Uma coisa é certa, nos últimos anos, os estudantes perceberam que já não basta mais apenas cursar uma faculdade para estar dentro do mercado de trabalho. Os cursos preparatórios e de capacitação são, de fato, essenciais. Porém, as empresas buscam candidatos com um diferencial. Ou seja, há uma mudança significativa nas habilidades requisitadas para a maioria das ocupações. Dentre elas, a de Inteligência Emocional. Já ouviu falar? É o que o Engenharia 360 irá explicar no texto a seguir!

O que é Inteligência Emocional no trabalho?

Bom, falando de modo resumido, trata-se da capacidade dos profissionais de controlarem as suas emoções, de se adaptarem e ser flexíveis a elas. Isto é algo que se acredita que contribui positivamente para o ambiente de trabalho dentro das empresas e é por isto que o mercado tem focado tanto em candidatos que possuem estas características.

inteligência emocional engenheiros
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O conceito de Inteligência Emocional combina com o que os especialistas chamam de Quarta Revolução Industrial. Nesta fase, se faz uma convergência entre várias tecnologias, tanto digitais quanto biológicas e físicas – estas que não podem ser realizadas por máquinas, devendo partir dos próprios profissionais. Inclusive as áreas de Arquitetura e de Engenharias também fazem parte desta revolução, com funcionários que administram as suas emoções e utilizam a empatia para obter sucesso no trabalho, superando melhor as dificuldades, frustações e adversidades.

“Em muitas escolas e programas de Engenharia a Inteligência Emocional e Social é tratada de maneira superficial. Mas as empresas estão enfrentando uma crise de motivação, pois três em cada quatro empregados não se sentem envolvidos com o trabalho. Nossa pesquisa demonstra como as emoções são relevantes no ambiente profissional.”

– Prof. Boyatzis, em reportagem de Media Ford.

Veja Também: Saiba por que é importante os estudantes universitários trabalharem a sua Inteligência Emocional

Como surgiu o conceito?

Tal conceito surgiu no ano de 1990, a partir das opiniões dos pesquisadores Peter Salovey e John Mayer, respectivamente das universidades de Yale e New Hampshire. Porém, ele só se tornou popular após a publicação de um livro sobre o assunto, de autoria de Daniel Goleman. De acordo com a sua obra, a Inteligência Emocional estaria ligada “a habilidade para controlar os sentimentos e emoções em si mesmo e nos demais, discriminar entre elas e usar essa informação para guiar as ações e os pensamentos”. E desde que isto foi dito, muitas escolas e empresas têm tratado este tema com mais seriedade!

Quais as capacidades de um profissional com Inteligência Emocional?

O profissional que possui Inteligência Emocional sabe:

  • Identificar e administrar as suas emoções para alcançar objetivos ou trabalhar constantemente a sua educação socioemocional;
  • sentir empatia e manter um relacionamento interpessoal adequado;
  • entender que o ambiente de trabalho é um local sério;
  • entender a responsabilidade dos seus atos;
  • desenvolver autonomia e autoestima;
  • enxergar o lado positivo das situações e motivar-se sempre que possível, tentando ser feliz;
  • entender os seus limites, ouvir “não” e aceitar críticas construtivas;
  • ser tolerante e controlar impulsos;

“A inteligência emocional pode ser desenvolvida, por exemplo, através de técnicas de comunicação, de consciência corporal, de atenção plena. Através da prática com as situações do cotidiano é possível conhecer as “armadilhas” que podem afetar nossa percepção.”

– psicóloga Claudia Comaru

Como funciona a Inteligência Emocional na Engenharia?

Felizmente, os profissionais de hoje já podem contar com uma ajuda extra para gerir a sua Inteligência Emocional desde o período escolar ou acadêmico, já que algumas universidades investem em disciplinas que abordam este tema. Porém, depois, ele precisa continuar tomando decisões conscientes. As construtoras sabem que quem tem tais habilidades deve fazer escolhas melhores, mesmo diante de situações de muita pressão e estresse. E nestes momentos de crise, vê este profissional persuadindo, inspirando e, inclusive, liderando equipes dentro do canteiro de obras.

“Estamos treinando nossos engenheiros para que eles possam reconhecer seus próprios sentimentos e detectar os dos outros para que eles consigam lidar melhor com as situações, como no caso de uma pessoa irritada que poderá causar problemas, ou alguém feliz que estiver disposto a colaborar ou quando uma pessoa estressada quiser conversar.”

– Rocio Luna, da equipe de Treinamento e Consultoria da Ford Europa, em reportagem de Media Ford.
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Conclusão

A junção ‘conhecimento teórico e prático’ mais Inteligência Emocional é a combinação imbatível para a melhor produtividade que alguns profissionais fazem. E, por consequência, são estes que receberão das empresas os melhores salários e oportunidades. Mas esta formação ainda precisa ser muito ampliada nas Arquitetura e Engenharias do Brasil, sem dúvidas!

“Existe um saber mais profundo dentro de nós, a chamada intuição. E ela só é acessada através das emoções. [É preciso que nós] deixemos a racionalidade para lidar com problemas de cálculos, por exemplo. Mas com questões que envolvam sentimentos, temos outras, muitas, ferramentas dentro de nós para usarmos.”

– Claudia Comaru.

Será que os profissionais da construção civil brasileira conseguiriam administrar as situações com cálculos e, ao mesmo tempo, criatividade? Conseguiriam escutar os seus colegas, sem se importar com a hierarquia, para entender, aprender e descobrir problemas e soluções? Bem, é mesmo muito importante que dentro de uma equipe todos se respeitem e tenham um relacionamento profissional de proximidade, sem barreiras de cargos. A ideia é criar um ambiente de trabalho que todos se sintam bem, empolgados, cooperando e discutindo deias para um futuro juntos!

Para você, qual a importância da inteligência emocional? Comente!


Fontes: ConaEnge, Media Ford, MK Avaliações Imobiliárias, Blog Pitágoras.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Lançado em 30 de Julho de 2020 da Flórida, o robô Perseverance passou 7 meses viajando rumo à Marte, e pousou no planeta na última quinta-feira (18), às 17h55. Sua chegada foi transmitida ao vivo pela rede social da agência espacial.

O pouso, considerado arriscado, foi realizado com maestria e suavidade, confirmando o sucesso da primeira parte da missão. Confira o momento exato da chegada da sonda Perserverance a Marte, com comemoração dos cientistas e técnicos da NASA:

O local de aterrisagem do Perseverance é considerado o mais perigoso de todos os já tentados. Isso porque aconteceu na Cratera de Jerezo – onde há bilhões de anos havia um lago. Em volta desse terreno, as irregularidades representavam riscos para o sucesso da missão.

Depois de se soltar da parte de cruzeiro, que o abasteceu durante a viagem, Perseverance teve que reduzir sua velocidade de 20 mil km/h para 0 km/h de forma autônoma. Sua inteligência artificial, somada à grande quantidade de câmeras na superfície do robô, calculou na hora onde seria o melhor lugar para pousar, desviando de obstáculos.

O objetivo do rover agora é percorrer cerca de 20 quilômetros em dois anos, buscando vestígios de vida na cratera. Retiradas do solo perfurado, as amostras coletadas têm previsão de chegar à Terra em 2030, quando serão analisadas. Além disso, Perseverance deve transformar dióxido de carbono e oxigênio para viabilizar uma futura missão com humanos no planeta.

primeira imagem da sonda perseverance em marte
Primeiro registro da Perseverance no planeta vermelho. Imagem: NASA

Depois das missões dos Emirados Árabes Unidos e da China, o veículo espacial da Nasa é o terceiro a chegar em Marte nessa semana.

Leia também: Como engenheiros estão operando rovers espaciais na quarentena?

Fontes: G1; Tecmundo.

O que você achou do pouso do Perseverance em Marte? Conte para a gente nos comentários o que você espera das descobertas que serão feitas por lá!

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Rafael Panteri

Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.

