Com a pandemia de coronavírus que assola o mundo, já é esperado um grande impacto nas cidades, principalmente no que se refere a questões econômicas e sociais. Cabe a cada cidade/país adotar as melhores estratégias para impulsionar de maneira mais efetiva uma recuperação eficaz.

Gráfico mostrando o impacto da pandemia de COVID-19
A pandemia de COVID-19 causará grandes impactos sociais e econômicos no mundo. Créditos: oglobo.globo.com

Algumas estratégias foram adotadas em muitas cidades, como limitação do tráfego de veículos, lockdown e uso obrigatório de máscara, por exemplo. Tudo isso para conter o avanço do vírus, que já matou mais de 800 mil pessoas no mundo. Outra estratégia muito difundida foi a de distanciamento social. E, sobre ela, uma ideia de arquitetos e especialistas em saúde pública numa cidade americana vem chamando a atenção de forma positiva.

Em Baltimore, arquitetos e especialistas em saúde pública lançaram um guia que mostra 10 conceitos que remodelam a vida urbana para um futuro definido sob a ótica do distanciamento social.

O guia intitulado “ Guia de Design para Ideias de Distanciamento ” que é um documento gratuito, foi elaborado por profissionais da cidade de Baltimore, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, da Baltimore Development Corporation e do Neighborhood Design Center da cidade. Esse guia reúne 10 planos para a criação temporária de espaços a um custo acessível que permitam a interação social em ambientes urbanos como ruas, becos, terrenos baldios e estacionamentos, respeitando o devido distanciamento. 

Essas ideias e conceitos foram extraídos de um compilado de conceitos 162 propostas de empresas que trabalham com arquitetura e design. Os planos foram concebidos às necessidades dos bairros da cidade de Baltimore, não impedindo de ser aplicados em qualquer localidade. 

Keshia Pollack Porter, professora de política de saúde na Johns Hopkins que deu consultoria sobre o projeto relata que esta foi uma grande oportunidade para repensar como usamos os espaços públicos, como usamos as ruas. Segundo ela, “podemos ter espaços que sejam realmente grandes oportunidades para as pessoas se reunirem e se reunirem com segurança?”

Simulação da parte interior de lojas por causa da pandemia
Recriação de ambientes interiores de lojas e restaurantes. Créditos: www.bloomberg.com

Os projetos superam a abordagem ad-hoc de obstáculos e cones de trânsito que as cidades utilizaram para aumentar calçadas no intuito de criar espaço para pedestres nos primeiros dias da pandemia. Eles incluem conceitos modulares para varejo ao ar livre, estações de limpeza pública, comunidade aulas de arte e serviços pop-up como cortes de cabelo e bibliotecas móveis. 

Alguns não são maiores do que uma vaga de estacionamento. Já outros podem ser ampliados para uma faixa de varejo inteira. Muitos dos projetos são construídos com uma noção de uma paisagem urbana muito mais livre de carros. 

Em uma proposta chamada “Find Your Tropical Island”, por exemplo, o designer Christopher Odusanya carpeta ruas e becos com pequenos palcos circulares onde as pessoas poderiam costurar, fazer ioga, vender comida ou sentar-se à sombra de guarda-sóis.

Espaço com divisões para realização de várias atividades
Atividades de diferentes segmentos em ilhas circulares. Créditos: Créditos: www.bloomberg.com

Na mesma pegada, o conceito “Organizing the Street”, de Craig Stoner e Terri Wu da EDSA, cria uma espécie de “calçadão” de pedestres na rua com restaurantes ao ar livre e lojas na calçada. 

Simulação de um estacionamento na cidade pós pandemia
Novo conceito de vagas de estacionamento. Créditos: www.bloomberg.com

Jennifer Goold, diretora executiva do Neighborhood Design Center, que apóia projetos comunitários em bairros de baixa renda explica a importância desses novos conceitos: “Quando você permite que o espaço do carro domine sua paisagem urbana, isso não está fornecendo acesso equitativo aos bairros. Imagens como essas são uma ótima maneira de começar a falar sobre para quem são as ruas e por quê.” 

Já o projeto “Praça de Alimentação” aproveitaria os terrenos baldios para transformá-los em áreas de jantar ao ar livre com mesas separadas por flores silvestres e grama alta. Esse conceito inclui uma estação de lavagem das mãos e suportes para guarda-chuvas fixados com luzes para a noite. 

Simulação de pessoas realizando refeição em um terreno baldio na cidade
Terreno baldio sendo utilizado para realização de refeições: Créditos: www.bloomberg.com

E todo esse trabalho não é resumido apenas em exercícios de design: as intervenções vencedoras, que custariam entre US$ 5.000 e US$ 100.000 para construir cada uma delas, estão programadas para serem instaladas em 17 bairros de cidade de Baltimore, apoiadas por um investimento de US$ 1,5 milhão da cidade durante a segunda fase do projeto.

Uma detalhe interessante desse projeto é que ele considera também as questões de racismo estrutural, onde Keshia Pollack Porter reforça que “este guia ressalta sobre como podemos ter princípios que priorizem comunidades que carentes que necessitam de maior atenção e investimento. É uma oportunidade de buscar a equidade na saúde pública e também repensar os espaços públicos.” 

Leia também:

Referências: Bloomberg

E você? Como projetaria uma cidade baseada no distanciamento social? Conta para a gente!

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Engenharia 360

Kaíque Moura

Engenheiro de Produção; formado pelo Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA); Pós-Graduando em Empreendedorismo e Inovação (IFPI); MBA em Management (iCEV); Técnico em Metrologia (IFRJ); Técnico em Serviços Jurídicos (IFPI) e Técnico em Mecânica (IFPI); profissional qualificado nas áreas de Gestão, Manutenção, Metrologia e Produção.

