Engenharia 360

Greve dos caminhoneiros e a dependência do modal rodoviário no Brasil

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por Guilherme Menezes
| 10/02/2021 | Atualizado em 03/11/2022 3 min
Fonte: El País

Greve dos caminhoneiros e a dependência do modal rodoviário no Brasil

por Guilherme Menezes | 10/02/2021 | Atualizado em 03/11/2022
Fonte: El País

Após a possível greve dos caminhoneiros, é importante falar novamente sobre a dependência do Brasil no modal rodoviário e pensar em outras possibilidades.

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Após a possível greve dos caminhoneiros, é importante falar novamente sobre a dependência do Brasil no modal rodoviário e pensar em outras possibilidades.

No começo de 2021, muito foi falado sobre uma possível greve dos caminhoneiros. Hoje, em 2022, pós eleições, vemos a greve dos caminhoneiros em manifestação a favor do atual presidente Bolsonaro. E não podemos nos esquecer da famosa greve de 2018, quando pudemos observar e nos atentar pela dependência do país a essa classe trabalhadora, já que a maior parte do transporte de produtos é feita pelo modo rodoviário.

A greve em 2018

Com a greve realizada em 2018, podemos observar o efeito que a paralisação deste serviço acarreta no país. Com o efeito tipo “dominó”, a interrupção do transporte causa desde aumento do preço dos produtos, como combustíveis e alimentos, até a sua falta nos estabelecimentos. Isso acaba causando grande preocupação a população, já que muitos são produtos essenciais.

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Imagem de rodovia com caminhões paralisados devido a greve do setor
Imagem: El País

A greve em 2021

A greve do setor foi comentada em diversas mídias desde o começo do ano e, provavelmente, se ocorresse, seus efeitos seriam maiores que a greve em 2018. Vale ressaltar que 70% da categoria estava aderida à greve e que, devido à COVID-19 e ao isolamento social, o consumo das pessoas aumentou e os valores de produtos também. Com a diminuição da oferta, esses valores poderiam disparar e a preocupação e o medo das pessoas causaria filas e aglomerações em diversos estabelecimentos.

O presidente Jair Bolsonaro, que participou em uma inauguração no Paraná em fevereiro do mesmo ano, acabou se pronunciando e reconhecendo o trabalho dos caminhoneiros e agradecendo a não adesão da greve, comentando também que todos seriam prejudicados sem exceção e que o Brasil não pode parar.

Após este fato, começou a ser discutido sobre a redução dos encargos sobre combustíveis e o governo começou as negociações com os estados para a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O governo espera que essa ação possa gerar estabilidade e previsibilidade para os preços.

Em setembro de 2021 voltou-se a falar novamente sobre uma possível grave, agora dos tanqueiros - motoristas de caminhão tanque, que levam os combustíveis. Estes estão, neste momento, apoiando o presidente. Muitos acreditam que os preços exorbitantes em que se encontram os combustíveis no país é devido ao ICMS cobrado a nível estadual. Mas será que este pensamento está correto? Alguns economistas descordam!

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O modal rodoviário no Brasil

No Brasil, o principal meio de transporte é o rodoviário, com cerca de 63% é feito por rodovias. Para entender o motivo pelo qual este meio é o predominante, entraríamos em grandes questões políticas, mas isto não vem ao caso.

Gráfico mostrando matriz de transportes do Brasil
Imagem: Ilos

Desta maneira, percebemos que estamos nas mãos dos caminhoneiros para a entrega de mercadorias e o quão importante é a não paralisação deste setor. Outros países investem em outros modais como, o ferroviário e aquaviário, já que possuem menor custo de manutenção e conseguem fazer uma maior quantidade de escoamento de produtos.

Vale ressaltar que, mesmo sendo o principal modal de transporte e recebendo investimentos bilionários, ainda possui grandes problemas, desde falta de manutenção em diversas rodovias ou até mesmo não pavimentação em muitas redes em todo o território brasileiro.

Tabela mostrando a pavimentação no Brasil dividida por regiões
Imagem: Cola da web

Qual a solução?

É importante a discussão de realizar o escoamento em outros modais de transportes. Mas, para isso, é necessário muito investimento. Em um próximo artigo vamos falar sobre a importância dos multimodais!

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Veja Também: Crise Urbanismo: uma reflexão sobre a Arquitetura Brasileira e a qualidade das cidades pós-pandêmica [PARTE 2]

E você, o que acha que aconteceria com a greve? Deixe seu comentário!

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Guilherme Menezes

Engenheiro Civil; formado pela Universidade Anhembi Morumbi; atua no desenvolvimento de projetos conceituais e executivos, além da produção de conteúdo relacionado à Engenharia.

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