O Engenharia 360 foi para Nashville, nos Estados Unidos, conferir o 3DEXPERIENCE WORLD 2020. Lá, a nossa parceira Volkswagen deixou em minhas mãos (@eduardomikail) o Tiguan 2.0 Turbo SE.

Nos Estados Unidos, esse Tiguan está disponível nas versões S, S com 4Motion, SE, SE com 4Motion, SE R-Line Black, SE R-Line Black com 4Motion, SEL, SEL com 4Motion e SEL Premium R-Line com 4Motion. Infelizmente, essa máquina não está a venda no Brasil, mas nós já testamos o Tiguan Allspace 1.4 TSI, que está a venda no país, e demos nossa opinião sobre ele.

tiguan 2.0 turbo SE
Imagem: @eduardomikail

Motor e dirigibilidade

O motor é um quatro cilindros turbo de 184 cavalos de potência e transmissão automática de oito velocidades. A tração dianteira é padrão e o sistema integral 4Motion da Volkswagen é opcional.

Esta versão do Tiguan possui 4 modos:

  • Snow mode (modo neve): o motor pode mudar de marcha antes, o que ajuda a manter em uma faixa de rotação mais baixa e evita que muita energia vá para as rodas muito rápido;
  • On-Road mode (modo estrada): ideal para boas condições em uma estrada asfaltada.
  • Off-road mode (modo fora da estrada): ajuda a manter a tração em superfícies desafiadoras de estrada. Em terrenos íngremes, há o Hill Descent Control, que ajuda a manter uma velocidade segura na descida.
  • Off-road mode custom mode (modo fora de estrada customizado): o motorista pode definir vários parâmetros segundo suas preferências, como as opções de direção e tração nas quatro rodas.

Apesar de ser confortável, ele não é muito preciso em altas velocidades, sofrendo algumas perturbações quando a estrada não é das melhores. No entanto, a tração nas quatro rodas é capaz de aliviar esse problema.

Design

Por fora, os faróis são de LED com sistema de iluminação frontal adaptável que podem se mover nas curvas.

tiguan 2.0 turbo SE
Imagem: @eduardomikail

Há um sistema hands free para quem está com as mãos ocupadas: para abrir o porta-malas, basta passar o pé abaixo do para-choque traseiro. Para fechar, é só fazer o mesmo movimento.

Por dentro, ele é um típico Volkswagen clássico. É moderno, mas não há nada que seja exageradamente elegante. Além disso, ele é espaçoso e acomoda confortavelmente os passageiros na segunda fileira. Também cabem dois passageiros da terceira fileira, uma vez que o carro possui 7 lugares.

tiguan 2.0 turbo SE
Imagem: @eduardomikail

Tecnologia e segurança

A versão que nós testamos, o Tiguan 2.0 Turbo SE, possui tela multimídia de 8 polegadas, acesso sem chave e bancos de couro sintético que são aquecidos. Ele tem Apple Car e Android Auto. Um destaque é para o Digital Cockpit, que está bem interessante nesta nova era da Volkswagen.

Dentre os itens de tecnologia e segurança, há ainda:

  • Sistema de câmera de visão traseira: que pode ajudar a ver obstáculos na ré;
  • Safety cage: cujas zonas de dobra frontal e traseira ajudam a absorver energia em caso de acidente, distribuindo-a para longe do motorista e dos passageiros;
  • Sistema inteligente de resposta a falhas: que pode desligar a bomba de combustível, destravar as portas e mais ações no caso de uma colisão que ativa o airbag;
  • Sistema de frenagem automática pós colisão: que, uma vez que nem toda colisão faz o carro parar (como a física explica bem), esse sistema de frenagem pode ajudar a reduzir a velocidade após uma colisão, diminuindo a chance de impactos adicionais;
  • Sistema de monitoramento da pressão dos pneus: que, como o nome diz, alerta para a perda de pressão dos pneus, lembrando quando você precisa calibrar;
  • Seis sistemas de estabilidade: como a distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e o controle eletrônico de estabilidade (ESC);
tiguan 2.0 turbo SE
Imagem: @eduardomikail

Preço

Nos Estados Unidos, os preços do Tiguan são a partir de:

  • S: $ 24.945,00
  • S com 4Motion: $26.245,00
  • SE: $27.095,00
  • SE com 4Motion: $28.395,00
  • SE R-Line Black: $30.295,00
  • SE R-Line Black com 4Motion: $31.595,00
  • SEL: $32.245,00
  • SEL com 4Motion: $33.545,00
  • SEL Premium R-Line com 4Motion: $38.795,00

No Brasil, nós temos as seguintes versões do Tiguan Allspace 2020, com preços a partir de:

  • 250 TSI: R$135.290,00
  • Comfortline 250 TSI: R$160.890,00
  • R-Line 350 TSI: R$195.690,00

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Engenharia 360

Eduardo Mikail

Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.

A construção civil brasileira tem um problema crônico de produtividade. A realidade do setor é uma cadeia produtiva manufatureira. Isso reflete em obras com duração elevada, custos incertos, qualidade heterogênea e insuficiente em alguns casos.

Existem várias pesquisas que demonstram que o setor da construção tem tido pouca evolução tecnológica e transformação digital, se comparada às outras indústrias.

É isto que mostra uma famosa pesquisa da Harvard Business Review de 2016, que elencou setores da economia mundial de acordo com seu grau de digitalização por vários aspectos.

Gráfico por escala de cor representando grau de digitalização dos setores da economia.
Fonte: Harvard Business Review

A partir deste diagnóstico, intensificou-se estudos e o fomento para estratégias para evolução do setor, em níveis nacionais e internacionais.

Uma estratégia importante para galgar em direção à melhoria de produtividade, qualidade, economia e outros aspectos, é a industrialização da construção civil.