Ter baterias mais eficientes é um dos grandes desejos da tecnologia atual. Com ela, será possível ter equipamentos menores, mais eficientes e que não vão precisar de recarga com frequência, como veículos elétricos, smartphones e notebooks.

Pesquisadores da Delft University of Technology e da Tsinghua University deram um passo importante nesse sentido ao conseguir um avanço nas baterias de íon-lítio. Atualmente, essas baterias são usadas em grande parte dos eletrônicos que nos cercam.

O que os pesquisadores fizeram foi desenvolver um eletrólito que combina bem com um ânodo de lítio. Atualmente, os principais componentes usados como eletrólito são os carbonatos. Para relembrar as aulas de química: as baterias atuais são compostas de dois eletrodos (um ânodo e um cátodo) e um eletrólito.

Dr Erik Kelder e Dr Marnix Wagemaker trabalhando na próxima geração de baterias
Dr Erik Kelder e Dr Marnix Wagemaker trabalhando na próxima geração de baterias. Imagem: Sam Rentmeester para a Delft University

O problema é que, à medida que a bateria é recarregada, há o acúmulo de resíduos na interface entre o eletrólito e os eletrodos, o que reduz sua eficiência (e demanda recargas mais frequentes). Uma bateria com ânodo de lítio seria dez vezes mais potente que as atuais, mas não havia nenhum eletrólito de qualidade que seja compatível com isso.

O que os pesquisadores fizeram para solucionar esse problema foi desenvolver um eletrólito baseado em compostos amida, os quais funcionam bem com ânodos de lítio. Quando ocorre a decomposição devido às reações, ela acaba gerando um “efeito protetor”, criando uma camada que impede a ocorrência de outras reações prejudiciais e, ainda, permite que os íons passem facilmente, de modo que a bateria funcione corretamente por um tempo maior.

Vale ressaltar que ainda ocorre a deterioração, mas ela é mais controlada e muito mais lenta. O maior desafio dos pesquisadores foi encontrar a combinação certa dos produtos químicos usados. Para isso, eles usaram um cálculo avançado baseado nas leis da mecânica quântica.

Marnix Wagemager, integrante da equipe de pesquisadores, trabalha no Reactor Institute Delft, onde teve a sua disposição um instrumento capaz de rastrear íons de lítio no eletrólito em tempo real usando nêutrons. Os resultados da pesquisa são promissores e os cientistas estão esperançosos, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para que ela chegue ao mercado.

A pesquisa foi publicada da Nature Communications no mês passado. Clique aqui para conferir.

Referências: Delft University of Technology; TechXplore.

Leia também: Brasil terá a primeira produção de baterias de lítio-enxofre

Será que baterias mais eficientes estarão disponíveis em breve no mercado? Como isso vai fazer diferença na sua vida? Comente!

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Uma enorme parcela da sociedade brasileira vive em extrema pobreza, o que traz riscos à saúde, afetando a dignidade em diversas formas inimagináveis. Tal aspecto está ligado diretamente às condições de moradia, interferindo na relação com a comunidade, saúde, habitação, educação, sendo também um fator que interfere em políticas públicas e políticas governamentais. Contudo, a Sociedade Civil tem se destacado na busca pela igualdade e acesso a moradia digna, onde diversas organizações não governamentais trabalham a fim de amortizar tais efeitos.

porta de residência com a frase "melhor qualidade que quantidade"
Imagem: Engenheiros sem Fronteiras Núcleo BH 2019

Moradia e os ODS

A falta de atendimento ao direito à moradia e habitação pode ser considerada um dos problemas sociais e urbanos  da atualidade e está diretamente ligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especificamente o objetivo número 11 (Onze) que visa “Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”.  Problemas de infra-estrutura (saneamento, asfaltamento, etc.) e até mesmo para construção de moradias para indivíduos e família que vivem sem casa própria e, claro, questionamentos sobre as obras de urbanização em áreas periféricas e favelas (MOTTA, 2017) .

Os problemas de moradia e habitação, além de já serem parte do debate atual, principalmente no segundo e terceiro setores, estão diretamente ligados às políticas passadas que não consideravam e/ou não consideram as populações carentes/pobres. Com isso, a necessidade de políticas e projetos tanto do estado quanto do terceiro setor para amenizar ou amortizar essa questão sociopolítica.

Os desafios impostos pela Pandemia

No ano de 2020, frente à pandemia, os desafios e consequências de habitar casas com infraestrutura precária se tornam ainda maiores. Habitações inadequadas e insalubres são realidade para a comunidade há décadas, desde a revolução industrial, formando as favelas nas proximidades com os grandes centros urbanos, a fim de facilitar o acesso às indústrias bem como ao emprego e busca pela dignidade e bem estar social.

Vila Acaba - Mundo BH/MG, representando o problema de Habitação de Interesse Social
Fonte: Engenheiros Sem Fronteiras (2019)

Por iniciativa da Habitat Brasil e Programa Vivenda, foi criada uma  “Rede de Habitação de Interesse Social – HIS”. O objetivo é a construção de uma agenda propositiva para lidar com os impactos negativos da COVID-19 nas famílias moradoras das periferias do Brasil, bem como nas organizações de terceiro setor e negócios de impacto que compõe o ecossistema HIS. Ele é dividido em dois Grupos técnicos: Subsídio e Crédito.