A Indústria da Construção Civil é como um termômetro da economia brasileira. Por exemplo, podemos entender melhor a crise de 2020 analisando os números deste setor. Na primeira onda da Covid-19, milhares de pessoas ficaram desempregadas. Mas o setor continuou tentando reagir e, ainda antes da segunda onda, algumas milhares de vagas foram criadas – de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Brasil. Esta flutuação traz esperanças para 2021, com profissionais cheios de expectativas altas!

Mas o que realmente pode ajudar estes profissionais e empresas a terem melhores resultados neste ano é apostar em novas tecnologias! Já foram apontadas as tendências para o futuro do mercado. Quer saber quais? O Engenharia 360 te conta neste texto!

Uma retrospectiva do que rolou na Construção Civil em 2020

2020 pegou a todos de surpresa! Além das perdas trágicas de vidas e patrimônios, este período também nos ensinou da importância das empresas serem mais resilientes, ou seja, de se prepararem sempre para eventos inesperados. Isto, obviamente, requer planejamento! Mas os eventos vieram depressa, então foi preciso acelerar a digitalização de muitos processos da construção civil. E houve um aumento maior por soluções de menor custo, que pudessem ser gerenciadas à distância e, mesmo assim, garantindo as boas condições de trabalho dos colaboradores.

No ano passado, as pessoas passaram a adotar maiores medidas de segurança – pelo menos o quanto lhes foi permitido. E, por conta disso, de fato, o mercado criou um cenário de investimentos diferente – o que deve se refletir em 2021, de algum modo. Por exemplo, negócios que envolvam mais as tecnologias digitais, a sociedade, a governança e a preservação do meio ambiente. Claro que tudo isto é um desafio enorme! Será que vamos mesmo conseguir? Bem, isto só o tempo dirá! Mas o importante é começar, não é mesmo?

“O setor (da Construção Civil) é fundamental para que o Brasil supere a crise pós-pandemia. Anal, além de ser um grande gerador de empregos, é um motor de reativação econômica muito importante e de efeito imediato, por causa do tamanho de sua cadeia produtiva.”

– Renato Las Casas, em reportagem de Emobile.
temperatura na cura das estruturas de concreto
Imagem de bearfotos em Freepik

A atual situação da Indústria da Construção Civil brasileira em 2021

Certamente o foco do trabalho em 2021 deve ser a melhora da qualidade de vida das pessoas. Contudo, recém estamos na fase de retomada dos negócios, então é muito cedo para dizer quais os resultados terá o balanço deste ano. Alguns setores do comércio têm trabalhado com esmero por mudanças. No geral, se conseguiu manter a retração da construção em menos de 2%, enquanto a economia geral brasileira reduziu 11%. O setor imobiliário aumentou, só no meio do ano passado, quase 26%. E o Fundo Monetário Internacional projeta 3,4% de crescimento na área da Construção Civil da América Latina. São números bem expressivos, não é mesmo?!

“(…) a redução da taxa de juros dá protagonismo ao investimento em imóveis e também anima as famílias para a aquisição da casa própria.”

– Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da Construção da FGV/Ibre, em apresentação no Sinduscon-SP.

Veja Também: Tendências de design de interiores 2021: o que deve mudar na arquitetura e decoração no próximo ano

temperatura na cura das estruturas de concreto
Imagem de bearfotos em Freepik

As novas tendências apontadas para a Construção Civil

Novas tecnologias geram novas oportunidades!

É essencial que a Indústria da Construção Civil no Brasil se renove, que deixe de lados os “achismos” e aposte mais na ciência! Só assim será possível trabalhar na recuperação e expansão do mercado nacional, garantindo uma melhor visibilidade do país para investidores internacionais. E a resposta do sucesso para o futuro pode estar nas tendências listadas a seguir:

1. Melhor capacitação dos profissionais

Não se pode imaginar uma construção de Arquitetura e de Engenharias de melhor qualidade se não for com mão de obra especializada! Também é importante analisar a qualidade dos fornecedores, sabendo se compreendem seu papel na proteção da sociedade e da natureza. Se as equipes estão comprometidas em achar alternativas mais seguras para os trabalhadores, que reduzam os custos operacionais e impactos sobre o meio ambiente, que utilizem mais os softwares e as energias renováveis, que gerem menos resíduos, e que atendam às necessidades dos clientes.

Engenheiro civil habilidades
Imagem: RAEng | via Unsplash

2. Robotização dos processos

Dentro deste item podemos citar muitas coisas! Primeiro, o maior uso de robôs, drones, sensores e máquinas com inteligência artificial dentro dos canteiros de obras, sendo um reforço para a força de trabalho. Simulações de projetos em três dimensões e realidade aumentada, explicando melhor as propostas – ficando o acabamento final mais nítido para os clientes. Uso do sistema BIM – Building Information Modeling – para modelar melhor os projetos de maneira interativa, abrangendo todo o ciclo da edificação. E também do sistema de ‘Internet das Coisas’ – via rede wi-fi, radiofrequência ou GPS -, usado para interligar todo o maquinário e funcionários da obra. Com tudo isto, pode-se:

  • identificar problemas de projeto;
  • realizar orçamentos mais precisos;
  • administrar melhor a obra;
  • rastrear equipamentos e materiais diversos;
  • acompanhar as atividades de funcionários; as execuções de serviços, evitando equívocos e acidentes de trabalho; e o processo de cura e textura de elementos em concreto;
  • reduzir o tempo das execuções e cumprir prazos de entrega.
uso de drone em construção civil
(imagem de startse.com)

3. Construções pré-moldadas

As novas tecnologias também são utilizadas hoje na construção de elementos estruturais. Temos o exemplo da impressão em concreto, uma realidade que começa a chegar aos canteiros. Também das máquinas para pavimentação de ruas com blocos de intertravados. E a utilização da construção modular e da produção de pré-moldados – que vem aumentando demais nos últimos anos. Coisas assim otimizam ainda mais a qualidade e a agilidade das empreiteiras, que podem executar várias atividades simultaneamente – e de um modo eficiente,  racional e sustentável. Um exemplo é o sistema chamado de off-site!

pré-moldado em construção civil
(imagem de Pixabay)

4. Sustentabilidade

Infelizmente, a construção civil ainda provoca um forte impacto negativo sobre a natureza! O mundo corre contra o tempo e até mesmo este setor terá de se adaptar, o mais rápido possível, à uma agenda de ecologia e sustentabilidade! Isto não deve ser mais usado apenas como discurso de Marketing e Publicidade, mas algo realmente concreto, visando fazer a diferença no mercado. E os clientes já estão mais atentos a esta conduta, preferindo os produtos e serviços de quem, de fato, se preocupa com a situação do planeta. São características de empresas assim:

  • colocar suas preocupações com o meio ambiente antes dos lucros;
  • valorizar sistemas que sejam menos poluentes;
  • tentar reduzir o consumo de materiais e recursos e dar o devido destino aos resíduos, tentando sempre reusar ou reciclar as coisas;
  • tentar poupar ao máximo o dinheiro dos clientes, mas sempre entregando de volta algo de elevada qualidade;
  • utilizar madeiras de madeireiras certificadas pelo Ibama e que extraem o material de áreas legais; e
  • priorizar luz e ventilação naturais, além de utilizar energia renovável paras as suas operações, como àquela produzida com placas fotovoltaicas.
Tendências 2021: descubra o que deve dominar a Indústria da Construção Civil [inclusive no Brasil]
(imagem de Pixabay)

À medida que as tecnologias avançam, mais tendências vão surgindo. É um processo natural; e ele é muito bom! O que mais será que pode surgir além disso em 2021? Vamos manter as esperanças, o foco, o esforço e acreditar no amanhã!

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Fontes: Globaltec, Cimento Itambe, Buildin, Emobile, G1, Rohden.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Ano após ano, governo após governo, o problema das enchentes e desabamentos ainda parece estar longe de apresentar uma solução confiável e eficaz. Medidas paliativas são constantes e, como é sabido, são pouco eficientes no longo prazo.

Enchentes
Imagem de Mílton Jung em Flickr

Quais são os desafios que o governo enfrenta no combate às enchentes?

Podemos resumir assim: investir em obras públicas requer verbas relativamente altas, transparência no processo (desde a contratação dos estudos iniciais, passando pelas fases adequadas de projeto, orçamentação, planejamento de execução, contratação da execução, execução, comissionamento (ou entrega final) e acompanhamento do empreendimento) e, principalmente, comprometimento do poder público, além de questões partidárias.

