Muitas pessoas se perguntam “por que investir em um projeto arquitetônico?”. Hoje nós vamos te dar uma boa razão! Por exemplo, sabia que é possível aliar a estética de uma construção a estratégia de marketing de uma empresa? Exatamente! Podemos utilizar a arquitetura comercial como uma forma positiva de impulsionar as vendas do nosso comércio, melhorando a experiência dos clientes. Saiba mais sobre isso no texto a seguir!

Por que investir em arquitetura comercial?

Quem entra em um estabelecimento comercial sempre espera encontrar algo, isto é fato! E a arquitetura pode ajudar a apresentar melhor a este público os tipos de produtos ou serviços oferecidos no local visitado. Ela faria isso através de uma estética personalizada de acordo com perfil de pessoas que são atendidas – seus gostos, necessidades e preferências. Aliás, é isso que define se a sua fachada, paisagismo e decoração de interiores será, por exemplo, mais despojada ou sóbria!

Vitrine Lojas Dell Anno representando arquitetura comercial
vitrine Lojas Dell Anno – imagem de Ivan Leite e Patricia Machado Arquitetura e Design

Um projeto arquitetônico também pode ser capaz de ajudar uma empresa a renovar a sua identidade visual. E por que isso é vantajoso? Para que haja uma melhoria nas vendas! Lembrando que este trabalho deve estar alinhado com outros elementos gráficos criados nas campanhas de Marketing e Publicidade, além das embalagens dos produtos. Mas, para resumir, a ideia é estimular mais o consumo por meio de uma melhor conexão com os clientes. Nessa linha, um bom exemplo é a arquitetura do entretenimento citada em textos anteriores deste site.

“O projeto arquitetônico está ligado à estratégia estabelecida e aos resultados buscados pelo estabelecimento comercial. No Brasil, é normal optar por soluções mais econômicas, deixando de explorar ao máximo o potencial do imóvel”,  

“Em alguns países, existe o designer de varejo, com formação específica para atuar nessa área. Já, no Brasil, os arquitetos são os profissionais mais preparados para desenvolver esse trabalho.” 

– arquiteto Flávio Radamarker, em reportagem de AEC Web.
Fachada lojas TOK representando arquitetura comercial
Fachada lojas TOK – imagem de Quadrilha Design Arquitetura em Pinterest

Quais as reações esperadas nos clientes?

Obviamente a arquitetura comercial quer que o cliente tenha cada vez mais vontade de adquirir um determinado produto ou serviço. Uma coisa é certa: somos mais inclinados a comprar em lugares onde nos sentimos melhor! E o feedback desta arquitetura pode ser obtido pela boa avaliação do estabelecimento! Provavelmente as pessoas irão dizer que tiveram seus sentidos estimulados – audição, visão, tato e olfato. Dirão que foram levadas a imaginar, sendo transportadas para algo diferente e sentindo um forte apelo emocional.

interior de loja
Interior loja – imagem de RS Design
Interior de loja de ternos
Interior loja – imagem de Kube Arquitetura

Como usar a arquitetura comercial para influenciar?

Antes de pensar em como influenciar as pessoas, os projetistas precisam entender quais são as necessidades dos clientes e das empresas para as quais estão projetando uma arquitetura comercial. Por isso diz-se que é necessário que estes profissionais tenham uma formação multidisciplinar. Ou seja, não bastaria eles terem apenas o conhecimento de arquitetura, mas também conhecimento em marketing, psicologia, design, e muito mais.

“(durante o processo) São analisados, principalmente, os 3P’s – Produto, Pessoa, Praça.”,

“Deve-se levar em consideração o ponto em que a loja será construída, os consumidores que serão o público-alvo e o tipo de mercadoria que será comercializada. Todos os fatores do projeto devem atender a esses itens do composto de marketing.”

–  arquiteto Flávio Radamarker, em reportagem de AEC Web.

A arquitetura comercial, no fim das contas, deve ser bastante harmoniosa. Ela não pode brigar com os elementos de propaganda nem comprometer a circulação dos clientes, funcionários e mercadorias; deve oferecer um espaço livre proporcional aos produtos que serão vendidos; ter uma temperatura e luminosidade agradáveis; e ter diversos pontos focais para chamar atenção dos clientes – isso inclui expositores e outros materiais de merchandising.

interior de loja representando arquitetura comercial
Interior loja – imagem de Santa Irreverência

Quais as estratégias adotadas para criação de uma arquitetura comercial?

Os projetistas podem contar com vários recursos para manipular a arquitetura comercial de uma empresa, visando atrair a atenção dos seus consumidores e aumentar o faturamento. Vale explorar todas as características dos espaços – como cores, luminosidade, design de mobiliário, revestimentos de superfícies, entre outros fatores. E não se deve esquecer da fachada ou vitrine, além da área de caixa, o que são os pontos chaves de maior importância neste planejamento – com grande potencial de convencimento do público.

É importante estar atento a vários detalhes deste tipo de arquitetura. Preferencialmente, é melhor que o pé direito dos ambientes seja bastante alto – ou com elementos que evidenciem a sua verticalidade – e que os espaços sejam o mais amplo possível. Tonalidades mais quentes como o laranja estimulariam o entusiasmo dos clientes; já o vermelho estaria associado ao impulso. A camada de piso deve oferecer segurança e praticidade, resistente ao fluxo intenso de pessoas e atraindo o olhar com uma boa variedade de padrões de cores. Já o esquema de luz pode orientar o fluxo, fazer indicações visuais e ressaltar áreas estratégicas do projeto.

interior de loja esportiva
Interior loja Centauro – imagem de Vera Zaffari e CO

Efeitos cenográficos

No caso da arquitetura comercial os mobiliários são utilizados para tornar os ambientes ainda mais agradáveis. Porém, diferente do que acontece na arquitetura residencial, neste caso, o conforto extremo não é desejado; não se quer que o cliente fique por muito tempo parado, então a beleza destas peça ganha mais importância do que tudo – inclusive para criar aquele feito quase que cenográfico. Por fim, também é uma boa forma de preencher os vazios do layout.

interior de loja de roupas exemplificando arquitetura comercial
Interior loja – imagem de Adriana Zein

E aqui vai uma dica final que muitos projetistas e comerciantes esquecem totalmente, que são os cheiros e sons. Exatamente! É preciso explorar todas as experiências sensoriais no mundo do varejo. Dentro deste quesito também estão incluídos elementos de arquitetura como jardins com plantas vivas e fontes de água. Coisas assim devem provocar reações imediatas nas pessoas, mesmo que de forma inconsciente. E em muitos casos, é possível que isso traga à tona memórias positivas, fazendo o ambiente parecer mais confortável e estimulando o consumidor a comprar mais!

