As soft skills, em tradução livre, são as “habilidades suaves”. Trata-se de um conjunto de competências comportamentais que vão além das competências técnicas obtidas através de uma formação em determinada área (Engenharia, Medicina, Economia, Odontologia etc).
Cada vez mais as empresas vêm se desenvolvendo com profissionais dotados dessas habilidades, que vão desde padrões de comunicação assertiva até gestão de tempo, passando por espírito positivo, trabalhos colaborativos, postura adequada em momentos de adversidade, inteligência emocional, dentre outros. Desenvolver essas habilidades permite melhor qualidade de vida, inclusive no trabalho.
Torre de Babel: o eterno problema da comunicação
Não importa a sua área de atuação, comunicação é um ponto delicado nas relações interpessoais. Você já deve ter passado pela situação de querer expressar uma opinião e não conseguir, ou até mesmo não ter paciência para ouvir o que o outro tem a dizer.
Existe um jeito ótimo de se comunicar? Sim, através do desenvolvimento da competência assertividade. Ser assertivo é ser transparente, ter respeito pelo seu interlocutor, dizer o que pensa respeitando seus valores.
Complementarmente, é fundamental saber dar e receber feedback. São basicamente dois tipos de feedback: o incentivador e o corretivo. Atenção especial dada ao corretivo, que deve ser objetivo e com alguma proposta de melhoria.
Dessa maneira, é possível concluir que a Comunicação Assertiva é uma softskill que pode ser desenvolvida e melhorada, cujos princípios básicos são a sensatez, respeito, humildade, busca pelo consenso e/ou desfecho amigável.
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É importante compreender que pode haver opiniões e posturas mais adequadas que as nossas, portanto, saber ouvir com empatia e interesse é premissa básica para uma boa comunicação.
Flexibilidade e Autodesenvolvimento
Não é o mais forte nem o mais inteligente que sobrevive, mas aquele que melhor se adapta às mudanças. Quando Sir Charles Darwin publicou “A Origem das Espécies”, em 1859, estava dando o recado: ou você se adapta (consequentemente, é flexível) ou não sobrevive.
Importante salientar que “se adaptar” não significa ter que fazer algo que vá contra sua ética e valores pessoais. Se adaptar significa criar um ambiente com flexibilidade suficiente para que as ideias e opiniões se manifestem livremente. Ter uma postura flexível não significa fraqueza ou falta de personalidade; significa estar disposto a ouvir todos os lados de uma história e tirar suas próprias conclusões com base nos seus critérios e valores e estar disposto a mudar seu pensamento.
Vivemos uma era de mudanças profundas, daqui há 5 anos haverá profissões que ainda nem existem hoje, tudo é impermanente. Ter flexibilidade para se adaptar a essas mudanças implica desenvolver a habilidade de aprender a aprender. Hoje em dia, é fato que para dar um passo para trás, basta ficar parado.
Um bom começo é aprender aquilo que não foi ensinado na escola: matemática financeira básica, postura perante adversidades, como trabalhar colaborativamente, como gerir melhor o tempo e como desenvolver inteligência emocional.
Tá faltando hora no seu dia?
Tempo é uma commoditie e é necessário aplicar meios no dia-a-dia para melhor utilizá-lo.
Saber definir prioridade (no singular) a partir de uma lista de tarefas que devem ser realizadas no trabalho ou no âmbito pessoal é o começo básico. São diversos escritores falando sobre esse tema e compartilhando métodos para uma melhor gestão do tempo. Geronimo Theml e Christian Barbosa são boas referências quando o assunto é produtividade.
Ser produtivo é diferente de ser ocupado. Se você repete muito a frase “não tenho tempo pra nada”, “tá faltando hora no meu dia” ou “estou muito cansado”, talvez você deva buscar entender de que maneira vem gerindo o seu tempo.