Verbas existem! O Banco Mundial, por exemplo, é grande fomentador de iniciativas que busquem resolver os problemas urbanos das grandes metrópoles. No Brasil, em específico, há verbas oriundas de desvios e corrupção que foram recuperadas via Lava-Jato. Também há verbas que têm origem em acordos judiciais, através de multas e acordos de leniência. Não seria ótimo se essa verba retornasse para a população como investimento em Infraestrutura?

Em relação à transparência e ao comprometimento do poder público, sabemos que em nosso país, dependem de outras variáveis que não técnicas. Dessa maneira, a solução passa por uma mudança da forma de pensar, quebrar velhos paradigmas em relação à forma de se projetar e começar a usar a inteligência e recursos tecnológicos disponíveis.

Veja Também: Enchentes no Brasil: quais as possíveis soluções propostas pela Engenharia?

Qual é o potencial do Brasil para lidar com as enchentes?

Atualmente, no Brasil, é emergencial o investimento em Infraestrutura. Estradas mal cuidadas, obras de arte especiais (pontes, viadutos, travessias) necessitando vistorias e manutenção, sistemas de coleta de esgotos em nível nacional ineficientes, sistemas de abastecimento de água operando em seus limites… a lista é grande.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (dados de 2021) a cada R$1,00 não gasto em saneamento básico, gasta-se futuramente R$4,00 em saúde, para sanar os males decorrentes de se viver em ambientes insalubres.

Enchentes
Imagem de Mauro Schaefer em Correio do Povo

Veja Também: Como o concreto permeável pode resolver o problema das enchentes?

Quais são as medidas mais urgentes no combate às enchentes?

Mas, o que deve ser feito para enfrentar as enchentes? Muita coisa… e são requisitos: ética, inovação, integração e profissionais tecnicamente e interpessoalmente qualificados.

O propósito desta matéria é apontar ações que visem à solução do problema das enchentes e mitigação de vítimas humanas decorrentes de acidentes de desabamento de terra.

Antes de propor as ações, é preciso identificar as condições de contorno impostas na solução de um problema dessa magnitude.

Análise de Engenharia Civil

Em relação às enchentes, sabemos que há períodos do ano onde há maior ocorrência de chuvas. É possível, dessa maneira, prever os meses mais críticos em termos de volume de chuva. É preciso considerar, ainda, que nos centros urbanos, devido à impermeabilização do solo, as águas provenientes das chuvas precisam escoar para os rios.

Num solo permeável, parte da água das chuvas é absorvida e parte escoa superficialmente. Essa seria a condição ideal, mas não é assim que funciona nos grandes centros urbanos. É sabido que, em alguns períodos do ano, os volumes de chuva serão maiores, bem como seus efeitos (alagamentos, enchentes, desabamentos de morros, vítimas humanas, intervenção de estradas).

Os sistemas de drenagem em algumas regiões são absolutamente ineficientes, fato que pode ser facilmente constatado após uma chuva forte na região central da cidade do Rio de Janeiro, ou em diversos pontos ao longo do Rio Tamanduateí no ABC Paulista, nas Marginais Tietê e Pinheiros, dentre tantos outros.

Outro ponto importante é a questão do lixo. Os sistemas de drenagem (sarjetas, bocas de lobo, galerias subterrâneas, córregos, rios) têm sua capacidade diminuída na presença de lixo. Soma-se a isso à coleta ineficiente dos esgotos urbanos provenientes de favelas e ocupações ilegais, com população vivendo em condição de extrema miséria.

Uma vez entendido o problema, é necessário um plano de ação que seja capaz de implementar, passo a passo, as principais atividades que devem ser programadas pelo poder público responsável pela gestão das cidades.

Enchentes
Imagem de Eduardo Paganella em GZH

Quais as soluções da Engenharia para problemas causados por enchentes?

O que pode ser feito agora? De imediato, são recomendadas as seguintes ações:

  • Identificar áreas de risco e ocupações sem saneamento básico (etapa de mapeamento);
  • Classificação das áreas de risco;
  • Realizar obras emergenciais/paliativas para mitigar o risco de acidentes e, consequentemente, evitar mortes;
  • Nas zonas de alto risco, propor a remoção dos moradores para áreas seguras (que devem ser definidas);
  • Elaborar projeto de Urbanização de Favelas, provendo saneamento básico e garantir a coleta adequada de esgoto;
  • Plano de limpeza dos rios – realizar a dragagem para remover resíduos acumulado nos rios e, se possível, concatenar com obras de ampliação da seção hidráulica dos leitos e afluentes, visando ao aumento da capacidade de vazão

A solução da questão das enchentes deve passar por esses passos, porém, não se limitam a eles.

Ações de médio e longo prazo

Deve-se pensar, programar e executar as ações de médio e longo prazo, que são:

  • Garantir coleta eficiente do esgoto;
  • Aumentar a capacidade de vazão dos rios;
  • Projetar sistemas de reservatórios temporários, conhecidos como piscinões.

O grande desafio é integrar de forma coordenada todas essas ações, com uma postura transparente e comprometida no cumprimento de cada etapa. Sem isso, os problemas serão resolvidos parcialmente e continuarão recorrentes.

Enchentes
Imagem de Marco Favero em GZH

Qual a melhor maneira de implementar essas ações propostas pela Engenharia?

O ponto de partida deve ser a ética e transparência nas contratações, através de uma definição de escopo inequívoca e cujo avanço das atividades possa ser gerenciado e medido.

As decisões devem ser guiadas por critérios técnicos, definidos e avaliados por profissionais que tenham competência para tal. Deve-se considerar, ainda nas etapas iniciais, estudos realizados com base na filosofia BIM (Bulding Information Modeling – Modelagem da Informação da Construção).

Exemplo de modelagem - software OpenFlows
Figura 4 – Exemplo de modelagem – software OpenFlows (Fonte: Bentley Systems)

A etapa de estudos iniciais é imprescindível. Nessa fase, serão levantados os dados que irão dar subsídio às decisões de Engenharia (escolha da solução, modelagem da informação da construção, projeto, simulações). Tecnologia para isso existe e já mencionamos que verba também!

Uma vez que se tenha conhecimento das condições de contorno, das particularidades de cada região, deve-se proceder com os estudos e projetos, devendo-se ter muito claro qual a capacidade de escoamento atual do sistema e qual a requerida (ou necessária, ou de projeto). Trata-se de um problema de drenagem urbana:

  • dada uma chuva com período de retorno associado, deve-se responder e propor solução às questões: i) qual a capacidade de escoamento atual? ii) qual o volume de água pluvial deve ser escoado e captado para a chuva de projeto? iii) o que precisa ser feito efetivamente para aumentar a capacidade de escoamento do sistema atual? iv) qual o custo para implementação (desde estudos iniciais até acompanhamento da operação)?

Obras de infraestrutura e saneamento, reservatórios temporários, conjuntos habitacionais, dragagem e aumento da seção transversal dos rios devem ser pensadas e planejadas nessa fase, devendo as obras serem hierarquizadas quanto às suas urgências específicas.

Deve-se buscar, fundamentalmente, a integração da fragmentada cadeia da indústria da construção civil, o que significa dizer que é condição sine qua non que os trabalhos sejam coordenados de forma colaborativa entre todos os players envolvidos no processo.

Há no país profissionais com competência comprovada na realização de grandes obras, assim como há verba disponível para ser destinada à solução do problema. O que está faltando é uma postura proativa e solucionadora de problemas, pautada na inteligência, ética e transparência. Ou seja, falta uma liderança capaz de integrar e coordenar essas ações.

Como corolário, é inevitável a geração de empregos diretos e indiretos no mercado da construção, aumento de renda da população e crescimento econômico do país.

Veja Também:


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Engenharia 360

Cristiano Oliveira da Silva

Engenheiro Civil; formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; com conhecimentos em 'BIM Manager at OEC'; promove palestras com foco em Capacitação e Disseminação de BIM / Soft Skills.