Industrialização da construção civil

A industrialização está intimamente ligada ao Fordismo. A revolução implementada por Henry Ford na indústria automobilística, proporcionou grandes mudanças na cadeia produtiva. Na indústria automobilística, ocorreu padronização de escopo e repetição de tarefas, estabelecendo uma linha de produção. Isto levou a um ganho extremo de produtividade.

Sabemos que a construção civil possui suas nuances e, em parte das obras, não há repetição de escopo. Contudo, em outros tipos de obra, existe padronização de escopo, como é o caso de condomínios residenciais e obras industriais, por exemplo.

Além do escopo arquitetônico das edificações, quando pensamos na disciplinas e sistemas prediais, existem padrões de produtos e aí, podemos aplicar os conceitos de industrialização. Outros componentes construtivos também tem padrões, como estruturas e elementos de vedação, por exemplo. Tudo pode ser industrializado.

Instalações prediais

É possível estabelecer uma linha de produção para componentes de sistemas de instalações hidráulicas e elétricas, de modo que sejam preparados numa fábrica fora do canteiro de obra, e apenas montados na obra.

Componentes de instalações elétricas (eletrodutos e caixas de derivação) fixados em grade.
Imagem: ambar.tech

Podemos citar o exemplo da Ambar, que tem proporcionado soluções deste tipo para inúmeras obras no Brasil.

Componentes de vedação

Outra aplicação é de componentes específicos de vedação. Algumas empresas desenvolvem painéis de vedação para edificações, que vão desde materiais poliméricos à placas cimentícias. Isto dá um grande ganho para a produtividade em obras.

Fábrica para construção industrializada com painéis pré-fabricados. Casa 24h.
Imagem: casa24.com.br

Um grande exemplo de produtividade, é a Casa 24h, projeto liderado pela Inovatech. O projeto contou com painéis de vedação pré-moldados e construiu uma casa com 24 horas de trabalho na Feicon 2019.

Sistemas construtivos

Outra possibilidade, está na adoção de sistemas construtivos industrializados. Podemos citar alguns como: Paredes de Concreto, Construção Modular, Light Wood Frame e Light Steel Frame, entre outros.

Existem várias empresas que utilizam Paredes de Concreto no Brasil hoje, entre elas, podemos citar a MRV, que tem atuação em 22 estados. Outro grande caso de sucesso brasileiro, é a Tecverde, com o desenvolvimento do sistema de Light Wood Frame em larga escala em condomínios residenciais.

Construção de edifício de 4 pavimentos em wood frame.
Obra em light wood frame. Imagem: tecverde.com.br

Para construção modular, recentemente tivemos um grande exemplo no China, com a construção de hospitais para atendimento de vítimas do COVID-19. Um hospital para mil leitos foi construído em 10 dias.

Sistemas estruturais

Para sistemas estruturais, temos a possibilidade de elementos pré-fabricados em concreto armado, que já tem grande aderência no mercado, especialmente para obras industriais e comerciais.

Outra tecnologia não muito utilizada hoje no Brasil, são as estruturas metálicas, que são preteridas pelo concreto armado em virtude do alto custo para seu emprego. Podemos citar a Urbic, que tem apostado na industrialização e digitalização de seus processos para ganhar com a produtividade.

Edifício em estrutura metálica e painéis de vedação pré-fabricados.
Obra da Urbic em São Paulo com estrutura metálica e painéis de vedação pré-moldados. Imagem: Daniel Sanchez

Planejamento e projetos

Por fim, temos as etapas iniciais de projeto e planejamento de obras. É impossível não citar a tecnologia BIM para que o setor alavanque sua produtividade.

Interface de projeto em plataforma BIM.
Projeto em plataforma BIM. Imagem: thorusengenharia.com.br

Para a elaboração de projetos, o ganho com riqueza de informações e o grau de detalhamento é monstruoso. Além de agilizar a etapa de elaboração dos projetos em si, possibilita o detalhamento para que sistemas e componentes prediais possam ser pré-fabricados, além de eliminar interferência entre os mesmos no processo construção.

Outra função primordial é o planejamento, o BIM permite que o processo de construção seja simulado de acordo com suas etapas, o que permite profunda análise do desempenho construtivo, resultando no ganho de produtividade se bem executado.

Conclusão

A industrialização é o caminho para uma indústria de construção mais produtiva e com mais qualidade. A adoção de pré-fabricação permite maior controle de qualidade, agilidade e redução de custo.

A identificação de etapas escaláveis é imprescindível para que possamos industrializá-las e, assim, ter ganho com a produtividade da cadeia do setor como um todo.

O certo é que, o assunto é extremamente vasto e a discussão muito complexa. Mas é inegável, que o futuro da construção civil, passa por sua industrialização.

Fontes: Ambar, Buildin, Harvard Business Review, ArchDaily, Smart Building, Luiz Henrique Ceotto.

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Engenharia 360

Matheus Martins

Engenheiro civil; formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados; possui especialização em Gestão de Projetos; e é mestre em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; é entusiasta da gestão, da qualidade e da inovação na indústria da construção; fã de tecnologias e eterno estudante de Engenharia.

Não é raro encontrar algum graduando em engenharia que esteja com estresse elevado e até mesmo uma tristeza traduzida muitas vezes em lágrimas. Tem se tornado cada vez mais comum alunos nessa situação procurarem ajuda no setor psicopedagógico da faculdade/universidade com sintomas de depressão.

Segundo um estudo da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) divulgado em 2016, mostrou que sete de cada 10 alunos de instituições federais sofrem de algum transtorno emocional, como estresse, ansiedade e mais.

depressão na engenharia
Imagem de Freepik

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Como a depressão é encarada pelos estudantes de Engenharia

O cenário que podemos observar hoje é a crescente demanda deste tipo de atendimento e a luta das universidades em solucionar esse mal. É de vital importância debater esse assunto. Por isso, hoje vamos tratar um tema em evidência atualmente: a depressão na engenharia.

