Thomas Fuller nasceu na África Ocidental por volta de 1710. Quando tinha 14 anos, foi capturado e escravizado. Ele foi levado para a Virgínia, onde foi escravo em uma fazenda.

Durante toda a sua vida, Thomas trabalhou muito e nunca aprendeu a ler ou escrever em inglês. No entanto, em seus últimos anos, ele ganhou fama por sua habilidade impressionante de realizar cálculos complexos mentalmente. Claro que, diante disso, os proprietários de Fuller se recusaram a vendê-lo, apesar das ofertas tentadoras. Em verdade, eles dependiam de suas habilidades matemáticas.

Com o passar dos anos, a história de Thomas Fuller se tornou mais conhecida, influenciando várias gerações de afro-americanos. E é sobre isso que queremos conversar neste texto do Engenharia 360!

escravo norte-americano Thomas Fuller
Imagem reproduzida de Tribuna da Internet

Como as habilidades matemáticas de Thomas Fuller foram descobertas?

Quem conheceu Thomas Fuller pessoalmente o descrevia como sendo um homem com habilidades extraordinárias, sendo um gênio matemático.

Aqueles que testemunharam suas habilidades o descreviam como “calculador mental prodigioso” ou “calculadora humana”. Enfim, Thomas era capaz de realizar cálculos complexos de cabeça, sem a necessidade de papel ou lápis, e resolver problemas matemáticos rapidamente.

Em 1781, dois homens brancos da Pensilvânia, membros da Sociedade Abolicionista da Pensilvânia, ouviram falar das habilidades de Fuller e viajaram até sua fazenda para testá-lo. Eles apresentaram a ele uma série de problemas matemáticos desafiadores, e Fuller foi capaz de resolvê-los todos com precisão e em questão de minutos. Depois, as observações foram submetidas à Sociedade, sendo consideradas evidências de que os afro-americanos escravizados eram capazes de aprender e possuíam habilidades intelectuais impressionantes.

escravo norte-americano Thomas Fuller
Imagem reproduzida de CalendarZ

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Qual foi a opinião de Fuller sobre educação formal?

Quando os dois homens brancos da Pensilvânia encontraram Thomas Fuller, eles pediram que ele calculasse, por exemplo, o número de segundos em um ano e meio e o número de segundos que um homem viveu em setenta anos, dezessete dias e doze horas. Fuller respondeu corretamente a essas perguntas e corrigiu um erro feito por um dos questionadores, mencionando a inclusão dos anos bissextos.

Lembrando que Fuller não sabia ler ou escrever, e não recebeu educação formal. Ele atribuiu suas habilidades matemáticas a aprender a contar até dez e, em seguida, até cem. Ele também contou o número de cabelos no rabo de uma vaca, que ele encontrou ser 2872.

Em resumo, Thomas Fuller tinha uma opinião desfavorável sobre a educação formal, alegando que muitos homens instruídos eram tolos. Ele acreditava que sua própria habilidade de cálculo mental era prova de que a educação formal não era necessária para adquirir conhecimento.

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Qual foi a importância das habilidades de Fuller no movimento abolicionista?

Thomas Fuller morreu em 1790, fato relatado no jornal de Boston Columbian Centinel em 29 de dezembro do mesmo ano. Depois disso, sua história foi divulgada pelo Dr. Benjamin Rush, e ele se tornou um exemplo usado pelo movimento antiescravista para mostrar que os afro-americanos escravizados eram capazes de aprender e ter habilidades intelectuais impressionantes. Sua influência no movimento abolicionista se estendeu além dos Estados Unidos, alcançando a França e a Alemanha.

escravo norte-americano Thomas Fuller
Imagem reproduzida de CalendarZ
escravo norte-americano Thomas Fuller
Imagem reproduzida de Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Slavepatrols.jpg

Certamente, os feitos desse gênio matemático ajudaram a desafiar as ideias preconceituosas sobre a inteligência dos africanos e afro-americanos. Os revolucionários franceses Jacques Pierre Brissot e Henry Grégoire reconheceram a importância de Fuller e suas habilidades. Brissot chegou a escrever que os exemplos de Fuller e outros provavam que a capacidade dos negros podia ser estendida a qualquer coisa, desde que recebessem igualdade de direitos, instrução e liberdade. E o absurdo é que, atualmente, ainda precisamos reforçar esse discurso. Triste demais!

escravo norte-americano Thomas Fuller
Imagem reproduzida de Biblioteca do Congresso dos EUA, via BBC
escravo norte-americano Thomas Fuller
Imagem reproduzida de Biblioteca do Congresso dos EUA, via BBC

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Fontes: Encyclopedia Virginia, Wikipédia,

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Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

O concreto ciclópico é um sistema construtivo que incorpora grandes pedras no concreto convencional, conhecidas como “pedra-de-mão” ou “matacão”. Essa técnica tem origem nas construções ciclópicas gregas, onde grandes blocos de pedra eram utilizados sem argamassa para fixá-los. O objetivo é reduzir o número de juntas e fortalecer a estrutura. Confira mais informações neste texto do Engenharia 360!

obras em concreto ciclópico
Imagem reproduzida de Montse Zamorano em ArchDaily Brasil – https://www.archdaily.com.br/br/962767/o-que-e-o-concreto-ciclopico-usos-e-aplicacoes-em-obras-de-arquitetura/60ac2ed5f91c815a5900005b-cyclopean-concrete-and-its-many-diverse-uses-and-applications-in-architecture-photo

Como é feita a composição do concreto ciclópico?

Embora possa ser confundido com a alvenaria de pedra argamassada, o concreto ciclópico possui diferenças na dosagem dos componentes.

Como dito antes, na composição do concreto ciclópico vão pedras de grande porte. Essas pedras são limpas, saturadas e adicionadas manualmente à massa de concreto durante a concretagem. E, no fim das contas, o método construtivo é basicamente semelhante ao do concreto convencional, mas geralmente não utiliza armaduras na estrutura.

obras em concreto ciclópico
Imagem reproduzida de Carles Mascaró via Wikipédia – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Talaiot_de_Sant_Agust%C3%AD.jpg
obras em concreto ciclópico
Imagem reproduzida de CarLuc Engenharia
obras em concreto ciclópico
Imagem reproduzida de Total Construção

Então, vale dizer que a dosagem do concreto ciclópico não é regulamentada, ficando a critério do profissional responsável e do órgão contratante. Para testar a resistência à compressão do concreto, usam-se corpos de prova de acordo com as normas vigentes.

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Quais são os cuidados necessários na sua preparação do concreto ciclópico?

Antes de tudo, devemos repetir que a dosagem dos componentes do concreto ciclópico deve ser determinada por um engenheiro responsável ou pelo órgão contratante. Fato curioso é que, nesse processo de construção, elimina-se, por exemplo, a capacidade drenante em muros de arrimo. Além disso, e apresenta dificuldades no cálculo estrutural devido à heterogeneidade das pedras. Tudo isso faz requerer ainda mais o acompanhamento executivo de profissionais experientes.

