Há muitas dúvidas em relação às diferenças entre produtos ecológicos e produtos sustentáveis. Por isso, vale a pena falar um pouco sobre cada um a fim de esclarecer características, bem como quais são seus impactos no ambiente, na economia e na sociedade. 

A saber, para muitas empresas a responsabilidade com o meio ambiente se tornou um dos pilares fundamentais. Impor formas mais sustentáveis de produção ou até mesmo nos processos diários da corporação mostra preocupação com essa pauta tão imediata.

Não é novidade que empresas eco friendly se destacam no mercado atual. Sendo assim, algo que antes era moda agora é praticamente regra.

Mas como classificar os produtos considerados “amigos da natureza”? Descubra neste artigo do Engenharia 360 os detalhes dessas denominações!

produtos ecológicos
Imagem de pvproductions em Freepik

Produtos ecológicos

São desenvolvidos com a preocupação de manter a biodiversidade e promover o equilíbrio do ecossistema. Ou seja, a preservação do meio ambiente é fundamental.

Dessa forma, o produto não pode ser tóxico ou poluente. Mas, para isso, não deve ser proveniente de extração de matérias-primas da natureza ou então que a prejudique em qualquer medida. 

Portanto, produtos ecológicos pode ser considerado quando feitos de:

  • Materiais recicláveis;
  • Produtos que não contêm pele animal;
  • Plásticos biodegradáveis; e
  • Inseticidas biológicos.

Claro que esses são somente alguns exemplos. ‘Ecológico’ mesmo é todo e qualquer produto que não agride o meio ambiente, a fauna e a flora – o ecossistema de forma geral.

Assim, entendemos que empresas que desenvolvem produtos ecológicos têm como foco se engajar nas causas de proteção ambiental.

produtos ecológicos
Imagem de Vilvah Store em Pexels

Produtos sustentáveis

Pode ser considerado produto sustentável quando respeita os pilares: social, ambiental e trabalhista. Engloba diversos setores e não só os relacionados ao ambiente, diferente dos produtos ecológicos. Deve favorecer toda uma cadeira de produção.

Basicamente, um produto considerado sustentável promove o desenvolvimento da economia local, com a produção de itens ecológicos, gerando renda e contratos trabalhistas a pessoas da região.

Isso quer dizer que, além de conseguir diminuir os impactos causados pela produção de produtos que prejudicam o meio ambiente, o lado social e econômico são super valorizados. 

produtos ecológicos
Imagem de Sam Lion em Pexels

Um aspecto mercadológico é que produtos sustentáveis devem ser de qualidade superior a produtos que não prezam pela responsabilidade ambiental.

Podemos classificar como produtos sustentáveis:

  • Provenientes de fontes renováveis;
  • Feitos com baixo consumo de energia e água;
  • Com redução ou anulação do uso de plástico;
  • Feitos com boa gestão de resíduos;
  • Cuja fabricação não necessita de emissão de gases ou pelo menos evita.

Dito isso, a principal diferença entre os dois é que o produto ecológico terá como principal pilar a preservação do meio ambiente. Já o produto sustentável irá valorizar a redução do impacto ambiental e enaltecer o desenvolvimento social e econômico de determinada região ou cidade.

Exemplos de empresas ecológicas e sustentáveis

Há muitas marcas gringas e brasileiras, referência no desenvolvimento de produtos ecológicos e sustentáveis. Citaremos algumas delas para você ter uma ideia.

No âmbito nacional

Natura

É uma marca que leva a filosofia do ecologicamente correto muito a sério. Além disso, é uma das primeiras empresas a investir em marketing nesse quesito aqui no Brasil. 

O uso de embalagens recicláveis e a realização de projetos de conservação da floresta amazônica são umas das suas práticas para conservar o meio ambiente. Também assume a responsabilidade de diminuição da emissão de carbono e testa carros elétricos para integrar projetos logísticos.

produtos ecológico
A Natura é conhecida por seus produtos ecológicos e sustentáveis | Imagem reproduzida de Natura

Cemig

A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) tem como filosofia a produção sustentável e conseguiu atingir níveis satisfatórios de emissão de carbono e produtos sólidos.

Além de ter quase 100% de produtividade energética. Destaca-se no ramo, pois está a frente de outras empresas que oferecem o mesmo serviço.

No âmbito internacional

Siemens

A multinacional alemã começou a adotar a filosofia sustentável em 2012 e de lá para cá vem se tornando uma das mais engajadas na causa. 

Além de proteger a natureza, investe também em educação e pesquisa para atingir níveis de conhecimento ecológico satisfatórios. Ainda, encara uma batalha contra o analfabetismo e promove a diversidade e integração social. 

Philips

A empresa holandesa se tornou sustentável em 2016. Desde então, tem como meta reciclar 90% dos resíduos operacionais e empregar 100% de energia renovável. Além disso, trabalha para zerar o envio de substâncias para aterros.

Todas essas medidas estão sendo tomadas para reduzir o impacto ao meio ambiente e promover a cultura sadia no ambiente de trabalho e social. 

Veja Também:


Fontes: Terra; Medictando; Ideal Verde; Sebrae; Neil Patel.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Clara

Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.

O Objectives and Key Results (OKR) é a abordagem perfeita para empresas que procuram otimizar seus modelos de gestão e escalar seus negócios de forma simples, sem se afundar na complexidade de vários métodos.

Não é novidade que planejamento e execução das estratégias empresariais são alguns dos principais desafios das organizações. Ao passo que surgem cada vez mais startups e modelos inovadores de negócios, diferentes técnicas de gestão são criadas para acompanhar o ritmo acelerado e dinâmico desse cenário.

O OKR é aplicado por diversas empresas do Vale do Silício, como Google, Twitter, LinkedIn, Dropbox e Walmart. Já no Brasil, algumas das marcas que utilizam são Nubank, Locaweb, ContaAzul, Moip e VivaReal.

O que é?

O OKR foi criado pelo ex-CEO da Intel, Andrew S. Grove, descrito em seu livro High Output Management. Foi nessa empresa que John Doerr, o principal disseminador da metodologia, tomou conhecimento e, mais tarde, em 1999, apresentou ao Google, organização que logo adotou o modelo de gestão e de onde acabou se espalhando por outras empresas de tecnologia do Vale do Silício. 

Na empresa, que na época tinha apenas 40 pessoas, hoje o quadro de funcionários ultrapassa os 100 mil. Isso mostra que o OKR pode ser implementado tanto em pequenas empresas quanto em corporações multinacionais com a mesma eficiência e transparência.

Os Objetivos (O) descrevem O QUE deve ser realizado. São o conjunto de resultados qualitativos que se deseja alcançar em determinado espaço de tempo. Esses resultados devem estar alinhados a diretrizes estratégicas que conduzam à realização da visão de futuro. Desse modo, os objetivos devem ser desafiadores a ponto de promover mudanças na organização, tornando-a mais competitiva.

Os Resultados Chave (KR) respondem ao COMO chegar aos objetivos. São as metas que precisam ser realizadas para que os objetivos possam ser alcançados. Assim, são resultados quantitativos, portanto, mensuráveis a serem monitorados por métricas. E, como nada se realiza sem ações, a cada resultado chave serão desdobrados conjuntos de iniciativas que levem à realização das metas. Para cada Objetivo sugere-se entre 2 e 5 Resultados Chave.

