Quando um estudante de Engenharia, Técnico em Edificações e até Design de Interiores se forma, logo houve falar nas seguintes siglas CREA e CONFEA. E, então, ele sabe que faz parte de um grupo de profissionais que prestará serviços, mas também deverá cumprir com certas obrigações legais. Mas pode ser difícil entender as razões disso sem alguma explicação. Por isso, preparamos este material! Confira!

Os Conselhos Regionais

Sabe o que é CONFEA?

De acordo com o Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, ficou determinado que CONFEA e CREAs sejam responsáveis, no Brasil, pela verificação, fiscalização e aperfeiçoamento do exercício e das atividades das áreas profissionais da engenharia, agronomia e geociências.

Especificamente o CREA é a sigla de Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Ou seja, é uma entidade responsável pela fiscalização do exercício profissional da área tecnológica em âmbito regional. Sendo assim, podemos entender que ela é que ajudaria a defender a sociedade, por exemplo, da prática ilegal das atividades. E também que estas atividades seriam abrangidas pelo sistema CONFEA – que veremos no tópico seguinte.

“O Conselho atua  tanto para garantir o mercado de trabalho para aquele que é legalmente habilitado, como ao assegurar ao cidadão que os serviços, por ele contratados, possuam um responsável técnico.”,

“É neste espaço que atua a fiscalização da Instituição, exigindo dos profissionais a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), documento que forma o acervo de cada profissional e garante à sociedade a certeza de que aquele, que executa o serviço, está legalizado.”

– engenheira civil Elaine Santana, em reportagem de CREA-SE.

O Conselho Federal

logo CREA CONFEA

CONFEA seria, portanto, a sigla do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia para fiscalização profissional no Brasil. Ela é uma autarquia pública. Um órgão central que olha para a formação profissional, exercício profissional, integração social e profissional, organização e sustentabilidade do sistema que avalia, então, as atuações e cursos para profissionais de nível técnico e superior das engenharias, Agronomia, Geografia, Geologia, Meteorologia, e mais. Estas competências estão descritas, aliás, na Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966.

Instâncias

Recapitulando, os CREAs são entidades da esfera estadual, e constituem a manifestação regional do CONFEA. Então, o CREA estaria na primeira e segunda instância dos serviços de fiscalização. Já o CONFEA seria a instância máxima à qual a sociedade pode recorrer no que se refere ao regulamento do exercício de certos profissionais.

A saber, quando um profissional formado nas áreas antes citadas assina uma ART, ele está atestando que é apto a realizar obras com a melhor técnica, provendo bem-estar à sociedade! Portanto, atenção!

Os objetivos do Sistema

A ideia do Sistema CONFEA-CREA é que a atuação de fiscalização ocorra de forma associada e coesa – claro, cada um com personalidade jurídica própria – em prol dos seguintes objetivos:

  • Zelar pela defesa da sociedade e do desenvolvimento sustentável do país;
  • Garantir que profissionais sigam os princípios éticos, tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza; e
  • Ajudar a potencializar suas entregas aos cidadãos.

E aí? Ficou claro agora para você qual a diferença entre CREA e CONFEA? Quais as suas outras dúvidas quanto a estas entidades? Escreva nos comentários!


Fontes: Confea, Mecatronica.unb, Ecivil, Crea-SE.

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Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Dentro e fora do Brasil, os cursos de Engenharia ainda são muito requisitados. Eles fazem parte daquele grupo de profissões considerado essencial para o funcionamento de um país – juntamente com Medicina e Advocacia, por exemplo. Mas, com tudo que anda acontecendo nos últimos dois anos – com a crise econômica, o aumento do desemprego e a paralisação de obras e pesquisas científicas -, é normal que os vestibulandos se questionem se vale mesmo a pena se esforçar tanto, neste momento, para ingressar em algumas destas áreas. O 360 traz uma análise sobre quais as perspectivas no campo do ensino das Engenharias no país! Confira!

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Imagem de Pixabay

O ingresso e egresso nos cursos de Engenharias

Existe uma boa diversidade de cursos voltados às Engenharias; as ofertas no Brasil são muitas hoje! Mas, em contrapartida, ainda existe uma grande dificuldade no preenchimento das vagas. E por quê? Por que realmente são cursos de difícil entendimento, com uma longa carga horária de aula e que podem custar um valor muito além do que a maioria pode suportar, mesmo se realizados em instituições públicas – levando em consideração o material de apoio, livros, transporte e mais.