Nota: controlar a temperatura de cura do concreto pode ser um desafio na medida que temos o agravamento das mudanças climáticas. Olha o que acontece em 2023, por exemplo, uma onda de calor excepcional atingiu o país em agosto, com temperaturas muito acima do normal durante o inverno. O ar quente e seco cobrindo o país é resultado da combinação de influência do El Niño e mudanças climáticas. Sim, esse calor fora do comum para o inverno é altamente atípico.


O concreto é hoje em dia o material mais utilizado na construção civil. Talvez você não saiba, mas em sua “receita” vai cimento, água, areia, brita e aditivos. Também que é a reação da junção do cimento com a água que gera o “endurecimento” da massa, um processo que libera bastante calor. E que as consequências desta união química podem ser trágicas em alguns casos, como quando o fenômeno não é devidamente controlado e acabam surgindo as patologias que comprometem a estabilidade das estruturas.

O que é calor de hidratação?

‘Calor de hidratação’ é o termo que os engenheiros usam quando querem se referir ao calor liberado pela reação dos componentes misturados à “receita” do concreto. Isso é algo que acontece enquanto há a transferência de energias no interior dos elementos que estão sendo concretados. Já no início do “endurecimento” da massa acontece este aumento de temperatura, cujo calor é liberado posteriormente para atmosfera.

Este tal ‘calor de hidratação’ é, portanto, algo natural de acontecer. Mas por que será que se precisa ter tanta atenção com isto? Bem, o problema maior é quando a peça concretada recebe um grande volume de concreto. A energia produzida em seu interior é alta e o calor – que pode chegar a quase 70 graus – encontra grande dificuldade de se dissipar na atmosfera. Até conseguir chegar à camada externa – em expansão – pode levar muito tempo e, enquanto isto, acabar provocando trincas na massa que já está em processo de cura ou “endurecimento” – retração.

temperatura na cura das estruturas de concreto
Imagem de Lifestylememory em Freepik

Como reduzir o calor de hidratação no concreto?

Claro que há muitas causas envolvidas nos problemas ocasionados pelo calor de hidratação além da quantidade de cimento e água na mistura da massa de concreto. Pode ser, por exemplo, por causa do desempenho de outros elementos na composição; das variações térmicas do local da construção em todo o tempo de cura da peça concretada; umidade relativa do ar; intensidade do vento; maneira como o concreto foi lançado do caminhão betoneira para as fôrmas; e muito mais.

“Quando a temperatura do concreto se diferencia da temperatura ambiente em mais de 25°C, a probabilidade de ocorrer uma fissura é muito alta.”, “Trincas e fissuras podem surgir também quando a temperatura da mistura passa dos 65ºC, gerando um fenômeno raro chamado etringita tardia.” – especialista em concreto Rubens Curti, em reportagem de Mapa da Obra.

temperatura na cura das estruturas de concreto
Imagem de bearfotos em Freepik

Medidas para evitar o aumento do calor de hidratação

  • Evitar a exposição excessiva do concreto ao sol nas primeiras horas e dias após a aplicação na fôrma – pode ser interessante, em alguns casos, programar a concretagem no período da noite;
  • Fazer a concretagem em camadas em peças muito volumosas, não de uma vez só;
  • Tentar reduzir, ao máximo, a quantidade de aglomerante na mistura do concreto;
  • Tentar manobras para controlar a temperatura da massa, hidratando o cimento e resfriando os outros materiais da mistura, evitando acelerar a evaporação da água – importante para amenizar o processo de calor excessivo;
  • Usar lonas plásticas especiais, serragem, areia, sacos de aniagem ou papel umedecido para cobrir a superfície do concreto, evitando a perda de água;
  • E irrigar por pelo menos 7 dias e noites a superfície do concreto logo após o término da concretagem.

Veja Também: Lajes aliviadas de concreto: conheça essa tecnologia que auxilia no aliviamento de cargas estruturais

O que acontece com concretagens em dias muito quentes?

As obras não podem ficar paradas esperando as melhores oportunidades do mercado! Os projetos têm prazos de entrega. Mas às vezes eles atrasam. E sabe por quê? Sim, o clima! Pois não é possível concretar em temperaturas extremas! Abaixo de 15 graus Celsius, o endurecimento do concreto pode ficar lento demais, o calor de hidratação baixo e a peça final acabar com menor resistência. Já com um calor acima de 35 graus pode acontecer de o endurecimento ser rápido, o calor alto, a água evaporar depressa demais e a peça, além de ficar pouco resistente, acabar com fissuras também. 

“A temperatura ambiente para lançamento do concreto deve estar entre 5 °C e 30 °C. Já a temperatura do concreto por ocasião de seu lançamento deve ser fixada de modo a evitar fissuração de origem térmica.”

“O calor (ambiente) também aumenta a velocidade da reação de hidratação do cimento, resultando na perda da trabalhabilidade do concreto durante o seu transporte, o que leva à necessidade de água adicional para que atinja o abatimento especificado para a obra.”

– é o que diz a ABNT NBR 7212/2012.
temperatura na cura das estruturas de concreto
Imagem de bearfotos em Freepik

Veja Também: Cimento Branco Estrutural: Vantagens e Desafios Desse Material Inovador na Construção Civil

Adicionar mais água ou água gelada ao concreto seria a solução correta?

Bem, a resposta para esta pergunta pode ser mais complicada do que parece. Uma coisa é certa, não se pode adicionar mais água além do previsto na mistura do concreto, assim como não se pode colocar mais leite na massa de um bolo. Tudo deve ser calculado pelo especialista! Qualquer ação baseada em achismos é um erro que pode comprometer o resultado da estrutura!

Em dias muito quentes, por exemplo, o que se pode fazer é utilizar aditivos para desacelerar a perda de água no concreto. Umedecer as fôrmas antes da concretagem também ajuda. Assim como controlar a unidade ambiente com nebulização.

O que alguns profissionais fazem para amenizar o problema é substituir parte da água na “receita” por gelo – em pedaços pequenos – ou nitrogênio líquido. Ou mesmo utilizar serpentinas ou pequenas tubulações com água gelada dentro do concreto – permanecendo dentro dele, mesmo finalizado o endurecimento. Mas voltamos a dizer que isto é algo que deve ser avaliado e planejado por um especialista em estruturas!

Já sabia dessas curiosidades sobre o processo de concretagem? Deixe seu comentário!

Veja Também:


Fontes: Cimento Itambe, Mapa da Obra, AECWeb, Portal do Concreto, TecnosilBR.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

O número pi (π) é obtido através da razão do comprimento de uma circunferência por seu diâmetro. Essa definição é apresentada para qualquer aluno do Ensino Fundamental. Quem primeiro observou esse fato foram os Babilônios, há cerca de 2.000 a.C., quando propuseram que essa razão era aproximadamente 3.

número pi (π)
Imagem reproduzida de Wikimedia Commons

Veja Também: Equação desafia Inteligência Artificial avançada

A história do número pi (π)

Arquimedes de Siracusa (250 a.C.), famoso por cunhar a expressão “Eureka” após resolver um problema proposto pelo Rei Hierão, foi quem de fato estudou o número π mais a fundo sob o ponto de vista matemático. A ele atribui-se uma primeira aproximação, que é 22/7. Ele também concluiu que o número π está limitado entre 223/71 e 220/70. Uma forma mais elegante de apresentar esse intervalo é através da relação:

número pi

Ou seja, π está entre 3,140845 e 3,142857.

Em 1706 d.C. Willian Jhones, um matemático galês pouco conhecido que viria a se tornar vice-presidente da Royal Society de Londres no século XVIII, introduz o símbolo π para designar esse número.

Veja Também: A Matemática Responde – parte 1: quem é maior, e^pi ou pi^e?

A busca impossível pelo valor exato

Jamais saberemos o valor exato de π, uma vez que Johann Lambert prova em 1768 que o número é irracional (sei que estamos entre engenheiros e todos aqui sabem que um número irracional é um número que não pode ser expresso através de uma fração).