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Você já tinha reparado esses elementos ao entrar nas lojas? Deixe seu comentário!


Fontes: Casa Vogue, SEBRAERS, Omni Blog, MacDesign, AECWeb, Contru EJ.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Durante a Páscoa, na maioria das vezes, o que vem à cabeça são as ‘guloseimas’ e os pratos típicos. Ovos de chocolate, colombas, assim como o tradicional bacalhau não podem ficar de fora da celebração.

Mas além das comidas deliciosas, a decoração da casa com motivos da época também entra para a dinâmica festiva.

Claro que, em tempos de pandemia, não há recomendação de se reunir com muitas pessoas. Restringir a apenas poucos membros da família é a melhor saída.

Por outro lado, justamente em um período tão difícil como esse, pode ser um alento poder preparar a casa com enfeites para comemorar qualquer data que seja. E por que não para a Páscoa, que é uma data tão emblemática?

Fato é que você não precisa de muito dinheiro, tampouco sair de casa para encontrar a decoração ideal com coelhos, ovos e cenouras.

Há ideias que podem ser colocadas em prática utilizando materiais simples, sucatas, os quais já tem aí em sua casa. Para não precisar sair, você pode encomendar em sites específicos aqueles que faltarem. Entretanto, a dica aqui é para que você tente aproveitar ao máximo o que já tem guardado, unindo à sua criatividade.

Decoração de Páscoa DIY

Selecionamos enfeites DIY – Do It Yourself / Faça Você Mesmo que podem deixar sua casa super comemorativa para a Páscoa deste ano – e obviamente você pode aproveitá-los nos próximos. Confira!

1. Bandeirolas

Faça bandeirolas com os tecidos e retalhos que você tem em casa. Pode ser com juta, TNT, algodão, feltro ou em qualquer outro material que desejar.

Para decorar, pode fazer coelhinhos, cenouras, ovos também com outros tecidos ou EVA, por exemplo. Pendure-as próximas à mesa onde será a reunião de Páscoa, na porta de entrada, na janela ou onde quiser.

objetos de decoração páscoa coelho

2. Cenourinhas

Cenourinhas podem ser feitas em feltro principalmente. Como você pode ver no passo a passo acima, é simples de criar e vai pouco material. Além de ser tudo muito barato. Quem sabe você já não tem esses itens por aí?

Coloque as cenourinhas para decorar a mesa do café da manhã, almoço ou então a cesta de Páscoa que irá dar de presente. Pode também colocá-las em uma guirlanda para por na porta ou fazer um varal com várias delas.

cenoura DIY de páscoa

3. Porta talheres

Um porta talher temático vai deixar sua mesa de Páscoa mais charmosa. Use qualquer tecido / papel que tiver em casa, mas de preferência que seja mais robusto.

Usar duas camadas de feltro pode ser interessante. Ou então o EVA, que é bem rígido.

objetos de decoração páscoa

4. Guardanapo de coelho

Guardanapos de pano são bem festivos e por isso são usados na mesa de Páscoa. Para dar aquela incrementada, você pode criar formatos neles, como de um coelhinho. Siga o passo a passo abaixo!

objetos de decoração páscoa coelho mesa posta

5. Porta guardanapo

Uma mesa posta de Páscoa bem feita merece um porta guardanapo. Se você não quiser fazer formatos, como no exemplo anterior, use essa ideia simples. Pulseiras redondas e tecido podem se transformar em orelhinhas de coelho.

mesa posta páscoa

6. Coelho com tocos

Parece algo mais complexo, mas vai que você tem por aí um toco de árvore no jardim e não está usando. Ele pode ser cortado em vários para se transformar em um coelho criativo para decorar a mesa.

Uma ideia rústica e que pode ser barata.

objetos de decoração páscoa coelho madeira

7. Ovos de Páscoa de galinha decorados

Está entre as ideias mais clássicas de decoração de Páscoa, mas que se perdeu no tempo em meio a tantos ovos de chocolate e coelhos de pelúcia.

São ovos de galinha realmente, que podem ser pintados e decorados da maneira que você quiser para enfeitas mesas nesse dia especial. Chame as crianças para explorar a criatividade.

8. Outros enfeites de Páscoa DIY

Tecido, crochê, madeira e sucatas podem render excelentes enfeites de Páscoa. Acima há outras sugestões para inspirar você.

objetos de decoração coelho 3

Leia também: Tendências de design de interiores 2021: o que deve mudar na arquitetura e decoração

E então, curtiu conhecer as dicas de DIY para Páscoa? Conte para a gente qual gostou mais.

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Engenharia 360

Clara

Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.

Em diferentes episódios, as operações do Canal de Suez fora afetadas. Especialmente em março de 2021, essa via de navegação esteve travada por dias por conta de um enorme navio de carga, ocasionando um prejuízo estimado de 300 bilhões de reais para a economia global.

Queremos te contar aqui, no Engenharia 360 que esse canal foi construído no Egito, interligando o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Por isso, representa uma passagem exclusiva e importantíssima entre os continentes africano e asiático. 

Ao norte do Canal de Suez fica o “Port Said” e ao sul fica o “Port Tawfik” na cidade de Suez no Egito. Ademais, quatro lagos fazem parte do trajeto, veja:

  • Manzala 
  • Timsah 
  • Grande Bitter 
  • Pequeno Bitter 
canal de suez
Imagem com dados modificados do Copernicus Sentinel, processados ​​por Pierre Markuse, reproduzida de Wikipédia – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Container_Ship_%27
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O que é o Canal de Suez?

O Canal de Suez é uma via navegável artificial de 193 km, com 170 metros de largura e 20 metros de profundidade. Sendo assim, é considerado um dos canais mais longos do mundo. 

Inaugurado em 1869, tornou-se uma das rotas marítimas mais importantes do mundo, facilitando o comércio internacional entre Ásia e Europa.

Vale destacar que o nome do canal faz referência à Companhia Suez de Ferdinand de Lesseps, que realizou a construção. Além disso, abaixo do Canal de Suez foi construído um túnel rodoviário na década de 80.

