A Microsoft anunciou que pretende se tornar uma empresa carbono
negativo até 2030. Mas você sabe como isso pode acontecer? No caso, a companhia
vai investir em descarbonização. A
previsão é que, até 2050, essa gigante da tecnologia vai retirar do meio
ambiente todo o carbono que já emitiu desde a sua fundação, em 1975.
Não é novidade que a Microsoft tem iniciativas de um certo cuidado com o
meio ambiente. Essa é uma tendência que
já vem acontecendo desde 2012, quando Steve Ballmer estava lá como CEO, e a empresa
se tornou carbono neutro, por meio do uso de energia renovável e compensações
de carbono. Mas o gás não parou por aí, com o perdão do trocadilho.
Investimento em retirar gás carbônico do ambiente
Agora, na figura do Satya Nadella como CEO da Microsoft, o investimento
foi de USD 1 bilhão em tecnologias para reduzir emissões e retirar dióxido de
carbono da atmosfera, o principal responsável pelas mudanças climáticas. Essa segunda tarefa é mais difícil e onerosa e
dá palco para uma série de diferentes profissionais atuarem.
No que tange as emissões de gás carbônico, há três escopos: as emissões
diretas (por exemplo a queima de combustíveis fósseis), indiretas (como aquelas
derivadas da produção de energia) e aquelas indiretas relacionadas à cadeia
produtiva, cheias de derivações. Se você acha que empresas de tecnologia
trabalham meramente com programação e design dos produtos, está muito enganado.
A cadeia produtiva é imensa, envolve diversos países, recursos e muitos
segmentos profissionais. E o cuidado com o meio ambiente só torna o cenário
promissor para o planeta e para a gente trabalhar!
O vídeo abaixo, em inglês, disponibilizado pela Microsoft, explica toda
a influência do dióxido de carbono sobre a crise
climática e a responsabilidade das empresas sobre isso:
A Microsoft não especificou, em números, suas emissões históricas
totais, mas disse que suas operações irão bombear 16 milhões de toneladas de
dióxido de carbono este ano, direta ou indiretamente. A empresa diz que
compensará sua poluição que remonta a 1975 através de uma combinação de captura
direta de ar e sistemas naturais. Isso inclui plantios de árvores, novas
práticas de gerenciamento de solo e uma abordagem amplamente teórica conhecida
como bioenergia com captura e armazenamento de carbono.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
De acordo com a empresa, esse investimento todo vai ser direcionado principalmente
com base em quatro critérios:
- estratégias que
tenham a perspectiva de gerar descarbonização
significativa, resiliência climática ou outro impacto na sustentabilidade; - impacto adicional
do mercado na aceleração de soluções atuais e potenciais; - relevância para a
Microsoft, criando tecnologias que possam ser usadas para lidar com sua dívida
climática não paga e futuras emissões; e - consideração da
equidade climática, inclusive para as economias em desenvolvimento.
Além deste novo fundo, a Microsoft declarou que continuará a investir em projetos de monitoramento e modelagem de carbono por meio do programa AI for Earth, que cresceu nos últimos dois anos para apoiar mais de 450 beneficiários em mais de 70 países. Inclusive, a gente já comentou aqui sobre como a inteligência artificial pode ajudar no combate às mudanças climáticas.
Negatividade que a gente aprova
A gente espera que a empresa, fundada pelo engenhoso Bill Gates, não esteja trabalhando meramente com uma estratégia de marketing. Muito embora, se for o caso, seria uma campanha de 1 bilhão de dólares americanos para se responsabilizar sobre sua pegada de carbono, então a gente crê que seja, de fato, cuidado com o planeta.
Esperamos que o investimento motive e inspire demais companhias a
assumirem esse compromisso. Nesse sentido, o interesse da indústria pode
fomentar mais desenvolvimento para técnicas de descarbonização e baratear esses processos.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Fonte: Microsoft.
Comentários
Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.