O valor das 20 primeiras casas de π é: 3,14159265358979323846…

Em 1862, o matemático alemão Ferdinand von Lindemann solucionou um dos problemas mais importantes associados a π, mostrando que ele era “transcendental”. O conceito de número transcendental é mais familiar aos matemáticos e menos a nós, engenheiros. Um número transcendental, basicamente, é aquele que não pode ser solução de uma equação algébrica (uma equação que envolva apenas potências de x).

Lindemann também solucionou um problema que durou gerações, que era a quadratura do círculo. Esse problema consiste em, dado um círculo, construir com quadrado de área igual utilizando apenas régua e compasso. Hoje em dia, graças a ele, sabemos que é impossível solucionar esse problema.

Diversos caminhos para π: Beleza matemática

Há muitas maneiras de se calcular o número π. E algumas são belíssimas!

Apresentaremos a seguir algumas maneiras.

O homem que viu o infinito

O gênio autodidata Srinivasa Ramanujan (cuja biografia é contada no filme “O homem que viu o infinito”), concebeu algumas fórmulas espetaculares para π. Uma delas é essa:

número pi

Ele acerta incríveis 6 casas decimais de π!

Só não me pergunte como o cara conseguiu chegar nessa expressão.

O cálculo computacional de π: Limites da tecnologia

Uma outra forma de se obter π é através da expansão do arco duplo.

É possível demonstrar que se

número pi

Então

número pi

Expandindo a expressão acima em arcos metades, chega-se à série infinita

número pi

Para desenvolver essa expressão, é necessário resolver o limite:

número pi

É possível demonstrar que esse limite converge pra x, quando n tende a infinito, chegando-se à expressão:

número pi

Sabendo-se que

número pi

Chegamos a uma expressão para o cos(x)

número pi

E assim sucessivamente…

Usando a mesma ideia de pegar arcos metade e considerando o valor de x = π/2, chegamos à belíssima expressão:

número pi

Cálculo via integral do arctan(x)

Com o advento do Cálculo Integral e Diferencial, outra expressão pode ser obtida para cálculo de π baseada no arctan(x).

Sabendo-se que a derivada do arctan(x) pode ser expressa por:

número pi

E que a soma dos infinitos termos de uma PG (progressão geométrica) de termo inicial igual a 1 e razão r = (-x²), converge para

número pi

Ou seja,

número pi

Obtemos então as seguintes igualdades matemáticas:

número pi

Qualquer aluno de 1º ano de Engenharia sabe resolver essa integral sem dificuldades e obterá a seguinte série infinita para o arctan(x):

número pi

Pergunta valendo a obtenção do π: qual é o arco, cuja tangente vale 1?

Se você lembrar do famigerado círculo trigonométrico, sabe de cara que esse arco é 45° ou… π/4

Substituindo o valor 1 na expressão do arctan(x) expresso na soma infinita acima, chegamos à expressão:

número pi

É uma das mais belas expressões matemáticas para π: embora seja um número irracional e transcendental, ele pode ser expresso como 4 vezes uma soma alternada infinita de frações com denominadores ímpares!

Curiosidades sobre essa série: sua convergência é extremamente lenta. Para ter uma ideia, a primeira casa decimal de π estabiliza-se apenas a partir do 30° termo. Para estabilizar a 2ª casa decimal, são necessários mais de 100 termos!

Usando a mesma ideia por trás da expansão em série de arctan(x), o mundo conheceu um matemático que não sabia “brincar”. Sir Isaac Newton encontrou uma série que, com apenas 10 termos, chega a estabilizar até a 6ª casa de π.

É possível demonstrar utilizando relações da tangente da soma de arcos, ou tan(a+b), velha conhecida ensinada no Ensino Médio que:

número pi

Fazendo as substituições devidas, chegamos a série de somas infinitas apresentada abaixo

número pi

Essa expressão pode não ser tão bela, mas converge que é uma beleza!

π: Mais do que um Número, uma Obsessão

Nos tempos modernos, foram sendo obtidas cada vez mais casas decimais desse número através do computador.

Em 1949, foram calculadas 2.037 casas decimais de π, o que levou longas 70 horas em um computador ENIAC. Em 2002, já tinham sido calculadas absurdas 1.241.100.000.000 (um trilhão, duzentos e quarenta e um bilhões e cem milhões!!!) casas decimais. E esse número não para de crescer. Para ter uma ordem de grandeza desse número: imagine que se estivéssemos na linha do equador e começássemos a escrever suas casas decimais, essa quantidade de números daria 62 voltas em torno do mundo!

Diversas questões têm sido perguntadas e respondidas acerca desse número. Serão os algarismos de π aleatórios? Há alguma sequência predeterminada na expansão? Até os anos de 1950, era impossível saber, já que eram conhecidas “apenas” umas 2000 casas. No ano de 1997, foram encontradas algumas sequências interessantes.

Utilizando-se o exercício mental da linha do equador, na posição 17.387.594.880, cerca de 1000km antes de completar uma volta na Terra, vocês encontrarão dez “6” seguidos. E deverá esperar até que uma volta seja completada e caminhar mais uns 5800 km até encontrar dez “7” seguidos.

Mas para que serve saber tantas casas decimais? Afinal, para os cálculos de engenharia, umas 2 casas decimais já resolvem nossos problemas. Esses cálculos extensos não são apenas por “diversão”: eles são usados para testar os limites dos computadores atuais, além de exercerem um fascínio sobre um grupo de matemáticos que se denominou “os amigos do pi”.

Desvendamos juntos os segredos de π. Compartilhe suas ideias e curiosidades sobre esse número incrível nos comentários!


Fontes:

  • 50 maths ideas that you really need to know; Tony Crilly
  • Elementos de Cálculo Diferencial e Integral; Granville; Longley

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Cristiano Oliveira da Silva

Engenheiro Civil; formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; com conhecimentos em 'BIM Manager at OEC'; promove palestras com foco em Capacitação e Disseminação de BIM / Soft Skills.

Você, estudante universitário, já ouviu falar sobre habilidades interpessoais e competências contemporâneas para a vida adulta? É isto mesmo! Trata-se de mais uma coisa que você precisará também superar, além dos muitos desafios da educação – se quiser obter sucesso, claro! Mas calma, pois isto não é nenhum bicho de sete cabeças!

Fique atento ao que dizem os educadores, gestores e também nas dicas que nós, do Engenharia 360, trouxemos sobre Inteligência Emocional nas universidades!

O surgimento do conceito de Inteligência Emocional

Este é um conceito já vem sendo trabalhado há cerca de trinta anos. Em 1995, o autor do livro “Inteligência Emocional”, Daniel Goleman, abordou a tese dos pesquisadores Peter Salovey e John Mayer. Nesta obra, foram apresentados alguns dados que apontam como as nossas emoções afetam tanto o lado pessoal quanto profissional de nossas vidas – o que inclui também o aprendizado nas escolas.

inteligência emocional engenheiros
Imagem de RobinHiggins em Pixabay

Consequências reais

Hoje em dia, profissionais da área médica, como o psiquiatra brasileiro Augusto Cury, tentam encontrar formas de amenizar os níveis de estresse nas pessoas para evitar algumas doenças na sociedade. Afirma-se que reações emocionais negativas e transmissão de ideias e pensamentos levariam as comunidades a apresentarem, em geral, um número maior de casos de preconceitos e suicídios. Além disso, mais indícios com quadro de distúrbios mentais, problemas de ansiedade, problemas cardíacos, diabetes, câncer e mais.

Veja Também:

Você já ouviu falar em soft skills? Conheça as habilidades do profissional do futuro

O significado de Inteligência Emocional

Com base no que foi dito antes, o que concluímos? Isto mesmo, que Inteligência Emocional tem a ver com administrar as emoções visando alcançar objetivos!

É muito simples, se você não conseguir suportar as mudanças de cenário ‘escola-universidade’, as novas cobranças de horários e tarefas, os gastos financeiros, os estágios e outras atividades no momento, como terá a capacidade de se formar e ingressar no mercado de trabalho? Pense nisto!

Entendemos que é mesmo difícil, diante destes desafios, enxergar o lado positivo das coisas. “Será mesmo que estou seguindo o caminho certo?”, “Será que deveria gastar tanto do meu tempo me dedicando a este curso?”, “E se as coisas não saírem como planejado?”, “E se o mercado mudar?”. São tantos “se” que o emocional do estudante fica mesmo abalado e, se não souber lidar com isto, pode acabar desistindo de concluir o curso!