Qual a sua importância?

Os métodos tradicionais acabam dificultando a compreensão de todos os colaboradores sobre as prioridades da empresa, uma vez que são extremamente sistemáticos, possuindo uma alta rigidez em sua implementação e execução.

metodologia okr pessoas se reunindo ao redor de mesa
Imagem: closeriq.com

Ao criar a metodologia, Andrew S. Grove não indicou práticas específicas e rigorosas do que deveria ser feito para que ela fosse implementada com sucesso. A maior parte das organizações adaptam certos detalhes da metodologia para a realidade da empresa.

Torna-se cada vez mais importante por medir resultado e não o esforço das tarefas, como é comumente encontrado em empresas que utilizam metodologias tradicionais de gestão. Auxilia na redução do tempo gasto em definir metas de meses para dias. Como resultado, investem seus recursos para atingir seus objetivos e não na sua definição.

Uma gestão objetiva de OKRs eleva a produtividade e reduz de forma grandiosa o tão temido estresse no ambiente de trabalho. Além disso, ao produzir mais, a autoestima do funcionário aumenta, reduzindo problemas relacionados à saúde e falta de motivação. Ou seja, todos ganham.

Características e Vantagens

  • Transparência: O compartilhamento das metas melhora a colaboração entre times diferentes, resolvendo interdependências e unificando iniciativas concorrentes.
  • Resultados diretos: Autonomia, foco, colaboração e comunicação, alinhando as expectativas da empresa com os colaboradores.
  • Simplicidade: Fáceis de memorizar, conter linguagem simples, de fácil compreensão por todos, tornando a comunicação mais clara e eficaz.
  • Stretch Goals: Criação de metas desafiadoras e audaciosas, que façam o time repensar a maneira como trabalha e saiam da zona de conforto. No entanto, ter cuidado para não desmotivar o seu time.
  • Desacoplar Recompensas: Separação de OKRs de remuneração e promoções é crucial para permitir metas ambiciosas. Os funcionários precisam saber que eles não perderão dinheiro se definirem metas agressivas.
  • Agilidade: Ciclos mais curtos de metas permitem ajustes mais rápidos e melhor adaptação à mudanças, aumentando a inovação e eficiência, reduzindo riscos e desperdício.
  • Foco e disciplina: O número reduzido de metas cria foco na organização e esforços e iniciativas mais disciplinados. Não confundir metas com tarefas.
  • Acompanhamento: A verificação dos resultados é constante, tanto em função dos prazos mais curtos quanto para garantir a consistência do trabalho. É a melhor fonte de informação para saber se a execução está conforme o planejado.
  • Definição bidimensional: Os objetivos não são estabelecidos inteiramente pelos líderes e gestores (top-down), eles formam 40% dos OKRs e o restante é definido pela equipe (bottom-up). Envolver todos na criação das metas, garantindo que o olhar de todos seja útil no processo, assim, promovendo o engajamento dos funcionários.

O OKR entende que a estratégia e a tática têm tempos naturalmente diferentes, já que a última tende a mudar muito mais rapidamente. Para resolver isso, o OKR adota ritmos diferentes:

  • Uma cadência estratégica com OKRs de longo prazo e alto nível para a empresa (normalmente anual);
  • Uma cadência tática com OKRs de curto prazo para os times (normalmente trimestral);
  • Uma cadência operacional para acompanhar resultados e iniciativas (normalmente semanal).

Exemplos

pessoas em escritório
  • Objetivo 1: Melhorar o SEO

KR 1: Fazer 6 linkbuilding da palavra-chave X com parceiros do setor;

KR 2: Lançar material focado na palavra-chave X;

KR 3: Otimizar 100% dos textos do Blog para SEO.

  • Objetivo 2: Otimizar a experiência do cliente.

KR 1: Diminuir em 30% o número de pedidos de suporte usando autoatendimento;

KR 2: Alcançar Net Promoter Score para acima de 75;

KR 3: Reduzir em 50% o tempo de resposta dos tickets em qualquer canal;

  • Objetivo 3: Tornar-se autoridade no mercado.

KR 1: Ranquear em 1º lugar no Google para uma a palavra-chave específica;

KR 2: Alcançar 10 mil inscritos na newsletter;

KR 3: Formar 5 parcerias de co-marketing bem-sucedidas;

KR 4: Aumentar em 40% o número de clientes que conheceram a empresa através de canais digitais.

  • Objetivo 4: Escalar as vendas.

KR 1: Expandir em 50 % o número de leads gerados por mês;

KR 2: Ampliar a fidelização de clientes em 30%;

KR 3: Enviar 80% dos leads mais qualificados para o fundo do funil;

KR 4: Aumentar as receitas em 20% com upsell e subprodutos.

Livro: Avalie o que Importa: Como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates Sacudiram o Mundo com os OKRs.

Gostou de conhecer o OKR? Cite nos comentários outras técnicas ou metodologias de gestão que você gostaria de ver por aqui!

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Engenharia 360

Andreza Ribeiro

Formada em Engenharia de produção, possui certificado em Business English realizado em Toronto na Stafford House Internacional. Interessada em Gestão, Finanças e Inovação, além de ser apaixonada em astronomia e viajar o mundo.

A preocupação relacionada à interação do homem com o meio ambiente possui um crescimento contínuo, ainda mais no setor da construção civil, responsável pela produção de cerca de 50% a 70% dos resíduos urbanos coletados no Brasil. Além disso, pesquisas também apontam que as construções são responsáveis por consumir de 50% a 75% dos recursos naturais do mundo, levando em conta seu ciclo de vida por completo.

Em meio a essas questões, temos os geossintéticos, que contribuem para uma forma de construção ecológica. Continue lendo este texto do Engenharia 360 para saber mais!

O que são os geossintéticos

Os geossintéticos são materiais industrializados que possuem em sua constituição polímeros, naturais ou artificiais. Sua utilização está ligada às obras de geotecnia, principalmente ao reforço do solo, mas também pode desempenhar outras funções como: filtração, drenagem, separação, impermeabilização e controle de erosão.

A utilização dos geossintéticos simplificou a resolução de diversos problemas e sistemas de Engenharia. Pode-se citar sua valiosa aplicação em construções sobre solos moles/frágeis, na estabilização de taludes, na drenagem de vias especiais, entre outros.

Veja Também: Sustentabilidade na indústria: como construir essa mentalidade?

Funções e importância

Os geossintéticos são relacionados, portanto, à área de geotécnica. Não é uma tecnologia nova, mas está ganhando cada vez mais espaço no mercado, sendo importante na resolução de problemas antigos da Engenharia. Dentre eles: reforço estrutural, estabilização de solos e pavimentos, controle de erosão, tratamento de efluentes, impermeabilização de solos, revestimento de canais e proteção costeira. 

Benefícios

Os geossintéticos oferecem uma série de benefícios em termos de sustentabilidade, economia e desempenho na construção civil. Em relação à sustentabilidade, esses materiais contribuem para a redução do consumo de recursos naturais, minimizando a necessidade de extração de materiais virgens. Além disso, ajudam na preservação do meio ambiente ao permitir a reutilização de solos e materiais de escavação.