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Imagem reproduzida de Terra Nova logística

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História do Canal de Suez

Segundo historiadores, a ideia de construir um canal artificial surgiu na antiguidade no governo do faraó Sesóstris III (1878 a.C. a 1840 a.C.). Por esse motivo, a união do Rio Nilo e do Mar Vermelho ficou conhecida como o “Canal dos Faraós”. 

No entanto, o Canal de Suez começou a ser construído em 1859 e inaugurado dez anos depois em 1869. Os números envolvidos na construção são extraordinários, afinal a obra contou com nada menos que 1,5 milhões de trabalhadores para que ficasse pronta em apenas uma década.

canal de suez
Imagem reproduzida de Collections – GetArchive

Além disso, a construção foi financiada pelos franceses e egípcios. Contudo, anos depois a parte do Egito foi repassada para os britânicos por conta de uma dívida externa.  

Para concluir, por conta da “Convenção de Constantinopla”, assinado por diversos países europeus no ano de 1888, ficou decidido que o bloqueio do Canal de Suez era proibido, mesmo em caso de guerra. Todavia, durante a “Guerra dos Seis Dias”, entre 5 e 10 de junho de 1967, a estrutura acabou fechada, e só reabriria para todos os países do mundo em 1975. 

Importância do Canal de Suez

Como falamos anteriormente, o Canal de Suez foi uma gigantesca obra inaugurada em 1869, ligando o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo.

Trata-se de uma das rotas de navio mais utilizadas do planeta, podendo receber navios de carga com capacidade de até 240 mil toneladas. 

Além disso, estima-se que pelo menos 12% do comércio do mundo passam pelo Canal de Suez, ofertando uma ligação marítima extremamente curta entre os continentes africano e asiático.

Impacto no Comércio Global

O Canal de Suez é um elo vital nas cadeias de suprimento globais. Caso ele não existisse, as embarcações necessariamente deveriam contornar a África para chegar até o Mar Vermelho e vice-versa. 

Ademais, pelo menos 50 navios passaram por dia pelo canal em 2019, representando cerca de um terço do tráfego mundial de navios e contêineres. 

canal de suez
Imagem reproduzida de NARA & DVIDS Public Domain Archive – GetArchive

Boa parte do petróleo transportado pelo mar passa pelo Canal de Suez. Por isso, devido ao encalhamento do navio “Ever Given”, em 2021, as taxas de embarque dobraram, além de interromper as cadeias globais de abastecimento. 

Ao menos 15 mil navios passam pelo canal todos os anos, o que significa que a passagem é importantíssima para o comércio mundial.

Desafios e Oportunidades

O Canal de Suez enfrenta desafios como a crescente demanda por transporte marítimo, a necessidade de dragagem constante e o risco de ataques terroristas. No entanto, o canal também apresenta oportunidades de crescimento, como a expansão da capacidade de tráfego e a diversificação das rotas comerciais.

Considerações Finais

Enfim, resumindo, o Canal de Suez é uma infraestrutura crítica para o comércio internacional e a economia global. Sua história, importância e impacto no comércio global demonstram a importância de manter essa rota marítima aberta e segura.

Compartilhe suas ideias! Como você acha que o Canal de Suez impactará o futuro do comércio global?

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Imagem de Capa: Axelspace Corporation em Wikipédia.

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Engenharia 360

Clara

Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.

Mãe e filha decidiram deixar a cidade de Curitiba, no Paraná, e se mudaram para Pernambuco em busca do sonho de viver no litoral e recomeçar suas vidas. No entanto, após um ano de mudança, elas se viram em uma situação extremamente delicada. Incapazes de encontrar emprego e com suas economias esgotadas, elas corriam o risco de serem despejadas de sua moradia.

Em uma entrevista ao G1, a mãe compartilhou que esse momento difícil as motivou a agir: “Existem muitas dificuldades pelo caminho. Mas quando a dificuldade está bem diante de você, você precisa encontrar uma solução. São obstáculos que você precisa superar. E foi isso que fizemos, não é?”.

Casa ecológica
Imagem reproduzida de Arquivo pessoal via UOL

Determinadas a enfrentar o problema de frente, elas arregaçaram as mangas e encontraram uma solução surpreendentemente sustentável: construíram uma casa ecológica com 4.298 garrafas de vidro coletadas do lixo. Esse foi o fim de um pesadelo e o começo de um sonho na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco.

Vale ressaltar que mãe e filha não tinham experiência anterior em construção de casas, então tiveram que pesquisar muito sobre o assunto para colocar o projeto em prática, enfrentando esse desafio em meio à pandemia da Covid-19. A filha, Maria Gabrielly, também compartilhou com o G1: “Terminar nossa casa é mostrar que nós duas, duas mulheres negras fortes, construímos a primeira casa ecológica de garrafas de vidro do estado de Pernambuco. Coletamos essas garrafas no lixo do mangue, corrigindo o erro de muitas pessoas. O primeiro passo é não ter medo de colocar a mão na massa e não sentir vergonha. Sentir-se forte o suficiente e capaz o suficiente para fazer isso”.

A história de Edna representa a força e a luta presentes em muitas famílias brasileiras. Filha de pais analfabetos, ela começou a trabalhar aos 12 anos, abandonou os estudos e criou seus dois filhos sozinha. No entanto, aos 35 anos, decidiu retomar os estudos e formou-se em Gestão Pública. A filha conseguiu uma bolsa em uma faculdade de moda no Recife.

Casa ecológica
Imagem reproduzida de G1

Sustentabilidade 

A história de Edna e Maria Gabrielly também é um exemplo notável de sustentabilidade, ao utilizar garrafas que seriam descartadas de forma inadequada em um mangue. Construir uma casa ecológica com garrafas de vidro não apenas preserva o meio ambiente, mas também contribui para uma vizinhança mais limpa e dá um exemplo necessário para a sociedade brasileira atualmente.

É válido lembrar que o tema da sustentabilidade tem sido debatido ano após ano por governos, instituições ambientais e pela sociedade em geral. No entanto, o Brasil ainda está atrás de outras nações nesse assunto. Atualmente, a reciclagem de alumínio, principalmente de latas de refrigerante e cerveja, é o que funciona melhor por aqui. No entanto, plástico e vidro ficam muito aquém dessa estimativa.