O foco da rede é o compartilhamento de ideias, aprendizados e claro, troca de experiências. Os primeiros participantes da rede foram: Abra – PE, Adote uma Casa – ES, Arquitetas Nômades – MG, ArqTeto- RS, Arquitetos da Vila – MG,  ArqTodos – MG, Arquitetura Faz Bem – PE, Construíde – SP, Construnir – PE, Digna Engenharia – MS, DonaObra – PE, Ecolar – SP, Eficiobra – RS, Engenheiros Sem Fronteiras – BR, Favelar – RJ, HabitatBrasil – BR, Memorar – BA, RemodeLar – CE, Reparação – SP, Teto – BR, Vivenda – SP. 

A rede, além de crucial para elaboração de propostas para melhoria habitacional é também uma forma de amenizar as dificuldades vividas pelos Negócios Sociais, fomentando o acesso a subsídio e crédito para periferias.

A COVID-19 segue sendo um enorme desafio tanto para organizações quanto a sociedade. A busca pelo desenvolvimento em meio a todo o caos. A luta pela cidade e moradia digna ainda deve ser discutida e colocada em pauta pelo estado e sociedade civil. Iniciativas como HIS, devem ser destacadas e ser modelo para os mais diversos Objetivos do Desenvolvimento Social. A engenharia e sociedade civil, como pilares dessa retomada, unindo profissionais da construção civil, estudantes e toda sociedade para enfrentar esses desafios e lá na frente ter orgulho do que foi construído neste período sombrio.

Voluntariado – Engenheiros Sem Fronteiras

Nós, do Engenheiros sem Fronteiras Brasil, somos parte da Rede Nacional de Habitação de Interesse Social e atualmente contamos com mais de 2000 voluntários ativos pelo Brasil! A Teto e a Habitat para Humanidade Brasil também são ONGs que trabalham com infraestrutura e obras/reformas em comunidades vulneráveis!

Leia também: Gerenciamento de Projetos na Engenharia: entenda o que é e quais as suas etapas

Referências: ARTEMISIA; Nações Unidas; Motta (2017).


Sobre o autor:

Habitação de Interesse Social: contextualização e reflexos da COVID-19

Engenheiro Civil, membro do Conselho das Juventudes pelo IYD Brasil e Vice-Presidente de Acompanhamento do Engenheiros Sem Fronteiras Brasil. Atua com Engenharia Popular, Empreendedorismo, Inovação e Gestão de Projetos desde 2017.

Adalberto Teodoro dos Santos –

Vice-Presidente de Acompanhamento no Engenheiros sem Fronteiras Brasil


E, você, engenheiro(a), arquiteto (a), já pensou em trabalhar construindo para quem mais precisa? 

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Engenharia 360

Engenheiros Sem Fronteiras Brasil

Ser Engenheiros Sem Fronteiras é acreditar na importância da engenharia para o desenvolvimento social e ser protagonista desta transformação.

A metrologia é uma grande área da engenharia que tem como objetivos prover confiabilidade, credibilidade, universalidade e qualidade às medições, propriedades obrigatórias em processos. Medições confiáveis dependem de um sistema de metrologia organizado, para assim prover os meios para a transferência de seus valores para instrumentos de medição usados na indústria, comércio e pesquisa.

Contudo, existem subdivisões dentro da metrologia que a permite ser ainda mais abrangente e contar com uma aplicabilidade ímpar em nosso meio. Saiba mais a seguir, neste artigo do Engenharia 360!

Qual a importância da metrologia

Com um caráter essencialmente multidisciplinar, a metrologia envolve conhecimentos em física, química, matemática, biologia e engenharia, além de grande domínio, habilidade e experiência laboratorial. 

Além de desempenhar um importante papel na harmonização das relações de consumo, a metrologia presentemente é considerada um dos pilares da inovação e da competitividade.

Nas indústrias modernas, como as indústrias automobilísticas, nas quais o produto final costuma ser uma montagem de peças e equipamentos produzidos por diferentes corporações, tal montagem só é possível se todos os agentes envolvidos na cadeia de produção de materiais e componentes seguirem padrões rígidos, onde as grandezas e medições envolvidas estiverem amparadas por um bom sistema metrológico.

Outra subárea importante, mas pouco lembrada, é a da Medicina. Além dos equipamentos utilizados para diagnóstico, muitas vezes os pacientes precisam ingerir medicamentos na dosagem certa e em períodos estabelecidos, pois caso contrário pode ser drasticamente prejudicial. Por meio da metrologia (com equipamentos precisos), os laboratórios fabricam os medicamentos compostos pela quantidade certa de cada substância.

Quais os tipos de metrologia que existem

Basicamente, podemos dividir a metrologia em três grandes áreas de atuação: a científica, a industrial e a legal:

  • Metrologia Científica: trata das pesquisas de sistemas, equipamentos e métodos de medição, bem como do desenvolvimento de padrões de medida e sua manutenção nos níveis mais elevados.
  • Metrologia Industrial: é a parte da metrologia que assegura o adequado funcionamento dos instrumentos de medição usados na produção, nos ensaios e na indústria em geral.
  • Metrologia Legal: é a parte da metrologia responsável pelos sistemas de medição utilizados nas transações comerciais e pelos sistemas relacionados às áreas de saúde, segurança e meio ambiente.
Metrologia
Imagem de fanjianhua em Freepik

Conhecendo as subáreas da metrologia

Metrologia Científica

A Metrologia Científica trata, fundamentalmente, dos padrões de medição internacionais e nacionais, dos instrumentos laboratoriais e das pesquisas e metodologias científicas relacionadas ao mais alto nível de qualidade metrológica. Ela realiza as unidades de medida a partir da definição, recorrendo à ciência (física e outras), bem como as constantes físicas fundamentais, desenvolvendo, mantendo e conservando os padrões de referência. Atua no nível da mais alta exatidão e incerteza, sendo independente de outras entidades em termos de rastreabilidade.

