Uma revolução silenciosa, mesmo sem perceber, estamos entrando em uma nova era e alguns a veem como um sucessor da indústria 4.0, já outros acreditam que é um complemento. O fato é que a Indústria 5.0 chega para atuar nesse momento de inúmeras transformações que estamos vivenciando.
Reconciliação do Homem com a máquina
O toque humano é a principal diferença entre a Indústria 5.0 e a 4.0. Atualmente, os robôs já são a base da manufatura, e as tecnologias da Indústria 4.0 oferecem flexibilidade nos processos industriais. Então a Indústria 5.0 funde a criatividade e a habilidade humana com a velocidade, a produtividade e a consistência dos robôs.
Deste modo, os sistemas inteligentes, ao invés de inimigos, passam a contribuir para combater o envelhecimento, diminuir as desigualdades sociais, melhorar a segurança pública e resolver os problemas ocasionados por desastres naturais.
Internet das Coisas
A velocidade com que a tecnologia avança vem encurtando também o tempo entre inovações significativas que mudam o paradigma de produção no mundo, mas a simbiose da Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial (IA) nos deu uma nova categoria de robôs destinados a fazer com que os humanos trabalhem melhor e mais rápido. E esses robôs estão inaugurando a próxima revolução industrial.
A IoT permite que os fabricantes atualizem as máquinas existentes com equipamentos de produção inteligentes, além de obter informações de várias fontes de dados com técnicas de monitoramento e previsão. As máquinas de alta tecnologia de hoje podem não apenas executar mais tarefas por unidade de tempo, mas também dizer quando estão prestes a quebrar e precisam ser reparadas. Parece que essa digitalização avançada não deixa espaço para trabalhadores humanos, não é? Ainda assim, apenas os humanos podem tornar as máquinas mais inteligentes - e isso está na base da quinta revolução industrial.
Indústria 4.0
A personalização em massa ativada pela Indústria 4.0 não é suficiente. Os consumidores buscam uma experiência verdadeiramente personalizada e produtos que proporcionem uma sensação de cuidado e habilidade humana. Isso pode ser alcançado por uma colaboração estreita entre trabalhadores e máquinas, aplicando tecnologias não para substituir os seres humanos, mas para acelerar seu desempenho. Dessa maneira, os humanos poderão dedicar mais tempo à estratégia e ao planejamento, bem como a outras tarefas de alto valor.
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Robôs Colaborativos
Para alcançar essa colaboração no espaço de trabalho, a indústria 5.0 está usando cobots ou robôs colaborativos. Cobots são aplicados para otimizar o processo de produção e garantir a segurança do trabalho. Ironicamente, é o uso de robôs que contribuiu para trazer de volta o fator humano à fabricação. De acordo com Marc Beulegue, vice-presidente de operações globais da Rogers, "a indústria 5.0 reconhece que o homem e a máquina devem estar interconectados para atender à complexidade de fabricação do futuro, ao lidar com o aumento da personalização por meio de um processo de fabricação robotizado otimizado".
Graças ao cobots, os trabalhadores podem continuar operando em suas funções enquanto executam menos tarefas sujas e perigosas. No entanto, algumas mudanças ocorrerão para refletir esse novo relacionamento entre humano e máquina. A Amazon, a principal inovadora em tecnologia do mundo, já tomou medidas para lidar com essa tendência e lançou um programa educacional para seus funcionários, para aumentar a próxima geração de especialistas em robótica.
De acordo com um relatório publicado por Myria Research, a combinação de uma força de trabalho humana e robótica resultará em um novo cargo executivo de Chief Robotics Officer (CRO), que será responsável por gerenciar as atividades relacionadas à robótica e sistemas operacionais inteligentes (RIOS).
A ideia de uma Indústria 5.0 é que a tecnologia deve servir para melhorar a qualidade de vida de cada um de nós, colocando os sistemas inteligentes ao serviço do ser humano, ajudando-o a resolver problemas como o envelhecimento da população, a limitação de energia elétrica, desastres naturais, segurança e desigualdade social.
Será também um desafio para as empresas, sobretudo porque exige uma mudança de mentalidades e um assumir de novos desafios, mas as oportunidades podem ser infinitamente maiores do que os riscos que o desafio acarreta.