Arquitetura

Urbanismo no Brasil: desafios e oportunidades para as cidades antes e pós pandemia

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Por: Simone Tagliani | Em: | Atualizado: 22 meses atrás | 7 min de leitura

Avenidas/ trânsito de São Paulo (imagem de Pixabay)

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A Covid 19 levou embora muitas almas queridas, mas também veio para nos trazer bons aprendizados. O principal deles é que não podemos levar a vida do mesmo modo como fazíamos antes. Isto inclui o jeito como lidamos com as nossas cidades. É obrigação daqueles que trabalham com urbanismo aproveitar o momento pós pandemia para pôr em prática alguns discursos que já vêm sendo desenvolvidos agora, sobretudo quanto à mobilidade das pessoas e a construção de espaços públicos menos contaminantes.

Vamos aproveitar este momento de eleições para repensar as cidades brasileiras! No post a seguir, o Engenharia 360 propõe uma profunda reflexão, analisando, ponto a ponto, o que pode mudar no cenário nacional nos próximos anos passada a COVID-19!

1. Fluxos de pessoas e veículos

imagem de avenida urbana representando o urbanismo
Avenidas/ trânsito de São Paulo (imagem de Pixabay)

Um dos motivos de muitas pessoas preferirem estudar e trabalhar em home office é justamente tentar fugir do estresse dos congestionamentos! Então, pode-se dizer que a primeira coisa que deve ser repensada nas cidades brasileiras é o desenho e medidas das vias urbanas - favorecendo um percurso contínuo e em velocidade adequada dos veículos. Além disso, é preciso repensar a largura das calçadas, para que as pessoas possam caminhar com um maior distanciamento; e a possibilidade da criação de mais faixas de ciclovias.

Leia também: O que deve acontecer com o urbanismo das grandes cidades pós COVID-19?

2. Áreas verdes

imagem de lagoa em Praça dos cristais, Brasília, representando urbanismo
Praça dos cristais-Brasília (Imagem: Pixabay)

Para amenizar as altas temperaturas e os famosos “bolsões de calor” nas cidades, em meio a tantos edifícios construídos, só com a criação de áreas verdes. É preciso investir em mais arborização de canteiros centrais, praças e parques. Além disso, incentivar as pessoas a aproveitarem mais os recuos de jardins, sacadas e varandas para o cultivo de plantas e compostagem. E, também, estimular os arquitetos e engenheiros a sempre preverem, em seus projetos de edificação, terraços jardins e coberturas verdes.

3. Espaços de convívio social

O convívio social é importante para relações humanas saudáveis! Mas o que aprendemos este ano é que o design dos espaços urbanos planejados precisam melhorar! Primeiro, é importante que eles sejam mais amplos e bem arejados. Também que ofereçam um maior contato com a natureza e equipamentos para exercício físico e diversão, mantendo alta a imunidade das pessoas, e que os brinquedos instalados para as crianças possam ser educativos e estimulantes para o seu desenvolvimento.

4. Informatização e comunicação visual

Publicidade em termômetro. Termômetro/Relógio do mirante de Bom Jardim da Serra, Santa Catarina.
Termômetro/Relógio do mirante de Bom Jardim da Serra, Santa Catarina. (Imagem: Arthur Boppré via Flickr)

Para que as pessoas possam percorrer as ruas de sua cidade com mais segurança, sabendo para onde vão e quais transportes públicos pegar, se necessário, é preciso uma renovação nas sinalizações. Seguindo o exemplo das grandes metrópoles bem preparadas para o turismo, as cidades brasileiras poderiam apresentar mais mapas e outros tipos de placas com informações gerais relevantes aos pedestres. Também seria bacana explorar os relógios digitais e demais modelos publicitários para embelezar as cidades e gerar renda para a sua população.

5. Energia renovável

Poste de luz com energia solar
Poste de luz com energia solar (imagem de Pxhere)

A iluminação pública e muitos outros aparelhos e equipamentos urbanos precisam de energia elétrica para funcionar. Mas esta energia pode vir de uma fonte mais ecológica! É o caso, por exemplo, das placas solares e dos modelos de turbinas eólicas em urbanismo. Um ótimo custo-benefício para o bolso das pessoas e para a natureza também!

6. Mobiliário urbano

É importante também repensar o mobiliário urbano das cidades brasileiras, ou seja, em todas as coisas que preenchem com funcionalidade os espaços públicos do nosso país - como guarderreios, postes de iluminação e bancos. Estes elementos precisam apresentar um design que valorize as áreas abertas, incluindo praças e parques. Eles precisam ser feitos de materiais mais resistentes, duradouros e ecológicos, oferecendo também muita segurança aos usuários!

7. Parcerias público-privadas no urbanismo

Infelizmente, não podemos negar que o orçamento público para reforma urbana no Brasil é bem limitado, o que impede a realização de muitas destas ideias que foram citadas anteriormente. Mas uma forma de tirar rapidamente tudo isto do papel é estudar, de mente aberta, as propostas de participação de empresas privadas em algumas das negociações públicas. Tomamos como exemplo o caso de Porto Alegre, que conseguiu consertar a cobertura de um de seus maiores portais de ônibus, destruído em um grave temporal de 2014, fazendo uma troca comercial com uma rede de supermercados do estado.

8. Debate popular

Imagem ilustrativa de diálogo entre poder público e representantes sociedade para falar sobre urbanismo
Diálogo entre poder público e representantes sociedade. (imagem Pixabay)

O debate popular no planejamento urbano brasileiro precisa ser constante - e não apenas no período das eleições municipais! É preciso cobrar o diálogo entre prefeitos e vereadores, pressionando que eles ouçam também os seus eleitores. Só os cidadãos poderão lhes dizer o que realmente é necessário em cada comunidade. Por fim, também pedir que eles ouçam pesquisadores universitários e especialistas profissionais em diferentes nichos do mercado, capazes de orientar o poder público para um serviço de melhor qualidade, baseado na ciência – o que inclui engenharia, arquitetura e urbanismo.

9. Trabalho voluntário

Voluntários ajudando na limpeza das cidades para melhorar urbanismo.
Voluntários ajudando na limpeza das cidades. (imagem Pixabay).

No último tópico desta lista, vamos lembrar de como as cidades brasileiras podem se beneficiar com a participação da população em várias iniciativas de renovação e mudança urbana. Aprendemos com a COVID-19 que devemos valorizar a vida, respeitar a natureza e nutrir o sentimento de comunidade! Esta pandemia é a prova de que estamos interligados, de que somos um só! E pode ser um gesto bonito contribuir com a limpeza das ruas, a criação de canteiros e hortas urbanas, além de outros projetos de responsabilidade socioambiental!

Qual outro desafio ou oportunidade você colocaria na lista? Comente!


Fontes: Instituto de EngenhariaCAUMT, São Paulo São, Clima InfoDiário do Comércio.

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