Em decorrência dos avanços científicos, em particular com o advento da física quântica, a metrologia científica tem avançado bastante e hoje a realização da unidade de diversas grandezas têm como base fenômenos quânticos, notadamente na metrologia elétrica.

Diante dessa constante evolução e a consciência da importância da metrologia científica para o setor produtivo, surgiram demandas de desenvolvimento em áreas estratégicas, como a metrologia química, a metrologia de materiais, a metrologia em tecnologia da informação e comunicação, a nanometrologia, metrologia na área de frequência, a metrologia para a biologia e a metrologia no campo da saúde.

Entenda o que é Metrologia e suas aplicações em diversas áreas da vida
Imagem de National Cancer Institute em Unsplash

Metrologia Industrial

Já a Metrologia Industrial abrange aos sistemas de medição responsáveis pelo controle dos processos produtivos e pela garantia da qualidade e segurança dos produtos finais. A metrologia industrial atua no âmbito das medições da produção e transformação de bens para a demonstração da qualidade metrológica em organizações com sistemas de qualidade certificados.

Ela tem se beneficiado amplamente dos avanços da metrologia científica, em decorrência da elevada complexidade e sofisticação dos modernos processos industriais, intensivos em tecnologia e comprometidos com a qualidade e a competitividade, requerendo medições confiáveis, universais e de alta exatidão, para um grande número de grandezas.

Metrologia legal

Por fim, a Metrologia legal no Brasil precede a Lei 5966 de 12 de dezembro de 1973 que criou Sinmetro – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, do qual o Inmetro é o órgão executivo central.

A Metrologia Legal é parte da metrologia relacionada às atividades resultantes de exigências obrigatórias, referentes às medições, unidades de medida, instrumentos e métodos de medição, desenvolvidos por organismos competentes. Visa proteger principalmente o consumidor, tratando das unidades de medida, métodos e instrumentos de medição, conforme as exigências técnicas e legais obrigatórias.

Com a supervisão do Governo, o controle metrológico estabelece adequada transparência e confiança com base em ensaios imparciais. A exatidão dos instrumentos de medição garante a credibilidade nos sistemas de medição utilizados nas transações comerciais e pelos sistemas relacionados às áreas de saúde, segurança e meio ambiente.

Ela abrange ainda a verificação do conteúdo líquido de produtos pré-medidos (embalados e medidos sem a presença do consumidor), como, por exemplo: produtos alimentícios vendidos nos supermercados, produtos de limpeza e higiene, etc.

Entenda o que é Metrologia e suas aplicações em diversas áreas da vida
Imagem de Fleur em Via Unsplash

Controle Metrológico

O Controle Metrológico compreende desde o controle dos instrumentos de medição, verificação e inspeção, até a Perícia Metrológica, constituída por um conjunto de operações cujo fim é examinar e certificar as condições em que se encontram um instrumento de medição ou medida materializada e determinar suas qualidades metrológicas conforme as exigências regulamentares específicas (por exemplo: emissão de um laudo para fins judiciais).

Como em todas as sociedades organizadas, o desenvolvimento tecnológico, econômico e social tem, também no Brasil, determinado a efetiva implantação do controle metrológico dos instrumentos de medição. Cobrindo inicialmente apenas as medições em transações comerciais, as atividades de metrologia legal vêm sendo estendidas, gradualmente, às demais áreas previstas na legislação.

Considerações Finais

A globalização dos mercados, acentuada nas últimas décadas, põe em prática um dos principais objetivos da metrologia que é fornecer a confiabilidade, as medições e garantir que especificações técnicas, regulamentos e normas existentes proporcionem as mesmas condições, uniformidade e consistência na montagem e encaixe de componentes, assegurando o perfeito funcionamento dos produtos finais, independentemente da origem dos fornecedores e de onde sejam produzidos.

Entenda o que é Metrologia e suas aplicações em diversas áreas da vida
Imagem de Isaac Smith em Unsplash

A satisfação às demandas dos clientes e a conformidade do produto ou serviço a requisitos pré-estabelecidos constituem vantagens competitivas das empresas. A Metrologia está inserida no contexto da qualidade industrial e deve ser entendida como uma ciência estratégica, que permite a redução dos custos, melhoria da qualidade, maior segurança na operação dos processos, possibilitando maior competitividade para as empresas e, consequentemente, melhoria nos índices de lucratividade.

E então, como você vê a metrologia agora? Você sabia desse mundo de possibilidades que ela oferece? Compartilhe sua opinião na aba de comentários logo abaixo!

Veja Também:


Fontes: Inmetro; Revista Analytica; My Logical.

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Engenharia 360

Giovanna Teodoro

Engenheira Mecânica e Pós Graduanda em Gerenciamento de Projetos. Mineira curiosa que se divide entre a engenharia, a leitura, a escrita e a música. Não carrego certezas, mas sigo querendo aprender.

Desde minha infância, a Engenharia Mecânica sempre esteve ao meu redor. Como filha de engenheiro, tive o privilégio de ter contato com qualquer projeto que meu pai trabalhasse. Então, talvez não seja a toa que eu tenha escolhido trilhar uma jornada na indústria automobilística!