Memes sobre cálculo e brincadeiras. Isso ajuda algumas vezes a eliminar um pouco da tensão que os estudantes de engenharia carregam consigo, tendo que passar por disciplinas difíceis, TCC, cobrança dos pais/mercado de trabalho, busca por excelência… São tantas coisas que poderíamos fazer uma vasta lista de itens que contribuem para tamanho estresse.

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Uma coisa que os estudantes estão acostumados a ouvir é que difícil mesmo são só os primeiros semestres de curso, depois fica tudo mais fácil. Isso é bem subjetivo. Porém em muitas situações essa afirmação não passa de pura “Fake News”. E uma coisa vem tirando o sono ainda mais dos estudantes: o medo de não conseguir o tão sonhado emprego depois de formado. Muitos ingressam na engenharia na esperança de obter um emprego com um salário acima da média. Só com o tempo, é possível constatar que diploma não é sinônimo de emprego. E essa ficha cai nos momentos finais do curso.

Tudo isso contribui para uma coisa séria: depressão!

Quais as consequências da depressão não tratada

Depressão não é frescura ou apenas uma fase e sim algo muito sério. Ela tem como característica predominante uma tristeza persistente, diferente da tristeza que as vezes podemos sentir no dia a dia. Por exemplo, é normal ficar triste por ir mal em uma prova. Depois de um período talvez você já tenha superado esse acontecimento e tenha tocado a vida adiante.

Com ela, surgem outros problemas, como alterações no sono, na alimentação e na interação social. O chato de tudo isso é que ela não vai embora assim tão facilmente. Segundo do Dr. Drauzio Varella, a depressão acarreta entre outras coisas:

  • Alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional);
  • Distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva  praticamente diárias);
  • Problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias);
  • Fadiga ou perda de energia constante;
  • Culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade);
  • Dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se);
  • Ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte);
  • Baixa autoestima.

Muitas pessoas atrelam a depressão a uma expressão triste ou cabisbaixa. Mas acredite: a depressão não apenas se manifesta através de expressões tristes. Pelo contrário, a doença pode estar enrustida atrás de um largo sorriso de uma colega na roda de amigos. de fato, não é possível saber o que se passa na cabeça das pessoas. As vezes, o seu amigo sorridente pode estar com vários pensamentos negativos na cabeça.

Um caminho tenebroso que as vezes não tem volta.

depressão na engenharia
Imagem de Freepik

O agravamento da doença

Quando a vida não faz mais sentido algum, muitas pessoas, infelizmente, recorrem ao suicídio para acabar de vez com essa tristeza. Essa é uma questão delicada, mas que precisa ser debatida.

Pela constrangimento e delicadeza desse assunto, nós como sociedade, escondemos por muitos anos o suicídio como um assunto. Já imaginou se esse assunto fosse tratado e discutido de maneira adequada, quantas mortes poderiam ter sido evitadas?

Torna-se cada vez mais imprescindível fomentar campanhas de cuidado com a saúde mental, de modo que tanto os alunos se sintam mais à vontade para conversar sobre isso e expor seus problemas como professores tentem diminuir a pressão sobre eles.

Que medidas podem ser adotadas pelas faculdades

Segundo o Dr. Martin Swanbrow Becker da Florida State University, de um modo geral, as instituições de ensino poderiam tomar as seguintes iniciativas:

Orientar/Capacitar os alunos

Ao capacitar os alunos com maior autoconhecimento, eles podem identificar os problemas com mais antecedência e acessar recursos de suporte. As faculdades podem ajudar a motivar e incentivar os alunos a monitorar seu progresso através da criação de um portal on-line, onde os alunos podem acessar ferramentas, como as que promovem o desenvolvimento de habilidades nas áreas de atenção plena, gerenciamento de tempo e reflexão de carreira, etc.

Disponibilizar ecursos de gerenciamento de estresse

Faculdades e universidades devem criar processos e ferramentas para os alunos melhorarem sua capacidade de gerenciar o estresse, indicando pessoas/locais onde podem encontrar ajuda. Poderiam desenvolver uma plataforma que ajude os estudantes a encontrar conselheiros, grupos de apoio, etc.

Identificar as causas e tomar medidas preventivas

As faculdades devem identificar o que de fato pode estar contribuindo para um aumento de estresse dos alunos – como uso de substâncias, bullying discriminação, agressões, etc. Aqui também deve-se observar se devido a cobrança por decidir de maneira assertiva a carreira, os alunos não estão gerando para si uma elevada pressão para descobrir a especialização e a carreira que devem de fato seguir. Feito isso, as instituições devem agora trabalhar de maneira preventiva para que os itens citados anteriormente não venham a atrapalhar na vida acadêmica dos mesmos.

Lançar campanhas de saúde mental

Instituições de ensino devem criar/estimular as campanhas de saúde mental em todo o campus. Alunos, professores e funcionários devem ser treinados em como trabalhar em conjunto para melhorar a saúde mental tanto individual quanto de maneira coletiva, incluindo a identificação de outras pessoas em que demonstrem sinais de depressão e orientando as mesmas a buscar a devida ajuda. As faculdades devem anunciar sua visão e iniciativas para transmitir a mensagem a todos os membros da comunidade.

Qual o canal de comunicação para as autoridades

Caso em algum instante você comece a identificar que está entrando numa tristeza que não cessa, não hesite em procurar ajuda de um profissional. Tenha uma conversa franca com sua família, amigos, colegas, professores. Procure ajuda no setor psicopedagógico de sua faculdade. Você também tem a opção de telefonar para o Centro de Valorização da Vida, ligando no número 188, além dos outros canais (chat, e-mail ou em um endereço físico).

banner do cvv
Centro de Valorização da Vida. Créditos: www.treslagoas.ms.gov.br

E caso você identifique que um amigo apresenta os sinais de uma depressão, demonstre todo o seu apoio. Esse apoio pode salvar a vida de alguém. E lembre-se: sempre é tempo de repensar a vida, onde pode mudar. Não tem problema se você não vai conseguir se formar em 5 anos. Não tem problema se você não é o melhor aluno da turma. Lembre-se que mais importante do que faculdade e conquistar tudo que a engenharia pode proporcionar é a sua saúde mental.