Portanto, fica evidente a importância do engajamento da mãe e da filha, que gerenciaram e aplicaram os resíduos de forma sustentável, evitando que eles fossem descartados a céu aberto e contribuindo para a preservação do meio ambiente.

Problemas cotidianos seriam evitados

Adotar práticas sustentáveis pode realmente fazer a diferença para o meio ambiente. Veja abaixo algumas dessas práticas:

  • Uso de fontes de energia renováveis e limpas.
  • Uso adequado dos recursos minerais.
  • Reciclagem do lixo.
  • Utilização de meios de transporte não poluentes.
  • Uso consciente de energia elétrica e água.
  • Reflorestamento e valorização de áreas verdes.
  • Promoção e aplicação dos conceitos de sustentabilidade.
Casa ecológica
Imagem reproduzida de Globo Reporter via UOL

Ao adotar essas práticas, contribuímos para a preservação do meio ambiente, reduzimos o consumo excessivo de recursos naturais, diminuímos a emissão de poluentes e minimizamos o impacto negativo das nossas ações no planeta.

Cada um de nós tem o poder de fazer escolhas mais sustentáveis em nosso dia a dia. Ao incorporar essas práticas em nossas vidas, podemos criar um futuro mais equilibrado e preservar o meio ambiente para as gerações futuras. Juntos, podemos fazer a diferença.

Essa história inspiradora demonstra como é possível enfrentar adversidades e encontrar soluções inovadoras e sustentáveis. A experiência de Edna e Maria Gabrielly destaca a importância de combater o desperdício e o descarte inadequado de materiais, incentivando a sociedade a repensar seus hábitos e adotar práticas mais conscientes e responsáveis.

Se você gostou dessa história, compartilhe este artigo com seus amigos para que mais pessoas se inspirem e se engajem em ações sustentáveis. Juntos, podemos construir um futuro melhor para o meio ambiente e para as próximas gerações.

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Fonte: G1.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Recentemente, vários teóricos têm proposto discussões sobre equidade versus desigualdade, tentando alertar as pessoas sobre como nós temos vivido em sociedade, convivendo com um desenvolvimentos precários. Infelizmente, em pleno século XXI, ainda precisamos discutir questões como diferenças entre gênero, raça, cor e muito mais. E estes cidadãos, que são chamados de minoria, têm juntado forças para transformar a realidade. No mundo da arquitetura, isso significa um desenvolvimento urbano e igualitário. E você sabe como isso seria possível? Descubra no texto a seguir!

Veja também: Crise Urbanismo: uma reflexão sobre a Arquitetura Brasileira e a qualidade das cidades pós-pandêmica

Formas de promover um desenvolvimento urbano igualitário

1. Parcelamento e direito sobre o solo 

A maior parte da população brasileira vive hoje no meio urbano. Por conta do desenvolvimento desordenado deste território, é comum que surjam frequentemente tantas tensões e brigas envolvendo o parcelamento do solo e a instalação de unidades básicas de serviços – como áreas verdes, postos de saúde e mais. E será que todos que vivem nestas zonas recebem as mesmas oportunidades? Têm o mesmo direito sobre a cidade? É claro que não!

Seria preciso coordenar tudo isso de forma urgente, primeiro pensando numa ocupação de território mais compacta e auto sustentável. E quanto aos outros problemas, eles só poderiam ser resolvidos com boas ações iniciadas por gestores públicos em união com aqueles que vivem no próprio território – levando em consideração seus dilemas e problemas que enfrentam no cotidiano, envolvendo estes cidadão na elaboração de uma agenda e na discussão de soluções.

cidades - arquitetura igualitária - arquitetura urbana
Imagem de Freepik

2. Reconhecimento da desigualdade

Nada de bom pode sair deste trabalho dos gestores e planejadores urbanos se os mesmos não admitirem quais são os reais problemas da sua sociedade e o que está, de fato, ao seu alcance para resolver. E dentro dessa questão aparece, obviamente, a desigualdade socioespacial – algo que afeta ainda mais quem reside na periferia e está em situação de vulnerabilidade.

cidades - arquitetura igualitária
Imagem de jcomp em Freepik

Veja Também: Educação como agente de transformação social: iniciativas de empresas de Engenharia e Arquitetura

3. Qualificação profissional científica

Só pode dar as respostas quem as tem!

O planejamento das cidades, por exemplo, é uma coisa que só poderia começar com o trabalho de um arquiteto urbanista. Outras questões também só poderiam ser respondidas por pesquisadores na área da saúde e mais. Só que no Brasil, por algum motivo, tem político que acha que pode encontrar sozinho e sem experiência adequada todas as soluções, negando a capacidade científica de achar as melhores alternativas para a população e o meio ambiente. A consequência muitas vezes é a desistência da formação profissional superior e especialização nas áreas nas quais estamos mais deficientes!

cidades - arquitetura igualitária
Imagem de DCStudio em Freepik

4. Representação igualitária na arquitetura

De acordo com o Instituto Americano de Arquitetos, a maior parte dos profissionais dessa área no país são homens brancos. Se tomarmos este dados como base, podemos acreditar que a maior parte dos arquitetos no mundo não são mulheres e não são pessoas de cor ou indígenas. E o que isso nos diz? Quer dizer que as pessoas que representam comunidades diferentes, com pensamentos, culturas e necessidades distintas não estão sendo ouvidos de forma igualitária. E se fossem, isto traria um desenvolvimento diferente e melhorado para os projetos de arquitetura e urbanismo no mundo!

Como será que as pessoas portadoras de alguma dificuldade se sentem nas cidades brasileiras? Os moradores de rua que precisam lidar todos os dias com uma arquitetura hostil, que os expulsa dos espaços públicos? As pessoas que passam fome e que poderiam se beneficiar de projetos sustentáveis, como das hortas urbanas? E os trabalhadores que encontram dificuldade em uma rede de infraestrutura de transporte público totalmente caótica?

cidades - arquitetura igualitária
Imagem de wirestock em Freepik

Veja Também: Urbanismo no Brasil: desafios e oportunidades para as cidades antes e pós pandemia

5. Mobilidade e acessibilidade

Por falar na questão do trânsito, as cidades brasileiras parecem colocar os carros em primeiro lugar antes dos pedestres e ciclistas. Em alguns locais, existe um disparate entre o percentual de edifícios residenciais sobre comerciais e edifícios altos sobre baixos, ou vice-e-versa. E tem muitas regiões que possuem um índice de folhagens significativamente baixo, enquanto tem outras com árvores frondosas que jamais passam por qualquer avaliação, caindo no primeiro temporal.

