixel, que requer uma taxa de transferência de 0,8 Tb/s, assumindo uma sincronização periódica de 100 ms e uma taxa de compressão de 1/300”.

A realidade estendida (XR) também deve ser alcançada, mas poderá exigir transmissões 16K, que exigiriam uma banda de mais ou menos 900Mb/s. Condição esta que não poderia ser atendida pelo 5G sem alguns engasgos.

A rede 6G proporcionará realidade estendida, hologramas móveis e réplicas digitais.
A rede 6G proporcionará realidade estendida, hologramas móveis e réplicas digitais. Imagem: Divulgação/Samsung

Como o 6G será implantado?

Imaginar o 6G e seus benefícios para a sociedade é fácil. No entanto, colocar essa nova tecnologia em prática e encontrar um padrão de modo que corresponda aos critérios é uma tarefa árdua. Pensando nisso, a Samsung designou algumas tecnologias para atuar nas redes da sexta geração de telefonia.

O 6G deverá funcionar em frequências na casa dos terahertz, no que tange ao campo do espectro. Essa tecnologia emitiria ondas de até 3.000 GHz, superando o 5G mmWave, que opera entre 6 e 110 GHz. Tendo em vista que frequências mais elevadas têm uma diminuição na penetração do sinal, seria necessário otimizar a arquitetura das antenas, além de elaborar novos protocolos.

Em áreas desérticas e marítimas, o 6G forneceria conexão por meio da sua instalação em satélites e plataformas de elevada altitude. Para que as operadoras evitassem a perda de tempo e dinheiro, desenvolvendo a rede e oferecendo um desempenho mais contínuo ao usuário em células distintas, uma topologia de rede mash poderia auxiliar o 6G a alcançar uma cobertura amplamente superior, além de otimizar, de modo automatizado, novas antenas.

áreas de cobertura de 6G
Imagem: Divulgação/Samsung

A chegada em 2028

A União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês) pretende iniciar os trabalhos relacionados às especificações do 6G por volta de 2021, conforme foi dito pela Samsung. As primeiras redes de sexta geração viriam em 2028, já a comercialização global deverá acontecer somente em 2030, segundo a companhia.

Enquanto o 6G não sai do papel, saiba como a rede 5G está mudando o mercado!

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Fontes: Tecnoblog; Olha Digital.

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Samira Gomes

Engenheira de Produção formada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF); certificada como Yellow Belt em Lean Seis Sigma.