Veja Também: Depressão na Engenharia: é hora de falar sobre o assunto!


Fontes: Desafios da Educação, Andifes, MedicalXpress, Dr. Drauzio Varella.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Kaíque Moura

Engenheiro de Produção; formado pelo Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA); Pós-Graduando em Empreendedorismo e Inovação (IFPI); MBA em Management (iCEV); Técnico em Metrologia (IFRJ); Técnico em Serviços Jurídicos (IFPI) e Técnico em Mecânica (IFPI); profissional qualificado nas áreas de Gestão, Manutenção, Metrologia e Produção.

Atualmente, Python é uma das linguagens de programação mais populares. Ela também é considerada uma das mais importantes para o mercado de trabalho, principalmente para quem quer trabalhar com análise de dados.

Não faz muito tempo que nós explicamos aqui no Engenharia 360 sobre o que é essa linguagem e como ela está presente na engenharia. Nesse mesmo texto, nós também contamos um pouquinho da história e por que essa linguagem é tão importante atualmente.

logo do python
Imagem: pubnub.com

Agora, chegou a hora de conferir uma lista completa com cursos online gratuitos que ensinam a programar nessa linguagem:

1. Introdução à Ciência da Computação com Python USP [em português]

O curso é destinado tanto aos alunos da USP quanto à população em geral que tenha interesse. Não há pré-requisitos, mas é preciso que você domine conceitos básicos de matemática do ensino fundamental.

Clique aqui para acessar a parte 1 e a parte 2.

2. Data Science Academy [em português]

O curso apresenta ao aluno os conceitos básicos e fundamentos dessa linguagem. O aprendizado envolve práticas, exemplos, quizzes, exercícios e projetos.

Clique aqui para acessar

3. Python para todos – University of Michigan [em inglês]

Apresenta os conceitos fundamentais de programação, incluindo estruturas de dados, interfaces de programa de aplicativos em rede e banco de dados usando essa linguagem de programação.

Clique aqui para acessar

4. Crash Course on Python – Google [em inglês]

É um curso voltado para ensinar as bases para escrever programas simples em Python, usando as estruturas mais comuns. Não é preciso nenhum conhecimento anterior de programação.

Clique aqui para acessar

logo do python com fundo de código de programação
Imagem: mvps.net

5. Using Python to Interact with the Operating System – Google [em inglês]

O curso inicia explorando como usar o código em diferentes arquivos dessa linguagem. Em seguida, como ler e gravar diferentes tipos de arquivos e usar subprocessos e fluxos de entrada. Também aborda scripts e expressões regulares do Bash – duas ferramentas muito poderosas para quem trabalha com sistemas.

Clique aqui para acessar

6. Google’s Classe Python [em inglês]

O curso da Google consiste em uma aula gratuita para quem tem noções de programação. A aula possui materiais escritos, vídeos e exercícios para praticar.

Clique aqui para acessar

7. Python para zumbis [em português]

Apesar do nome suspeito, é um curso para iniciantes que está disponível no YouTube.

Clique aqui para acessar

8. Python for Beginners – Microsoft [em inglês]

Apesar de ser para iniciantes, esse curso é para quem já conhece alguns conceitos de lógica de programação (como aqueles que você aprende no início da graduação).

Clique aqui para acessar

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Um estudo publicado na revista Nature Sustainability em 2020 revelou que a substituição de materiais tradicionais como concreto e aço por madeira pode ter um impacto positivo na luta contra o aquecimento global. A produção de cimento e aço é uma das maiores fontes de emissão de gases de efeito estufa, enquanto o uso de madeira pode transformar os edifícios em verdadeiros sumidouros de carbono.

Isso ocorre porque a madeira armazena o CO₂ capturado pelas árvores durante seu crescimento. Ao ser utilizada na construção civil, essa madeira continua retendo esse carbono, contribuindo para a redução do impacto ambiental. Leia mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

madeira na construção civil
Imagem de Freepik

Como tornar o uso da madeira viável na construção civil?

Uma das principais preocupações levantadas é a possibilidade de aumento no desmatamento. No entanto, os pesquisadores destacam que essa transição para construções de madeira só será benéfica se aliada ao manejo florestal sustentável. É essencial que o plantio, o corte e a utilização da madeira sigam práticas ecológicas e regulamentadas.

“A urbanização e o crescimento populacional criarão uma grande demanda para a construção de novas habitações e edifícios comerciais – portanto, a produção de cimento e aço continuará sendo uma importante fonte de emissões de gases de efeito estufa, a menos que seja adequadamente abordada.” – alerta Galina Churkina, autora principal do estudo.

madeira na construção civil
Imagem de Freepik

Quatro cenários para o futuro da madeira na construção civil

Os pesquisadores computaram quatro cenários para a madeira na construção civil nos próximos trinta anos. Assumindo negócios tradicionais, apenas 0,5% dos edifícios serão construídos com madeira até 2050. Se a produção em massa da madeira aumentar, isso pode crescer em 10% ou 50%. Ainda, se países com baixo nível e industrialização também fizerem a transição, isso pode chegar a 90%.

O resultado pode ser um armazenamento de carbono de 10 milhões de toneladas de carbono por ano, no cenário mais baixo, e de 700 milhões de toneladas de carbono no cenário mais alto.

Vantagens ambientais e técnicas das construções em madeira

Além da captura de carbono, as construções em madeira também ajudam a reduzir as emissões acumuladas na fabricação de aço e cimento. Um exemplo citado é o de edifícios residenciais de cinco andares feitos com madeira, capazes de armazenar até 180 kg de carbono por metro quadrado.