Isto pode justificar os altos índices de evasão! Mas claro que estas não são as únicas razões! Acredita-se que as ciências exatas e ciências humanas ensinadas nos níveis escolares Fundamental e Médio sejam ainda insuficientes para preparar bem os alunos para o nível Superior. Então, quando o aluno ingressa num curso de Graduação, leva um enorme choque, se assusta e pode desistir. Por conta disso, é comum a troca de faculdade e, posteriormente, a busca pelo egresso ou especialização tipo Pós-Graduação – talvez um meio das pessoas corrigirem seu “erro” de desistirem dos objetivos profissionais iniciais.

Apesar das dificuldades, atualmente existem cerca de cinquenta tipos diferentes de cursos de Engenharia oferecidos no Brasil – o que representa sete vezes mais do que o total de vagas oferecidas em Medicina, por exemplo. O mais buscado é, sem dúvidas, o de Engenharia Civil – já que a Construção Civil é vista como uma importante indústria que movimenta a Economia Nacional. Em segundo lugar estariam as engenharias Mecânica, Elétrica e Química.

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Imagem de Pixabay

As faculdades de Engenharia no Brasil

Existem excelentes faculdades de Engenharia no Brasil. Só que boa parte delas tem sido ameaçada pela possibilidade dos cursos EAD – à distância. A pressão política sobre o assunto em meio ao surto do Covid-19 pode estar afetando esta que é uma decisão muito séria. Existe ainda uma grande resistência por parte das instituições públicas e particulares, além do grupo empresarial. O fato é que, além da dificuldade enfrentada hoje pelas escolas de Engenharia em se adaptarem ao novo cenário mundial, a condição das aulas remotas e fora do ambiente acadêmico pode comprometer consideravelmente a qualidade dos estudantes formados no país, levando a um colapso de mão de obra bem qualificada em diversos setores do mercado. Ou seja, para as engenharias, nenhum bom modelo EAD substituiria o ensino presencial!

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Imagem de Pixabay

Veja Também: Descubra quais são as melhores faculdades de Arquitetura e Engenharia em 2021


Características das boas escolas

Levando em consideração as necessidades da vida contemporânea e o que o mercado espera, as boas faculdades de Engenharia no Brasil precisam flexibilizar mais os seus currículos. Seus alunos deveriam ter uma formação mais “holística”; com mais atividades de extensão; análise extrema de impacto ambiental, sustentabilidade, novas técnicas de materiais e materiais de construção; sistemas 3D; e Metodologia BIM.

“(…) passar a se formar um profissional com capacidades técnicas, mas com um perfil também de cidadão, com um maior sentido e espírito social. Afinal, a engenharia serve par melhorar a vida das pessoas.”

– vice-diretor da Escola de Engenharia da UFMG, em reportagem de Diário do Comércio.

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A Revolução Industrial e o Modelo 4.0

De acordo com especialistas em ensino, as Engenharias do Brasil ainda estariam no chamado ‘Modelo 3.0’. E é preciso que haja uma rápida transformação dos currículos para que logo se chegue a um modelo de ‘Indústria 4.0’, que está ligado às últimas inovações mundiais. A saber, esta seria a Quarta Revolução Industrial, que se vale de conceitos como: Computação em Nuvem, Sistemas Computacionais, Internet das Coisas, e mais! Tudo isso visa uma melhoria da eficiência e produtividade dos processos!

O perfil dos engenheiros brasileiros na atualidade

Acredita-se que há basicamente dois tipos de profissionais que saem hoje das faculdades de Engenharia no Brasil. O primeiro se comportaria de acordo com um ensinamento “engessado” oferecido pela escola tradicional onde estudou. Apesar dele ser mais resistente às inovações, se destacaria nas entrevistas por conta da reputação da instituição que emitiu o seu diploma. Não quer dizer que ele seja um mal profissional, só não estaria tão bem alinhado aos parâmetros contemporâneos – como o uso da Metodologia BIM, por exemplo -, que o segundo perfil de jovens formados em Engenharia no Brasil já teria de diferente.

Uma coisa é certa, uma maior valorização e qualidade das profissões de Engenharia no Brasil dependeria de uma reforma profunda do modelo de formação nas instituições. Mas isto só pode vir pela inovação tecnológica e adaptação das Diretrizes Curriculares Nacionais aos tempos atuais. Você acredita que isso seja possível? Responda nos comentários!


Fontes: Diário do Comércio.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Recentemente, no final do mês de abril de 2021, o professor Charles E. Leisersen participou do Brazil Tech Trends, evento organizado pela Fundação Estudar. Professor do MIT – o famoso e prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts – e criador da linguagem de programação Cilk, Charles fez uma palestra onde um dos temas abordados foi o ‘lifelong learning‘, conceito de aprendizado que acontece durante toda a vida de um indivíduo.