Sempre que vinha algum problema novo a ser solucionado, lá estava ele pensando como fazer aquilo e eu tentando entender como conseguia resolver as coisas de maneira tão “fácil”. Tudo isso despertou algo em mim o que acredito que seja a base de todo engenheiro: a vontade de aprender e a persistência para solucionar problemas. Conto mais sobre minha trajetória neste artigo do Engenharia 360!

Escolha da graduação em Engenharia de Materiais

Ao contrário do que se pensa, a escolha da minha graduação não foi para a área da mecânica. Terminei o ensino médio em 2017, e ingressei na Universidade Federal do ABC para o curso de Engenharia de Materiais. Porém, a mecânica ainda era uma área que me despertava um certo interesse, e que eu desejava aprender um pouco mais. Além disso, nessa época, eu tinha muitas dúvidas de como eu poderia iniciar a minha carreira, como seria o início da minha trajetória no mercado de trabalho. E como a oportunidade perfeita, o processo seletivo de aprendizagem industrial da Mercedes-Benz apareceu.

Ao fundo, o prédio administrativo da Mercedes-Benz cercado por árvores na paisagem
Mercedes-Benz Brasil | Imagem reproduzida de Na Boléia

Parceria SENAI e Mercedes-Benz

A proposta de ser aprendiz contemplava a formação como mecânico de produção veicular ministrado dentro do Centro de Treinamento Mercedes-Benz. Localizado dentro da planta da empresa em São Bernardo do Campo, o centro teve início de suas operações em 1957. Sendo que, em 1996 toda a responsabilidade pelo curso passou a ser do SENAI.

O prédio de treinamento com uma porta de vidro a direita e uma árvore a esquerda da foto
Centro de formação profissional SENAI/Mercedes-Benz | Imagem reproduzida de SENAI São Paulo

Estrutura do curso

A planta de São Bernardo tem foco na produção de veículos pesados (caminhões e ônibus), assim todos os conhecimentos passados eram voltados a esse segmento. Dividido em sete áreas diferentes, o curso tinha como objetivo que o aluno encerrasse os dois anos com aprendizados sobre as tecnologias empregadas no setor veicular, montagem de conjuntos, execução e planejamento de projetos e afins. Nunca esquecendo de como o respeito a normas é importante para o bom funcionamento da empresa e geração de um produto de qualidade.

As sete divisões do curso: comunicação oral e escrita, controle dimensional e representação gráfica, fundamentos da tecnologia metalmecânica, processos de soldagem, processos de montagem veicular, processos de usinagem e tecnologia veicular
Divisão do curso de mecânica de produção veicular do SENAI Mercedes-Benz

Iniciamos o curso com aulas focadas em uma boa apresentação de projeto. Assim, durante seis meses, fomos orientados desde tópicos essenciais para uma boa apresentação até a linguagem corporal que usamos. Porém, para um bom projeto ser apresentado, é necessário que haja um bom planejamento por trás. Então, ao longo dos dois anos, tivemos aulas de softwares de desenho, como o CATIA. Assim, aprendemos desde funções simples até a montagem e simulação de conjunto mecânicos.

Sabendo que o contato com equipamentos de medição é fundamental para o dia a dia do profissional, foram ministradas aulas de controle dimensional durante um ano. Nelas, aprendemos a utilização de equipamentos simples, como paquímetros, micrometros e relógio comparador; até os de medição por coordenadas.

Porém, para a boa formação na área de mecânica, é imprescindível que o profissional tenha contato com processos como usinagem e soldagem. Na primeira, passávamos seis meses em contato com atividades envolvendo máquinas na área de tornearia e fresagem. E, depois, passávamos para a etapa de programação de máquinas CNC, onde fazíamos a programação de peças e trabalho das máquinas em tornos e fresadoras CNC e centros de usinagem completo.

Na soldagem, aprendíamos sobre variantes e problemas possíveis dentro de processos MIG e MAG, eletrodo revestido, oxiacetilênica e afins, além de colocar em prática as técnicas de soldagem aprendidas.

Junto de tudo isso, passamos os dois anos aprendendo sobre as tecnologias presentes dentro de um veículo. Isto é, os sistemas de transmissão, suspensão, freios, motor e entre outros. Sempre conciliando sala de aula e oficina. Além disso, ainda passamos por aulas focadas em elétrica, pneumática e hidráulica para fecharmos a grade da mecânica e conseguirmos entender ainda mais o funcionamento do produto que era gerado pela empresa.

Outra etapa do curso que teve duração de dois anos foi sobre os fundamentos da mecânica e áreas de gestão. Foi nessa etapa do curso onde aprendi desde os processos de tratamento e conformação de material até normas pelas quais os processos produtivos estão submetidos. Além de conteúdos sobre como é realizado o sistema de gestão de produção da Mercedes-Benz.

Ao fundo o prédio do centro de treinamento da Mercedes-Benz. Na frente, um jardim com a placa escrita "centro de treinamento"
O curso era ministrado dentro do Centro de Treinamento da Mercedes-Benz, onde funcionários realizam cursos de aprimoramento | Imagem reproduzida de SENAI São Paulo

Integração entre sala de aula e rotina de fábrica

Como disse no Podcast 360, minha parte preferida eram as visitas técnicas com os gerentes da área. Era nesses momentos que conseguíamos entender o impacto dos conhecimentos que tínhamos adquirido quando aplicados dentro da empresa. Nunca subestime o que você aprende, muitas vezes a ferramenta mais simples gera um grande impacto.

As visitas aos setores de trabalho me fizeram entender a importância do engenheiro desde o projeto de desenvolvimento de um produto até questões burocráticas com o cliente no período de pós compra. De como o seu projeto simples para a resolução de um problema na linha de produção pode gerar uma maior produção no final do dia, mas que pode nem sair do papel se você não levar em consideração a segurança e o bem estar do operário.