Escolha da madeira certa e técnicas de construção

Nem toda madeira é adequada para a construção civil. É essencial utilizar madeiras resistentes ao fogo, à umidade e com boa durabilidade. Nos Estados Unidos, o uso de madeira em edificações já é comum, mas no Brasil essa prática ainda está em fase inicial.

Além disso, é fundamental realizar um planejamento adequado do cultivo e extração da madeira, assegurando que as florestas colhidas sejam regeneradas e manejadas com responsabilidade.

“(…) esse risco para o sistema climático global pode ser transformado em um meio poderoso de mitigar as mudanças climáticas, aumentando substancialmente o uso de madeira projetada para construção em todo o mundo. Nossa análise revela que esse potencial pode ser realizado sob duas condições. Primeiro, o as florestas colhidas são manejadas de maneira sustentável. Segundo, a madeira de edificações de madeira demolidas é preservada na terra de várias formas.” – complementa Churkina.

madeira na construção civil
Imagem de Freepik

Enfim, podemos concluir que o uso da madeira na construção civil representa uma alternativa viável e promissora para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Porém, para que esse modelo seja realmente sustentável, é necessário investir em tecnologias, regulamentações e práticas de manejo florestal eficientes.


Fontes: Science Daily, Nature.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Ver um robô caminhando não parece algo tão novo, mas o feito do Rainbow Dash representa um grande avanço para a robótica. Com quatro patas, ele aprendeu a andar para trás e para frente e virar à direita e à esquerda em algumas horas.

O Rainbow Dash foi criado por pesquisadores da Google em parceria com a University of California – Berkeley e do Georgia Institute of Technology. Para realizar essa façanha, eles usaram uma técnica de aprendizado de reforço profundo.

robô rainbow dash em movimento
Rainbow Dash em movimento em diferentes superfícies. Imagem: github.com/BraneShop

O aprendizado por reforço profundo (deep reinforcement learning) combina abordagens de aprendizado por reforço com aprendizado profundo (deep learning), em que a escala do aprendizado de máquina tradicional é bastante expandida com enorme poder computacional.”, afirma o site TechXplore.

A grande novidade do Rainbow Dash

Um dos motivos pelos quais isso é uma novidade para a robótica é porque a maioria das implantações de aprendizado por reforço acontece por simulação de computador, enquanto o Rainbow Dash aprendeu a andar em um ambiente físico real. Isso aconteceu um ano após os pesquisadores conseguirem fazer com que os robôs aprendessem a andar em ambientes físicos.

O Rainbow Dash andou em diferentes superfícies: desde um colchão de espumas até um tapete rugoso. Ao andar, o robô o fez sem um mecanismo de ensino dedicado (como instruções humanas ou dados de treinamento rotulados). Essa forma de machine learning é diferente do supervisionado ou não supervisionado que usam dados de treinamento rotulados.

O vídeo abaixo mostra o robô andando e explica todo o processo e a pesquisa:

Apesar de os pesquisadores acreditarem que o Rainbow Dash tenha andado sozinho, houve intervenção humana no processo, uma vez que os pesquisadores precisaram impor limites para impedir que o robô saísse da área definida. Além disso, eles também criaram algoritmos específicos para impedir que o robô caísse, como restringindo alguns movimentos.

O pré-print do artigo científico que descreve o feito foi publicado no ArXiv. Lá você pode conferir toda a pesquisa.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Ouvimos muito sobre como o comportamento social de robôs pode afetar a confiança das pessoas e suas impressões nas interações humano-robô. No entanto, quando o contexto muda para interações dentro de um grupo mais complexo, a influência do robô no comportamento da equipe não é tão compreendida. Nesse sentido, um estudo determinou que robôs que assumem seus erros alteram positivamente a dinâmica de conversação entre humanos.

Robô com tablet acoplado. Foto: Owen Beard via Unsplash.
Foto: Owen Beard via Unsplash.

Errar é humano, mas não exclusivamente

Imagine esse cenário: três pessoas e um robô formam uma equipe para um jogo. O robô comete um erro, custando à equipe uma rodada. Como qualquer bom companheiro de equipe, ele reconhece o erro. “Desculpe, pessoal, eu cometi o erro nesta rodada. Eu sei que pode ser difícil de acreditar, mas os robôs também cometem erros.”

Essa situação se repetiu várias vezes durante um estudo conduzido pela universidade Yale sobre os efeitos do comportamento dos robôs nas interações entre seres humanos. Sim. O que foi monitorado foi o relacionamento interpessoal, não o humano-máquina.

Os pesquisadores realizaram um experimento no qual 153 pessoas foram divididas em 51 grupos compostos por três humanos e um robô. Cada grupo participou de um jogo em um tablet, em que os membros de cada equipe trabalharam juntos para construir as rotas ferroviárias mais eficientes ao longo de 30 rodadas.

Os grupos foram designados para uma dessas três condições caracterizadas por diferentes tipos de comportamento do robô: no final de cada rodada, os robôs permaneceram calados; proferiram uma declaração neutra relacionada à tarefa (como a pontuação ou o número de rodadas concluídas), ou; expressaram vulnerabilidade por meio de uma piada, “história pessoal” ou por reconhecerem um erro. Todos os robôs ocasionalmente perdiam uma rodada.

Dinâmica certa quando os robôs erram

Os resultados do estudo evidenciaram que as pessoas em times que incluíram um robô que não tinha nenhum problema em expressar sua vulnerabilidade se comunicavam mais. Além disso, depois do experimento, esses indivíduos humanos relataram ter vivenciado uma experiência de grupo mais positiva do que as pessoas que participaram do jogo com robôs silenciosos, ou, no outro caso, robôs que faziam declarações neutras, tais como recitar a pontuação do jogo. Esta última opção, no cenário perdedor, sem dúvida deve causar certa irritabilidade.

Uma curiosidade é que o trabalho publicado teve como primeira autora uma doutoranda em nada menos do que Sociologia. O nome dela é Margaret L. Traeger e ela simboliza como as ciências humanas e exatas podem se conectar, inclusive no campo da robótica.