Do ponto de vista econômico, os geossintéticos reduzem os custos de construção, pois diminuem o tempo de execução das obras e exigem menos manutenção ao longo do tempo. Quanto ao desempenho, proporcionam melhorias significativas na estabilidade de solos, controle de erosão e drenagem, aumentando a durabilidade das estruturas.

A quantificação desses benefícios é essencial para destacar seu impacto positivo. Por exemplo, estudos mostram que o uso de geossintéticos pode reduzir os custos totais de construção em até 20% em comparação com métodos tradicionais. Além disso, em termos de sustentabilidade, estima-se que a utilização de geossintéticos possa reduzir as emissões de carbono em X toneladas por ano, graças à diminuição da demanda por materiais de construção convencionais.

Veja Também: 5 medidas sustentáveis para redução das inundações urbanas

Aplicações e tendências

No que diz respeito às certificações LEED e BREEAM, os geossintéticos desempenham um papel fundamental na obtenção dessas credenciais. Sua utilização é valorizada em ambos os sistemas de certificação devido aos seus benefícios ambientais e econômicos.

Os geossintéticos podem contribuir para a pontuação em categorias como redução do impacto ambiental da construção, eficiência no uso de recursos e inovação em materiais. Ao incorporar geossintéticos em projetos de construção, os empreendedores podem aumentar suas chances de alcançar níveis mais altos de certificação LEED ou BREEAM, demonstrando seu compromisso com a sustentabilidade e a excelência ambiental.

Quais os principais tipos de geossintéticos

No total, existem oito tipos de geossintéticos:

tipos de geossintéticos
Tipos de geossintéticos | Imagem reproduzida de Drenak

Geotêxteis

Os mais tradicionais, e os mais usuais entre os geossintéticos, feitos com não-tecidos ou tecidos, geralmente de PP ou de poliéster.

Geogrelhas

São peças extrudadas, como grades, em materiais como polipropileno, PVA e poliéster. Usadas para ancoragem de sistema, como reforço e estabilidade de solos moles, muros de contenção e taludes.

Georredes

Materiais porosos, com aparência semelhante à das grelhas formados por duas séries de membros extrudados paralelos. Usados para conduzir elevadas vazões de fluidos ou gases.

Geomembranas

Produzidas por tecnologias como extrusão de PE e calandragem de PVC. Aplicadas para impermeabilização de aterros sanitários e barragens de rejeitos, concentração de minérios, sistemas de armazenamento de água em propriedades rurais, reservatórios para criação de peixes e outros animais aquáticos.

Geocompostos

Combinações de geossintéticos com outros materiais. Feitas com camadas de geotêxteis intercaladas com concreto, argamassa cimentícia, gabiões metálicos e mais.

Geomanta

Peças tridimensionais feitas com filamentos de PP, PE ou poliamida.

Geotubos

Tubos poliméricos feitos com material geotêxtil, podendo ser perfurados ou não, os quais se enchem, por meio de métodos de bombagem, com material sedimentar, como seja a areia.

Geoexpandido

Blocos produzidos por meio da expansão de espuma de poliestireno para formar uma estrutura de baixa densidade. Eles são usados para isolamento térmico, como um material leve em substituição a aterros de solo ou como uma camada vertical compressível para reduzir pressões de solo sobre muros rígidos.

Quanto à utilização dos geossintéticos, vamos apresentar a vocês algumas obras que utilizaram esses materiais e como eles contribuíram.

Exemplos de usos de geossintéticos

Drenagem do gramado da Arena Fonte Nova

Para compor o sistema de drenagem do gramado do campo de futebol da Arena Fonte Nova, complexo esportivo que sediou eventos como Copa das Confederações (2013) e Copa do Mundo (2014), utilizou-se o geotêxtil não-tecido.

Arena fonte Nova com geossintéticos
Arena Fonte Nova | Imagem reproduzida de galaticosonline.com

A utilização do geotêxtil ocorreu pela necessidade de um sistema de drenagem que evitasse o acúmulo de água superficial, o que prejudica o crescimento do gramado e a realização de jogos em épocas de chuva.

O geotêxtil atuou nesse caso como elemento de filtração e separação. Ele permitiu que água escoasse rapidamente, sem carregamento de partículas e sem mistura de materiais, o que preserva a constituição original dos mesmos e evita o entupimento dos drenos.

Construção de Vias de Acesso aos Poços de Petróleo e Gás – Petrobrás

Nessa obra, foram utilizadas as Geocélulas com o objetivo de aumentar a capacidade de suporte do subleito das vias. Essas vias ficam localizadas no interior do estado da Amazônia, em Urucu, e recebem tráfego de máquinas pesadas com destino aos poços de extração de gás e óleo.

 Construção de Vias de Acesso aos Poços de Petróleo e Gás – Petrobrás - Fonte: Geossintéticos.org.br
Construção de Vias de Acesso aos Poços de Petróleo e Gás – Petrobrás | Imagem reproduzida de Geossintéticos.org.br

Além do solo do local não possuir boa capacidade de suporte, é uma região onde ocorrem precipitações rotineiras. Com isso, surge a necessidade de evitar essas saturações constantes do solo e, assim, aplicaram-se as geocélulas para confinar o solo em sua estrutura, aumentando a capacidade de suporte de carga do solo de fundação.

Segundo o Comitê Técnico de Geossintéticos: “O sistema com geocélulas se apresentou como uma ótima alternativa para esta aplicação, destacando-se a facilidade e praticidade na execução, aliadas a alta produtividade proporcionada, resultando com isso em vantagens técnicas e econômicas para a obra.”

Aterro Sanitário – CTR Nova Iguaçu

A obra em questão é de um aterro sanitário localizado em Nova Iguaçu – Rio de Janeiro. Nesse tipo de obra foram utilizadas as Geomembranas, as quais desempenharam diversas funções, como, por exemplo: diminuição da erosão dos taludes, remoção de resíduos, redução de 85% da produção de chorume, melhoria no fator de segurança do aterro e ganhos em termos visuais.

Aterro Sanitário - CTR Nova Iguaçú Fonte: Geossinteticos.org.br
Aterro Sanitário – CTR Nova Iguaçu | Imagem reproduzida de Geossinteticos.org.br

Comparação visual de uma contenção de taludes de concreto e uma contenção de taludes utilizando geossintéticos

Abaixo há duas imagens, a primeira é uma contenção de taludes convencionais com uso de concreto e a segunda utilizando geossintéticos. Além de ser ecologicamente correto, o uso dos geossintéticos colabora para a paisagem visualmente agradável e permite a absorção de água pelo solo, o que tem diminuído cada vez mais com o processo de urbanização.

Contenção de talude de concreto Fonte: solotrat.com.br
Contenção de talude de concreto | Imagem reproduzida de solotrat.com.br
Contenção de taludes utilizando Geossintéticos Fonte: chicodaboleia.com.br
Contenção de taludes utilizando Geossintéticos | Imagem reproduzida de chicodaboleia.com.br

Em resumo, os geossintéticos são uma tecnologia nova, que ainda vem ganhando espaço no Brasil, se compararmos sua utilização com a de outros países, onde já é bem maior. Mas estamos no caminho certo.

Você já conhecia os geossintéticos? Deixem a opinião de vocês sobre esse material nos comentários.