Veja bem, esse tipo de concreto pode ser aplicado em estruturas de grande porte. Porém, mesmo assim, há falta de literatura sobre o assunto. Algo a ser observado é que as pedras-de-mão utilizadas devem ter granulometria variada, tamanhos superiores a 10 cm e peso médio acima de 5 kg por pedra, sendo originárias de rochas com qualidade semelhante à brita utilizada no concreto.

obras em concreto ciclópico
Imagem reproduzida de CarLuc Engenharia – https://carluc.com.br/materiais-de-construcao/concreto-ciclopico/

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Quais são as principais vantagens e desvantagens do concreto ciclópico?

Vantagens do Concreto Ciclópico:

  • Maior resistência mecânica em comparação com concretos convencionais.
  • Redução do uso de elemento ligante, tornando a construção economicamente viável para grandes elementos estruturais.
  • Aplicação em estruturas de grandes dimensões, como muros de arrimo, fundações e barragens.

Desvantagens do Concreto Ciclópico:

  • Eliminação da capacidade drenante em muros de arrimo, exigindo a implementação de sistemas drenantes adicionais.
  • Dificuldade no cálculo estrutural devido à heterogeneidade das pedras incorporadas, sobretudo por diferentes valores de rigidez nas seções transversais das peças.
  • Uso limitado em obras de pequeno porte devido a problemas no recebimento, armazenamento e transporte interno das pedras.
  • Aparência final rústica, o que pode ser considerado uma desvantagem em certos contextos arquitetônicos.

Quais são as aplicações mais comuns do concreto ciclópico?

Na arquitetura, o concreto ciclópico pode ser explorado de maneira criativa. Recentemente, tem sido utilizado em projetos arquitetônicos, como no Parque Veneza, na Espanha, mostrando sua versatilidade. Embora seja comumente visto em estruturas de grande porte, como muros de arrimo, fundações e barragens, o concreto ciclópico também oferece liberdade projetual em termos de design. Embora possa ter uma aparência rústica, pode ser incorporado de diversas maneiras, permitindo a criação de soluções arquitetônicas originais.

obras em concreto ciclópico
Imagem reproduzida de Gerador de preços para construção civil

Nos vídeos a seguir, confira exemplos práticos de utilização do concreto ciclópico:

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Fontes: Portal de Concreto, Total Construção, Carluc.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Você já teve que viajar de avião em condições de chuva? Conhece os perigos associados aos pousos em dias chuvosos? É importante confiar não apenas nos avanços da Engenharia, mas também na habilidade e treinamento dos profissionais da Aeronáutica. No entanto, mesmo com todas as precauções, acidentes podem ocorrer.

pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem reproduzida de Metrópoles

No dia 12 de julho de 2023, o Aeroporto de Florianópolis foi fechado depois que um avião da Latam derrapou na pista durante a aterrissagem. O incidente ocorreu devido às fortes chuvas que atingiam a capital de Santa Catarina. A aeronave, um Airbus A321, partiu de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Florianópolis. Os passageiros e tripulantes não se feriram no acidente. Contudo, o caso nos faz lembrar do acidente do Voo TAM 3054, em 17 de julho de 2007. Confira mais informações no texto a seguir, do Engenharia 360!

O que aconteceu com o Voo TAM 3054?

Na ocasião, um avião Airbus A320 da TAM Linhas Aéreas não conseguiu frear ao pousar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A aeronave ultrapassou a pista, colidiu com um prédio e um posto de gasolina, resultando na morte de todos os 187 passageiros e tripulantes a bordo, além de 12 pessoas em solo.

pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem reproduzida de Agência LUZ, ABr, via Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:TAM_Linhas_A%C3%A9reas_Flight_3054.jpg

A investigação do acidente do voo TAM 3054 foi conduzida pelo CENIPA. O relatório final, divulgado em setembro de 2009, sugeriu duas hipóteses para o acidente: uma falha no controle de potência dos motores ou um erro humano na configuração dos manetes. Outros fatores como chuvas intensas, poças d’água na pista e a ausência de groovings também foram apontados como possíveis contribuintes para o acidente. Ainda hoje, esse é considerado o pior acidente aéreo da história brasileira.

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Quais são os perigos associados aos pousos em dias chuvosos?

Em situações de pousos em dias chuvosos, as aeronaves enfrentam diversos riscos. Um deles é a hidroplanagem, que ocorre quando a água na pista reduz a aderência dos pneus da aeronave, resultando em perda de controle direcional e frenagem inadequada. Além disso, a visibilidade reduzida é um problema, pois chuvas intensas dificultam a visualização de marcas de pista, luzes de orientação e outros aviões, aumentando o risco de colisões.

As chuvas também estão associadas a ventos fortes e rajadas, causando turbulência significativa durante o pouso, decolagem ou manobras próximas ao solo. Outro risco de pousos em dias chuvosos é a exposição excessiva à água, que pode levar a problemas nos sistemas eletrônicos da aeronave, como sensores, instrumentos e sistemas de navegação.

As turbinas dos motores também podem ser danificadas se água for sugada, resultando em falhas ou redução de potência. Além disso, nos pousos em dias chuvosos, ao atravessar poças d’água, a água pode atingir partes inferiores da aeronave, causando danos ou afetando o desempenho. E, por último, a falta de groovings na pista pode levar ao acúmulo de água e aumentar o risco de hidroplanagem, além de reduzir a aderência dos pneus, afetando a distância de frenagem e o controle direcional, voltando à primeira questão.

pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem de fabrikasimf em Freepik

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Quais tecnologias de Engenharia que ajudariam a evitar tais problemas?

Existem várias tecnologias de engenharia que podem ajudar a evitar os problemas relacionados à hidroplanagem e às condições adversas de chuva em uma pista de pouso e decolagem. Algumas dessas tecnologias incluem:

Sistemas de drenagem

A instalação de sistemas de drenagem adequados, como canais, bueiros e tubulações subterrâneas, pode ajudar a remover rapidamente a água da chuva da pista. Isso evita o acúmulo excessivo de água e reduz o risco de hidroplanagem.

pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem reproduzida de INFRAWAY
pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem reproduzida de ACO Drenagem

Sulcos antiderrapantes

A criação de sulcos ou ranhuras na superfície da pista, conhecidos como groovings, ajuda a melhorar a drenagem da água. Esses sulcos também proporcionam uma melhor aderência dos pneus da aeronave à superfície durante pousos em dias chuvosos, facilitando a frenagem e o controle direcional.

pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem reproduzida de Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola Joinville – SC

Superfícies porosas

Superfícies porosas podem ser projetadas para permitir a rápida drenagem da água da chuva. Essas superfícies são permeáveis à água e podem ser construídas usando materiais como concreto poroso ou asfalto poroso.

pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem reproduzida de AEROIN

Melhorias na iluminação e sinalização

Para lidar com a visibilidade reduzida durante pousos em dias chuvosos, é importante ter um sistema de iluminação adequado ao longo da pista, incluindo luzes de pista, luzes de orientação e luzes de aproximação. Além disso, sinalizações claras e visíveis podem ajudar os pilotos a navegar com segurança durante condições climáticas adversas.

pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem de Racool_studio em Freepik

Sistemas de proteção eletrônica

Para evitar danos aos sistemas eletrônicos da aeronave, é importante ter proteção adequada contra a exposição à água. Isso pode incluir a vedação adequada dos compartimentos eletrônicos, o uso de revestimentos impermeáveis nos componentes eletrônicos e a instalação de sistemas de drenagem eficientes para remover a água que possa entrar na aeronave.

pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem de DCStudio em Freepik

Manutenção regular e inspeções

Uma prática fundamental, pensando nos riscos enfrentados em pousos em dias chuvosos, é realizar manutenções regulares e inspeções das pistas, sistemas de drenagem e equipamentos relacionados para identificar e corrigir quaisquer problemas antes que eles se tornem graves. Isso ajuda a garantir a segurança das operações aéreas, mesmo em condições adversas de chuva.

pousos em dias chuvosos de aviões em aeroportos
Imagem reproduzida de Defesa Naval

É importante ressaltar que essas tecnologias podem ser implementadas em conjunto para fornecer uma solução abrangente e eficaz para lidar com os desafios relacionados à chuva e à hidroplanagem em uma pista de pouso e decolagem. Além disso, práticas operacionais adequadas e treinamento de pilotos também desempenham um papel crucial na prevenção de acidentes relacionados ao clima.