Sabemos que os robôs podem influenciar o comportamento dos humanos com quem interagem diretamente, mas como os robôs afetam a maneira como os humanos se envolvem é menos compreendido“, disse Margaret L. Traeger. A confirmação da existência desse efeito sobre as relações entre as pessoas foi justamente o que o experimento evidenciou.

Criança em Osaka interagindo com um robô. Foto:  Andy Kelly via Unsplash.
Foto: Andy Kelly via Unsplash.

Tudo isso leva a gente a refletir sobre o fato de que robôs sociais estarem se tornando cada vez mais predominantes na sociedade humana tem consequências. A análise baseada nesse experimento mostra que o comportamento social de um robô influencia a dinâmica de conversação entre membros humanos do grupo humano-robô, demonstrando a capacidade de um robô de moldar significativamente a interação humano-humano, e a gente nem precisa chegar na era dos overlords.

Leia também: Pessoas confiam mais em robôs quando eles dizem o que fazem.

Fonte: PNAS.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Os computadores quânticos são uma das grandes perspectivas tecnológicas do futuro e acredita-se que eles vão revolucionar muitos aspectos atuais, como a segurança da informação e o processamento de dados. Nesse sentido, também espera-se que eles possam ajudar na luta contra as epidemias.

No meio científico, acredita-se que computadores quânticos poderão auxiliar na descoberta de novos materiais, compostos químicos e na solução de muitos problemas matemáticos que são difíceis e complexos para os computadores convencionais que temos atualmente. Nesse sentido, quem sabe, eles podem ser úteis para ajudar na busca de novos compostos farmacêuticos, vacinas, análises bioquímicas e similares.

imagem de computadores quânticos
Imagem: daimler.com

A computação quântica também pode ser crucial para impulsionar as famigeradas tecnologias de inteligência artificial e machine learning, que podem ser aplicadas em todas as áreas da ciência. Dario Gil, da IBM Research, afirmou ao USA Today que “O objetivo é fazer tudo o que estamos fazendo hoje em termos de descoberta de materiais, química, coisas assim, fatores 10 vezes melhores, 100 vezes melhores. (…) Isso pode mudar o jogo.

Com a emergente situação do coronavírus, que já está bem próxima de se tornar uma pandemia, uma vez que os casos superaram a marca de 110.000 nesta semana, a preocupação com a busca por formas de amortecer os impactos de doenças como essas é grande (como a busca por uma vacina, por exemplo). É aí que a computação quântica poderia fazer uma grande diferença ao permitir os avanços muito mais rápidos, como citado por Gil.

O que esperar da tecnologia no combate a epidemias?

Então, é provável que os computadores quânticos auxiliem no combate a epidemias no futuro (quando essas máquinas estiverem mais elaboradas e desenvolvidas). Infelizmente, no momento, isso ainda não é possível.

Esta não é a primeira vez que o mundo sofre uma grande epidemia. Nós vimos algumas gripes emergindo nas últimas décadas (como a suína e a aviária), além da peste negra, que assolou a humanidade no século XIV, dizimando grande parte da população. Claro, também não podemos esquecer das epidemias mais locais, como o Ebola em alguns países africanos e o combo dengue, chikungunya e Zika no Brasil.

imagem microscópica do coronavírus
Imagem: ctmirror.org

Olhando para trás, vemos como a forma de conter essas epidemias mudou ao longo dos anos. Desenvolveram-se protocolos e tecnologias para ajudar nessa tarefa, como os exames de confirmação da doença, o sequenciamento do genoma dos patógenos, o desenvolvimento de vacinas e medicamentos, etc.

Assim, olhando para o futuro, esperamos ver um avanço ainda maior. Isso vai tanto da reação dos órgãos governamentais, que devem estar mais preparados para esses casos, até a computação quântica auxiliando a ciência a fazer seu papel em prol da sociedade.

O que é a computação quântica?

Nós já falamos sobre ela aqui no Engenharia 360, mas vale usar um exemplo simples dado pelo texto do USA Today para entender melhor. Em computadores comuns, nós temos bits e as informações são passadas por meio de 0s e 1s. Na computação quântica, por outro lado, há os qubits.

Podemos imaginar uma moeda e estabelecer que cara equivale a 1 e coroa equivale a 0. Porém, qual o estado dessa moeda quando ela ainda está no ar? Esse seria o qubit, que não é exatamente nem 0 nem 1. Jogando duas moedas, sabemos que elas não são correlacionadas, ou seja, que uma não influencia o resultado da outra. Porém, olhando para os qubits, os estados poderiam estar enredados.

Os computadores quânticos são complexos e é bem provável que eles não tenham uso popular nos próximos anos como os atuais notebooks. Ou seja, há uma grande chance de que nós não os utilizemos para tarefas complexas. Isso acontece porque desenvolver um computador quântico ainda é um desafio, bem como mantê-lo funcionando, uma vez que requer baixas temperaturas e outras condições especiais.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Anualmente, o MIT realiza um compilado de tecnologias consideradas revolucionárias no sentido de inovação. Nós damos valor a essa lista, porque ela não incorpora gadgets individuais ou questões pontuais. Na verdade, são abordadas questões amplas que podem, de fato, promover avanços capazes de mudar nossa perspectiva da tecnologia e da noção de mundo.

Desde medicamentos, até constelações de satélites, você pode conferir a lista a seguir:

1 – Internet que não pode ser invadida

Uma internet baseada em física quântica permitirá em breve uma comunicação inerentemente segura. Uma equipe liderada por Stephanie Wehner, da Universidade de Tecnologia de Delft, está construindo uma rede conectando quatro cidades na Holanda inteiramente por meio da tecnologia quântica. As mensagens enviadas por esta rede serão inalteráveis.

A tecnologia depende de um comportamento quântico de partículas atômicas chamadas emaranhamento. Fótons emaranhados não podem ser lidos secretamente sem interromper seu conteúdo.