Saber definir metas e objetivos de forma adequada são uma ótima opção para a programação de execução de tarefas. Uma meta deve ser corretamente escrita, com prazo para ser cumprida, do contrário não é meta. Metas intermediárias podem ser criadas e tarefas associadas a elas. É fundamental ser flexível para eventuais mudanças e ajustes no caminho da realização de uma meta.
Visão de futuro e clareza de objetivo, são, portanto, fundamentais. Principalmente por haver programação de tempo em jogo. Então, é possível montar na linha do tempo as metas de percurso (ou minimetas) que serão alimentadas por tarefas, que podem ser programadas/agendadas. Se você não tem agenda, vira agenda dos outros.
Habilidades interpessoais
Ter postura positiva perante as situações críticas é uma habilidade que deve haver num ambiente saudável. Não significa ficar torcendo para dar certo ou contando com a sorte, mas assumir a responsabilidade de fazer dar certo. Tomar ações que levem a esse propósito.
“Não encontre um defeito, encontre uma solução” (Ford) ou “quem quer realizar, acha um caminho; quem não quer, arranja uma desculpa” (desconhecido) representam bem o significado de postura positiva. Tem muita relação com proatividade. O famoso “poder da ação”.
Ter o espírito de servir, ser um facilitador, um resolvedor de problemas também é uma habilidade que já é muito requerida no mercado de trabalho.
Saber se comunicar é fundamental! Usando e abusando de empatia, se colocar no lugar do outro, entender seu ponto de vista, ponderar e decidir. Saber ouvir com compreensão.
Desenvolver uma visão de empreendedor de si mesmo também ajuda a entender a necessidade de se programar ações para desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais; planejar a carreira, identificando oportunidades de crescimento. E o seu desenvolvimento pessoal e profissional será proporcional ao valor agregado a si que, por sua vez, irá agregar valor à sua realidade e às pessoas que estão a sua volta.
Trabalho em equipe
Trabalho em equipe envolve pessoas, que são o bem de maior valor nas empresas. Entender suas necessidades é tão importante quanto conhecer suas habilidades, assim como criar um ambiente onde todos estão cientes e comprometidos em aplicar esforço conjunto em prol de um objetivo comum.
A Seleção Brasileira de 70 tricampeã no México, Vôlei de 92 medalha de ouro em Barcelona, Dream Team norte-americano... O que têm em comum? Todos tinham talentos nos lugares certos. Tinham comprometimento com o resultado. Tinham entrosamento, sinergia. No mercado de trabalho, inclusive o da Engenharia, mas não se limitando a este, toda equipe equilibrada e que entrega resultados tem essas características.
Um ponto de atenção quando se fala em equipes sinérgicas e de alto desempenho é que costumam ter a frente líderes com muitas soft skills. São características de um bom líder: tem alto poder de presença e disponibilidade, sabe conduzir a busca pelo consenso e alocar os talentos certos nos lugares certos, gere conflitos, além de saber dar e receber feedback e, principalmente, assumem compromisso com o resultado. É também função do líder ser exemplo de conduta no trabalho e deixar clara a importância de cada membro da equipe no processo em que esteja inserido.
Como posso desenvolver soft skills?
Um bom começo para desenvolver as soft skills é se tornar consciente de qual competência há mais urgência em ser desenvolvida. Vivemos hoje um momento de muito conteúdo disponível na internet e o desafio é saber o que se quer melhorar e qual profissional é capaz de realizar isso.
Processos de Mentoria, Coach, Cursos e Treinamentos são ótimos caminhos para vivenciar esses aprendizados e colocá-los em prática. É uma área que está em plena expansão, cujo desafio é saber escolher um profissional e/ou um instituto confiável e que vá lhe munir com todo esse ferramental disponível.
Desenvolver esse conjunto de habilidades é um processo de melhoria contínua que a pessoa assume consigo mesma, tendo humildade suficiente para saber que não se sabe tudo e sempre é possível aprender um pouco mais.
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E você, o que pensa sobre as soft skills dos profissionais do futuro? Comente!