Ao fundo o prédio administrativo da Mercedes-Benz
Mercedes-Benz Brasil | Imagem reproduzida de arquivo pessoal

Reflexão sobre a carreira na Engenharia

A minha entrada na indústria me fez entender que iniciamos a faculdade com o mínimo de conhecimento sobre o grande impacto que nosso trabalho gera. Foi estando quatro horas por dia em uma fábrica durante dois anos, que fui entender como meu futuro trabalho como engenheira tem um grande peso.

Você como engenheiro ou futuro engenheiro irá impactar a vida de diferentes pessoas. Seja a de funcionários, tornando o trabalho deles menos desgastante e mais seguro; do cliente, com uma solução que atenda a maior parte de suas necessidades; ou da sociedade, com um produto sustentável. É importante você entender a responsabilidade que carrega, para a formulação de projetos cada vez melhores.

Assim, entendendo a responsabilidade que a profissão trazia. Passei a perceber que, para eu ser uma engenheira de atuação na indústria, não me bastará apenas o certificado e conhecimentos da minha área.

Meu trabalho deverá ser planejado e executado de acordo com diversos aspectos da empresa, desde a parte de gestão de processos até as mais burocráticas. O que exigirá de mim conhecimentos prévios para uma boa comunicação com colegas de trabalho e planejamento de projetos. Em suma, não se restrinja a apenas uma área de conhecimento. Ter conhecimentos sobre outras áreas não anula sua especialização, apenas te trará uma visão do todo para um trabalho melhor elaborado.  

Vidro ao fundo da imagem escrito "Mercedes-Benz a marca que todo mundo confia”. Estou posicionada a frente do lado direito, usando máscara e jaqueta
Minha despedida a empresa | Imagem de arquivo pessoal

Encerro esse texto com o meu agradecimento à Mercedes-Benz Brasil, aos mestres do Centro de Formação Senai Mercedes-Benz, e a todos aqueles que me ajudaram nessa jornada. Com certeza foi um período de grande importância na minha formação profissional, e que levarei para sempre comigo.

Se quiserem saber mais sobre essa minha jornada, escute o podcast 360. Nele, eu conto um pouco mais de como foi ser aprendiz na indústria automobilística.

Conte para a gente o que você acha da experiência na indústria no início da carreira. Deixe suas impressões na aba de comentários!

Veja Também: Como é a experiência de um estágio de Engenharia Elétrica no Egito?

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Engenharia 360

Letícia Nogueira Marques

Estudante de Engenharia de Materiais e Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal do ABC e mecânica de produção veicular pelo SENAI Mercedes-Benz; já atuou na área de Facilities com foco em projetos de sustentabilidade para redução de impacto ambiental.

O SketchUp é um software voltado para as áreas de arquitetura, engenharia, construção civil, entre outras que envolvem a criação de projetos.

Inicialmente desenvolvido pela At Last Software, empresa estadunidense, foi comprado pela Google em 2006. No entanto, em 2012, a Trimble Navigation adquiriu os direitos do programa.

A seguir você pode conhecer melhor a respeito do SketchUp e as funções oferecidas por ele. Acompanhe!

O que é SketchUp?

O SketchUp é um software para modelagem 3D com diversas possibilidades de desenhos para projetos de várias áreas. É super utilizado por atuantes nos segmentos de engenharia, arquitetura, design de interiores, de móveis, design de filmes e videogames, entre outros.

O programa pode ser encontrado em duas versões, a versão Pro que é profissional e a make, edição para uso privado, destinado para teste e não comercial.

O software possui uma biblioteca on-line de montagens de modelos gratuitos, além de um armazém 3D, no qual os usuários podem disponibilizar seus modelos próprios personalizados.

sketchup aplicativos de engenharia
Foto: SketchUp Brasil

Confira: Curso de SketchUp Profissional + LayOut + Bônus

Aplicações na Engenharia

O SketchUp é um software que pode ser aplicado em diversas funções na engenharia. A saber, é um dos principais programas de modelagem 3D do mercado.

A ferramenta consegue transportar ideias para um ambiente quase real e em três dimensões, além de possuir interface integrada que reduz a possibilidade de erro, com acompanhamento do cliente e do desenvolvedor.

Ademais, o usuário pode ganhar tempo com a biblioteca virtual 3D warehouse, na qual constam diversas peças prontas para serem incluídas no seu projeto.

Com essas tecnologias, o programa oferece aos engenheiros uma gama de ferramentas para serem aplicadas na construção de casas, edifícios, bairros inteiros, praças, entre outros.

Ainda, é possível desenvolver desenhos, cálculos, representações e simulações de planos e elevações. Com isso, o profissional da engenharia consegue tocar projetos com maior qualidade e em menor tempo.

sketchup softwares de engenharia imagem ilustrativa de edição no programa

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Comparação do SketchUp com concorrentes

O SketchUp concorre com outros programas do mercado. Selecionamos os principais para você conhecer.

AutoDesk AutoCAD

Software CAD principalmente utilizado por profissionais do ramo da construção. Cria desenhos 2D e 3D com alta precisão. Além disso, automatiza processos, atuando na redução de custos e na simplificação. Possui qualidade gráfica de alta qualidade na finalização dos desenhos.

Leia mais sobre o AutoCAD.

Revit

Desenvolvido pela Autodesk também, o software vai além da modelagem 3D, pois possui a tecnologia BIM – Building Information Modeling – Modelagem de Informações da Construção, a qual integra outros componentes e informações, proporcionando ainda mais agilidade ao projeto.