O professor também é autor do livro “Algoritmos: Teoria e Prática”. Apesar de sua formação na área tecnológica, em sua fala, Charles deu conselhos que valem para pessoas de todas as idades sobre o aprendizado de qualquer matéria. Veja a seguir!

O professor Charles E. Leisersen.
O professor Charles E. Leisersen | Imagem fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ELn4iFwb1vo

1. Siga o seu coração

“As pessoas me deram todos os tipos de conselhos no início da minha carreira e a maioria deles eu não queria ouvir. Mas um que sempre faz sentido – apesar de não necessariamente prático – é seguir o próprio coração. Parece óbvio, mas não é. Se você não souber o que o seu coração quer? Tudo bem, é hora de exercitar o autoconhecimento e procurar uma oportunidade. Teste possibilidades e permita-se sentir confortável. O seu coração também é combustível do seu aprendizado.”

2. Observe o contexto

“Talvez aquilo que você está interessado em aprender não apenas faz sentido agora, como pode continuar sendo necessário futuramente. Na tecnologia, por exemplo, são constantes microtransformações que podem tornar, amanhã, um sistema completamente diferente de hoje – embora possam vir da mesma origem. Ao observar o contexto, será possível entender quais têm sido das tendências e antever alguns passos. Isso é uma coisa, aliás, que quando você chega à minha idade fica mais fácil de fazer, porque já passou por isso algumas vezes em diferentes situações.”

3. Aproveite o máximo dos recursos de aprendizado

“Enquanto você está na escola ou em alguma modalidade de ensino, a coisa mais importante que você pode fazer é aproveitar o máximo das oportunidades de aprendizado. Aulas, estágio ou outros programas extracurriculares… Busque saber e se interessar pelo que há disponível. Se está lá, por que não aproveitar?

Além disso, você nunca pode dizer o que vai acontecer daqui a 30 anos e quais habilidades terá de usar. Por exemplo, há 20 anos, se você estivesse estudando inteligência artificial, poderia ter descartado a ideia de que precisava aprender álgebra linear. Hoje, se você não sabe álgebra linear, não pode fazer pesquisas de ponta em inteligência artificial e learning machine. Uma experiência que eu tenho é que nunca é demais aprender mais.”

4. Separe o ego do aprendizado

“Esta pode ser a coisa mais importante que aprendi: separe o ego do aprendizado. Digo em um sentido amplo. Eu tinha medo de fazer perguntas nas aulas por não querer parecer idiota perto dos meus colegas. Mas um dia – momento que coincide com a minha mudança para a Ciência da Computação – disse a mim mesmo: ‘tudo bem, vou aprender isso para mim e não me importo com o que as outras pessoas pensam, pois estou aprendendo e tenho o direito de não ser perfeito’. Foi um alívio e você deve fazer esse exercício.

Além disso, a minha observação é que quando as pessoas estão tendo sucesso, elas ficam surdas ao resto da realidade. E, para estar disposto a aprender, você não pode ser surdo, pois justamente tem que saber ouvir. Porém, isso geralmente requer um pouco de ‘humilhação’ em algum sentido. Se você, por exemplo, você não se saiu tão bem quanto pensava em determinada situação, algo no ego será abalado. Não por acaso, você estará mais inclinado a querer aprender. Mas é muito melhor ter essa humildade desde já a esperar essas situações, não é mesmo?”

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Imagem de Annelise Gripp

E você, o que achou dos conselhos do professor Charles E. Leisersen? Conte para a gente nos comentários!


Fontes: Estudar na Prática; Uol.

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Para aqueles que buscam se qualificar em certas áreas profissionais, os cursos online são comumente uma boa opção. Uma excelente notícia é que as ofertas são cada vez mais amplas. Além disso, muitas oportunidades de cursos gratuitos e de ótima qualidade surgem com frequência. Este é o caso do curso da Harvard University em CC50 – sigla para ‘Computer Science 50’ ou ‘Ciência da Computação 50‘ -, que ganhou tradução agora para o português.

A iniciativa foi do estudante Gabriel Guimarães, que fez a versão original do curso em 2011. Além disso, ele foi, em seguida, assistente do professor David Malan, que ministra o curso. Hoje, o estudante é responsável pela difusão do curso em mais um idioma.

Aliás, a versão em português pode ser conferida acessando o site ‘Estudar na Prática’, e é realizada de forma totalmente remota. Ademais, o acesso ao curso é gratuito. Você pode fazer sua inscrição acessando este link!