Leia também: Sistema de segurança promete revolucionar a privacidade das comunicações

2 – Medicamentos hiper-personalizados

Novos medicamentos estão sendo projetados para tratar mutações genéticas únicas e específicas. Por que isso é importante? A medicina genética, estreitamente ligada à engenharia química e engenharia biomédica, ao ser adaptada a um único paciente significa esperança para pessoas cujas doenças eram anteriormente incuráveis.

Lista MIT: Engenheiro biomédico em laboratório. Foto: ThisisEngineering RAEng via Unsplash.
Engenheiro biomédico em laboratório. Foto: ThisisEngineering RAEng via Unsplash.

3 – Dinheiro digital

A ascensão da moeda digital tem implicações enormes para a privacidade financeira. Como o uso de dinheiro físico diminui, o mesmo acontece com a liberdade de realizar transações sem intermediário. Enquanto isso, a tecnologia das criptomoedas pode ser usada para fragmentar o sistema financeiro global.

Leia mais: Como blockchain pode tornar a internet um lugar melhor?

4 – Medicamentos antienvelhecimento

A primeira onda de uma nova classe de medicamentos antienvelhecimento iniciou testes em humanos. Esses medicamentos não permitem que você viva mais (ainda), mas tem como objetivo tratar doenças específicas, retardando ou revertendo um processo fundamental de envelhecimento. Várias doenças diferentes, incluindo câncer, doenças cardíacas e demência, podem ser tratadas com a diminuição do envelhecimento.

MIT 4 - Engenheira química. Foto: ThisisEngineering RAEng via Unsplash.
Engenheira química. Foto: ThisisEngineering RAEng via Unsplash.

5 – Moléculas descobertas por IA

Cientistas usaram inteligência artificial para descobrir compostos promissores semelhantes a medicamentos. Isso é extremamente relevante, na medida em que comercializar um novo medicamento custa em média $ 2,5 bilhões de dólares. Uma razão é a dificuldade de encontrar moléculas promissoras, para início de conversa.

6 – Megaconstelações de satélites

Claro que a gente ia chegar na questão das spacetechs. Atualmente, podemos construir, lançar e operar de forma acessível dezenas de milhares de satélites em órbita ao mesmo tempo. A importância disso se refere ao fato de que esses sistemas podem cobrir o mundo com internet de alta velocidade, como a Kepler fez com o Ártico (ou transformar a órbita da Terra em um campo minado cheio de lixo, além de atrapalhar a vida de profissionais da astronomia).

Leia a seguir: Megaconstelação de Starlink – como grandes projetos de satélites de comunicação podem prejudicar a astronomia

MIT lista - O trem Starlink 3 percorre o céu matutino, acompanhado por vários outros satélites. Foto: Forest Katsch via Unsplash.
O trem Starlink 3 percorre o céu matutino, acompanhado por vários outros satélites. Foto: Forest Katsch via Unsplash.

7 – Supremacia quântica

O Engenharia 360 publicou em 2017 um panorama do passado, presente e o futuro da internet quântica, que se baseia e depende inteiramente dos princípios de computação quântica. Contudo, sabemos que computadores quânticos não são uma realidade para nós, usuários médios, e foi recentemente que a Google forneceu a primeira prova, apesar de bastante contestada, de um computador quântico superando o clássico. Eventualmente, os computadores quânticos poderão resolver problemas que nenhuma máquina clássica pode gerenciar, o que motivou o MIT em colocar essa tecnologia na sua lista de destaques em inovação.

8 – Inteligência artificial na palma da mão

Agora podemos executar algoritmos avançados de inteligência artificial em nossos telefones. Nossos dispositivos não precisam mais falar com a nuvem para nos beneficiarmos dos mais recentes recursos orientados por IA.

Mas vale apontar a questão da caixa preta da inteligência artificial. Sobre isso, você pode consultar aqui.

MIT 8: Placa neon da HIVERY, uma empresa de inteligência artificial, com o escrito "os dados tem um ideia melhor", em inglês. Foto: Franki Chamaki via Unsplash.
Placa neon da HIVERY, uma empresa de inteligência artificial, com o escrito “os dados tem um ideia melhor”, em inglês. Foto: Franki Chamaki via Unsplash.

9 – Privacidade diferencial

O que é: uma técnica para medir a privacidade de um conjunto de dados crucial.

O MIT considerou essa inovação em seu top 10 porque é cada vez mais difícil para o US Census Bureau manter os dados coletados em particular. Uma técnica chamada privacidade diferencial poderia resolver esse problema, criar confiança e também se tornar um modelo para outros países.

10 –  Atribuição devida às mudanças climáticas

Não adianta mais negacionismo. Pesquisadores agora podem identificar o papel da mudança climática em condições extremas. Embutir esses efeitos em modelos permite contabilizar danos, prever problemas e identificar formas de agir, além de reconhecer a contribuição de diferentes setores nessas consequências.

Se a gente considerar isso de um ponto de vista prático, é possível identificar que essa responsabilização promove um grande ganho para a engenharia, desde segmentos de infraestrutura, até descarbonização. Essa tendência de buscar carbono neutro tem sido explorada desde empresas de tecnologia, como a Microsoft, até companhias aéreas como a Delta Airlines. E se quiser levar para o cenário pessoal, o fundo de 10 bilhões de dólares disponibilizado por Jeff Bezos, CEO da Amazon, também vai render muita pesquisa, desenvolvimento e trabalho para atacar a crise climática.

MIT 10 - Placa em papelão, com a frase "não há empregos em um planeta morto", em inglês. Foto: Markus Spiske via Unsplash.
Placa em papelão, com a frase “não há empregos em um planeta morto”, em inglês. Foto: Markus Spiske via Unsplash.

E aí, o que mais você incluiria como uma inovação revolucionária?