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Fontes: G1, Globo.

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Engenharia 360

Redação 360

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Computador Quântico é a próxima fronteira da tecnologia! Aliás, um computador quântico é uma máquina que opera de acordo com as leis probabilísticas da física quântica, diferentemente dos computadores clássicos que operam com base na corrente elétrica que atravessa os transistores.

A computação quântica consiste no controle de informações armazenadas em sistemas como átomos e partículas subatômicas, e na elaboração de algoritmos e softwares. Os computadores quânticos podem executar cálculos de forma mais eficiente, possibilitando um ganho substancial de poder computacional na realização de determinadas tarefas. Saiba mais no texto a seguir, do Engenharia 360!

Qual a diferença entre os computadores tradicionais e os computadores quânticos?

Os computadores quânticos diferem dos computadores clássicos em vários aspectos. Enquanto os computadores clássicos operam com base na corrente elétrica que atravessa os transistores, os computadores quânticos operam de acordo com as leis probabilísticas da física quântica.

Veja Também: É verdade que os computadores analógicos estão a um passo dos digitais?

Como funciona um computador quântico?

Ao contrário dos computadores clássicos que usam bits (0 ou 1), os computadores quânticos usam qubits que podem estar em um estado de superposição (0 e 1 ao mesmo tempo). Isso permite que os computadores quânticos realizem cálculos complexos.

Além disso, os qubits (quantic binary digit) dos computadores quânticos podem assumir uma sobreposição de estados, o que permite a realização de cálculos em paralelo e a resolução de problemas complexos de forma exponencialmente mais rápida.

Observação: Os computadores quânticos só funcionam em condições muito específicas, exigindo sistemas sofisticados de refrigeração que prejudicar o funcionamento desses computadores.

Computador Quântico
Imagem de Freepik

Resumindo, os computadores quânticos exigem temperaturas próximas ao zero absoluto e sistemas sofisticados de refrigeração. Além disso, é necessário blindar o núcleo contra campos magnéticos e ondas eletromagnéticas que podem interferir nos cálculos. Essas limitações tornam os computadores quânticos caros, com um custo médio de produção estimado em cerca de US$ 100 milhões por unidade.

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Quais exemplos de empresas e instituições que foram impactadas pela computação quântica?

Começamos este tópico do texto citando que atualmente a IBM está usando computadores quânticos para desenvolver novos medicamentos e materiais, enquanto o Google está explorando seu potencial para otimizar sistemas de inteligência artificial.

A Google lançou em 2023 uma chave de segurança FIDO2 resistente a ataques quânticos, desenvolvida em parceria com a ETH Zurich. Essa chave combina criptografia de curva elíptica tradicional e CRYSTALS-Dilithium para segurança.

Computador Quântico
Imagem de computador quântico | Imagem reproduzida de Stephen Shankland, CNET via TechTudo

O projeto faz parte do OpenSK, buscando código-fonte aberto para chaves de segurança de hardware. O Google pretende padronizar e ter suporte nos principais navegadores de sua implementação, considerando a ameaça iminente de ataques quânticos.

Quais as possíveis aplicações dos computadores quânticos?

Os computadores quânticos têm aplicações em áreas como criptografia, pesquisas científicas, simulações de modelos biológicos, meteorológicos, astronômicos e moleculares, desenvolvimento de medicamentos, pesquisas aeroespaciais e defesa. Eles podem ser usados para fatoração de grandes números e, assim, criar chaves criptográficas mais fortes. Além disso, eles têm o potencial de permitir transmissões de internet mais rápidas e sem perda de pacotes.

Atualmente, empresas como IBM e Google (já citadas antes), além da Intel, oferecem soluções em computação quântica, mas o acesso às máquinas ainda é restrito. A IBM, por exemplo, disponibiliza o Q Experience, um programa voltado para pesquisadores que oferece acesso a kits de desenvolvimento e a possibilidade de experimentar a tecnologia quântica na nuvem.

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Qual o computador quântico mais atual desenvolvido pela ciência?

O Google anunciou na metade de 2023 o lançamento do Sycamore, um novo computador quântico de 70 qubits operacionais que é 47 anos mais rápido do que o atual supercomputador mais poderoso do mundo, o Frontier.

Computador Quântico
Imagem de computador quântico | Imagem reproduzida de IBM, via Revista Galileu – Globo
Computador Quântico
Imagem de computador quântico | Imagem reproduzida de Stephen Shankland, CNET via TechTudo

Vale lembrar que, há quatro anos, o Google alcançou a supremacia quântica, que é quando um computador quântico supera todos os computadores clássicos existentes. O método utilizado foi por meio de um benchmark sintético chamado RCS (Amostragem de Circuitos Aleatórios), que identifica fases distintas impulsionadas pela interação entre dinâmica quântica e ruído.

O ruído quântico é comum em computadores quânticos e pode indicar incertezas e fragilidades nos dispositivos. E é importante lidar adequadamente com o ruído para garantir o bom funcionamento das máquinas com todos os qubits operacionais.

Computador Quântico
Imagem reproduzida de Stephen Shankland, CNET via TechTudo
Computador Quântico
Imagem reproduzida de Stephen Shankland, CNET via TechTudo

De acordo com o CEO da empresa quântica Riverlane, responsável pelo sistema operacional para essas máquinas, chamado Deltaflow.OS, a disputa sobre se a supremacia quântica foi alcançada está agora resolvida. O próximo passo é esperar que os computadores quânticos mostrem funções mais práticas e comecem a agregar valor à sociedade de maneiras que os computadores clássicos nunca serão capazes de fazer.

Quais os desafios e futuro da computação quântica?

É interessante notar que Edward Fredkin, renomado cientista e físico norte-americano, que dedicou seus estudos à ciência da computação, Inteligência Artificial e recentemente faleceu, acreditava em uma teoria curiosa. Segundo ele, o universo, frequentemente considerado como uma criação divina ou até mesmo Deus em si, poderia ser comparado a um imenso computador.

Essa visão de Fredkin levanta reflexões sobre a incessante busca humana em se equiparar a Deus em termos de inteligência e precisão de operações. Como resultado, vemos o desenvolvimento de tecnologias avançadas, como os computadores quânticos.

Embora ainda existam desafios a serem superados, como a necessidade de temperaturas extremamente baixas para operar, a computação quântica tem potencial!

A tecnologia promete avanços extraordinários em áreas como pesquisa de materiais, otimização de logística e medicina, e a integração da computação quântica com a computação clássica pode criar sistemas híbridos poderosos, abrindo novos horizontes para diversas aplicações, incluindo a medicina e a economia.