CC50 é voltado a quem não possui conhecimento prévio no assunto

O CC50 apresenta conceitos básicos da Ciência da Computação, como por exemplo o funcionamento dos computadores e da Internet, lógica de programação e banco de dados. A partir desses conteúdos, os alunos terão uma base mínima para iniciar um estudo de uma linguagem de programação especializada, por exemplo.

harvard
Imagem extraída de Harvard.edu

O curso é composto por videoaulas, exercícios e materiais complementares. Com duração de 9 semanas, a versão do curso em português é fiel à original. Por isso, é uma ótima alternativa para quem procura um conteúdo acessível e de boa qualidade no assunto, principalmente iniciantes na área de TI. Fica a nossa dica!

Fontes: Harvard, Canal do Ensino, Estudarfora.org.br.

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Você já percebeu que, após uma chuva, às vezes surge um arco-íris; mas como ele se forma?

Vamos aprofundar nossa reflexão! Dariamente, interagimos com a luz e suas propriedades sem nos darmos conta – seja na frente de um espelho; quando tiramos uma foto; ou olhamos para as estrelas. E como a luz é formada? Por que ela se comporta de tal maneira e não de outra? Afinal, ela é onda ou partícula?

Essas e outras perguntas intrigam filósofos e cientistas há séculos. Aliás, diversos fenômenos ópticos, como a propagação retilínea da luz e a reflexão, já são bem conhecidos desde a Grécia Antiga;

arco-íris
Imagem de Austin Schmid em Unsplash

Voltando aos arco-íris, geralmente esse fenômeno acontece após um período de chuva, seguido por um céu limpo, com bastante Sol. Para entender o porquê de esse cenário ser o ideal, conceitos como dispersão da luz e sua natureza, continue lendo este texto do Engenharia 360!

Veja Também: Tecnologia: drones desenham QR Code escaneável no céu de Xangai

Natureza da luz

Na investigação sobre a natureza da luz é comum a existência de duas teorias aparentemente rivais: a primeira é a “corpuscular”, que diz que a luz seria formada por pequenas partículas emitidas pela fonte  – os chamados fótons. E a segunda é a “ondulatória” que afirma que a luz está associada a um movimento oscilatório que se propaga em grande velocidade.

Experimentos e cálculos conseguem defender as duas teorias corretamente, produzindo a chamada “Teoria da Dualidade da Luz”. Basicamente, ela afirma que, em determinados momentos, a luz se comporta como onda e em outros como partícula.

Assim, quando as dimensões dos objetos envolvidos são muitos maiores que o comprimento de onda da luz – visível, 380 a 780 nanômetros -, a abordagem ondulatória pode ser substituída por outra onde a luz se propaga como raios, em linha reta. E é essa que explica o arco-íris!

arco-íris
Imagem de Craig Adderley em Pexels

Dispersão da luz

Um álbum bastante conhecido da banda britânica, Pink Floyd, é “The Dark Side of the Moon” (do inglês, o lado escuro da lua). Na capa, é possível ver a dispersão da luz, um feixe de luz branca que atravessa um prisma e se decompõe em seis cores.

Esse fenômeno foi descoberto pelo físico Isaac Newton, em 1672. Ele ocorre, pois as diversas cores que formam a luz branca se propagam com velocidades diferentes em materiais transparentes, logo são refratadas com ângulos diferentes. Assim, a luz branca “entra” de um lado e seis outras cores – vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta – “saem” do outro. Observe na imagem abaixo:

Como um arco-íris é formado? Entenda a física por trás desse fenômeno!
Capa do álbum “The Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd

O arco-íris

O arco-íris se forma com a junção dessas duas características: a luz do Sol se movimenta em linha reta e encontra uma partícula de água suspensa na atmosfera, provavelmente deixada após a chuva. Essa partícula irá se comportar como o prisma, que refrata a luz solar. Por conta da dispersão, é separada em seis cores!

Se o Sol estiver atrás do observador, é possível contemplar essa maravilha da natureza!

O vídeo a seguir mostra um lindo arco-íris duplo registrado no céu de Fortaleza:

 “Que outro fenômeno físico você gostaria de uma explicação? Deixe sua ideia nos comentários!

Veja Também:


Fontes: UEFS.

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Engenharia 360

Rafael Panteri

Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.