Leia mais sobre o Revit.

Vectorworks

O programa trabalha com a criação de projetos em 2D e 3D. É um software versátil, que permite a modelagem de informação com total liberdade para o usuário.

Leia mais sobre o Vectorworks.

Licença gratuitas e pagas do SketchUp

O SketchUp conta com as versões gratuitas para uso pessoal, além das que são destinadas a profissionais e estudantes da área.

Você pode saber mais sobre a versão para uso pessoal clicando aqui. A saber, ela é disponibilizada gratuitamente.

Para profissionais de engenharia, arquitetura e áreas correlatas, há versões especiais, com adicional de ferramentas e funções. Há faixas de preço distintas, cada uma voltada para certas necessidades. Escolha a sua clicando aqui.

Já a versão para estudantes, ainda que também seja paga, tem um preço promocional. Ou seja, é mais baixo do que a versão PRO. Clique aqui para conhecê-la.

E então, gostou de conhecer mais sobre o SketchUp? Acha que é o programa ideal para seus projetos? Conte para a gente!

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Engenharia 360

Clara

Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.

Em busca de um futuro sustentável, o uso de energias renováveis é cada vez mais incentivado. Porém, um dos empecilhos é que não é muito prático armazenar essa energia em larga escala, sendo necessária uma forma mais eficiente de fazer isso. Esse é um dos motivos que levou alguns cientistas a investigar a possibilidade de fazer o armazenamento de energia solar em uma nova molécula.

Bo Durbeej líder da pesquisa com energia solar e molécula que a armazena
Bo Durbeej, líder da pesquisa. Foto: Thor Balkhed para a Linköpings Universitet

Desenvolvida por uma equipe da Linköpings Universitet, na Suécia, tal molécula absorve energia da luz solar e armazena em ligações químicas. Bo Durbeej, professor da universidade e líder do estudo, afirmou que:

“Nossa molécula pode assumir duas formas diferentes: uma forma parental que pode absorver energia da luz solar e uma forma alternativa na qual a estrutura da forma parental foi alterada e se tornou muito mais rica em energia, enquanto permanece estável. Isso a torna possível armazenar a energia da luz solar na molécula de forma eficiente.”

Bo Durbeej, professor de física computacional no Departamento de Física, Química e Biologia na Linköpings Universitet

Primeiro, os pesquisadores fizeram a parte “teórica”: trabalharam em simulações avançadas em supercomputadores do National Supercomputer Center (NSC). Essas simulações mostraram que a molécula que foi desenvolvida sofreria a reação química que eles buscavam de forma rápida (200 femtosssegundos). Então, pesquisadores do Research Centre for Natural Sciences na Hungria foram capazes de construir a molécula e realizar experimentos que confirmavam a previsão teórica.

A molécula é do tipo “photowitches”, que fotossensíveis e estão disponíveis em duas formas que diferem em seus arranjos (isômeras). Ambas possuem propriedades diferentes e, no caso dessa pesquisa, a diferença é no conteúdo de energia. Para conseguir armazenar grandes quantidades de energia nessa molécula, os pesquisadores tentaram fazer com que a diferença de energia entre os isômeros fosse a maior possível.

Conformações da molécula consideradas no cálculo da pesquisa.
Conformações consideradas no cálculo da pesquisa. Imagem extraída do artigo científico publicado pelos autores (J. Am. Chem. Soc. 2020, 142, 32, 13941-13953 )

Durbeej afirmou que a maioria das reações químicas começa com uma condição na qual a molécula possui energia elevada e passa para um estado com baixa energia, mas que, no caso da pesquisa, eles fizeram o oposto e conseguiram fazer a reação ocorrer de forma rápida e eficiente. O próximo passo, agora, é avaliar como a energia armazenada pode ser liberada da molécula da maneira mais eficiente.

O artigo científico com os resultados obtidos foi publicado na revista Journal of the American Chemical Society. Clique aqui para conferir.

Referências: Linköpings Universitet; Phys.org.

Leia também: Filmes Fotovoltaicos Orgânicos (OPV) podem ser alternativa na geração de energia solar

O que você acha desse avanço nas tecnologias voltadas para armazenamento de energia solar? Comente!

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Janelas de vidro normalmente oferecem isolamento acústico parcial, atrapalhando o caminho do som. É por isso que muitos guichês, por exemplo, possuem uma abertura ou um dispositivo para permitir que o som entre o atendente e o cliente seja audível.

Agora, alguns pesquisadores desenvolveram um tipo de vidro que permite a passagem do som sem necessitar de qualquer abertura para o ar atuar como meio de propagação. Esse é um recurso valioso se a gente pensar em situações como a pandemia de COVID-19, a qual exigiu adaptações para evitar qualquer contato ou caminho para a transmissão da doença.

A invenção é de pesquisadores da Chongqing University, da Hong Kong University of Science and Technology e Shenzhen Fantwave Tech. Co. A janela desenvolvida é composta de vidro comum, que é barato e transparente. Os pesquisadores fazem algumas perfurações e preenchem com um disco de vidro fino.

imagem dos furos no vidro e preenchimento
Imagem extraída do artigo científico desenvolvido pelos pesquisadores. DOI: 10.1063/5.0021091

É possível ajustar as frequências acústicas conforme o tamanho dos discos. Além disso, é possível colocar várias janelas de forma sequencial, permitindo escolher mais de uma frequência de transmissão. O problema é que isso também acarreta redução da transmissão geral no intervalo desejado.