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Fontes: Revista Oeste, Olhar Digital, TecnoBlog.

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Atualmente, o planeta enfrenta uma situação de alerta global. Diante dos inúmeros eventos que ocorrem, foram divulgadas duas notícias preocupantes que podem afetar diretamente nossa rotina diária. As áreas da Engenharia que lidam com a preservação da qualidade do ar e da água devem agora levar em consideração um cenário em que essas substâncias estejam ainda mais contaminadas por resíduos nucleares. Neste artigo do Engenharia 360, iremos explicar as razões por trás dessa questão alarmante.

resíduos nucleares
Imagem de DCStudio em Freepik

Veja Também: A usina nuclear mais avançada do mundo recebe investimento de Bill Gates

Quais as últimas notícias sobre contaminação de ar e água por resíduos nucleares?

Usina nuclear de Zaporíjia

Recentemente, soldados russos foram acusados de plantar explosivos na usina nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) está investigando a suspeita, pois a colocação de explosivos nas áreas de resfriamento da usina representa uma ameaça direta.

A saber, hoje, a usina está desligada, mas o sexto reator ainda está em desligamento a quente. Uma explosão poderia resultar em liberação de radiação, semelhante a Fukushima. A área afetada dependeria das condições climáticas, podendo atingir até 20 km ao redor da usina, com possíveis consequências para a saúde em áreas até 550 km de distância.

resíduos nucleares
Imagem de vwalakte em Freepik

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Falha catastrófica: Investigando as consequências da explosão e colapso da barragem na Ucrânia

Usina nuclear de Fukushima

Aliás, falando em Fukushima, vamos à segunda notícia preocupante. Parece que o plano do Japão é despejar águas residuais tratadas da usina nuclear de Fukushima no oceano, o que tem gerado polêmica. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deu sua aprovação ao projeto, afirmando que ele atende aos padrões internacionais de segurança.

A água tratada contém substâncias radioativas, como trítio e carbono-14, que são difíceis de separar da água. A Tepco, empresa responsável pela usina, alega que o sistema de tratamento reduz a maioria das substâncias radioativas a níveis seguros. Muitos cientistas apoiam o plano, argumentando que os níveis extremamente baixos de radioisótopos não representam um risco significativo para a saúde. No entanto, críticos, incluindo a ONG Greenpeace e alguns cientistas, sem contar os governos da China e da Coreia do Sul, levantam preocupações sobre o processo de tratamento e os possíveis impactos na vida marinha.

resíduos nucleares
Imagem de @aleksandarlittlewolf em Freepik

Quais os possíveis desafios e soluções de Engenharia relacionados aos dois casos?

Caso 1

  • Detecção e prevenção de sabotagem: Melhorar medidas de segurança, aumentar vigilância, implantar sistemas de detecção avançados e implementar procedimentos de verificação rigorosos para garantir a segurança e evitar sabotagem na usina.
  • Reforço das áreas de resfriamento: Fortalecer estruturas de resfriamento existentes através de melhorias nos materiais, aumento da espessura das paredes e aplicação de revestimentos resistentes a explosões. Além disso, instalar sistemas redundantes de resfriamento.
  • Gerenciamento de risco e resposta a emergências: Ter um plano de gerenciamento de riscos e um sistema eficiente de resposta a emergências. Ademais, incluir treinamento adequado, simulações de cenários de emergência, desenvolvimento de protocolos de evacuação e coordenação com agências governamentais e organizações internacionais.
  • Fortalecimento da segurança cibernética: Proteger os sistemas de controle e tecnologias da informação contra ataques cibernéticos. E, por fim, implementar sistemas de segurança robustos, realizar auditorias regulares de segurança cibernética, educar funcionários sobre ameaças e implementar medidas de detecção e resposta a incidentes.

Caso 2

  • Tratamento e separação eficientes de substâncias radioativas: Investir em tecnologias avançadas, como adsorção seletiva ou destilação, para remover radioisótopos da água antes do despejo no oceano.
  • Monitoramento contínuo da água tratada e do meio ambiente marinho: Estabelecer programa de monitoramento regular da água tratada e áreas afetadas no oceano, analisando amostras de água e estudando a vida marinha para avaliar impactos e tomar medidas corretivas.
  • Transparência e comunicação efetiva: Fornecer informações detalhadas sobre os processos de tratamento, riscos e estudos científicos relacionados ao despejo da água tratada. Além disso, engajar partes interessadas, como ONGs, governos e comunidades pesqueiras, com comunicação clara e transparente.
  • Envolvimento e consulta das partes interessadas: Incluir governos vizinhos, comunidades pesqueiras e ONGs através de audiências públicas, grupos de trabalho e consultas formais, visando compreender preocupações, fornecer esclarecimentos e explorar alternativas para mitigar preocupações.
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Quais considerações as engenharias devem ter com ar e água contaminadas por resíduos nucleares?

Em uma realidade com ar e água poluídas por resíduos nucleares de usinas nucleares, todas as engenharias devem considerar algumas questões fundamentais. Em primeiro lugar, a segurança e a proteção devem ser prioridades, envolvendo o uso de equipamentos de proteção individual adequados e o desenvolvimento de técnicas eficientes de descontaminação. Além disso, é essencial o gerenciamento seguro e adequado dos resíduos nucleares, incluindo o projeto de instalações de armazenamento apropriadas e a pesquisa de tecnologias de reciclagem. A criação de sistemas de monitoramento ambiental contínuo também é crucial, assim como a busca por fontes de energia renováveis e alternativas.

Os engenheiros devem estar envolvidos na descontaminação e remediação de áreas afetadas, desenvolvendo tecnologias para a remoção de resíduos nucleares e tratamento de águas contaminadas. Além disso, a educação e conscientização da população sobre os riscos e a importância da sustentabilidade também são responsabilidades das engenharias nesse contexto.

resíduos nucleares
Imagem de Freepik

Reflexos no nosso cotidiano

Lembrando que, um mundo com ar e água contaminados por resíduos nucleares teria um impacto drástico em nossa rotina diária. Veja como:

  • A saúde seria severamente prejudicada, com aumento de doenças como câncer e mutações genéticas.
  • A escassez de água potável se tornaria um desafio, exigindo sistemas avançados de purificação ou dependência de fontes alternativas.
  • A produção de alimentos seria afetada, resultando em escassez e insegurança alimentar. A mobilidade seria restrita em áreas altamente contaminadas.
  • A indústria nuclear seria impactada, levando a uma diminuição na produção de energia nuclear e maior dependência de outras fontes.
  • O meio ambiente sofreria danos irreversíveis, afetando a biodiversidade.
  • Medidas de segurança e conscientização pública seriam necessárias para minimizar a exposição à radiação.

Em resumo, a contaminação por resíduos nucleares transformaria radicalmente nossa rotina, prejudicando nossa saúde, acesso a água e alimentos, mobilidade, energia e meio ambiente, requerendo ações abrangentes para lidar com os efeitos dessa contaminação.