Veja Também:


Fontes: Geossintéticos, Civilização Engenharia, Sustentar aqui, Cardoso 2014, Plásticos.com.br.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Luana Espindola Ribeiro Aguiar

Engenheira Civil; formada pela Universidade La Salle; trabalha como coordenadora de planejamento e controle de custos, com foco em gestão corporativa, construção civil e engenharia de custos.

A nanotecnologia, uma promissora realidade em diversos setores produtivos, continua a avançar tanto em escala global quanto no Brasil. Sua influência se estende a indústrias farmacêuticas, químicas, de cosméticos, semicondutores, metalúrgicas e muitas outras. No entanto, seu impacto também está se fazendo sentir na engenharia civil, abrindo portas para inovações significativas em várias áreas. Vamos agora explorar de que maneiras a nanotecnologia está sendo aplicada para revolucionar aspectos da engenharia civil.

Veja Também: Descubra o que é nanotecnologia e o que ela tem a ver com a fabricação de EPIs

O que significa o conceito de nanotecnologia?

A nanotecnologia envolve um conjunto de técnicas que possibilitam a manipulação da matéria em escala atômica e molecular, abrangendo dimensões que variam de 1 a 100 nanômetros. Essa capacidade de manipulação permite o desenvolvimento de dispositivos, materiais funcionais e sistemas com propriedades físico-químicas distintas daquelas apresentadas pelo mesmo material em uma escala maior, seja ela microscópica ou macroscópica.

Agora, considerando sua relevância para o setor da construção civil, a nanotecnologia desempenha um papel fundamental. Ela tem o potencial de aprimorar a eficiência de diversos sistemas e subsistemas dentro dos edifícios. Além disso, proporciona a oportunidade de incorporar materiais inteligentes, elevando o desempenho e estendendo a durabilidade dos sistemas construtivos. Vale ressaltar que a aplicação da nanotecnologia na engenharia civil vai além dos edifícios em si, expandindo-se para áreas como o tratamento de água.

Nanotecnologia no tratamento de água

Um avanço notável no campo do tratamento de água é o emprego das nanobolhas, uma linha de pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP). A aplicação de nanotecnologia, notadamente no formato de nanobolhas, tem demonstrado sucesso em outros países para a despoluição de águas superficiais, exemplificado pelo êxito no lago El Cascajo, no Peru. Essa tecnologia mostra grande potencial para ser integrada em sistemas de aeração artificiais de ambientes aquáticos, conforme afirmado pela engenheira Paula Vilela, envolvida em um pós-doutorado no departamento de Saúde Ambiental da FSP, sob a orientação do professor Pedro Caetano Sanches Mancuso.

Mas como exatamente a nanotecnologia poderia ser empregada no tratamento de água? E quais seriam os produtos envolvidos, bem como o impacto ambiental resultante?

O processo de despoluição da água através de nanobolhas dispensa a utilização de agentes químicos e evita a geração de resíduos, minimizando assim o impacto ambiental negativo. Testes foram realizados nas águas do rio Pinheiro como parte de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento, em colaboração com a usina de Traição, visando a geração de nanobolhas a partir de uma mistura de ar, gás oxigênio e ozônio. A eliminação de contaminantes ocorre devido ao movimento singular das nanobolhas, cujo comportamento difere das bolhas de maior dimensão. Essas nanobolhas não ascendem rapidamente à superfície nem se dissipam prontamente, podendo persistir por horas.

Os resultados dos experimentos conduzidos pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, em colaboração com a empresa S&B e em parceria com a EMAE, revelaram-se promissores. Notavelmente, houve um substancial aumento nos níveis de Oxigênio Dissolvido nas águas do rio, o que deverá resultar no incremento das taxas de oxidação da matéria orgânica e na diminuição dos níveis de íons. Outra vantagem apontada é a oxidação dos sulfetos, que acarreta a redução significativa de odores desagradáveis na água, além de minimizar o potencial corrosivo para equipamentos de aço.

Os resultados obtidos até outubro de 2019, conforme o professor Pedro Caetano Sanches Mancuso, indicam que a introdução de nanobolhas no rio Pinheiros deverá não apenas atingir os objetivos iniciais do projeto, mas também oferecer benefícios ambientais substanciais.

Canal de testes de pesquisa para despoluição do rio Pinheiros através de nanobolhas
Canal de testes usado em pesquisa para despoluição do rio Pinheiros através de nanobolhas. Imagem: emae.com.br
Container contendo equipamentos usados para geração de nanobolhas em pesquisa como alternativa para despoluição do rio Pinheiros
“Container” contendo os equipamentos usados para geração de nanobolhas. Imagem: emae.com.br

Veja Também: Revelamos à você quais as 5 etapas para o tratamento de água

Um marco crucial nesse avanço ocorreu em dezembro de 2019, quando a Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A (EMAE) e a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente promoveram um fórum de debates sobre tecnologias de despoluição de água. Esse encontro visou analisar e discutir diversas tecnologias aplicáveis à despoluição do rio Pinheiros, em São Paulo. Entre elas, destacou-se a proposta de melhoria da qualidade da água por meio da aplicação de nanobolhas, apresentada pelo Professor Pedro Mancuso, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

Em resumo, a utilização de nanobolhas emergiu como uma solução inovadora para o tratamento de águas superficiais, caracterizada por seu baixo impacto ambiental, custos reduzidos e ausência de substâncias químicas.

Aplicação da nanotecnologia em fachadas

A capacidade de autolimpeza pode ser alcançada por meio da hidrofobicidade ou da hidrofilia.

Tecnologia autolimpante através da hidrofobia

A hidrofobicidade é uma propriedade que desencadeia a criação de revestimentos autolimpantes, repelindo água e resistindo à umidade. Essa característica é observada na natureza, como na flor de lótus, e tem sido a base para o desenvolvimento de materiais autolimpantes, conhecido como “efeito lótus”.

A estrutura das folhas da flor de lótus exemplifica essa propriedade: as gotas d’água são repelidas e rolam pela superfície da planta, realizando uma limpeza automática ao passar, eliminando partículas de sujeira e bactérias. Isso é ilustrado de maneira esquemática na figura abaixo.

Representação esquemática do efeito lótus em nanopartícula nanotecnologia
Representação esquemática do efeito lótus. Imagem: tecquimicablog.blogspot.com

Estudos realizados por pesquisadores da General Motors nos EUA demonstraram que essa característica hidrofóbica resulta de uma estrutura em dois níveis: micro-rugosidades e uma matriz de nano-pelos, juntamente com a composição química semelhante a uma cera nas folhas. Isso cria um ângulo de contato de aproximadamente 142º para as gotas de água na folha de lótus, resultando em uma área de contato pequena. Isso, por sua vez, gera estruturas nanoscópicas que minimizam a aderência da água e sujeira à superfície.

Mas como essa abordagem da flor de lótus pode ser aplicada em revestimentos?

A resposta reside na nanotecnologia, que replica a arquitetura da flor para criar estruturas nanoscópicas, reduzindo a área onde água e sujeira podem aderir. Esse princípio também é aplicado em fachadas, diminuindo o acúmulo de sujeira superficial.

É fundamental ressaltar que esses revestimentos estendem os intervalos entre as manutenções, mas ainda exigem procedimentos de limpeza periódicos. Apesar da disponibilidade de produtos no mercado brasileiro, é importante notar que os custos ainda são relativamente altos em comparação com os métodos tradicionais.