A vantagem é que, por ser transparente, é possível ter uma visão externa clara, já que o material é transparente. O grupo afirma que, além das aplicações em outras pesquisas (como estudos com gases nos quais não é viável o fluxo de ar), o material pode ser de grande valor para a arquitetura.

Como já citado, a pandemia deu abertura para o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para conter a transmissão do vírus. Esse vidro, por exemplo, pode ter aplicações não só em guichês de atendimento, como em restaurantes, ambientes de trabalho, etc.

O artigo com o trabalho foi publicado na Applied Physics Letters com o título “Extraordinary acoustic transmission of a decorated window without ventilation”. Clique aqui para acessar.

Leia também: Arquitetura Bioclimática: o que a ventilação natural faz pela pandemia?

Referências: American Institute of Physics; Phys.org

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

No mundo tecnológico atual, os computadores quânticos são ferramentas nas quais a ciência deposita muita expectativa, visto que a promessa é de que esses computadores possam revolucionar a ciência. Nesse sentido, a Google conduziu a maior simulação química já realizada em um computador quântico, o Sycamore, o que representa um grande avanço para a área.

A façanha foi realizada por uma equipe de pesquisadores e o time de Inteligencia Artificial Quântica da Google. Eles simularam um processo químico simples: uma aproximação de Hartree-Fock. No caso,simularam uma molécula de diimida reagindo com átomos de hidrogênio.

Previsões de energia de geometrias moleculares pelo modelo Hartree-Fock simulado em 10 qubits do processador Sycamore, do computador quantico da google
Previsões de energia de geometrias moleculares pelo modelo Hartree-Fock simulado em 10 qubits do processador Sycamore. Imagem: Google IA Quantum Team

O computador Sycamore, da Google, é o mesmo com o qual a empresa anunciou que tinha alcançado a supremacia quântica no ano passado. A parte difícil foi garantir resultados precisos e a validação foi considerada a grande vitória.

Para validar, eles usaram um sistema quântico e um computador convencional, o qual analisou os resultados do Sycamore. O processo foi repetido até o computador quântico fornecer bons resultados. Outros dois sistemas de verificação voltados para o cálculo de resultados para detectar e corrigir erros também foram usados.

Os próximos passos com o Sycamore

Segundo os pesquisadores, agora é preciso escalar o algoritmo para que ele faça reações mais complexas. Só é necessário ter mais qubits e algumas alterações no cálculo. Eles acreditam que foi mais um passo na computação quântica.

computador quântico Sycamore, da Google
Computador quântico Sycamore, da Google. Imagem: phys.org

Até então, basicamente os cálculos feitos em computadores quânticos eram simples e as contas poderiam ser feitas à mão. Desta vez, o Sycamore realizou uma tarefa que requeria um computador para ser feita.

A capacidade de prever processos químicos por meio de simulações em computadores quânticos seria uma ferramenta extremamente útil para a área de química (nós recentemente mostramos aqui como deep learning pode ajudar a indústria a descobrir novos materiais). Atualmente, esse processo costuma ser feito por tentativa e erro, já que os computadores atuais não conseguiriam trabalhar na escala necessária para essa tarefa (a não ser que levem muitos anos).

O trabalho foi publicado na revista Science com o título “Hartree-Fock on a superconducting qubit quantum computer”. Clique aqui para conferir o artigo.

Referências: Phys.org; Interesting Engineering.

E você, acha que em breve teremos os computadores quânticos sendo usados para outras tarefas? Comente!

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

A gigante Amazon obteve o certificado da Federal Aviation Administration (FAA) dos Estados Unidos para fazer entregas no país por meio de drones. Essa é uma parte dos planos da empresa para investimento em logística e entrega rápida de compras para os clientes, o Amazon Prime Air.

A empresa deve usar a certificação para testar drones elétricos para entrega aos clientes. Para conseguir a autorização, foi preciso provar que as operações com os drones eram seguras.

“Esta certificação é um passo importante para a Prime Air e indica a confiança da FAA nos procedimentos operacionais e de segurança da Amazon para um serviço autônomo de entrega de drones que um dia entregará pacotes aos nossos clientes em todo o mundo.”

David Carbon, vice-presidente da Amazon Prime Air

Prime Air: a entrega vem voando

Segundo David Carbon, vice-presidente da Prime Air, a empresa continuara a desenvolver e refinar a tecnologia para integrar totalmente os drones de entrega no espaço aéreo e trabalhar com a FAA e com outras agências reguladoras no mundo todo para concretizar a ideia de entrega em 30 minutos. No Brasil, regras para uso de drones entraram em vigor em 2017.

drone azul e branco da Amazon Prime Air
Imagem: amazon.com

Mas a Amazon não é a primeira a ter esse certificado. No ano passado, a UPS (United Parcel Service), uma das maiores empresas de logística do mundo, conseguiu aprovação da FAA. Ela planejou operar uma “companhia aérea de drones”. Várias outras empresas trabalham para conquistar o espaço aéreo com drones, como a Alphabet (que possui a Google) e seu projeto Wing, que já fez entregas em alguns locais do mundo lá em 2014.

Recentemente, nós mostramos aqui no Engenharia 360 que a estimativa é de mais de um milhão de drones fazendo entregas de varejo até 2026. Com a pandemia de COVID-19, esse tipo de entrega se tornou ainda mais útil, principalmente em áreas remotas, como mostramos no mesmo texto. Com isso, é bem provável que em breve vamos confundir drones com pássaros e aviões no céu. Será?

Referências: CNBC; TechXplore.

Será que o Prime Air vai chegar por aqui? O que você acha?

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.