Fonte: MIT Technology Review.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Em 2023, o Engenharia 360 está em Nashville, nos Estados Unidos, para acompanhar mais uma edição do 3DEXPERIENCE WORLD, que volta a acontecer também na modalidade presencial, depois de dois anos de cancelamentos por conta da pandemia. Porém, em 2020, também estivemos na mesma cidade para acompanhar a edição de 2020.

Neste texto, quero resgatar tudo que eu, @eduardomikail, vivenciei nesta experiência. Farei um resumo de alguns pontos turísticos que visitei na cidade, um pouco da história de cada um e minhas impressões sobre eles. Bora lá?

Priemiro, sobre a cidade! Nashville, a capital do estado do Tennessee, também é conhecida como Music City (Cidade da Música) e como a capital mundial da música country (embora também inclua outros estilos, como pop, jazz, blues, soul, rock e mais).

Por ser tão relacionada à música, os principais pontos turísticos são, em grande parte, museus de música e casas de show. A vida noturna na cidade também é agitada e é possível encontrar um local para cada estilo musical que você preferir.

imagem de nashville a noite
Imagem: @eduardomikail

Além da música, Nashville também possui uma arquitetura impressionante, com edificações imponentes que guardam histórias da cidade e de eventos musicais que sediaram. Outro ponto que também vale destacar é que Nashville também é famosa por sua gastronomia.

Meu roteiro turístico na cidade envolveu o Jack’s Bar-B-Que, o The Johnny Cash Museum & Cafe, a John Seigenthaler Pedestrian Bridge e o Riverfront Park.

Jack’s Bar-B-Que

O restaurante de barbecue (churrasco) Jack’s Bar-B-Que fica na Broadway, 416, em Nashville. Ele foi fundado por Jack Cawthon e inaugurado em 1989. Em 2014, a Travel + Leisure colocou Nashville como a melhor cidade para churrasco nos EUA, destacando o Jack’s Bar-B-Que.

refeição no Jack’s Bar-B-Que
Imagem: @eduardomikail

Minha experiência no local foi muito bacana, logo ao entrar você já sente a atmosfera do ambiente, com música e decoração típica da região. Lá, você faz seu pedido na fila e acompanha a montagem do seu prato antes de sentar para comer. E, claro, não pude deixar de experimentar a famigerada costela suína com os 3 molhos barbecue da casa.

The Johnny Cash Museum & Cafe

Johnny Cash é considerado o “rei da música country”. Apesar de não ter nascido em Nashville (ele nasceu em Kingsland, no Arkansas), lá que está sua maior coleção de artefatos e objetos, no The Johnny Cash Museum.

The Johnny Cash Museum & Cafe
Imagem: @eduardomikail

Certamente, o local é uma parada obrigatória para os fãs do cantor ou até mesmo para quem só conheceu sua história por meio do filme Johnny e June (Walk the Line no título original), de 2005. Há, inclusive, uma parte do museu que conta sua história de amor com June.

Se você nunca ouviu falar de Johnny Cash ou mesmo se não é fã, ainda assim vale conhecer o museu, que permite conhecer um pouco mais sobre sua grande contribuição para a música. Pelo que me disseram, talvez, você até vire fã depois de sair do museu.

johnny cash museu nashville
Imagem: @eduardomikail

Infelizmente, no dia que eu tive para visitar (e acredito que sempre) estava uma fila imensa e eu não consegui visitar. A loja de souvenir, logo na entrada do museu, já estava abarrotada de turistas e o máximo que consegui foi tomar um café na lanchonete que há dentro. Vai ter que ficar para a próxima.

John Seigenthaler Pedestrian Bridge

A John Seigenthaler Pedestrian Bridge é uma ponte de treliça que atravessa o Rio Cumberland, em Nashville. É uma das maiores pontes de pedestres do mundo, com 960 metros, e ela te brinda com uma visão maravilhosa do centro de Nashville. É apaixonante para qualquer amante de engenharia e arquitetura.

A ponte foi projetada e sua construção foi supervisionada pelo engenheiro Howard M. Jone. A abertura oficial foi em 1909, com o nome de Sparkman Street Bridge, e ela passou por vários reparos nos anos posteriores.

John Seigenthaler Pedestrian Bridge
Imagem: @eduardomikail

Em 1998, ela foi cogitada para demolição, mas devido à sua estética, arquitetura e história, resolveram transformá-la em um a ponte de pedestres. A reforma incluiu elevador, rampas, escadas e uma faixa central para bicicletas. O nome da ponte foi alterado em 2014 como uma homenagem ao jornalista e defensor dos direitos humanos, John Seigenthaler.

Minha visita à ponte foi marcada logo de cara por um pedido de casamento. Fica bem ao lado do Nissan Stadium e, em dias de jogos, lota de torcedores passando por lá. Pode ser o ponto de partida para um dia de passeio turístico pela cidade por conta de sua localização. Vale a pena para tirar boas fotos, e também, fazer uma caminhada pelo Riverfront Park.

Riverfront Park

O Riverfront Park de Nashville fica às margens do Rio Cumberland, no centro de Nashville, e é uma fuga da vida agitada da cidade para quem quer um pouco de paz e contato com a natureza. Ele foi criado no início dos anos 80, para celebrar a história do rio. Atualmente, ele abriga vários concertos ao ar livre e esculturas monumentais (como a obra de Alice Aycock).

Riverfront Park
Imagem: @eduardomikail

No parque, aproveitei para dar uma caminhada ao ar livre, tirar fotos (é claro). Mas o que me chamou a atenção mesmo, foi o The Bridge Building, um edifício de eventos que, além de tudo é sustentável, com destaque para: automatização para economia de energia, aquecimento solar para água dos banheiros, janelas com sensores que indicam a condição externa para controlar o sistema de ventilação, telhado em cores e materiais para redução de aquecimento e consumo de energia, sistema de coleta e gerenciamento de água da chuva com filtragem, e sistema de aquecimento e resfriamento geotermal.

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Engenharia 360

Eduardo Mikail

Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.