Nota: Na atualização desse texto, em agosto de 2023, o Japão planeja liberar água radioativa de Fukushima no Oceano Pacífico após aprovação da AIEA. Há preocupações internas e de China/Coreia do Sul. Pescadores temem impacto em alimentos; China proíbe importações; Coreia do Sul enfrenta riscos econômicos. A saber, a água é usada para resfriar reatores, mas tornou-se radioativa em 2011. E o trítio não será filtrado, embora será diluído antes da liberação.

Veja Também:


Fontes: G1, G1 – 2.

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Engenharia 360

Redação 360

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Você lembra? Recentemente, uma mega obra de alargamento foi realizada em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Durante meses, a faixa de areia ficou interditada para a realização de trabalhos de Engenharia. E após a conclusão da obra, a largura da faixa de areia aumentou significativamente, passando de uma média de 25 metros para 70 metros.

Esse alargamento terminou em dezembro de 2021. A ampliação da praia ocorreu em toda a extensão da orla, que tem uma extensão de 5,8 quilômetros. Porém, já na época, a prefeitura de Balneário Camboriú previu o surgimento de “degraus gigantes” na zona da Praia Central e começou a adotar as estratégias com geotubos para amenizar as escarpas. Essas estruturas começam, então, a serem instaladas em locais mais afetados pela ressaca. Veja mais detalhes neste texto do Engenharia 360!

geotubos em Balneário Camboriú
Antes e depois do Balneário Camboriú | Imagem reproduzida de G1 – Globo

O que são geotubos e como eles funcionam?

Os benefícios da tecnologia dos geotubos incluem a proteção contra a erosão costeira, a restauração de praias e a mitigação de danos causados por tempestades.

Como dito antes, para amenizar os problemas do surgimento de “degraus gigantes” na faixa de alargamento, a prefeitura de Balneário Camboriú adotou os geotubos, que são bolsas de contenção ou tubulares feitas de materiais geossintéticos, como poliéster ou polipropileno, usadas para proteger áreas costeiras, rios e lagos contra a erosão. Claro que os materiais utilizados na fabricação dos geotubos são selecionados com base em sua resistência, permeabilidade controlada e durabilidade para suportar as condições ambientais.

geotubos
Imagem reproduzida de Rede Agronomia – NING
geotubos
Ilustração modelo de geotubo de contenção | Imagem reproduzida de Classenc em Wikipédia –
https://pt.wikipedia.org/wiki/Geotubo#/media/Ficheiro:TLB_GeoTubes.jpg
geotubos
Ilustração modelo de geotubo de contenção | Imagem reproduzida de Ayuntamiento de
Gavà via Gava Info – https://gava.info/instalados-unos-geotubos-
para-frenar-la-fuerza-del-oleaje-en-caso-de-temporal/

Nesse caso, a areia é depositada sobre os geotubos, equilibrando os níveis ao longo da praia, em áreas afetadas pela ressaca. Eles funcionam ao serem instalados e preenchidos com material granular, como areia ou sedimentos, proporcionando estabilidade. Portanto, a instalação dos geotubos envolve o planejamento do local, a preparação do terreno, o posicionamento dos geotubos, o enchimento controlado com o material granular, a compactação para aumentar a resistência e a proteção superficial contra a erosão.

Considerações ambientais e de manutenção relacionadas

Vamos considerar um cenário geral, não relacionado especificamente à Balneário Camboriú! É importante considerar o impacto dessa tecnologia no ecossistema durante a instalação, como a remoção de vegetação e perturbação do habitat local. Além disso, é crucial monitorar a qualidade da água para evitar vazamentos de materiais tóxicos e garantir que os geotubos não contaminem a água circundante.

Sobretudo quando usados para gerenciamento de resíduos, é essencial garantir que os materiais depositados nos geotubos não representem riscos ambientais e que sejam descartados corretamente. Já em relação à manutenção, é necessário realizar inspeções regulares para verificar a integridade dos geotubos, remover sedimentos acumulados e realizar reparos ou substituições quando necessário.

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Qual é a explicação da Engenheira Ambiental para esse fenômeno dos degraus gigantes?

Antes de tudo, precisamos dizer que os “degraus gigantes” são um fenômeno natural resultante do processo de conformação e equilíbrio da praia ao longo do tempo, sendo as ressacas marítimas uma das causas dessas ocorrências.

Hoje, a prefeitura de Balneário Camboriú acompanha esse processo por meio de monitoramento. E, mais uma vez, um fenômeno dos “degraus gigantes” sempre foi esperado e faz parte do trabalho natural de nivelamento da praia. Mas é claro que a utilização de geotubos para a proteção da praia alargada apresenta desafios, como a seleção adequada dos geotubos, a avaliação da topografia submarina e condições ambientais, a instalação correta dos geotubos com maquinário especializado e mão-de-obra qualificada, além da manutenção regular para garantir a estabilidade dos geotubos.

geotubos em Balneário Camboriú
Degrau em Praia Central de Balneário Camboriú | Imagem reproduzida de NSC TV, via Oeste Mais
geotubos em Balneário Camboriú
Simulação geotubos em Balneário Camboriú | Imagem reproduzida de NSC TV, via G1 – Globo

Por que os geólogos consideram a engenharia de geotubos uma solução paliativa?

Os geólogos consideram a engenharia de geotubos uma solução paliativa no caso de Balneário Camboriú porque o degrau encontrado na Praia Central é um evento localizado que ocorre devido às ondas e ressacas. Eles acreditam que esse degrau vai desaparecer e voltar com o tempo. Além disso, enfatizam que o engordamento da praia não conseguirá eliminar a elevação do nível do mar, que é causada pelo aquecimento global.

Segundo especialistas, o engordamento da praia também não conseguirá impedir o processo natural de erosão das áreas marítimas. Eles citam a importância da vegetação de restinga para manter a estabilidade da praia.

Utilizando a natureza para o nivelamento da praia

As plantas podem atuar como uma barreira natural. As raízes das plantas de restinga ajudam a fixar a areia e protegem a praia contra a ação das ondas e correntes marinhas. Além disso, a vegetação de restinga contribui para o nivelamento da praia e o espalhamento da areia na parte submersa por meio dos movimentos dos ventos, correntes e marés. Esse processo natural ajuda a manter a baixa declividade da praia e equilibra os níveis de areia ao longo da extensão alargada.

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Fontes: G1, CNN Brasil.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Nota 1: Antes de falar sobre geoengenharia e ideias de bloquear o sol, queremos contar que a chuva de meteoros Perseidas, a maior do ano de 2023, terá seu pico de visibilidade no Brasil neste fim de semana, 12 e 13 de agosto, com até 100 meteoros por hora. O fenômeno poderá ser visto até o dia 24, mas com menor intensidade. Condições ideais de visualização devido à Lua se afastando, tornando o céu noturno escuro. Melhores cidades para observar incluem Manaus, Cuiabá e Belém, enquanto São Paulo e Curitiba podem ter baixa visibilidade devido a nuvens e chuva.

Meteoros Perseidas fazem parte do cometa Swift-Tuttle, último aparecimento em 1991, núcleo de 26 km. Aparecerá novamente somente em 2125. Para observar, procure a constelação de Perseus ou Cassiopeia, que se assemelha a um ‘w’. Aplicativos gratuitos para celular podem ajudar a identificar. Próximos eventos astronômicos incluem superluas, eclipses solares e lunares, e várias chuvas de meteoros como Taurids, Draconids, Orionids, Leônidas, Geminidas e Ursids.