Tecnologia autolimpante através da hidrofilia

Diferentemente das abordagens convencionais, o revestimento inovador que emprega a tecnologia de hidrofilia avançada demonstra uma notável afinidade com a água. Ao superar a tensão superficial da água, esse revestimento expande a área de contato líquido-superfície, o que resulta em uma distribuição uniforme da água e na eficaz remoção de partículas indesejadas. Essa característica não apenas facilita a autolimpeza, mas também permite que a superfície respire, possibilitando a saída da água em forma de vapor. Tal propriedade desencoraja a proliferação de microrganismos, promovendo ambientes mais higiênicos.

Um exemplo notável da aplicação dessa tecnologia ocorreu no Hospital Manuel Gea González, no México. Nesse cenário, a tecnologia foi empregada nos módulos de fachada por meio da aplicação de uma fina camada de dióxido de titânio. Essa inovação não apenas reforça a imagem de vanguarda do hospital, mas também contribui para a manutenção de um ambiente mais limpo e saudável.

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Fachada antimicrobiana revestida de dióxido de titânio da Torre de especialidades – Hospital Manuel Gea González – México. Imagem: prosolve370e.com
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Detalhe da fachada antimicrobiana revestida de dióxido de titânio da torre de especialidades – Hospital Manuel Gea González. Imagem: ecoeficientes.com.br

Como atua o dióxido de titânio nas fachadas?

O dióxido de titânio, um material em escala nanométrica, possui propriedades fotocatalíticas. Além da já mencionada hidrofilia, ele exibe outra característica importante: a fotocatálise. Essa capacidade permite reduzir a concentração de poluentes atmosféricos, um benefício especialmente valioso para áreas urbanas como São Paulo.

Por meio da fotocatálise, ocorre a conversão de óxidos de nitrogênio, considerados poluentes significativos que comprometem a qualidade do ar, em íons nitrato inofensivos. Isso contribui para a degradação dos gases prejudiciais.

As propriedades autolimpantes e despoluidoras trabalham de forma sinérgica. Durante o dia, a radiação ultravioleta do sol excita a superfície, resultando na oxidação dos compostos orgânicos acumulados durante a noite. Ao mesmo tempo, o ângulo de contato é reduzido, conferindo propriedades hidrofílicas à superfície. A água presente, então, forma uma lâmina que elimina as partículas aderidas. A natureza fotocatalítica das superfícies as torna menos suscetíveis ao desenvolvimento de microrganismos.

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Mecanismo da ação autolimpante e despoluidora de uma superfície com ações fotocatalíticas. Imagem: direcionalcondominios.com.br

A nanotecnologia encontra diversas aplicações na engenharia civil. Até agora, apenas alguns exemplos foram mencionados, como nas fachadas e no tratamento de água. No entanto, é importante destacar que esse campo oferece um leque amplo de possibilidades. Desde a utilização de nanobolhas até a incorporação de dióxido de titânio em fachadas, a nanotecnologia pode aprimorar o desempenho e a durabilidade de sistemas, contribuindo positivamente para o meio ambiente.

Você conhece outras áreas em que a nanotecnologia é aplicada na engenharia civil? Fique à vontade para compartilhar suas opiniões, dúvidas e sugestões nos comentários abaixo!

Além disso, se gosta de nanotecnologia, outros posts também podem te interessar, veja: Cientistas criam nanoestruturas de grafeno em forma de origami e Pesquisadores usam material nanoestruturado para remover pesticida da água

Veja Também:


Fontes: Periódicos UEM, EMAE, Jornal USP, Congresso SHEWC, Dimer et al. (2013)

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Raquel Carvalho Franklin

Engenheira civil, mestranda em estruturas pela UFF, pós graduada em planejamento, gestão e controle de obras civis, amante e profissional da engenharia diagnóstica, sonhadora e aspirante à escritora.

As revoluções tecnológicas estão acontecendo em todas as áreas e com a indústria mundial de plástico não é diferente. Um exemplo disso vem da Universidade de Durham, ao norte da Inglaterra, onde pesquisadores desenvolveram um tipo de plástico a partir de resíduos de cana-de-açúcar e CO2.

A experiência resultou na substância Furanodicarboxílico de Polietileno (PFE), considerada renovável. Está sendo tratada como substituta ou concorrente da Tereftalato de Polietileno, mais conhecida como PET.

Plástico feito de resíduos de cana-de-açúcar e CO2 é promessa para substituir PET

E com esse estudo, pode-se notar mais uma possibilidade para recriar produtos e embalagens plásticas com maior responsabilidade ambiental, uma vez que as PET não são biodegradáveis.

A nova experiência é produzida com resíduos de materiais orgânicos e CO2, retirado de usinas de energia. 

O processo é iniciado com o material vegetal, que sobra da prensagem da cana-de açúcar. Com mais alguns passos, adicionando CO2 e etileno glicol, é possível chegar no plástico conhecido como Furanodicarboxílico de polietileno (PFE). 

Como é feito o plástico a partir de resíduos de CO2

Suas funções são bem semelhantes ao plástico encontrado nas garrafas PET, porém, uma análise profunda depois da criação desse novo material mostra que esse processo pode ser um concorrente em termos de custo também. 

Além disso, os resultados demonstram que as emissões e consumo de energia podem ser reduzidos em até 40,5% quando comparado com o PET. 

Isso torna o PFE um material que pode ser um substituto viável ao PET, ainda mais nos dias atuais onde políticas de sustentabilidade e ecologia são extremamente valorizadas e importantes. 

Plástico feito a partir de cana de açúcar

Produção de plástico no Brasil

Aqui no Brasil, o consumo de plástico é um dos maiores do mundo. Estamos em quarto no ranking como maior produtor dessa matéria, com uma produção de pelo menos onze toneladas ao ano. 

E um dos maiores problemas dessa produção em massa é que estimam que apenas um por cento do material é reciclado posteriormente. 

Além disso, o plástico pode demorar até 100 anos para se decompor na natureza. Lembrando que boa parte dele é produzido a partir de fóssil e gás natural, o que contribui para um impacto negativo ao meio ambiente.

plástico degradável

Alternativa brasileira

Por aqui, a petroquímica Braskem trabalha com uma alternativa na produção de plásticos desde 2007. Também foi desenvolvido a partir do etanol da cana-de-açúcar.

O principal benefício do plástico produzido a partir do etanol da cana é que, para cada uma tonelada de polietileno verde produzido, são retiradas pelo menos três toneladas de CO2 da atmosfera.

Ou seja, há uma redução de gases do efeito estufa no ar, pois durante o processo produtivo é capturado gás carbônico.

Não foi necessária a troca dos equipamentos para a produção do novo plástico, ocasionando economia para a empresa, que exporta a matéria-prima para a América do sul, América do Norte, Europa e Ásia.

Solução dinamarquesa

Também há empresas que buscam uma produção 100% livre de plástico. É  o caso da dinamarquesa Carlsberg, que está trabalhando para apresentar uma garrafa de papel para armazenamento de cerveja.

A mesma marca já criou uma cola para os packs de latinhas, substituindo o uso do plástico. Interessante, não é mesmo?

Plástico feito de resíduos de cana-de-açúcar e CO2 é promessa para substituir PET

O mundo está mudando e a responsabilidade com o meio ambiente tem se tornado um dos pilares de muitas empresas. Além disso, os consumidores estão cada vez mais ligados em nomes que prezam por esse novo conceito.