E por que citamos todas estas coisas? Porque mobilidade e acessibilidade não tem a ver só com carros e pedestres. Isso também faz relação com uma variedade de narrativas socioeconômicas e a capacidade de um projeto urbano considerar essas diferenças, prevendo a resiliência e as constantes mudanças de uma cidade!

cidades - arquitetura igualitária
Imagem de Freepik

6. Estética urbana

Por fim, existe mais uma coisa que a arquitetura pode fazer para a construção de um território brasileiro mais igualitário, que é o tratamento das fachadas das moradias.

Sim, alguns bairros de cidades brasileiras precisam de um projeto de intervenção urgente para que voltem a ter a boa aparência que tinham um dia. Isso traria vários benefícios, como o afastamento da criminalidade, a valorização dos imóveis e o engajamento da comunidade. Veja o que disse o arquiteto Ruy Ohtake quando trabalhou com a paisagem de Heliópolis, na região sudeste de São Paulo: 

“Procuro fazer com que a estética seja de toda a cidade, junto com a preocupação social, acompanhando o desenvolvimento da comunidade.”

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Heliópolis – imagem de prefeitura de São Paulo

Se todos os profissionais pensam como Ohtake? É claro que não! Infelizmente a Arquitetura Brasileira ainda é muito tradicionalista e conservadora! Muitos ainda preferem seguir sistemas e tendências já ultrapassadas ou simplesmente desconsideram a opinião de diversos personagens que habitam as nossas cidades. Por conta disso, abriu-se a brecha para que oportunistas tomassem o lugar do bom planejamento urbano, negando o direito básico àqueles que necessitam. E está mais do que na hora de mudarmos esta situação!

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Fontes: UOL, O Estadão, O Estadão 2, CAURS, Vitruvius, ArchDaily.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Prepare seu celular, pois na noite do dia 14 de outubro de 2023, data da atualização desta publicação, haverá um eclipse solar. Para registrar o momento, aqui vão algumas dicas: limpe a lente do celular e ajuste a exposição manualmente; use a Lua como aliada para evitar borrões. Evite olhar diretamente para o Sol, use óculos adequados. Ah, e vale dizer ainda que o eclipse será transmitido ao vivo no YouTube do Observatório Nacional!


Agora, vamos discutir as possíveis consequências de colocar painéis solares na Lua. Como você deve saber, o projeto Artemis da NASA visa retornar à Lua e estabelecer uma presença sustentável de astronautas no satélite natural. Isso implica na necessidade de uma quantidade significativa de energia para alimentar habitações lunares, rovers e construções complexas.

Desafios Técnicos dos Painéis Solares na Lua

A NASA reconhece que a geração de energia na Lua é essencial para tornar essas missões viáveis, e como parte desse esforço, a agência selecionou cinco empresas – Lockheed Martin, ATK Space Systems, Honeybee Robotics, Space Systems Loral e Astrobotic Technology – para desenvolver tecnologias de painéis solares. Esses painéis solares precisam atender a requisitos específicos para funcionar efetivamente no ambiente lunar.

painéis solares Lua
Imagem do solo lunar onde é possível perceber as formações rochosas – site da NASA

Uma das principais considerações é a resistência à poeira lunar. A Lua tem uma superfície coberta de poeira fina que pode ser prejudicial para os painéis solares se não forem projetados adequadamente. Além disso, os painéis solares devem ser capazes de se fixar corretamente ao terreno lunar para garantir estabilidade.

Outra questão importante é a posição dos painéis solares. Diferentemente das estruturas convencionais, que são projetadas para microgravidade ou superfícies horizontais, os painéis solares lunares precisam ser posicionados verticalmente. Isso ocorre porque, no Polo Sul da Lua, o ângulo do Sol não é alto o suficiente para painéis horizontais captarem a luz solar de maneira eficaz. Além disso, as colinas e encostas lunares podem criar sombras que afetariam o desempenho dos painéis solares, tornando as estruturas altas uma solução prática.

Veja Também: Quanto custa produzir energia solar?

Impacto na Exploração Espacial

Essa iniciativa da NASA e suas parcerias com empresas para explorar o espaço e desenvolver tecnologias avançadas são passos significativos em direção à exploração lunar sustentável e, eventualmente, à colonização fora da Terra. Ter fontes de energia confiável na Lua é fundamental para impulsionar as atividades humanas na superfície lunar e, possivelmente, abrir caminho para a exploração de outros corpos celestes.

Esses avanços tecnológicos e parcerias estão aproximando a realidade de colônias humanas na Lua e em outros lugares no espaço, e é uma empolgante perspectiva para o futuro da exploração espacial.

Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe seu entusiasmo por esses desenvolvimentos emocionantes!

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Fontes – NASA, Interesting Engineering.

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Engenharia 360

Rafael Panteri

Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.

Podemos dizer já que passaram-se os anos em que saber BIM era uma escolha para os profissionais de engenharia e arquitetura. Desde 2021, o uso da metodologia passou a ser obrigatório em obras públicas no Brasil e, com isso, acelerar ainda mais a adoção do BIM no mercado.

Mas, afinal, a metodologia BIM é um software? É uma evolução do AutoCad? Por que ele está sendo tão falado ao redor do mundo? É justamente para desmistificar alguns mitos e descomplicar esse conceito, que decidimos criar esse post de estreia aqui no Engenharia 360.

modelo BIM com nuvem de pontos
Modelo BIM – construção virtual | Fonte: Wikimedia Commons

O que é BIM

“BIM é uma série de processos, métodos, softwares e tecnologias usados para melhorar a comunicação e a cooperação durante as fases de um empreendimento, desde a concepção arquitetônica até a manutenção do edifício. O modelo no caso, simplificando a ideia, se trata de uma versão digital completa da construção.” – BIM na Prática.

Para trazer primeiramente uma definição oficial sobre a sigla, podemos pegar a que está registrada em um dos primeiros documentos governamentais sobre o tema. É o caderno BIM, da Secretária de Estado do Planejamento de Santa Catarina, que inclusive traz 2 definições possíveis:

  1. Building Information Modeling (caráter verbal), que seria uma metodologia que cria um processo para a gestão da informação, desde a concepção até a gestão da edificação pronta.
  2. Building Information Models (caráter de substantivo), seriam os modelos (projetos) digitais, 3D e ricos de informação (não se limitando a representações espaciais de elementos) e que consistem na base do processo BIM.