Nota 2: Na atualização deste texto, no início de setembro de 2023, a Índia lançou um satélite para estudar o Sol após realizar na mesma semana um pouso histórico no polo sul da Lua, revelando a presença de água, oxigênio e outros elementos. A ideia é entender os ventos solares e os efeitos da radiação solar em satélites. A missão, chamada Aditya-L1, visa também investigar os impactos do Sol nos padrões climáticos da Terra.


Nos últimos anos, o planeta tem enfrentado recordes de temperatura. Essa tendência é atribuída a diversas razões, como as mudanças climáticas naturais, reconhecidas pela comunidade científica, o aquecimento global causado por atividades humanas e a deterioração da camada de ozônio. Diante desse cenário, muitos pesquisadores têm defendido uma solução: bloquear o sol como forma de reduzir as temperaturas globais. Expomos algumas soluções neste texto do Engenharia 360!

Antes, vale destacar que, recentemente, dezenas de cientistas assinaram um manifesto pedindo a proibição da geoengenharia solar. Eles estão preocupados com os possíveis efeitos imprevisíveis sobre populações e ecossistemas. Os riscos e impactos são mal compreendidos e variam entre regiões, afetando padrões climáticos, agricultura e suprimento de alimentos e água. A especulação sobre a geoengenharia solar pode desencorajar a descarbonização. Teme-se que seja usado como argumento para atrasar ações contra as mudanças climáticas.

reduzir temperaturas globais
Imagem de rawpixel.com em Freepik

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Bolhas de silicone para bloquear a radiação solar

Os testes iniciais, de James Early e Roger Angel, foram realizados com bolhas de silicone em condições similares as do espaço. Essas bolhas, do tamanho do Brasil, seriam colocadas em um dos Pontos de Lagrange, entre a Terra e o Sol, impedindo que parte da radiação solar atingisse o nosso planeta. O objetivo seria bloquear cerca de 1,8% da radiação solar, o que potencialmente poderia reverter os efeitos das mudanças climáticas nos próximos anos. No entanto, é importante ressaltar que essa seria apenas uma solução paliativa, pois não aborda a raiz do problema das mudanças climáticas.

reduzir temperaturas globais
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bloquear o Sol
Imagem reproduzida de MIT via Olhar Digital

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Técnica polêmica do aerossol refletor do sol

Em 2021, Bill Gates começou a apoiar o desenvolvimento de uma tecnologia controversa chamada “dimmer solar”, que busca reduzir o aquecimento global ao refletir a luz solar da atmosfera da Terra. O Experimento de Perturbação Controlada Estratosférica (SCoPEx), liderado por cientistas da Universidade de Harvard, propôs a pulverização de poeira atóxica de carbonato de cálcio (CaCO3) na atmosfera como um aerossol refletor do sol.

No entanto, há receios de que as mudanças climáticas resultantes possam ser semelhantes aos padrões de aquecimento já observados. Além disso, os ambientalistas temem que essa abordagem possa permitir a continuidade das emissões de gases de efeito estufa sem a necessária mudança nos padrões atuais de consumo e produção.

bloquear o Sol
Imagem reproduzida de Tunes Ambiental

Embora existam preocupações legítimas sobre a geoengenharia solar, os cientistas envolvidos, incluindo David Keith da própria Universidade de Harvard, acreditam que pesquisas adicionais podem reduzir os riscos e aumentar a eficácia desses métodos. Eles sugerem que a poeira de CaCO3 pode ter benefícios, como ajudar a reabastecer a camada de ozônio por meio de reações com moléculas que a destroem, mas ainda são necessários estudos adicionais para avaliar os impactos e a viabilidade dessa abordagem.

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Balão de ar quente

Em 2020, o Grupo Keutsch anunciou que vem realizando um experimento inspirado na erupção do Monte Pinatubo de 1991. A saber, durante essa erupção, cerca de 20 milhões de toneladas de dióxido de enxofre foram lançadas na estratosfera, resultando em uma diminuição de aproximadamente 0,5°C na temperatura média da Terra por 18 meses.

O objetivo do experimento é enviar um dispositivo semelhante a um balão de ar quente, em parceria com a Swedish Space Corporation, para fora do Centro Espacial Esrange, na Suécia. Uma quantidade muito pequena de material, entre 100 g e 2 kg, seria liberada para criar uma massa de ar com um quilômetro de comprimento e cem metros de diâmetro. E nesse momento, a ideia é medir as mudanças resultantes na massa de ar afetada, densidade do aerossol, química atmosférica e dispersão da luz.

bloquear o Sol
Imagem reproduzida de Istoé Dinheiro

Defesas mais recentes para bloquear o sol

Em 2023, especialistas dos Estados Unidos e da União Europeia também defenderam nas mídias estudos vinculados à medidas para reduzir a incidência dos raios solares e minimizar os impactos das mudanças climáticas. Essas medidas incluem, além da injeção de aerossol estratosférico já citada, instalação de certos objetos no solo ou em altitudes elevadas que possam refletir a radiação solar, clareamento de nuvens – para que elas rebatam, em vez de absorver, os raios solares -, e métodos baseados no espaço.

No entanto, os europeus demonstraram ter preocupação com os potenciais efeitos de intervenções radicais. O governo dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre a modificação da radiação solar, mas afirmou que isso não representa uma mudança na política ou atividade do governo e que não há planos em andamento para estabelecer um programa de pesquisa abrangente focado nessa área.

'bloquear o Sol' para reduzir temperaturas globais
Imagem de Freepik

Conclusão

A questão é que bloquear parcialmente a radiação solar como solução para reverter o aquecimento global não é tão simples como pode parecer. Embora possa parecer uma solução fácil, os efeitos a longo prazo podem ser catastróficos e até mais danosos do que o próprio aquecimento global.

Em vez de depender de medidas paliativas como essa, o foco principal deve ser diminuir a emissão de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2).

Essa redução nas emissões é a tarefa crucial que precisa ser realizada para realmente enfrentar o futuro sombrio do nosso planeta e preservar a vida na Terra!

Portanto, é importante buscar soluções sustentáveis que envolvam a transição para fontes de energia limpa e renovável, o aumento da eficiência energética, o desenvolvimento de tecnologias de captura e armazenamento de carbono, bem como mudanças nos padrões de consumo e estilo de vida. Essas medidas têm o potencial de fazer uma diferença significativa na luta contra as mudanças climáticas e proteger nosso planeta para as gerações futuras.

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Fontes: Galeria do Meteorito, CNN Brasil, Forbes, Globo.

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Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Nota: A Cúpula da Amazônia começou em agosto de 2023, em Belém, no estado do Pará, com protestos por fim da exploração de petróleo na região. Documento de entidades pede eliminação imediata dos combustíveis fósseis e destaca preocupações com desmatamento, garimpo e questão indígena. Líderes discutem a possibilidade de ampliação da exploração de petróleo na área. Por exemplo, o Equador apresenta experiência problemática com exploração em reserva ambiental. Por isso, a sociedade civil brasileira pede participação efetiva na cúpula!

estudo da Amazônia
Imagem reproduzida de Diário do Pará – DOL

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Um grupo de cientistas de 12 países, incluindo o Brasil, está perfurando um poço na cidade de Rodrigues Alves, no Acre. A perfuração científica é a primeira feita na Amazônia com finalidade exclusivamente científica e a mais profunda já realizada na região, com 2 quilômetros de profundidade. A iniciativa envolve 60 pesquisadores e é patrocinada pelo International Continental Scientific Drilling Program (ICDP), um programa de apoio a projetos de perfuração científica, em parceria com outras instituições. Saiba mais no texto a seguir, do Engenharia 360!

estudo da Amazônia
Imagem reproduzida de Isaac Bezerra, via Alagoas Notícia Boa

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Qual é o objetivo da perfuração?