E você, o que acha disso? Conte para a gente!


Fontes: Arstechnica; Interesting Engineering; Nature; Cana Online; Ciclo Vivo.

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Engenharia 360

Clara

Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.

Você é daqueles alunos que buscam o diferencial na faculdade de engenharia para poder se destacar e abrir portas profissionalmente? Se sua resposta for sim, continue lendo esta matéria porque irei te apresentar as Ligas Acadêmicas: uma das melhores alternativas extracurriculares para você adquirir conhecimento, dar destaque ao seu currículo e ainda poder ajudar outras pessoas.

O que são as Ligas Acadêmicas?

As Ligas Acadêmicas (LA) são entidades sem fins lucrativos que visam o desenvolvimento extracurricular dos acadêmicos em uma área específica. Para isso utilizam-se de atividades de ensino, pesquisa, extensão e laboratorial. São criadas por alunos, professores e profissionais que partilham de interesses em comum.

No Brasil, a liga pioneira foi a Liga de Combate à Sífilis, criada em 1920 e estando em funcionamento até os dias atuais. Porém, apenas a partir do período de regime militar no país é que eclodiu a criação de várias outras ligas.

A burocracia para funcionamento de uma liga depende de cada instituição de ensino, pois é de sua responsabilidade criar seu próprio regimento sobre as ligas acadêmicas e, por sua vez, as ligas devem ter seu próprio estatuto obedecendo às regras do regimento.  De forma geral, pode-se dizer que sua estrutura é baseada em membros: membros diretores e docentes que supervisionam e auxiliam os discentes em suas atividades.

Por que participar de uma Liga Acadêmica?

Se você considera que a grade curricular do seu curso não é suficiente para sua formação ou simplesmente quer aprender mais sobre um determinado assunto que viu em sala de aula, as ligas acadêmicas podem ser a solução. Isso porque os estudantes se tornam ativos no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, cabe aos membros decidirem quais temas irão estudar e quais atividades realizar. Dessa forma, você consegue focar na área e matéria que sente mais afinidade no curso, o que torna o estudo mais atrativo.

As ligas são uma ótima forma de integração entre estudantes e profissionais, pois apresentam um ambiente mais leve, sem a pressão das provas e de notas. Essa proximidade com os professores pode ser usada para a realização de pesquisas científicas e, posteriormente, publicação de artigos e participação em eventos, que além de fomentar a ciência também agregam muito valor ao seu currículo.

Estudantes e professor em sala de aula dialogando
Imagem: gps.uml.edu

Outro ponto benéfico é a promoção de eventos abertos a comunidade acadêmica e externa, como palestras, cursos, workshops, mostras de trabalhos, entre outros, onde você poderá participar ativamente de toda sua organização e fazer um bom networking. Nesse tipo de evento é possível levar conhecimento e ajuda a outras pessoas, unindo acadêmicos e comunidade externa em prol de uma sociedade melhor.

Atividades desenvolvidas pela Liga Acadêmica de Práticas da Engenharia
Palestra “Mulheres na Engenharia”/ Reunião com os membros/ Visita técnica em obra/ Premiação da Olimpíada Acadêmica das Engenharias.
Imagem cedida pela Liga Acadêmica de Práticas da Engenharia.

Há ainda outra grande oportunidade para você: fazer parte da diretoria. Os membros diretores são responsáveis por definir e organizar o calendário das atividades propostas, tomar frente da organização de eventos e das reuniões, além de toda parte burocrática necessária para a validação da liga perante a instituição, ou seja, são os líderes do grupo. Dessa forma, você desenvolve várias soft skills como, por exemplo, resolução de problemas complexos, gestão de pessoas, tomada de decisão, liderança, negociação e, ainda, se acostuma a lidar com elaboração de atas, ofícios, processos e outros documentos. Afinal, engenharia não é só cálculo!

Exemplos de Ligas Acadêmicas na engenharia

Apesar de ser mais tradicional nos cursos da saúde, como medicina e enfermagem, as ligas estão cada vez mais presentes nos cursos de engenharia. A seguir preparamos uma lista de ligas acadêmicas nas engenharias e suas instituições para você poder conhecer, acompanhar no Instagram e se inspirar:

Conclusão

As ligas acadêmicas podem agregar grande valor durante sua graduação: melhorar seu currículo, preparar para o mercado de trabalho, fornecer horas complementares, especialização na área que mais tem afinidade, desenvolvimento habilidades interpessoais e outras coisas que você só saberá quando participar de uma.

Enfim, as ligas ainda possuem um grande potencial de crescimento nas áreas de exatas, mas isso depende exclusivamente do interesse dos estudantes e/ou profissionais das instituições de ensino para fundá-las. Sendo assim, que tal chamar seus amigos e professores para criarem uma liga acadêmica na sua faculdade? Juntos podemos fazer a diferença, melhorar nosso curso e nossa formação.

A sua faculdade/universidade possui ligas acadêmicas nos cursos de engenharia? Comenta aqui pra gente poder conhecer!

Fonte: UNIFAMINAS, Doity, Wikipédia.

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Engenharia 360

Matheus Felipe Silva

Engenheiro Civil em formação na UFMT. Pesquisador, redator, sonhador, apaixonado por futebol e engenharia. Seu propósito de vida é ajudar pessoas.

Atualização: na última semana de abril de 2023, uma tempestade solar fez com que auroras boreais pudessem ser vistas em partes da Europa e da Ásia. Nos EUA, os observadores notaram alterações nos estados de Wisconsin, Washington, Colorado, Califórnia, Novo México e Arizona. O curioso foi que não foi um brilho verde típico das auroras boreais, mas, sim, um brilho mais avermelhado. A causa foi uma explosão solar que lançou gases na direção da Terra, segundo a Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos Estados Unidos.

Ademais, fato curioso: em junho de 2023, a Competição de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich recebeu 4 mil inscrições de 64 países. Fotos finalistas incluem Via Láctea, nebulosa, explosões solares, e aurora boreal.

 auroras boreais
Imagem de vecstock em Freepik

Veja Também: Será mesmo que existem mais estrelas no céu do que grãos de areia na Terra?


Auroras são luzes coloridas que aparecem no céu, à noite, nas regiões polares do planeta. Chamada de Aurora Boreal quando acontece no Polo Norte e de Aurora Austral no Sul, esse fenômeno é conhecido por sua beleza e variedade de cores.

aurora boreal
Imagem de wirestock em Freepik

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O surgimento das auroras boreais

Para entender como uma Aurora ocorre é necessário primeiro compreender o campo magnético terrestre. A teoria mais aceita por pesquisadores afirma que a grande quantidade de ferro líquido no núcleo do planeta gera uma corrente elétrica ao se movimentar. Essa corrente elétrica, por sua vez, dá origem ao campo magnético. Em outras palavras, a Terra se comporta como um grande ímã devido ao seu núcleo.

Assim como todo ímã, no nosso planeta há um polo sul e um polo norte magnéticos inseparáveis. E são nesses lugares que ocorrem as Auroras.

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Os estados da matéria

Além do campo magnético, o Sol é o outro grande responsável pelas Auroras. A estrela localizada no centro do nosso sistema planetário é formada basicamente por plasma – um dos quatro estados fundamentais da matéria junto com o sólido, líquido e gasoso.