Para esclarecer então: BIM não é igual a Revit

Uma vez entendido que o conceito BIM como substantivo se refere unicamente ao modelo BIM, construí-lo é somente uma etapa de todas que a metodologia abre com suas informações inseridas no modelo. 

E para esta etapa específica de modelagem, existem vários softwares que permitem a construção e manipulação destes modelos. O Revit é somente um deles, porém existem diversos outros, como:

  1. Archicad, da Graphisoft (Hungria), muito famoso na Europa e EUA;
  2. Edificius, da ACCA (Itália), bem disseminado na Europa e vencedor de prêmios como melhor software OpenBIM do mundo;
  3. QiBuilder, da AltoQI (Brasil, que vem buscando adaptar seu portfólio de soluções a metodologia.

E além de softwares distintos, é importante frisar que existem também metodologias ou estratégias de modelagem diferentes. Cada uma feita para potencializar a aplicação desejada do modelo (estudo preliminar, orçar, etc) em menos tempo.

Por isso, fique atento, já que existe uma profusão de cursos online que prometem tornar você um especialista em BIM, porém estão somente ensinando você a usar uma ferramenta e para uma finalidade.

Entendendo BIM com exemplos

Seguindo os conceitos apresentados, Building Information Modeling seria o conceito mais amplo de BIM. Pois ele seria uma soma de processo, métodos e softwares utilizados em toda jornada de um empreendimento, da concepção até sua eventual desativação.

Dessa forma, inserimos um volume de informações gigantesco nos projetos, que antes eram somente linhas e hachuras, respeitando processos construtivos e se adaptando de acordo com o momento do empreendimento.

Assim, um mesmo modelo pode ser usado para diferentes finalidades, na medida que ele avança no volume de informações e detalhamento:

  1. Estudos de viabilidade;
  2. Estudos de eficiência energética;
  3. Simulação de custos (orçamentação);
  4. Simulação de prazo (planejamento);
  5. Extração de quantitativos para diferentes cenários de construção;
  6. Estudo de projetos de engenharia;
  7. Detecção de interferências de projeto;
  8. Colaboração entre equipes multidisciplinares;
  9. Acompanhamento durante a execução da obra;
  10. Criação de modelos em realidade aumentada;
  11. Manutenção pós obra;
  12. E muitas outras finalidades.

Tendo em vista tantas frentes de trabalho em cima de um mesmo modelo, sendo atualizado e recebendo informações de diferentes profissionais, como gerir isso? Explicaremos em outros conteúdos mais para frente sobre essa dinâmica de trabalho.

Mas o que é crucial introduzir logo de início, para entender esse processo de construção e manipulação da informação, é o conceito da interoperabilidade BIM. Ou seja, diferentes pessoas (e softwares) enriquecem o modelo de informação e utilizam a informação dos outros.

Esse fluxo de trabalho também muda a forma de colaboração entre os envolvidos em uma obra. A gestão de um projeto passa a ser muito mais colaborativa entre arquitetos, projetistas complementares, orçamentistas, engenheiros de obra e demais envolvidos

Portanto, conhecimentos de obra e habilidades pessoais serão cada vez mais importantes para os profissionais da nova indústria da construção. Além disso, abre-se uma grande oportunidade de mercado da para práticas de qualidade  em gestão de projetos, ainda pouco explorado pelo setor.


A importância do BIM

De acordo com informações do Blog Ipog, são muitas as justificativas que levam os projetistas a apostarem no BIM para melhorar seus projetos e obras, desde a etapa de planejamento à operação de sistemas. Para começar, a possibilidade de geração de modelos 3D e até 4D melhores, antes mesmo da concepção, levantando informações mais precisas, fundamentais na tomada de decisões. Isso vale para dados topográficos e mesmo estimativas de curtos.

Desse jeito, é possível compreender e sequenciar com maior precisão todas as fases e planos de construção, pensando em evitar retrabalhos. A depender do software utilizado dá para avaliar sistema estrutural do empreendimento, fazer diversas simulações, testar parâmetros – sobretudo relacionando com as normas regulatórias nacionais vigentes -, monitorar cronograma de manutenção, e muito mais. Nem precisa dizer o quanto isso impacta na produtividade, resultados e valor agregado das obras!

Ferramentas BIM mais utilizadas

  • Revit: programa da Autodesk, trata-se de um software pago, com opção de avaliação; capaz de importar, exportar e vincular dados de outros softwares nos formatos (IFC, DWG™ e o DGN) e de gerar visualizações 3D.
  • ArchiCAD: programa pago – com licença especial para estudantes -, usado normalmente na projeção, documentação e colaboração em projetos de obras; capaz de gerar excelentes renderizações.
  • Autodesk BIM 360: solução para conexão de informações em nuvem, com diversas aplicações para gestão de documentos e tarefas, e integração com os documentos Revit, CAD e Navisworks para uma compreensão ampla de projetos.
  • Navisworks: solução para BIM 5D, fazendo compilação de informações registradas e geração de orçamentos.
  • Synchro 4D: solução para integração de modelos com cronogramas, com acompanhamento em tempo real de impactos de cada mudança de projeto.

A construção digital da edificação

Trazendo de uma forma ainda mais clara, uma boa analogia para explicar o processo BIM é dizer que estamos construindo virtualmente o prédio inteiro no computador antes de ser mexida a primeira pá de terra no terreno.

Assim como ocorre na prática, todas as disciplinas de projeto ficam integradas e “sobrepostas”. Dessa forma, conseguimos uma boa visualização de problemas com antecedência, para discutir soluções de projeto entre os especialistas.

Assim podemos, aos poucos, acabar com a cultura do “isso eles resolvem na obra”. Resolvendo de forma antecipada, reduz custos, otimiza o tempo de execução e garante a melhor decisão técnica para os problemas.

Isso tudo pois, agora, ao invés de representarmos objetos construtivos como linhas, eles se tornam geometrias tridimensionais com informações atreladas a eles. O software de modelagem entende elas como uma janela, uma parede de alvenaria, um bloco estrutural e assim por diante.

E na esfera das informações, é possível inserir o custo de um bloco representado, sua condutividade térmica, seu isolamento acústico e diversas outras informações. Assim, é possível criar simulações no modelo, para gerar análises que antes não eram possíveis no Cad.