O objetivo da perfuração em questão é reconstituir a evolução da Amazônia, determinando a idade da floresta, como ela se formou e evoluiu para atingir a biodiversidade que tem hoje. Por fim, determinar como a floresta pode se comportar diante das mudanças climáticas.

Esse estudo pode ajudar a entender tal evolução desde o começo da era Cenozoica, 65 milhões de anos atrás, mostrando todas as alterações climáticas e geológicas que influenciaram a sua fauna, flora estruturação da Bacia Amazônica como um todo. 

A iniciativa conta com a parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a National Science Foundation (EUA) e o Smithsonian Tropical Research Institute (Panamá). A perfuração é a primeira feita na Amazônia com finalidade exclusivamente científica e a mais profunda, mesmo se comparada às de exploração mineral já feitas na região.

estudo da Amazônia
Imagem reproduzida de Isaac Bezerra, USP, Projeto de Perfuração Transamazônica, via Um só Planeta – Globo
estudo da Amazônia
Imagem reproduzida de Alagoas Notícia Boa

Observação: a perfuração científica mais profunda já realizada em terra foi iniciada no fim da década de 80 e terminou em 1995 no Norte da Baviera, na Alemanha. O poço atingiu 9.101 metros e o projeto teve a participação da iniciativa privada. O Centro Alemão de Pesquisa em Geociências utilizou o furo para instalar um observatório sísmico, que funcionou até 2001.

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O que são os “testemunhos” gerados pela perfuração?

Nesse estudo científico, serão coletadas amostras cilíndricas das camadas do solo retiradas durante a perfuração do poço, chamadas de “testemunhos”. Serão gerados 227 “testemunhos”. Os mesmos serão depositados na Universidade de Minnesota, nos EUA, em um repositório deste tipo de material. E é a partir disso que será possível, depois, reconstituir a evolução da Amazônia e determinar a idade da floresta.

estudo da Amazônia
Imagem reproduzida de Notícias de Mineração Brasil

Na fase seguinte, será utilizada a tecnologia molecular para análise das amostras, que carregam uma série de evidências físicas, químicas e biológicas. Ela pode ajudar a obter respostas mais rápidas sobre os impactos causados ao meio ambiente, como, por exemplo, no caso do sequenciamento genético de Collembolas para determinar o efeito de queimadas na saúde ecológica do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. Falaremos mais sobre isso no tópico seguinte!

Como os Collembolas podem explicar o impacto das queimadas no Mato Grosso?

Hoje em dia, sabe-se que a migração de espécies em direção ao Sul aumentou ainda mais a diversidade de vida na região Amazônica. Achados fósseis mostram que a Amazônia já abrigou jacarés gigantes, de 15 metros de comprimento, tartarugas com mais de 2 metros de carapaça, e grandes roedores que acabaram extintos. Dentes de tubarão e fósseis de arraias, por exemplo, indicam até mesmo que ali já houve água salgada em algum momento. Por isso, territórios amazônicos distantes do seu núcleo no Amazonas são também verdadeiras preciosidades, devendo ser preservados.

Atualmente, é o Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê), em parceria com o ICMBio, órgão governamental que administra as unidades de conservação federais, que mais estuda os efeitos de queimadas na saúde ecológica do parque da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso.

Os collembolas, citados antes, são pequenos artrópodes responsáveis pela decomposição de vegetação morta. Seu sequenciamento genético pode ajudar os cientistas a entender especialmente o impacto das queimadas na Chapada dos Guimarães. Explicando melhor eles são como bioindicadores de qualidade do solo e o sequenciamento do DNA permite obter respostas mais rápidas sobre a floresta.

estudo da Amazônia
Imagem reproduzida de Philippe Garcelon em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:
Deutonura_monticola_-_Flickr_-_Philippe_Garcelon.jpg

O que são os pulsos gerados por mudanças climáticas e geológicas?

Vamos recapitular algo que você pode lembrar as aulas de geografia! As camadas de solo são formadas por detritos de rochas e plantas, e contêm componentes biológicos, como microfósseis e pólens, e geológicos. Ademais, as bacias sedimentares também contêm componentes biológicos e geológicos que contribuem para remontar a história de um território, como da Amazônia.

Por meio de estudos diversos, como de camadas de solo, a ciência concluiu que a Amazônia teve fases de junção e fragmentação, onde foram criados habitats isolados uns dos outros, recortados por rios e montanhas. Cientistas acreditam que este mosaico pode ser a origem da enorme biodiversidade.

estudo da Amazônia
Imagem de Raimundo Teixeira estevesbae por Pixabay

A Cordilheira dos Andes influenciou a formação da Amazônia bloqueando os rios que até então desaguavam no Oceano Pacífico e no Caribe, a Oeste, e formando um lago gigante que se transformou num enorme pântano. Em seguida, os cursos dos rios mudaram para Leste, tal como são hoje.

Neste processo de drenagem. teria surgido o Rio Amazonas, o maior do mundo, cuja vazão em alguns trechos, avaliados por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), chega a 200 mil metros cúbicos por segundo, volume suficiente para encher a Baía da Guanabara em três minutos e meio.

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Fontes: O Globo, Alagoas Notícia Boa.

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Redação 360

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De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), atualmente as fontes eólica e solar respondem a quase 90% da capacidade de geração de energia acrescida na rede do Brasil. No primeiro semestre deste ano, foram registradas 59 usinas em operação, somando 2,2 GW (42,76%). Agora, a novidade é a inauguração do maior complexo de energia solar do Brasil, resultante de um impressionante investimento da Elera Renováveis, do grupo canadense Brookfield Asset Management – que entre 2021 a 2023, aplicou R$ 5 bilhões no setor de projetos de geração de energia limpa usando fontes hídricas, eólicas e solares. Saiba mais neste texto do Engenharia 360!

maior complexo de energia solar do Brasil
Imagem reprodução de Elera Renováveis via Brasil Amazônia Agora

O local do maior complexo de energia solar do Brasil

O maior complexo de energia solar do Brasil foi inaugurado em Minas Gerais, mais precisamente no município de Janaúba, da microrregião da Serra Geral, cerca de 550 quilômetros ao norte de Belo Horizonte. A comunidade de pouco mais de 70 mil habitantes, viu sua economia – que antes era baseada no agronegócio – aquecer nos últimos anos por conta das obras usinassolares, recebendo cerca de 5 mil trabalhadores externos, segundo estimativa da prefeitura.

Hoje, Janaúba é considerada um dos maiores polos de investimentos em energia solar do país, o novo”eldourado” da energia. Não à toa, os cientistas já destacaram os motivos pelos quais o empresariado é tão atraído para a região, incluindo características como fortes índices de irradiação, pouca nebulosidade e terras baratas.

Observação: no fim de novembro de 2022, quase duas mil pessoas trabalhavam no projeto do maior complexo de energia solar do Brasil, em Janaúba.