Nesse estado, a matéria se comporta como um gás ionizado, ou seja, seus átomos apresentam elétrons sobresselentes ou em falta se comparados ao estado natural.

aurora boreal
Imagem de r3dmax em Freepik

As explosões solares

A partir de explosões na superfície do Sol, muitos desses elétrons a partículas carregadas são expelidos em direção a Terra. A emissão, conhecida como ventos solares, interage com nosso campo magnético, que funciona como um escudo para o planeta.

O que são e como ocorrem as Auroras Boreais e Austrais?

Receber diretamente esses ventos solares poderia destruir a atmosfera terrestre, como supostamente aconteceu com Marte – o núcleo marciano se solidificou e o planeta foi perdendo seu campo magnético e, consequentemente, sua atmosfera.

Como os polos magnéticos coincidem com os polos geográficos da Terra, muitos desses elétrons são canalizados diretamente para lá, encontrando o ar. Com a chegada desses ventos solares, há a transferência de energia para os átomos da nossa atmosfera, que se tornam instáveis. Ao voltarem para o estado natural, esses átomos liberam a energia em forma de luz. E é esse evento luminoso que chamamos de Aurora.

Diferença Auroras Boreais e Austrais

A principal diferença entre as Auroras Boreais e Austrais é sua localização geográfica. As Auroras Boreais ocorrem no Hemisfério Norte, principalmente nas regiões polares da Noruega, Suécia, Finlândia, Canadá, Alasca, entre outros, enquanto as Auroras Austrais ocorrem no Hemisfério Sul, em locais como a Antártida, Austrália, Nova Zelândia, Chile e Argentina.

Ambas as Auroras são causadas pelo mesmo fenômeno físico, que é a interação entre partículas carregadas do Sol e o campo magnético da Terra. A diferença na localização é devida à forma como o campo magnético da Terra é orientado em relação ao Sol. As Auroras Boreais são vistas principalmente nos meses de inverno, enquanto as Auroras Austrais são mais comuns durante o inverno austral (junho a agosto).

E você, já presenciou ou teve vontade de presenciar uma Aurora? Conta para a gente!

Veja Também:


Fontes: Galileu; SoGeografia.

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Rafael Panteri

Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.

Essa foi a frase mais pensada por mim durante 6 anos trabalhando como Engenheira executando obras de grande porte na Nova Zelândia. Mas hoje em dia vivendo de novo no Brasil – por escolha voltei ano passado (2019) – confesso que a Engenharia agora ficou mais difícil no meu próprio idioma. Então, já vou adiantando que talvez vocês se deparem com um português meio estranho, ou uma palavra inventada pela tradução ou termos em inglês mesmo.

Se acostumem! Porque eu tive que me acostumar a dirigir do outro lado (veja a foto abaixo) e a escrever l como 1… sério mesmo. Porque 1 se parecia com o 7 então não ia rolar pedir 100m3 de concreto e na realidade vir 700m3. Imagina!!! Também tive que começar a pensar em mm! Entre tantas outras coisas básicas assim…

Primeira vez dirigindo o carro do empresa  na Nova Zelândia
Primeira vez dirigindo o carro do empresa – sim do outro lado!

Mas isso até que foi tranquilo, o difícil mesmo foi quebrar o paradigma de uma construção ser algo sólido… porque lá na Nova Zelândia vem um terremoto e se a ‘’coisa’’ – me refiro a estrutura – for sólida, ela não vai ficar em pé, meu caro amigo. Isso mesmo, negócio é aceitar que a estrutura vai ter que se mexer para todos os lados para não cair. Poderia citar aquela letra da música ‘’nóis trupica mais não cai’’ só que temos que ser sérios e escrever textos técnicos não é mesmo? Então vamos lá.

Quando cheguei na Nova Zelândia, para a minha sorte, o governo estava investindo na infraestrutura da região de Wellington (Capital da NZ) e eu estava morando justo lá. Meus vizinhos me falaram de uma rodovia que ia começar a ser construída e depois de 6 meses – estava eu tocando a obra de construção do canteiro de obras (Precast Yard), onde seriam produzidas 121 vigas pré-moldadas e protendidas as quais construiriam 5 pontes de 12 do projeto.

O que eu não sabia era que 55 das vigas iriam ser as maiores já feitas na NZ (veja a primeira delas indo embora) e iriam para a mesma ponte – Waikanae. E o que aconteceu? Bom, aconteceram várias coisas. Depois de 2 anos trabalhando nesse projeto eu já fui reconhecida. Tem gente que trabalha a vida inteira para isso. Por isso sou muito agradecida – mas não foi sorte não, foi muito trabalho duro!

primeira viga das 55 saindo do Precast Yard indo para a Waikanae Bridge ser instalada
Primeira viga das 55 saindo do Precast Yard indo para a Waikanae Bridge ser instalada
Todas as vigas (55) já instaladas na ponte Waikanae
Todas as vigas (55) já instaladas na ponte Waikanae

Reconhecida como? Bom, primeiramente porque justo antes das vigas serem instaladas na ponte – um dia meu chefe me chamou e disse que eu tinha que me preparar que na semana seguinte teríamos um visita na obra e eu seria a pessoa que mostraria a obra, explicaria como as vigas são feitas, etc. Essa visita era nada mais nada menos que o Primeiro Ministro da NZ!!!! (veja na foto abaixo como foi a visita) Pra quem não sabe, é a mesma coisa que o Presidente do país (bom deixar explicado porque eu não sabia).

grupo de engenheiros nova zelândia
Euzinha explicando ao Primeiro Ministro da NZ (gravata azul) sobre a fabricação das vigas das pontes

E logo depois disso ainda fui nomeada para uma premiação… por um chinês que era engenheiro de qualidade (Quality Engineer) e tinha construído uma pista de Formula 1 não sei onde na China (não me lembro). O currículo dele era lindo, mas o inglês dele era bem difícil entender. Enfim, um dia na obra ele chegou lá dizendo que queria falar comigo e eu pensei – lá vem ele me cobrar de novo que tenho que terminar o controle de qualidade, blá blá blá… e ele disse que ia me nomear para uma premiação. E não é que acabei ganhando?

Premiação professional woman of the year 2016
Foto da premiação com o meu marido que merece esse prêmio tanto quanto eu

Mas enfim, o que queria dizer mesmo é que não há sonho impossível para quem tem atitude. Atitude é tudo! Se você não sabe algo hoje, isso não significa que você não estará ensinando esse algo para alguém amanhã…

E pensar que tive que estudar para minha entrevista de emprego, porque como eu ia falar de estrutura se não sabia nem como era armadura em inglês? (é reinforcement ou reinforcing by the way).

Obrigada pela oportunidade de compartilhar um pouquinho da minha história e acompanhem os próximos posts…

Leia também: Diploma de engenharia do Brasil vale me outros países?

E você, encararia atuar como engenheiro/a em outro país? Conta para a gente nos comentários!

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Engenharia 360

Flávia Wolf

Engenheira Civil com experiência em execução de obras de grande porte em um país sísmico - Nova Zelândia de 2014 a 2019.

A China lançou com sucesso o último satélite do Sistema de Navegação Beidou-3, a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang. Com isso, a disposição do Sistema de Navegação Global de Satélite Beidou-3 foi concluída com antecipação de meio ano e o “GPS” chinês pode atuar.