A Neuralink, empresa fundada por Elon Musk, está desenvolvendo microchips movidos à inteligência artificial, com o intuito de instalar em cérebros humanos. Recentemente, a empresa divulgou um vídeo que mostra um macaco jogando videogames.

inteligência artificial
Imagem extraída de Business Insider

Uso de joystick para mover cursor

Musk já publicou tweets sobre os testes da Neuralink em primatas, mas esta é a primeira vez que a empresa exibe um vídeo. Durante uma apresentação em 2019, o megaempresário disse que a empresa conseguiu que um macaco “controlasse um computador com seu cérebro”. Em seguida, em agosto de 2020, também foi feita uma demonstração ao vivo da tecnologia com uma porca chamada Gertrude.

Agora, foi a vez de Pager, o macaco que teve um chip implantado em seu cérebro. No vídeo, ele joga um videogame, cujo objetivo é mover o cursor até um quadrado colorido. Quando acerta, ele recebe vitamina de banana por meio de um tubo.

Enquanto o Pager usa o joystick, o chip da Neuralink registra as suas atividades cerebrais e envia os dados de volta a um computador. O computador, por sua vez, faz uma análise do que o cérebro do macaco faz quando ele joga. Assim, o joystick é desconectado da máquina, e o macaco continua a controlar o jogo através dos sinais do seu cérebro, sendo retransmitidos pelos chips.

Implante de chips em pessoas

A intenção da empresa é que a mesma tecnologia seja usada para que pessoas controlem membros sintéticos. Em outro de seus tweets, Elon Musk disse que o primeiro produto da Neuralink permitiria que pessoas com paralisia controlassem um smartphone.

Andrew Jackson, especialista em neurociência e professor da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, disse que o teste não era novo. Afinal, demonstrações parecidas ​​foram feitas em 2002. Contudo, também disse que é um avançado teste de tecnologia.

“Se você inventar um novo telescópio, faz sentido primeiro apontá-lo para onde você sabe o que verá (…). Então, eles estão seguindo um caminho muito sensato para validar seu dispositivo.”

“Tenho certeza de que este dispositivo irá contribuir para novas descobertas científicas no futuro (especialmente se eles o tornarem amplamente disponível para cientistas), bem como melhorar a usabilidade das tecnologias de interface neural existentes para pessoas com paralisia.”

– Andrew Jackson.

Jackson ainda acrescenta que a engenharia do dispositivo sem fio, implantado no crânio do Pager, foi um avanço significativo: “O que é definitivamente novo e inovador é que não há cabos passando pela pele e os sinais cerebrais estão todos sendo enviados sem fio.”, “É importante tanto para melhorar a segurança das aplicações humanas – fios através da pele são uma rota potencial de infecção – quanto como forma de melhorar o bem-estar de animais usados ​​em estudos de neurociência.”.

inteligência artificial
Imagem extraída de The Observer

Rylie Green, pesquisadora de bioengenharia do Imperial College London, também elogiou o aparente bem-estar de Pager: “A melhor coisa que posso ver nesse vídeo é que o macaco se move livremente.”. A pesquisadora enfatiza a economia de aparatos: “Também não há um pacote visível conectado a ele. Eu diria que é definitivamente um progresso – não é tão inovador, mas um bom passo positivo à frente.”.

Veja os detalhes deste experimento divulgados pela imprensa brasileira:

E você, o que achou desta tecnologia? Concorda com a realização de testes em animais? E com um possível implante de chips em pessoas futuramente? Diga para nós nos comentários!


Fonte: Bussiness Insider; The Observer.

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Hectar Hydroponics é o nome do projeto de horta vertical elaborado por estudantes do Royal College of Art e Imperial College London, na Inglaterra. Seu intuito é estimular o cultivo de alimentos em casa, principalmente para aqueles que moram em apartamentos.

Liderado pelo pesquisador Felix Wieberneit, a proposta é a criação de hortas verticais com um passo a passo completo. O material é disponibilizado sob licença Creative Commons – que permite a distribuição gratuita de uma obra protegida por direitos autorais. Além disso, o projeto foi patrocinado pela multinacional de tecnologia Huawei.

Horta vertical HECTAR.
Fonte: Hectar Hydroponics

Sobre o sistema de mudas

O sistema é capaz de abrigar 120 mudas usando hidroponia – técnica de cultivar plantas sem solo. Sendo assim, elas são suspensas em contato com soro nutritivo à base de água. Isto é, tornando o solo prescindível, desnecessário!

O design da estrutura é construído para ser modular, conferindo capacidade de adaptação, a depender do espaço. Afinal, foi pensado para melhorar a vida de pessoas que moram em apartamentos.