Veja Também: Como gerenciar seu tempo efetivamente na graduação de Engenharia

O conceito médico de Inteligência emocional é trabalhar nos estudantes e profissionais aspectos como:

  • Relacionamento interpessoal;
  • Autonomia e autoestima;
  • Consciência dos sentimentos e emoções, além dos seus limites; das adversidades impostas pela vida que podem ou não serem modificadas; e dos erros cometidos;
  • Exercícios para valorização da honestidade, respeito, amor próprio e amor pelo próximo;
  • Exercícios de automotivação para lidar com as situações intensas, críticas e cobranças;
  • E exercícios para controlar impulsos e colocar-se no lugar do outro.

A ideia é realmente identificar e gerir, o mais rápido possível, todas as emoções que se sente e traçar um plano de enfrentamento e tolerância!

inteligência emocional engenheiros
Imagem de jcomp em Freepik

O que as universidades têm feito a respeito

Vamos combinar, seguimos para as escolas técnicas, faculdades e universidades pensando justamente na carreira profissional! Então, o passo dado adiante é o mercado de trabalho!

Pois saiba que uma das coisas que as empresas mais valorizam, além do currículo estudantil, é a capacidade dos candidatos controlarem suas emoções. Isto porque se credita que isto deve contribuir positivamente para o ambiente de trabalho.

Muitas universidades se preocupam em colocar nos seus currículos disciplinas que trabalhem a educação emocional nos jovens. Algumas devem instigar, nos alunos, o autoconhecimento. Outras já visam as habilidades de comunicação, trabalho em equipe e entendimento sobre o outro. Enfim, desse modo, eles conseguem, de fato, formar profissionais saibam trabalhar em equipe; que saibam se concentrar nas tarefas solicitadas e tomar as melhores decisões; que aproveitam tudo o que lhes foi ensinado; e que sejam sempre empáticos!

Visando o mercado de trabalho, estas escolas têm contribuído para a melhora do seu ambiente e dos seus próprios resultados. Isto porque, neste caminho, além do aspecto formal do desenvolvimento do aluno, também é considerada a sua formação como cidadão. E, enfim, o ensinamento de Inteligência Emocional Profissional acaba melhorando o rendimento dos estudantes em sala de aula, favorecendo o seu aprendizado e elevando as médias das instituições!

“Percebemos hoje muitos alunos fragilizados, que trazem seus problemas para a sala de aula, não conseguem separar suas emoções e lidar com equilíbrio diante das diferentes situações da vida.”,

“Fica claro o quanto isso interfere no desempenho acadêmico. Por isso resolvemos investir no programa, pois acreditamos que nossa missão é ir além e investir na formação integral do indivíduo.

– professora Cristina Herold Constantino, da Unicesumar.

inteligência emocional engenheiros
Imagem de RobinHiggins em Pixabay

O que fazer para desenvolver a Inteligência Emocional

Para que este trabalho de Inteligência Emocional dê certo, as universidades podem contar com ferramentas especiais, softwares, aplicativos e as análises de gestores que ajudam no desenvolvimento social e psicológico de professores e alunos.

“O modelo que se tem hoje nas universidades é o da formação meramente científica. Porém, o nosso aluno hoje está tendo a oportunidade de unir o conhecimento científico ao desenvolvimento emocional. É um trabalho em prol da atuação dele no futuro e a construção de uma carreira mais assertiva.” – Cristina Herold Constantino.

Já você mesmo, estudante, com o que tem que se preocupar? Bem, o mais importante é o autoconhecimento. É que quando temos bom conhecimento das nossas habilidades e competências, temos mais sucesso em traçar e seguir metas para a vida, transformando sonhos em realidade! Ter sentimentos de tristeza e raiva de vez em quando é normal; só não é normal deixar que isto domine o seu dia-a-dia, levando ao descontrole! Saiba conviver com a negatividade de forma equilibrada!

Ajuda muito não reprimir as suas emoções, conversando sobre os seus sentimentos com outras pessoas – em casos graves, procure um especialista, como psicólogo, psiquiatra e terapeuta -; socialização é essencial para o ser humano! Também é bom praticar a resiliência, entendendo que nem tudo acontecerá sempre do jeito esperado. Isto pode prevenir a depressão e ajudar a te guiar à felicidade e satisfação pessoal! Aposte nesta ideia!

Você já tinha parado para refletir sobre isso? Comente!

Veja Também:


Fontes: Folha Vitória, Unicesumar, Escola da Inteligência, Desafios da Educação – grupoa, Márcio Dias Consultoria.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Já falamos aqui no Engenharia 360 sobre os arranha-céus mais altos do mundo em um artigo, em outro também publicado aqui no blog falamos sobre os arranha-céus e destacamos 8 maravilhas da engenharia e em outro artigo falamos sobre a história das duas torres super famosas, já sabe quais são né? Não sabe? Refrescaremos sua memória: são as Torres Gêmeas e abrangemos desde sua concepção até seu trágico colapso. Na matéria de hoje, montamos uma lisa com 10 arranha-céus dos mais altos do Brasil e você irá ver que 8 deles se encontram localizados na mesma cidade.

10. Tour Geneve

Em 10º lugar temos o Tour Geneve, localizado em João pessoa na Paraíba, ele possui cerca de 183 metros.

Imagem da fachada do Tour Geneve, um dos maiores arranha-céus
Imagem: G1

Este empreendimento traz o conceito “mixing Building”, que torna ele não apenas comercial ou residencial. Possuindo 23 lojas de 30 a 846 m², 45 salas comerciais de 33 a 150 m²e área residencial que possui 91 unidades de 160 a 410m² além de possuir uma mansão suspensa com 1.000 m².

9. Orion Business and Health Complex

Em 9º lugar localizado em Goiânia temos o Orion Business and Health Complex, possuindo cerca de 184 metros de altura.

Fachada do arranha-céu Orion Complex
Imagem: OrionComplex

Este conjunto nada mais é que um complexo de saúde e negócios completo. E o que isto significa? Ele possui hospital, torre comercial, hotel e shopping, além de poder ser avistado a um raio de 10 km e possuir 1400 vagas de estacionamento, 664 salas, 1 hotel 5 estrelas e o shopping que possui cinema, praça de alimentação e 62 lojas.

8. Epic Tower

Em 8º Lugar localizado em Balneário Camboriú, o arranha-céu com 190 metros de altura que ganha esta posição no ranking é o Epic Tower.

Fachada do edificio Epic Tower
Fonte: Skyscraper

Este edifício residencial possui 55 andares, seus apartamentos são de 4 a 5 suítes e cada apartamento possui de 3 a 4 vagas de garagem. Sendo um condomínio completo em área de lazer. O valor inicial dos apartamentos é de aproximadamente 10 milhões de reais.

7. Vitra

Em 7º lugar está um empreendimento misto com 208 metros de altura, o Vitra. Localizado também em Balneário Camboriú, foi assinado por um escritório de design Italiano que também é responsável por projetos para a Ferrari e Maserati.

Fachada do Vitra
Fonte: Pasqualottoegt

Sendo um edifício residencial, possui uma arquitetura diferenciada e sua previsão para conclusão da construção é em dezembro de 2021.

6. Sky Tower

Já chegamos praticamente ao meio da lista e em 6º Lugar temos mais um empreendimento em Balneário Camboriú. Ele possui o nome de Sky Tower e contém 45 andares totalizando uma altura de 210 metros.

Imagem aérea do arranha céu sky tower
Fonte: Grupo ODP

A empresa responsável do projeto teve como prioridade a sustentabilidade e para isto usou a técnica construtiva pele de vidro, trazendo além da sofisticação também a sustentabilidade.

5. Phoenix Tower

Em 5º lugar, também localizado em Balneário Camboriú, o Edifício Phoenix Tower, que chega à marca de 215 metros. O empreendimento também é residencial, contando com área de lazer completa onde inclui academia, SPA, bar molhado, cinema entre outros.