Central de água modelada em um software BIM
Modelo BIM de uma central de Água | Fonte: BIM na Prática

Edificações inteligentes

Dando alguns passos a frente das possibilidades iniciais do BIM, é interessante trazer uma analogia que já citamos em nosso blog:

  • Pense no carro como um paralelo de uma obra, mesmo os carros mais antigos possuem indicadores que mostram os níveis de combustível e velocímetro. 
  • Mas os carros mais modernos já indicam os níveis de fluido de óleo, freio, pressões de pneus, consumo em tempo real e funcionamento de peças mecânicas do motor também.
  • Nota-se que mesmo que o usuário não tenha conhecimentos de mecânica, ele saberá operar e realizar as manutenções do carro baseado nos apontamentos feitos pelo sistema.

Analogamente, o mesmo  serviria para uma construção inteligente (saiba mais sobre elas aqui). Em um futuro com o BIM disseminado e avançado, será possível:

  1. Os brises aberturas se adequassem às suas necessidades de luz e energia em um determinado momento do dia automaticamente;
  2. O sistema de elevadores informasse quando uma manutenção é necessária;
  3. Os extintores de incêndio alertassem sobre seus próprios prazos de validade;
  4. Os geradores informarem sobre sua queda de desempenho frente ao consumo de energia das máquinas de refrigeração;
  5. Leitores de temperatura trazerem dados para avaliar a queda de isolamento térmico dos materiais, na medida que envelhecem.

Na prática, essas opções “futuristas” já são possíveis, porém ainda pouco disseminadas e com isso com preço elevado. Mas com a metodologia BIM e seus bancos de dados evoluindo, em poucos anos isso pode se tornar realidade comum no Brasil. Já pensou puxar esse mercado?

Conclusão

Enfim, a ideia é contextualizar você o que é o BIM, ampliando a visão de que ele seja somente uma ferramenta para projetos. E sim abrir o horizonte de possibilidades que ele permite.

Em breve escreveremos mais, sobre comunicação de ferramentas, aplicações específicas, algumas lendas criadas, trabalho entre equipes BIM e muito mais!

Mas por isso queremos ouvir você: quais temas você gostaria de saber mais sobre a metodologia BIM? Escreva pra gente nos comentários!

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Engenharia 360

BIM na Prática

Ajudamos estudantes e profissionais a aprenderem as habilidades necessárias para o novo mercado da construção, por meio de cursos de BIM e soft skills em parceria com a Trilho.

O novo modelo da Daymak, chamado Spiritus, se junta à série Avvenire. Seu formato, aliás, é bastante fora do convencional: é um carro elétrico de três rodas. E vai ser o carro elétrico de três rodas mais rápido do mundo, diz a empresa.

A Daymak lançou uma campanha de financiamento coletivo para o carro, que vem com seus próprios painéis solares para carregamento, um sistema de regeneração e um carregador sem fio. Sendo assim, meta é chegar a 50 mil pré-encomendas mais ou menos na metade da campanha.

O modelo Ultimate de três rodas e dois lugares oferece uma aceleração rápida de zero a 96,5 km por hora, em 1,8 segundos. Além disso, tem um alcance de 480 km. Seu preço inicial é de US$ 149.000.

Já a versão Deluxe do Spiritus é mais em conta (US​​$ 19.995). Esta tem um alcance moderado de 186 milhas (300 km), mas sem a aceleração rápida do Ultimate.

Daymak abre pré-venda promocional do novo veículo

Segundo a Daymak, ao fazer um depósito US$ 100, o cliente garante um preço mais baixo para o veículo do que nas vendas oficiais, que ainda não começaram. Além disso, a marca também dá um cupom de bônus de US$ 100 para usar em qualquer uma das e-bikes ou outros pequenos veículos elétricos da Daymak em estoque.

Três versões do carro de três rodas da Daymak, chamado Spiritus

Como parte da série Avvenire, outros cinco veículos individuais que já existem são o Terra, uma e-bike para ruas urbanas e estradas; a Foras, uma bicicleta reclinada e coberta; a Tectus, uma scooter AWD totalmente elétrica; o Aspero, um mini bug fechado e leve; e o Skyrider, um veículo elétrico de alto desempenho, que também pode voar.

A campanha de crowdfunding para o Spiritus ficará aberta até o final de julho de 2021. Depois disso, plano é que a Daymak inicie a produção em meados de 2023.

Fonte: Interesting Engineering.

E você, o que achou do novo protótipo da Daymak? Conte nos comentários!

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Toda a arquitetura é sempre mágica! Mas em casos especiais, ela vai além do convencional e se permite atingir resultados ainda mais expressivos. É quando, por exemplo, um empreendimento visa o entretenimento e o Marketing. Neste caso, os projetos de edificações, áreas abertas, interiores e outros são manipulados para a promoção de marcas e experiências marcantes dos clientes/usuários. No texto a seguir, vamos descobrir como é pensada a Arquitetura do Lazer!

O que é e qual o objetivo da Arquitetura do Lazer?

A Arquitetura do Lazer ou Arquitetura do Entretenimento está alinhada à arquitetura tradicional. Porém, ela possui um objetivo a mais, que é o de proporcionar muito mais diversão aos seus clientes/usuários. Seu potencial de encantamento é muito maior, sempre provocando emoções para tirar o público da realidade e mexer com o seu inconsciente. Por isso ela também é chamada de mágica!

Muitas empresas buscam na Arquitetura do Lazer a oportunidade de promover ainda mais as suas marcas, se conectando melhor com o seu público-alvo, transmitindo a ele certa mensagem – determinada pela equipe de Marketing. O caso mais famoso que conhecemos é o da Walt Disney.

Especificamente em casos como o da Arquitetura Disney, todos os espaços de parques de diversão e lojas instaladas em shoppings parecem ter o mesmo objetivo, que é se relacionar com o público de maneira afetiva. É assim que a marca trabalha a fidelização! Dizem os especialistas que a maior vantagem disso é fazer com que os clientes deixem de lado qualquer julgamento lógico da empresa ou da sua marca e ajam apenas por impulso, baseados nas suas emoções. O que acha? Você concorda?

Wald Disney representando arquitetura do lazer
Disney Parks (imagem de Pixabay)

Como a Arquitetura do Lazer é criada?