O projeto do sistema, aliás, possui código aberto. Isso significa que, seguindo o passo a passo, qualquer pessoa pode construir seu próprio modelo. Por isso, foi elaborado de modo com que possa ser construído com peças encontradas em lojas de ferragens e ferros velhos. O material está em inglês, e pode ser conferido no site oficial do projeto.

Hortaliça crescendo na HECTAR Hydroponics
Fonte: Hectar Hydroponics
Hectar Hydroponics. Fonte: Ciclo Vivo
Hectar Hydroponics. Fonte: Ciclo Vivo

A saber, o cultivo de hortaliças em casa é um ótimo passo para quem quer ter menos despesas e uma alimentação mais saudável! Além disso, traz a vantagem de proporcionar ervas frescas e o próprio prazer do cultivo!

Ficou animado com esta ideia? Que tal montar uma horta vertical na sua casa também?! Use este exemplo como inspiração!

Veja Também: 4 dicas para fazer uma horta no apartamento


Fonte: Ciclovivo.

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Com a chegada da Pandemia do Covid-19, muitas incertezas vieram a tona. Não só isto! Nas últimas décadas, o mundo presenciou catástrofes sérias, como o caso do terremoto e tsunami que atingiu o Japão, no ano de 2011. E aquelas pessoas que realmente estão mais atentas a estes eventos globais – e que se preocupam de verdade com a segurança das suas famílias diante destes tempos épicos e aparentemente catastróficos – consideram adotar ações mais radicais. Uma que tem voltado à tona é a construção de bunkers! Continue lendo para saber!

arquitetura
Imagem extraía de Vivos por Revista Casa e Jardim

O que são bunkers?

Bunkers são um tipo de abrigo subterrâneo. Construções como estas são usuais em países como Estados Unidos, Israel, Suíça e Singapura. Seus projetos são pensados para durar centenas de anos, resistir a explosões nucleares e funcionar de maneira autônima, sem a necessidade de que os seus moradores precisem voltar à superfície. Ou seja, a ideia é que estas instalações sejam moradia temporária daqueles que tentam fugir e diversas situações extremas. Seriam elas:

  • agentes químicos e biológicos;
  • terremotos e inundações;
  • pulsos eletromagnéticos;
  • ataques armados e nucleares;
  • instabilidades políticas e econômicas;
  • entre outros desastres naturais, saques e caos generalizados.

A saber, existem remanescentes de bunkers ainda do período das Grandes Guerras – alguns reformados, claro. Dois exemplos famosos são o bunker Fuhrerbunker, o bunker de Hitler, que funcionou como centro de comando e abrigou assessores do Exército quando Berlim foi atacada pelos soviéticos. E, segundo, o Palácio Subterrâneo bunker de Saddam Hussein, com capacidade para cerca de cem pessoas, capaz de aguentar impactos nucleares com a mesma potência da bomba de Hiroshima.

Por que construir bunkers nos dias de hoje?

Atualmente, só os verdadeiramente milionários é que conseguem investir dinheiro para a construção de bunkers ou abrigos subterrâneos capazes de resistir situações extremas. Entre 2020 e 2021, muitos pensaram que este seria um bom investimento financeiro, pois acreditavam que construções como estas poderiam oferecer uma proteção contra a covid-19. Mas, infelizmente, isto não é possível! Agora, para outras catástrofes, vai saber!

“As pessoas estão preocupadas é com o depois, com os eventos que podem se seguir a uma pandemia. Com a possibilidade de quebra da ordem, escassez de alimentos, de mantimentos, de água, coisas do tipo.” – Brian Camde, proprietário da empresa Hardened Structures, em reportagem de BBC News.

“Nossos clientes recebem a vantagem única de ter uma segunda casa de luxo que também é um abrigo nuclear.” – disse Larry Hall, desenvolvedor dos abrigos Vivos xPoint, em reportagem de CNN.

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Imagem extraía de Vivos por Revista Casa e Jardim

Como são construídos os bunkers modernos?

Bunkers devem ser construídos à, no mínimo, dois metros abaixo do nível da terra. Suas paredes e portas devem ser bem grossas – de concreto armado ou aço, por exemplo -, próprias para aguentar grandes impactos. São como apartamentos compactos, mas que podem ser externamente luxuosos. Veja outras características:

  • Ventilação com recuperação, captação e purificação do ar: por meio de um respiradouro simples, parecido com um snorkel de mergulhador, ou por meio de um sistema de ar condicionado.
  • Filtragem de água: assim como para o ar, que filtra agentes biológicos e radiação.
  • Eletricidade: garantido por meio de geradores – a diesel, gasolina ou gás natural – ou de baterias.
  • Esgoto: por fossa séptica num nível mais baixo do bunker e ligada aos ralos das pias, banheiro e vaso sanitário.
  • Lixo: acondicionado em sacos de polietileno e, então, colocado num contêiner com vedação para reter odores.
  • Comunicação: antenas retráteis de rádio e de satélite.

