A Covid 19 levou embora muitas almas queridas, mas também veio para nos trazer bons aprendizados. O principal deles é que não podemos levar a vida do mesmo modo como fazíamos antes. Isto inclui o jeito como lidamos com as nossas cidades. É obrigação daqueles que trabalham com urbanismo aproveitar o momento pós pandemia para pôr em prática alguns discursos que já vêm sendo desenvolvidos agora, sobretudo quanto à mobilidade das pessoas e a construção de espaços públicos menos contaminantes.
Vamos aproveitar este momento de eleições para repensar as cidades brasileiras! No post a seguir, o Engenharia 360 propõe uma profunda reflexão, analisando, ponto a ponto, o que pode mudar no cenário nacional nos próximos anos passada a COVID-19!
1. Fluxos de pessoas e veículos
Um dos motivos de muitas pessoas preferirem estudar e trabalhar em home office é justamente tentar fugir do estresse dos congestionamentos! Então, pode-se dizer que a primeira coisa que deve ser repensada nas cidades brasileiras é o desenho e medidas das vias urbanas - favorecendo um percurso contínuo e em velocidade adequada dos veículos. Além disso, é preciso repensar a largura das calçadas, para que as pessoas possam caminhar com um maior distanciamento; e a possibilidade da criação de mais faixas de ciclovias.
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2. Áreas verdes
Para amenizar as altas temperaturas e os famosos “bolsões de calor” nas cidades, em meio a tantos edifícios construídos, só com a criação de áreas verdes. É preciso investir em mais arborização de canteiros centrais, praças e parques. Além disso, incentivar as pessoas a aproveitarem mais os recuos de jardins, sacadas e varandas para o cultivo de plantas e compostagem. E, também, estimular os arquitetos e engenheiros a sempre preverem, em seus projetos de edificação, terraços jardins e coberturas verdes.
3. Espaços de convívio social
O convívio social é importante para relações humanas saudáveis! Mas o que aprendemos este ano é que o design dos espaços urbanos planejados precisam melhorar! Primeiro, é importante que eles sejam mais amplos e bem arejados. Também que ofereçam um maior contato com a natureza e equipamentos para exercício físico e diversão, mantendo alta a imunidade das pessoas, e que os brinquedos instalados para as crianças possam ser educativos e estimulantes para o seu desenvolvimento.
4. Informatização e comunicação visual
Para que as pessoas possam percorrer as ruas de sua cidade com mais segurança, sabendo para onde vão e quais transportes públicos pegar, se necessário, é preciso uma renovação nas sinalizações. Seguindo o exemplo das grandes metrópoles bem preparadas para o turismo, as cidades brasileiras poderiam apresentar mais mapas e outros tipos de placas com informações gerais relevantes aos pedestres. Também seria bacana explorar os relógios digitais e demais modelos publicitários para embelezar as cidades e gerar renda para a sua população.
5. Energia renovável
A iluminação pública e muitos outros aparelhos e equipamentos urbanos precisam de energia elétrica para funcionar. Mas esta energia pode vir de uma fonte mais ecológica! É o caso, por exemplo, das placas solares e dos modelos de turbinas eólicas em urbanismo. Um ótimo custo-benefício para o bolso das pessoas e para a natureza também!
6. Mobiliário urbano
É importante também repensar o mobiliário urbano das cidades brasileiras, ou seja, em todas as coisas que preenchem com funcionalidade os espaços públicos do nosso país - como guarderreios, postes de iluminação e bancos. Estes elementos precisam apresentar um design que valorize as áreas abertas, incluindo praças e parques. Eles precisam ser feitos de materiais mais resistentes, duradouros e ecológicos, oferecendo também muita segurança aos usuários!
7. Parcerias público-privadas no urbanismo
Infelizmente, não podemos negar que o orçamento público para reforma urbana no Brasil é bem limitado, o que impede a realização de muitas destas ideias que foram citadas anteriormente. Mas uma forma de tirar rapidamente tudo isto do papel é estudar, de mente aberta, as propostas de participação de empresas privadas em algumas das negociações públicas. Tomamos como exemplo o caso de Porto Alegre, que conseguiu consertar a cobertura de um de seus maiores portais de ônibus, destruído em um grave temporal de 2014, fazendo uma troca comercial com uma rede de supermercados do estado.
8. Debate popular
O debate popular no planejamento urbano brasileiro precisa ser constante - e não apenas no período das eleições municipais! É preciso cobrar o diálogo entre prefeitos e vereadores, pressionando que eles ouçam também os seus eleitores. Só os cidadãos poderão lhes dizer o que realmente é necessário em cada comunidade. Por fim, também pedir que eles ouçam pesquisadores universitários e especialistas profissionais em diferentes nichos do mercado, capazes de orientar o poder público para um serviço de melhor qualidade, baseado na ciência – o que inclui engenharia, arquitetura e urbanismo.
9. Trabalho voluntário
No último tópico desta lista, vamos lembrar de como as cidades brasileiras podem se beneficiar com a participação da população em várias iniciativas de renovação e mudança urbana. Aprendemos com a COVID-19 que devemos valorizar a vida, respeitar a natureza e nutrir o sentimento de comunidade! Esta pandemia é a prova de que estamos interligados, de que somos um só! E pode ser um gesto bonito contribuir com a limpeza das ruas, a criação de canteiros e hortas urbanas, além de outros projetos de responsabilidade socioambiental!
Qual outro desafio ou oportunidade você colocaria na lista? Comente!
Fontes: Instituto de Engenharia, CAUMT, São Paulo São, Clima Info, Diário do Comércio.
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