A Delta Airlines anunciou planos para ser a primeira grande companhia aérea a tornar-se neutra em carbono globalmente, comprometendo-se a compensar as emissões de gases de efeito estufa de todos os seus voos e operações a partir de março.

A pegada é reduzir a pegada (de carbono)
Marketing ou não, essa tem sido uma tendência recente de uma série de empresas que vêm promovendo planos para reduzir ou equilibrar sua poluição que afeta o clima. A gente já comentou aqui sobre a Microsoft, que puxou a fila com o objetivo de se tornar carbono negativo e também sobre o Bezos Climate Fund, mas esse foi de cunho pessoal e não levou o nome da Amazon. Agora, a Delta Airlines vem com esse plano em uma abordagem global.
Não adianta negar que vai ser caro e muito difícil para as empresas cancelarem com segurança suas emissões usando os tipos de máquinas e sistemas naturais previstos. Vale apontar que a redação do comunicado da Delta deixa um espaço para a possibilidade de que a companhia, em vez de acabar de imediato com as emissões, equilibre-as a partir do próximo mês.
Carbono neutro, investimento alto
A Delta disse que gastará US $ 1 bilhão na próxima década em esforços de redução e remoção de carbono. Isso incluirá o desenvolvimento ou o uso de combustíveis para jatos de baixo carbono e a mudança para aviões ou operações de voo mais eficientes. Nesse cenário, em que as grandes companhias finalmente tomam uma atitude, é ainda menos cabível tratar como hipócrita o ambientalista que não passa de um usuário médio.
Para compensar o restante de suas emissões, a Delta pretende explorar uma variedade de projetos e práticas de silvicultura, zonas úmidas, pradarias ou solo para extrair e armazenar mais carbono. Parte desse US $ 1 bilhão de dólares também será destinada a um fundo dedicado que investirá em tecnologias que podem remover o dióxido de carbono do ar, a tal da descarbonização, que vem sendo pauta frequente e uma grande oportunidade para diferentes áreas da engenharia e afins.

Descarbonização decolando
Startups já estão construindo as chamadas máquinas de captura direta de ar que promovem a remoção de dióxido de carbono da atmosfera, mas atualmente, esse é um processo extremamente caro. Enquanto isso, há uma série de desafios associados à dependência de árvores para a remoção de carbono. E também há alguns pesquisadores também duvidam do potencial de armazenamento de carbono no solo.
Esses desafios só se multiplicam à medida que mais e mais empresas e nações depositam suas esperanças nos mesmos conjuntos de soluções. Cabe a nós inovar e, com o perdão do trocadilho, plantar novas soluções.
Fonte: Delta News Hub.

Kamila Jessie
Engenheira ambiental e sanitarista, MSc. e atualmente doutoranda em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo. http://orcid.org/0000-0002-6881-4217