Além disso, os bunkers modernos contam com sistemas tecnológicos para proteção contra pulsos eletromagnéticos, dispersão química, biológica e radiológica.

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Imagem extraía de Atlas Survival Shelters
arquitetura
Imagem extraía de Atlas Survival Shelters

Como é a arquitetura dos novos bunkers?

Realizando uma pesquisa na internet, podemos encontrar vários exemplos bem interessantes de arquitetura nova para bunkers – alguns em quadrados de concreto, cilindros de aço, e mais. Internamente, eles lembram demais casas comuns, com piso de madeira, banheiros e cozinhas completas. Contudo, sem janelas e com portas blindadas, como “uma Arca de Noé moderna”.

A área dos apartamentos pode chegar a 100 ou 200 metros quadrados, por exemplo – isso para cada família, lembrando que grandes bunkers podem ter muitas unidades, fora academia, bar, piscina, SPA, sauna, cinema, biblioteca e clínica médica e dentária. Estes imóveis podem vir equipados com televisores, máquinas de lavar e secar roupas, mini bar, adega, sala de jogos, hidromassagem, quadros eletrônicos que ficam trocando paisagens, decoração personalizada com direito a luzes de LED e mais.

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Imagem extraía de Vivos por Gazeta do Povo
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Imagem extraía de Survival Condo Project
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Imagem extraía de Survival Condo Project

“A segurança vem em primeiro lugar. Minha prioridade era garantir sono confortável, temperatura, comida de qualidade, água e ar. O resto é apenas para conforto.” – engenheiro Olha Sobchyshyna, autor Projeto da Underground House Plan B, em reportagem de UOL.

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House Plan B – Imagem extraía de UOL
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Imagem extraída de Projeto da Underground House Plan B – UOL

Enfim, esta a ideia da construção de bunkers ainda é muito controvérsia e esperamos que seja cada vez menos necessária! E você, o que pensa disso? Escreva nos comentários!

Veja também: Laboratório brasileiro Sirius “abre as portas” para visitação online


Fontes: Gazeta do Povo, Revista Casa e Jardim, UOL, Superinteressante, GPS Lifetime, BBC.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Em breve, o Coliseu de Roma, um dos ícones arquitetônicos da antiguidade, passará por uma importante reforma. A decisão da renovação está prescrita na famosa encíclica Laudato Si, de Papa Francisco, comunicação escrita onde o pontífice critica o consumismo e o desenvolvimento irresponsável. Além disso, a carta é um apelo à unificação global para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas.

Reforma na área central da Arena

Os planos para a reforma foram elaborados, aliás, um ano antes da encíclica Laudato Si. Segundo o site Crux Now, as reformas terão foco na instalação de um piso retrátil sobre a área central da arena. Hoje, o local é apenas coberto por uma plataforma menor, sendo que as ruínas circundantes ficam expostas.

Curiosidades sobre o Coliseu

Com efeito, desde meados do século XIX, o andar central do Coliseu está quase ausente. À época, arqueólogos queriam mostrar os túneis e corredores subterrâneos que existem abaixo do nível do solo.

A arena é também chamada de “Anfiteatro Flaviano”, pois era a Dinastia Flaviana que estava no poder na época de sua edificação, cerca de 70 d.C. Já o nome “Coliseu” foi dado pelo fato de ser construído sobre o lago da casa do Imperador Nero onde havia uma grande estátua com a imagem do imperador, chamada de “Colosso”.

arquitetura histórica
Coliseu | Imagem extraída de Archdaily

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Conceito sustentável do projeto

O projeto conta com uma série de renovações ecológicas. O novo piso contará com painéis de madeira retráteis, por exemplo. Além disso, eles terão a capacidade de rotação, o que permitirá que a luz solar alcance a área subterrânea do Coliseu.

Devido a terremotos, escombros e a erosão natural, a área subterrânea precisa de muitos reparos. Por isso, ela ganhará 24 unidades de ventilação mecânica, a fim de controlar a umidade e a temperatura. Ademais, para deixar a instalação mais sustentável, os banheiros serão alimentados com água da chuva.

arquitetura histórica
Coliseu | Imagem extraída de My Modernmet
arquitetura histórica
Coliseu | Imagem extraída de My Modernmet

Perspectiva de conclusão

Recentemente, o Ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini, declarou para The Local que o projeto é “ambicioso”. Dario expressou esperanças de que o local pudesse sediar uma variedade de eventos culturais.