A constelação Beidou

Esperamos não estar ofendendo ninguém ao explicar que o projeto é basicamente um “GPS” chinês, mas é exatamente isso. O sistema consiste basicamente em satélites de órbita média, mas também possui seis em órbita geossíncrona. O foguete que lançou a missão foi o chinês Long March 3B, porque nem só de Falcon 9 os lançamentos vivem e este foi o 55º e último satélite da constelação.

Lançamento do Beidou
Lançamento do satélite . Imagem: phys.org

Antes que comecem as teorias conspiratórias, vale mencionar que não se trata de nenhum tipo de imperialismo espacial (a princípio). Não é apenas a a China que tem seu próprio “GPS” (Beidou), mas também a Rússia (GLONASS). Igualmente, a União Europeia tem 22 satélites operantes com essa finalidade (Galileo) e a Índia e o Japão têm sistemas em desenvolvimento.

Entretanto, nem tudo são flores e, apesar de adiantado, o projeto do Beidou enfrentou diversos contratempos para sua concretização. Nós sabemos como lançar foguetes é delicado, e além de falhas de lançamento, a China encarou outras dificuldades: ocorre que outros países deixaram de cooperar com o sistema, por causa de objeções americanas quanto a conexões com as forças armadas da China. Inclusive, um lançamento inicial programado para a semana passada foi eliminado depois que as verificações revelaram problemas técnicos não especificados.

Apesar das adversidades, de acordo com o chefe de projeto, Yang Changfeng, o projeto foi “inteiramente bem-sucedido”. Isso pode significar que a China está deixando de ser “uma nação importante no campo do espaço para se tornar uma verdadeira potência espacial”.

Fonte: The Guardian

E você, o que acha desse programa? Conta para a gente nos comentários!

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Discutir a chegada de uma quinta revolução industrial parece estranho para alguns profissionais da área, quando há não muito tempo debatia-se sobre a transição da terceira para quarta revolução industrial no mundo corporativo. Entretanto, essa nova fase está longe de ser fantasiosa, e vem dando sinais de que está mais próxima do que imaginamos.

Mão robótica e mão humana se apertando fundo de indústria 5.0
Imagem: B.PLY

A revolução industrial e suas fases

A revolução industrial foi um processo de grande importância para a história. Esse período provocou transformações econômico-sociais que consolidaram o capitalismo: a energia humana foi substituída pela motriz, bem como o modo de produção artesanal que deu lugar ao sistema fabril e a implantação de máquinas nas indústrias. A locomotiva e as estradas de ferro são exemplos de criações dessa revolução que favoreceram o crescimento industrial e o transporte das mercadorias produzidas.

Apesar de ter se originado na Inglaterra e afetado inicialmente os países da Europa Ocidental, a industrialização sofreu avanços e se espalhou para outros países com o passar dos anos. O modo como essas mudanças socioeconômicas afetaram a sociedade foi dividido em fases, embora todo o processo de industrialização tenha sido ininterrupto, sendo, portanto, um período contínuo.

Primeira revolução industrial: caracterizou-se pela mecanização dos processos de produção, pois foi na época em que essa revolução ocorreu (1760-1850) que foram criadas as primeiras fábricas, nas quais cada funcionário era designado para operar uma máquina, com longas jornadas de trabalho e baixos salários.

Segunda revolução industrial: na segunda fase desse período, os avanços tecnológicos se fortaleceram, fazendo surgir ferramentas inéditas que elevaram o lucro e a produtividade das organizações. A essa altura, na segunda metade do século XIX, essa revolução já havia alcançado a Alemanha, Itália e França, e promovido novas mudanças: uso de eletricidade nos motores, o ferro foi substituído pelo aço, além do petróleo que passou a ser utilizado como fonte de energia. Todas com o intuito de aprimorar a performance industrial.

Terceira revolução industrial: Esse terceiro momento da revolução foi definido como o ponto culminante para o avanço tecnológico: permitiu avanços na área da genética, na robótica e informática, além de transporte e telecomunicações. A também chamada Revolução Tecnocientífica foi responsável por dar início ao conceito da globalização, devido ao surgimento dessas tecnologias que proporcionaram a otimização do tempo de produção e permitiram que as relações deixassem de ser um problema por conta da distância.

Quarta revolução industrial: com a digitalização das informações, essa recente revolução ganhou força. Ocasionou o desenvolvimento de tecnologias nos avanços digitais de áreas como física e genética, além de ser responsável pela geração de energia menos poluente, nanotecnologia, surgimento de moedas virtuais, realidade aumentada e criação de máquinas inteligentes (inteligência artificial), como exemplo a implantação de robôs nas indústrias.

Tendo em vista que a revolução industrial é um período constante e a velocidade com que a tecnologia vem avançando no decorrer dos anos, é importante se preparar para uma nova revolução industrial e buscar compreender quais as mudanças que a indústria 5.0 trará. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 73% das empresas entrevistadas utilizam alguma tecnologia no meio de produção. Entretanto, menos da metade aplicam no desenvolvimento de novos produtos e da cadeia produtiva. Isso significa que o uso de novas técnicas fabris nos serviços e produtos é uma vantagem para que as organizações saiam na frente das concorrentes. Desse modo, é interessante que os sinais dessa mudança sejam observados com atenção, uma vez que afetará não só o meio de trabalho, mas também a vida como um todo.

Como será a quinta revolução industrial?

Atualmente, em meio à quarta revolução industrial, que trouxe à tona novas ferramentas tecnológicas como Big Data, Inteligência Artificial e Machine Learning, capazes de otimizar os processos produtivos por meio do uso de máquinas, o mercado já tenta prever como essas tecnologias serão utilizadas e adaptadas pelos seres humanos.

A relação entre homem e máquina e o modo como a tecnologia da informação vai utilizar essa ligação para construir um novo modelo de produção serão consequências da quinta revolução industrial, de modo que essas ferramentas tecnológicas já criadas serão aprimoradas para alcançar mais eficiência na gerência dos processos produtivos.

homem x inteligência artificial
Imagem: AI NIGHT

Diante desse cenário, ocorrerá uma diminuição nos postos de trabalho. Alguns cargos serão automatizados, e consequentemente desaparecerão. Entretanto, muitos outros serão criados e a mão de obra humana ainda será essencial para trabalhar ao lado de máquinas inteligentes, procurar parceria e implementar soluções para o sucesso da indústria. É por esse motivo que os profissionais devem acompanhar o desenvolvimento tecnológico, dado que a integração do homem com as máquinas tornou-se uma relação de dependência.

Investir em tecnologia é uma maneira de se preparar para essa nova fase. Além disso, utilizar a colaboração das máquinas e treinar as equipes da organização para atuar em consonância com os robôs também contribui não só para aumentar a eficiência organizacional, como também impedir que os profissionais sejam realmente substituídos por processos de automatização.

Como profissional, você se considera pronto para a quinta revolução industrial e suas mudanças? Compartilhe sua opinião nos comentários, engenheiro(a)!

Leia também: INDÚSTRIA 5.0: estamos rumo a uma nova revolução

Fontes: Teclógica; Synnex Comstor.

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Engenharia 360

Samira Gomes

Engenheira de Produção formada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF); certificada como Yellow Belt em Lean Seis Sigma.