Fachada do edifício Phoenix um maiores
Fonte: Concisa Imóveis

4. Boreal Tower

Em 4º lugar, mais um empreendimento em Balneário Camboriú, desta vez a torre se chama Boreal Tower, possui cerca de 220 metros de altura e é super bem localizada. Ele fica na beira-mar e, pelo fato de possuir 55 andares, os moradores deste empreendimento não terão nenhum obstáculo a sua frente, além de possuir uma arquitetura sofisticada com sua fachada toda em vidros espelhados.

Imagem da fachada do Boreal Tower
Fonte: Liebert Negócios

3. Infinity Coast

Chegamos ao top 3. Quem leva o 3º lugar é a torre denominada Infinity Coast também localizada em Balneário Camboriú. Ela é um dos mais altos arranha-céus da América Latina, chegando a uma altura de aproximadamente 235 metros. Possui salas comerciais e apartamentos residências e não precisa nem falar que sua área de lazer é completíssima.

Fachada do arranha-céu Infinity Coast
Fonte: Imobille Negócios

2. Yachhouse Residence Club

Chegamos ao 2ºlugar, muitos acham que esta edificação carrega o 1ºlugar, mas não, as torres gêmeas brasileiras, cujo conjunto carrega o nome de Yachhouse Residence Club ficam na 2ª posição.

Fachada das torres do empreendimento yachthouse
Fonte: Yachthouse

Estas duas torres chegam ao marco de 281 metros de altura e contam com 264 apartamentos. Elas também estão localizadas em Balneário Camboriú.

Elas possuem o elevador residencial mais rápido no Brasil, que terá a capacidade de percorrer do térreo ao último andar em menos de 1 minuto. Mas não será apenas 1 elevador, o total de elevadores são 22, sendo que 10 destes possuem esta tecnologia.

Além de área de lazer completa, que inclui cinemas, bares, piscinas, academia entre outros, também possui Heliporto e garagem para barcos.

1. One Tower

E chegamos ao primeiro colocado! Em 1ºlugar o empreendimento One Tower também localizado em Balneário Camboriú possui mais de 290 metros de altura. Localizado também a beira-mar este empreendimento conta com 4 pavimentos distribuídos ao longo dele, especialmente para a área de lazer.

Fachada do edifício One Tower
Fonte: Sax Negócios

E você, investiria comprando em algum desses arranha-céus? Comente!


O Engenharia 360 tem muito mais a compartilhar com você! Confira ao webstories a seguir!

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Engenharia 360

Guilherme Menezes

Engenheiro Civil; formado pela Universidade Anhembi Morumbi; atua no desenvolvimento de projetos conceituais e executivos, além da produção de conteúdo relacionado à Engenharia.

Muitas pessoas não admitem, mas o fato é que é impossível não ficar fascinado pelo mundo encantado da Disney e sua Arquitetura. Infelizmente, o próprio Walt Disney só esteve vivo na primeira metade do século XX. Porém, sua contribuição para o ramo do entretenimento foi absurdamente grande, avançando também para a área do design. E é justamente sobre isto que o Engenharia 360 abordará no texto a seguir! Confira!

Um breve panorama histórico

O senhor Walt Disney, depois da Primeira Guerra Mundial, tinha duas lindas filhas que gostavam muito de ir a parques de diversões. Walt, então, percebeu que estes locais costumavam serem sujos, barulhentos e sem qualquer opção de diversão para os pais. Foi quando ele teve a ideia de consultar arquitetos e outros profissionais para um plano bastante ousado: o de criar um parque como nada igual já visto pelo homem. E em 1955, Disney conseguiu transformar a sua vontade platônica em algo mais parecido ter saído dos sonhos infantis, a Disneyland de Anaheim, na Califórnia!

Claro que os planos de Disney eram bem maiores! Ele observou que vários visitantes do parque vinham do leste e começou a estudar a construção de um segundo parque, muito maior, na região de Orlando, na Flórida. Na época, estas terras eram de pouco valor, mas Walt enxergou longe e fez a sua aposta! Porém, lamentavelmente, ele faleceu pouco depois, em 1966. Isto fez com que o seu irmão, Roy Disney assumisse os negócios – o que fez com esmero até 1968, quando também faleceu. E finalmente, em 1971, a famosa Walt Disney World foi inaugurada.

Disney Parks
Disney Parks (imagem reproduzida de wdwnt.com)

O objetivo da Arquitetura da Disney

A Arquitetura da Disney é uma arquitetura completamente voltada ao entretenimento! Seu foco são os temas divertidos abordados em seus desenhos e longas metragens. Ela é projetada para estimular, ao máximo, a imaginação e a fantasia nas mentes das crianças e pais visitantes dos parques. Seria uma realidade refinada de um gigantesco cenário cinematográfico, onde a maior inspiração é a própria cultura americana.

A abordagem da Arquitetura Disney pode ser extremamente exagerada de imagens, ícones e motivos históricos e abstratos – tanto que até incomoda a maioria dos arquitetos -, mas inegavelmente é capaz de nos levar a um passeio utópico dentro dos mais maravilhosos contos de fadas!

Wald Disney
Disney Parks (imagem de Pixabay)

As principais características da Arquitetura Disney

Acredita-se que a Arquitetura Disney, de certo modo, retrata a vida, gosto e personalidade do próprio Walt Disney. O plano original era inserir os edifícios sobre um plano urbano de cidade autônoma, mas o conceito acabou resumido apenas à parques temáticos e resorts. Já os edifícios são ditos temáticos, a maioria recriações lúdicas de monumentos famosos ou de importância para a família Disney, com o objetivo de contar uma história.

Em meio a jardins paradisíacos, que lembram jardins europeus, estão as “8 lands” da Disney. Ao entrar no parque, a primeira coisa que se pode ver é a réplica das cidades onde os Disney passaram a infância – em Missouri e depois Kansas. O destaque vai para a réplica do corpo de bombeiros onde o pai de Walt e Roy, Elias Disney, trabalhou durante quase toda a sua vida. É neste mesmo prédio que ficava o apartamento particular de Walt Disney.

As 8 Lands

A primeira land é a Main Street USA. Ela é inspirada no meio oeste americano. Ela tem estações de trem, praças, bondes e réplicas de edifícios do período vitoriano. Curiosamente, suas construções tem a escala reduzida em cinco oitavos. A razão disso é psicológica, ou seja, trabalhar com a ilusão de altura e de perspectiva para fazer com que a própria rua pareça um brinquedo.

Main Street USA Disney
Main Street USA (imagem de Wikipedia)

A segunda land é a Adventureland. Ela tem um visual mais selvagem, inspirado na cultura africana e nas florestas tropicais – que levou a criação de filmes, como Indiana Jones.

Adventureland Disney
Adventureland (imagem de Davric em Wikipedia) – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Landscape_in_Adventureland_in_Disneyland_15.jpg

A terceira land é a Frontierland. Esta lembra o velho oeste americano do século XIX, com direito a sallons, pedreiras, rios e várias construções em madeira. A intenção, neste caso, era reviver o passado dos Estados Unidos.

Frontierland Disney
Frontierland (imagem de wdw news tv)

A quarta land é a Fantasyland. Seu desenho original era medieval europeu. Porém, em 1983 a área foi reformada e passou a retratar uma vila na Bavária – que, de acordo com Disney, é uma “terra de esperança e sonhos”. É neste ponto do parque que está o Castelo da Bela Adormecida, com arquitetura inspirada no Castelo de Neuschwansteins, na Alemanha.

Fantasyland Disney
Fantasyland (imagem de deror_avi em Wikipedia) – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Disneyland_Fantasyland_IMG_3950.jpg

A quinta land é a Tomorrowland. Esta é a área mais futurista do local. Uma parte dela é baseada nas histórias de Julio Verne. Já outra parte é inspirada na arquitetura de Nova Orleans do século XIX.

Tomorrowland Disney
Tomorrowland (imagem de Wpcpey em Wikimedia) – https://zh.wikipedia.org/wiki/%E5%A4%AA%E7%A9%BA%E9%A3%9B%E7%A2%9F#/media/File:HKDL_Tomorrowland_Orbitron_2007.jpg

Por fim, a última land é a Mickey’s Toontown. Ela tem seu design inspirado nas construções de Los Angelis dos anos de 1930, onde fica a casa do personagem mais famoso da empresa, o Mickey.