Anteriormente, em 2014, o Ministério da Cultura da Itália já pensava em instalar o piso. Sete anos depois, após uma chamada pública, o projeto foi entregue à firma milanesa Ingegneria.

Com o custo de cerca de 15 milhões de euros para ser concluído, a previsão é que as obras sejam iniciadas entre o final de 2021 e o início de 2022. O piso retrátil, de 3.000 metros quadrados, deverá estar pronto para receber visitantes em 2023.

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Fontes: Aleteia; Mymodernmet; Archdaily; Todamateria.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Joachim Emidio

Pesquisador, professor e artista. Colaborador do E360, difunde notícias e atualidades da Engenharia e todos os seus desdobramentos. É especialmente curioso sobre os campos de intersecção entre Engenharia e Música, como a Acústica e a Organologia. Atualmente é pós-graduando em Performance Musical pelo Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo, SP.

Recentemente, em 18 de maio de 2021, um arranha-céu de 291 m de altura tremeu na cidade chinesa de Shenzhen. Entenda o que pode ter ocorrido na matéria a seguir!

Abalo sísmico?

As autoridades locais, informaram que não houve nenhum abalo sísmico na cidade. Então, evidentemente, essa hipótese é descartada!

A título de curiosidade, alguns edifícios mais modernos, localizados em regiões de atividade sísmica frequente, são dotados de um sistema capaz de absorver os deslocamentos oriundos de um tremor de terra.

Podem ser utilizados nesse sistema:

  • contra-pesos instalados na parte mais alta, para compensar oscilações no edifício;
  • paredes com amortecedores, evitando o fenômeno da ressonância durante abalos;
  • sistema de amortecedores nas fundações, também amenizando os tremores no edifício.

Aliás, no Japão, por exemplo, dependendo do projeto estrutural, é muito comum a utilização de um desses sistemas ou a combinação deles!

Sistema antiterremoto em edifício
Sistema antiterremoto

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Problema estrutural no arranha-céu?

As autoridades locais inspecionaram as estruturas e não observaram qualquer tipo de rachaduras, evidências de rupturas ou qualquer indício de falha estrutural. Então, essa hipótese também foi descartada!

Arranha-céu China
Arranha-céu de 291m em Shenzhen – Imagem extraída de G1

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O que ocorreu então?

A hipótese mais razoável, é que o vento tenha sido o responsável pelas oscilações observadas no edifício!

Foi noticiado, que foram observados ventos locais da ordem de 40km/h. Isso é considerado um vento de baixa intensidade. Os edifícios são dimensionados para ventos muito maiores. No Brasil, há uma norma que recomenda uma rotina de cálculo para obtenção dos esforços devido ao vento em estruturas, a NBR-6123. Nessa norma é apresentado um gráfico de isopletas, mostrando as velocidades de vento para cada região do Brasil. Observe isso na imagem a seguir!

Isopletas
Gráfico de Isopletas – Brasil

Como se pode observar, na região de São Paulo o vento de projeto é de 45m/s ou da ordem de 160 km/h. Enfim, realmente um vento de 40 km/h não era para ser tão importante, certo? Bem, depende!

Os ventos podem atuar em rajadas, com certa frequência – em intervalos de ocorrência dessas rajadas.

Os engenheiros estruturais sabem que toda estrutura tem uma característica própria, chamada de “frequência natural” ou “frequência de ressonância”, que é basicamente uma função da sua geometria e de sua massa. A saber, qualquer software estrutural minimamente competente, consegue calcular a frequência natural de uma dada estrutura.

Recentemente, o Engenharia 360 publicou uma matéria sobre um colapso estrutural ocorrido na Ponte de Tacoma.

No caso de um arranha-céu, considerado esbelto – ou seja, altura muito maior que o raio de giração da seção transversal -, os fenômenos de ressonância passam a ter importância.

Sendo assim, é muito razoável concluir que o fenômeno observado – de oscilação do edifício – pode ter sido provocado por rajadas de vento, atuando numa frequência próxima à frequência de ressonância do edifício, ampliando os deslocamentos observados, causando o desconforto dos usuários e provocando a sua evacuação.

E você, tem uma opinião diferente sobre o caso? Escreva nos comentários!


Fonte: G1.

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Cristiano Oliveira da Silva

Engenheiro Civil; formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; com conhecimentos em 'BIM Manager at OEC'; promove palestras com foco em Capacitação e Disseminação de BIM / Soft Skills.