Engenharia 360

Como engenheiros estão operando rovers espaciais na quarentena?

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 13/05/2020 | Atualizado em 14/09/2021 3 min

Como engenheiros estão operando rovers espaciais na quarentena?

por Kamila Jessie | 13/05/2020 | Atualizado em 14/09/2021
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Assim como grande parcela de trabalhadores em todo o mundo, engenheiros que operam satélites, sondas e rovers espaciais estão precisando lidar com trabalho remoto (o que já acontecia de certa forma, dado que não tinha ninguém em Marte operando rovers, né?). Entretanto, continua sendo um serviço muito inusitado de se fazer em casa. Confira alguns relatos!

Para começar, você sabe a diferença entre trabalho remoto e home office?

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Pois é, não é só a gente que foi designado a ficar em casa. O pessoal da NASA também precisou migrar para o trabalho remoto. Para alguns, a transição foi incômoda a princípio, pois esses são serviços que geralmente dependem de ampla comunicação, mesmo que tenhamos disponíveis uma série de meios de fazer isso virtualmente.

Time operando o Curiosity rover. Imagem: NASA/JPL-Caltec
Time operando o Curiosity rover. Imagem: NASA/JPL-Caltech

Ligação (em vídeo) entre o plano e o comando de rovers em Marte

Essa dificuldade em mediar tantas fontes de informação remotamente foi o caso de Carrie Bridge, que trabalha como uma ponte entre cientistas e engenheiros que operam o Curiosity da NASA (aquele que está para ganhar um irmãozinho). Pois é, a na vida de Carrie Bridge, todos os dias, ela conversa com cientistas de diversas localidades sobre o tipo de investigação que eles gostariam que o rover realizasse, e depois transmite esses desejos aos engenheiros que realmente navegam no robô. Normalmente, ela apenas caminha até a equipe de engenharia do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, mas agora esse tipo de contato é feito virtualmente.

Carrie Bridge em trabalho remoto. Imagem: NASA para o The Verge.
Carrie Bridge em trabalho remoto. Imagem: NASA para o The Verge.

Ela disse ao site The Verge que tem cerca de 15 a 20 salas de bate-papo abertas para contemplar os cientistas, telecons e planejadores de rota. "O nível de intensidade aumentou porque você sempre observa as coisas", diz Bridge, que deve estar com um número de abas abertas em um padrão NASA de importância, enquanto a gente aqui não dá conta de responder todo mundo no Whatsapp.

Outra questão é a falta de exercício, que ocorre naturalmente em ambientes como laboratórios ou centros com equipes diferenciadas. Bridge disse: "Eu também não estou mais me exercitando. Eu costumava andar por aí e agora estou olhando para uma estação de computador por horas a fio sem me mexer."

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Um dos principais planejadores de rover com os quais Bridge se comunica é Matt Gildner, que também está coordenando o Curiosity em seu apartamento de um quarto (não muito diferente desta redação, porém em Los Angeles e com muito mais glamour, né?). “Estou em casa agora e tenho meus fones de ouvido enquanto falo com vários canais de áudio, coloco meus óculos vermelho-azul e avalio partes de uma unidade que planejamos por alguns minutos”, disse Matt Gildner para o site The Verge.

Matt Gilner em trabalho remoto. Imagem: NASA para o The Verge.
Matt Gilner em trabalho remoto. Imagem: NASA para o The Verge.

Nem todo mundo está em casa

Vale lembrar que alguém precisa estar fisicamente no controle da missão no JPL para enviar ao Curiosity os comandos que Gildner e sua equipe desenvolvem. Essa pessoa envia comandos para a Deep Space Network, uma série de grandes antenas de rádio aqui na Terra, que então transmitem comandos para sondas espaciais interplanetárias como o rover.

E você, está trabalhando remotamente? Conta para a gente!

Fonte: The Verge.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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