Mickey’s Toontown Disney
Mickey’s Toontown (imagem de deror_avi em Wikipedia) – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Disneyland_IMG_3967.jpg

Os arquitetos e seus projetos mais famosos

“Se você pode sonhar, você pode fazer!” 

– Walt Disney

A Disney jamais cogitou trabalhar com uma arquitetura convencional para os seus parques. Desde sempre o negócio era mesmo o entretenimento. Bem no começo, a empresa já criou para si um grupo dedicado a desenvolver projetos personalizados. Talvez o segredo do seu império seja a WDI ou Walt Disney Imaginneering, o segmento de design da The Walt Disney Company. Ela é, hoje, responsável pela criação e manutenção criativa dos parques temáticos Disney em todo o mundo.

A WDI também sempre foi s supervisora dos projetos e execuções terceirizadas dos parques e adicionais. Sim, muitos outros profissionais aceitaram o desafio de trabalhar com a Disney! O primeiro foi Bruce W. McNeil da McNeil Construction Co. Junto dele, na época, vários engenheiros de estruturas detalharam os projetos de prédios e ruas, incluindo suas fundações e esqueletos. Mas, já na fase pós-moderna e contemporânea, teve-se a contribuição de vários arquitetos. Veja a lista!

Celebration, Florida
Celebration, Florida (imagem de Bobak Ha’Eri em Vitruvius)

Veja Também: O trabalho do Engenheiro de Produção na Disney

Arquitetos da Disney

  • Robert A. M. Stern:foi autor dos projetos para o BoardWalk e o Yacht and Beach Club Resorts do Walt Disney World Resort, inspirados nos clubes ingleses; também do Disney Ambassador Hotel em Urayasu-shi, no Japão; e do o Plano Diretor para a comunidade planejada da Disney conhecida como Celebration, Flórida, remetendo às pacatas cidades sulistas.
Walt Disney Robert A. M. Stern
Robert A. M. Stern (imagem de Wikimedia) – https://he.m.wikipedia.org/wiki/%D7%A7%D7%95%D7%91%D7%A5:Roy_E._Disney_Animation_Building.jpg
  • Philip Johnson: projetou o prédio urbano lúdico Town Hall.
  • Michael Graves: projetou os hotéis Walt Disney World Swan e Walt Disney World Dolphin, com formas de cisnes, golfinhos, ondas e conchas; uma agência postal em forma de farol; e um prédio em Burbank, Califórnia, revestido de anões.
Michael Graves
Michael Graves (imagem de Curbed)
Michael Graves
Michael Graves (imagem de George Rose / Getty Images via Los Angelis Time)
  • Robert Venturi e Denise Scott Brown: autores de um banco imitando o antigo JPMorgan vault na esquina de Wall Street em Lower Manhattan.
  • Arata Isozaki: autor de um prédio da Team Disney em Orlando, Flórida, com relógios de sol e orelhas de rato.
Arata Isozaki
Arata Isozaki (imagem de Curbed)
  • Aldo Rossi = projetou o complexo de escritórios Celebration Place.

“(…) ousado e comum, original sem ser novo, revigorantemente simples na aparência, mas extremamente complexo no conteúdo e no significado. (seiria a Arquitetura Disney).” – palavras de Aldo Rossi, quando ganhou o Prêmio Pritzker, o “Oscar” da Arquitetura, em 1990.

Aldo Rossi
Aldo Rossi (imagem de Behance)

E você, já conhecia essas curiosidades? Comente!


Fontes: Wikipedia, Pixelshow, Furniture Homewares, Ame Arquitetura, Greelane, Jessica Gayoso.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Há pouco tempo, dissertamos sobre a dependência do Brasil em relação ao modal rodoviário, e mostramos que isto nos deixa nas mãos de apenas uma classe trabalhadora, se quiser conferir o artigo só acessar aqui e entender um pouco mais. Além disto, o modal de que dependemos acaba sendo o mais caro e menos eficiente se comparado aos outros tipos. Visto isso, vamos mostrar como outros países conseguem realizar o transporte de seus bens com muito mais eficiência por contarem com outras matrizes de transportes.

Atualmente, como já foi dito, o Brasil possui sua matriz de transporte predominantemente rodoviária. Além de necessitar de maior manutenção, ela acaba sendo mais cara pois para transportar grandes volumes de carga é necessária a utilização de diversos veículos e profissionais.

E como é a divisão dos modais de transportes no Brasil?

Mesmo com investimentos em outros modais, o Brasil se encontra atualmente com sua predominância no modal rodoviário. Além de ser um meio de transporte não tão eficiente, ele acaba sendo mais agressivo ao meio ambiente.

gráfico mostrando a matriz de transportes
Fonte: Exame

Conforme observado no gráfico, atualmente o modal ferroviário capta 59% dos transportes enquanto o ferroviário aproximadamente 25% e o aquaviário 12%. Em um cenário ideal para uma matriz equilibrada, conforme mostra a direita no gráfico, o transporte ferroviário deveria representar cerca de 33% enquanto o ferroviário 32% e o aquaviário 29%. Além de diminuir a emissão de CO2, veríamos diferença em custos de produtos, distribuição do capital para a infraestrutura do país até mesmo as rodovias apresentariam melhor qualidade, uma vez que o tráfego de carga pesada seria menor e se economizaria em custos de manutenção.

Qual a diferença em relação à manutenção e qual seria o melhor modal para a realização dos transportes?

Cada modal possui suas características e é necessária a manutenção, cujos custos variam em relação ao desgaste e ao tempo. Pode não parecer, mas o desgaste de trilhos e equipamentos ferroviários é muito menor se comparado ao rodoviário. Também não podemos esquecer do transporte hidroviário que, com a dimensão do território nacional e a disponibilidade de rios e do oceano ao leste do país, é de suma importância o investimento neste setor.             

Competição Modal no transporte de carga.
Fonte: CNT

Podemos analisar a partir do gráfico acima que para cargas e distâncias menores, o modal rodoviário é o mais aconselhável. Entretanto, o Brasil utiliza esse modal para grandes distâncias também, onde seria mais aconselhável e eficiente a utilização do modal ferroviário.

Como funciona em outros países

Para responder essa pergunta, devemos comparar o Brasil com países de porte equivalente, levando em conta o tamanho territorial e a tipologia de cargas transportadas.

comparação modais de transportes em países
Fonte: Dias,2013

Se comparado aos outros países, o Brasil possui a malha de transportes menos eficiente, isto é, enquanto o Brasil transporta cerca de 25% pelo modal ferroviário, a Rússia, que também possui uma grande extensão territorial, transporta 81% de sua carga pelo modal ferroviário. Mesmo o Brasil transportando 17% pelo modo aquaviário e outros, o uso deste modal ainda não é eficiente, já que o Brasil dispõe de grandes rios.

Desta forma, acabamos utilizando um único modal, implicando custos elevados de frete e manutenção, impactando o valor do produto final e a dependência de uma única tipologia de transporte. Evidentemente, um sistema de cargas diversificado e bem planejado, traria ganhos de eficiência sob um ponto de vista global.

É, portanto, importante a diversificação dos modos de transporte de modo geral, tanto para cargas quanto para o transporte cotidiano. Traçando um paralelo com o transporte urbano, observamos nas cidades muitas pessoas utilizando diversas formas de locomoção: a pé, bicicleta, patinete, veículo próprio, transporte coletivo e por aplicativo, pois, desta maneira, por não dependerem de um único modal, o sistema de transporte como um todo sai ganhando. Comparando com o transporte de carga em nível nacional, é extremamente necessário a interação dos modais de transporte para gerar eficiência no sistema como um todo e podendo inclusive baratear o preço final de alguns produtos.

E você, o que acha da matriz de transportes no Brasil? Comente!

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Engenharia 360

Guilherme Menezes

Engenheiro Civil; formado pela Universidade Anhembi Morumbi; atua no desenvolvimento de projetos conceituais e executivos, além da produção de conteúdo relacionado à Engenharia.