Em outras oportunidades, já dissemos quais são as etapas de um projeto de arquitetura. Porém, no caso da Arquitetura do Lazer ou Entretenimento, devemos acrescentar nova fase. Seria um momento preliminar, quando a empresa definiria, de forma clara, um posicionamento de marca e as ferramentas de Marketing utilizadas para isto.

Claro que o “casamento” entre estas áreas deve ser perfeito, se a ideia é mesmo visar o lucro – com mais vendas e visitação! Mas, junto disso, é possível alcançar muitas outras vantagens – o que veremos nos próximos tópicos -, expressas principalmente na alegria estampada no olhar dos clientes ou usuários!

Quais as áreas de atuação?

Vários nichos de mercado se beneficiam com a Arquitetura do Lazer ou Entretenimento. O primeiro deles é o do comércio, incluindo os grandes shopping centers – das vitrines aos interiores -, casas de festas e parques de diversões. Nesses locais podemos ver grandes estruturas em incríveis formatos de réplicas de grandes montanhas e monumentos edificados no mundo. E esta arquitetura ainda tem ao seu favor o recurso das projeções visuais – hoje mais avançadas. Nesta linha, um grande exemplo é a cidade de Las Vegas e seus famosos cassinos; já aqui, no Brasil, cidades como Gramado.

arquitetura temática Praça de alimentação shopping arquitetura do lazer
Praça de alimentação shopping – imagem de Divirta-se! Curitiba
arquitetura do lazer temática em parque de diversões
Arquitetura parque diversões – imagem de Pxhere
arquitetura temática las vegas
Las Vegas – imagem de Pixabay
arquitetura temática em Gramado
Cidade de Gramado – imagem de Fotografia Experimental

Ainda na linha comercial, não podemos nos esquecer dos hotéis e resorts, restaurantes, museus, zoológicos e até mesmo hospitais, por incrível que pareça – como aqueles que trabalham com centros médicos infantis. Essas áreas mesclam conceitos de negócios e atrações corporativas. Este é um jeito de concretizar um discurso, também muito importante em cenários teatrais e de concertos musicais. Por isso é que a cenografia também seria considerada uma Arquitetura do Lazer!

recepção de hotel com arquitetura do lazer
Recepção hotel – imagem de ArchTrends
arquitetura do lazer em zoológico
Arquitetura zoológico – imagem de Guia Viajar Melhor
hospital de oncologia
Hospital de oncologia – imagem de ArchDaily

Estilos de arquitetura utilizados em projetos tipo cenográficos – com efeitos de luzes, cores, linhas e volumes -, mesmo que de forma simplificada, também podem ser reproduzidos em certas áreas institucionais como escolas e bibliotecas. A ideia é utilizar a Arquitetura do Entretenimento para ensinar, reforçando a mensagem que é transmitida pelos professores!

 Escola infantil
Escola infantil – imagem de Casa Vogue

Por fim, não podemos esquecer daquelas áreas que são construídas pelas prefeituras e que servem para entreter os seus contribuintes – que seriam os próprios moradores. Por exemplo, as pequenas praças dentro de bairros e principalmente os grandes parques com as suas diferentes alas para brincadeiras, descanso e contemplação. Neste caso, até mesmo as peças mobiliárias podem ser utilizadas para o entretenimento!

Pracinha infantil
Pracinha infantil – imagem de Giro na cidade

Você já tinha pensado sobre como a arquitetura do lazer é planejada? Comente!


Fontes: AEC Web.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

O objetivo de mapear a atividade neural em relação ao comportamento sempre foi muito presente entre neurocientistas. As chamadas brain–machine interfaces (Interfaces cérebro-máquina), também conhecidas como BMIs, são dispositivos que leem e interpretam a atividade cerebral. Agora, eles podem ser utilizados com tecnologia Ultrassom.

Os atuais BMIs já cumprem um grande papel na conexão de braços robóticos ao sistema nervoso de pessoas com paralisia, por exemplo. Ou seja, dispositivos assim já eram capazes de interpretar a atividade neural de uma pessoa e mover um braço robótico de maneira correspondente.

No entanto, uma grande dificuldade existe para conectar um BMI a um cérebro humano. Uma cirurgia muito invasiva é necessária. Sendo assim, um grupo de pesquisadores da Caltech publicou na última segunda (22) um paper que trouxe avanços na área.

Novo ultrassom atinge resultados inéditos

Um diagrama que ilustra como funciona novo tipo de ultrassom.

Agora, com o uso de fUS (functional Ultra Sound), uma nova tecnologia ultrassom, é possível fazer os mesmos procedimentos de forma muito menos agressiva ao corpo humano. Além disso, é possível que custos sejam reduzidos, o que facilita para desenvolver mais pesquisas desse tipo. Sumner Norman, pós-doutorado no laboratório de Andersen e co-autor do novo estudo, comenta:

“Infelizmente, apenas alguns poucos selecionados com paralisia mais grave são elegíveis e desejam ter eletrodos implantados em seus cérebros. O ultrassom funcional é um método novo e incrivelmente promissor para registrar a atividade cerebral detalhada sem danificar o tecido cerebral. Nós ultrapassamos os limites da neuroimagem por ultrassom e ficamos entusiasmados por poder prever o movimento. O mais empolgante é que a fUS é uma técnica jovem com enorme potencial – este é apenas nosso primeiro passo para levar um BMI de alto desempenho e menos invasivo para mais pessoas. “

Sumner Norman
Nova tecnologia de ultrassom possibilita ler mentes

A resolução alcançada foi de de 100 micrômetros. Considerando que o tamanho de um único neurônio é cerca de 10 micrômetros, pode-se dizer que são ótimos resultados. Assim, é possível pelo menos visualizar redes neurais, inclusive em regiões mais inacessíveis do cérebro.

Testes são feitos em primatas

Segundo o estudo publicado, os testes estão ocorrendo em primatas não humanos. Ao ensiná-los a fazer coisas simples, como mover olhos e braços em determinada direção, o fUS os monitora. Assim, são mensuradas suas atividades neurais do córtex parietal posterior, que corresponde aos movimentos, também para nós humanos.

Indo mais além, o algoritmo do BMI também foi capaz de prever movimentos dos macacos. Os próximos passos do estudo se direcionarão para testes em humanos.

Fontes: Interesting Engineering; Caltech.

O que você achou dessa nova tecnologia de ultrassom? Comente!

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