Alguns períodos do ano têm maior volume de chuvas no Brasil. É bom que chova, para repor a água nos rios. Contudo, muitas metrópoles do nosso país sofrem neste tempo de precipitações com grandes enchentes. Esta é uma das questões que mais atormenta engenheiros e gestores públicos! Afinal, como fazer o manejo desse risco? Como "administrar" as enchentes para minimizar as perdas causadas por elas? E mais, como minimizar custos de implantação ou manutenção de obras hidráulicas?
Lembrando que, em se tratando de prevenção de inundações, o projeto não pode ser simplificado, mas também não precisa ser caro, só muito bem pensado. De fato, resolver problemas de enchentes nas grandes cidades é um grande enorme. Muitos dirão que é culpa da falta de recursos. Porém, a verdade é que o maior dilema é acertar no planejamento!
Qual a Engenharia que queremos exercer: a boa ou a má?
A boa Engenharia é fundamental em todas as etapas de solução das inundações nas grandes cidades. Aliás, vale destacar que muitas vezes é a falta dessa Engenharia o maior problema do urbanismo brasileiro, e não o aumento do volume de chuvas que cai em diversas regiões do país. Até porque, mesmo quando detectado igual padrão de precipitação, as situações nas grandes cidades parecem mais críticas. Esta é a prova!
Falta, então, a aplicação de técnicas adequadas. Como a construção de canais com vazão suficiente para o escoamento da água, entre outras soluções para reduzir sua velocidade quando houver uma precipitação de maior volume, liberando-a mais devagar para não causar inundações. Infelizmente, sem isso, pode acontece o alargamento de áreas urbanas, por conta do represamento das águas neste ponto e o aumento da velocidade de escoamento, transferindo o problema de um lugar a outro sucessivamente, sem fim.
Claro que esta não é a única opção. De acordo com o engenheiro civil Mário Cicarelli, professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as alternativas poderiam ser classificadas em dois tipos:
- Estruturais: a exemplo das microdrenagens (bocas de lobo), galerias, canalizações, barragens, diques e desvios de cursos d’água.
- Não estruturais: como restrições legais a ocupações de áreas com risco de inundação e técnicas compensatórias, como bloquetes de pavimentação, e mais.
Agora, tudo isso pode resolver inundações recorrentes. Mas e grandes enchentes? Veja a seguir!
O que deve ser feito para evitar grandes enchentes?
A necessidade desses investimentos em alternativas estruturais se torna evidente quando os problemas surgem. Para evitar grandes enchentes, pode ser necessário investir em obras maiores. Por exemplo, canais, galerias e dispositivos maiores - sem contar mais manutenção dos mesmos. Vamos acompanhar, juntos, uma lista de ideias sugeridas pela Engenharia:
- Planejamento de bairros e loteamentos planejados, de organização ordenada.
- Desapropriações para recuperação de áreas.
- Criação de planos para destinação da água e sedimento que vêm dos morros.
- Construções de escadas hidráulicas.
- Construção de reservatórios, praças inundáveis (water Squares), caixas de retenção e piscinões (que dependem de espaço) e reservatórios subterrâneos (que dependem de mais dinheiro).
- Drenagem urbana, como parte do saneamento básico - ao lado do fornecimento de água, da coleta de esgotos e do recolhimento de lixo. Isso inclui macrodrenagem, com base no mapeamento dos cursos d'água.
- Criação de plano de combate - com auxílio de profissionais de geografia, topografia, hidrologia, meteorologia, entre outros - aos desassoreamento dos rios, em consequência de impactos ambientais.
- Despermeabilização de áreas ou criação de áreas verdes, para absorver as águas e evitar que os estragos aconteçam em pontos mais baixos, causando transtornos nas vias públicas, proliferação de doenças de veiculação hídrica, perdas em comércios, residências e, inclusive, em alguns casos, perdas humanas.
- Incentivo à construção de telhados verdes e jardins verticais, que até podem ser transformados em hortas, além do uso de pavimentos permeáveis e sistemas de aproveitamento de água de chuva.
- E conscientização de medidas complementares, como não ocupação de encostas, descarte adequado de lixo, preservação dos rios, conservação de matas ciliares, etc.
Com educação ambiental e boa gestão pública, as obras de Engenharia passam a ser um fator pequeno. Sem a conscientização desses problemas, nós não conseguimos avançar!
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Fontes: Diário do comércio, Halo Notoriedade Empresarial, Cimento Itambé, Engenheiro Panilheiro.
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