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Os projetos já aprovados para Minas Gerais na área energética

A saber, já existem 83 projetos outorgados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para produção de energia elétrica em Minas Gerais. O plano é a conclusão de 14 parques, contando com esse maior complexo de energia solar do Brasil, em Janaúba. Perto desse ponto do estado, também há outros parques operando ou em construção, como em Pirapora, Jaíba, Capitão Enéas, Januária e Itacarambi. Como resultado, Minas tem hoje a metade da geração fotovoltaica do país. Para se ter uma ideia, são 41 projetos com uma potência total de 1,8 GW (gigawatts).

As usinas de pequeno porte, por exemplo, apostam no modelo de economia compartilhada, como os aplicativos de mobilidade ou alojamento – clientes de todos os portes que compram uma “fatia da energia gerada” para ter desconto na conta de luz. Já as usinas maiores são voltadas para grandes clientes industriais ou comerciais, buscando melhorar sua “pegada ambiental”.

maior complexo de energia solar do Brasil
Imagem arte reproduzida de Valor Econômico – Globo

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As principais características do novo complexo de energia solar

O maior complexo de energia solar do Brasil, em Janaúba, ocupa uma área de 3.069 hectares – equivalente a 20 vezes o Parque Ibirapuera (SP) -, com 2,2 milhões de módulos fotovoltaicos divididos em 20 sítios para gerar 1,2 GW quando o empreendimento estiver concluído. Essa capacidade deve abastecer 6 milhões de pessoas ou 1 milhão de residências, fazendo valer os R$ 4 bilhões de investimentos, segundo a Elera.

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Os painéis solares utilizados neste projeto foram fornecidos pelas companhias Trina Solar, Risen, Jink Solar e Longi. Muitos empregos foram gerados para as comunidades rurais durante o período da construção do complexo, sendo os profissionais de menor qualificação aproveitados nas obras civis. Porém, na próxima fase de operação, poucos empregados serão necessários, já que muitas atividades serão realizadas de forma remota.

maior complexo de energia solar do Brasil
Imagem reproduzida de Nova Participações
maior complexo de energia solar do Brasil
Imagem reproduzida de Nova Participações
maior complexo de energia solar do Brasil
Imagem reproduzida de Nova Participações
maior complexo de energia solar do Brasil
Imagem reproduzida de Elera Renováveis, via Correio de Minas
maior complexo de energia solar do Brasil
Imagem reproduzida de Elera Renováveis Diário do Comércio

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Fontes: Um Só Planeta – Globo, Folha de São Paulo, Nova Participações.

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O Rio de Janeiro atualmente enfrenta diversos problemas econômicos e sociais, com uma população de 6,5 milhões de habitantes, sendo mais de 1 milhão vivendo em favelas.

Através das visões artísticas e previsões da IA sobre a cidade, são reveladas as perspectivas para a cidade. Nesse contexto, certamente o Design, a Arquitetura e a Engenharia Urbana vão desempenhar um papel fundamental na criação de cenários sustentáveis e inovadores.

Ao combinar a criatividade humana com a capacidade preditiva da IA, é possível antecipar transformações urbanas que promovam qualidade de vida e mobilidade inteligente. Essa abordagem holística oferece uma nova perspectiva para moldar o futuro do Brasil a partir do Rio de Janeiro. Confira mais no texto a seguir, do Engenharia 360!

simulação rio de janeiro
Imagem reproduzida de Keep it Rio via Diário do Rio

Rio de Janeiro daqui a 100 anos

No concurso CityVision, arquitetos de todo o mundo apresentaram suas visões para o Rio de Janeiro daqui a 100 anos. O vencedor do concurso foi o arquiteto chinês Donghua Chen, com o projeto intitulado “Céu de Janeiro”. Sua proposta envolve uma cidade totalmente aérea, com moradias e transporte nas alturas, tendo o Cristo Redentor como um ponto central rodeado por essa cidade flutuante.

simulação rio de janeiro
Imagem reproduzida de Céu de Janeiro via Casa e Jardim

Além disso, outros projetos interessantes foram apresentados, como a “Tensile City” de Kyo Seon Lee, Yoon Kee Hong e Jin Young Song, que propõe a conexão de torres, e o “Latente Skyline” de Roberto Costa e Rodrigo Bocater, que sugere bairros subterrâneos sobre os morros. Por outro lado, Andrea Galli, Riccardo e Ottavio Berghella e Lorenzo Massimiano apresentaram um projeto sombrio chamado “Mántica”, em que a especulação imobiliária afasta as favelas e elas ocupam o espaço do Cristo Redentor.

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Imagem reproduzida de Tensile City via Casa e Jardim
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Imagem reproduzida de Mántica via Diário do Rio

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Esses projetos mostram diferentes visões do futuro do Rio de Janeiro, com ideias que vão desde a criação de estruturas aéreas para habitação até a ocupação subterrânea e os impactos socioeconômicos das transformações da paisagem. Enfim, o concurso CityVision proporcionou uma visão futurística da cidade maravilhosa, explorando diferentes abordagens para a organização urbana e arquitetônica.

simulação rio de janeiro
Imagem reproduzida de FARM prize via Diário do Rio

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Rio de Janeiro daqui a 500 anos

No aniversário de 450 anos do Rio de Janeiro, o jornal Diário do Rio publicou um texto destacando a necessidade de preocupação com o futuro da cidade, em vez de se concentrar em eventos festivos e obras de curto prazo.

O autor enfatizou a importância de pensar a longo prazo. Ele questionou se a cidade continuará dividida entre favelas e áreas asfaltadas, e se continuará enfrentando congestionamentos, ressaltando que a responsabilidade de resolver esses problemas recai sobre os próprios cariocas, já que, supõem-se que haverá mais de 10 governos municipais e estaduais até o Rio completar 500 anos.

Sua defesa é o envolvimento da sociedade civil nos próximos anos, afirmando que ter a cidade desejada depende mais dos milhões de cariocas do que de alguns poucos gestores públicos.

A imagem a seguir foi escolhida para retratar o Rio daqui a 500 anos na matéria!

simulação rio de janeiro
Imagem reproduzida de Diário do Rio

Rio de Janeiro daqui a milhares de anos

Recentemente, um canal do YouTube chamado “AI Imaginary World” recebeu uma sugestão de um inscrito para imaginar como seriam os países da Terra daqui a mil anos.

Utilizando Inteligência Artificial (IA), o canal criou imagens que retratam cidades futurísticas, com arranha-céus verticais, luzes LED, cúpulas de vidro e veículos voadores desconhecidos. O Brasil é representado pela cidade do Rio de Janeiro, com inúmeros arranha-céus em meio a formações rochosas. Resta saber se as previsões da IA serão acuradas, algo que só o ano 3000 revelará!

simulação rio de janeiro
Imagem reproduzida de AI Imaginary World, YouTube, via CNN

Por último, gostaríamos de comentar sobre a simulação apresentada em “Civilization: Beyond Earth”, que é um capítulo lançado em 2014 da popular série de simuladores de civilizações, desenvolvido por Sid Meier. O jogo se passa no futuro, claro, onde a raça humana procura colonizar outros planetas devido a eventos globais que deixaram o destino da Terra incerto.

simulação rio de janeiro
Imagem reproduzida de Beyond Earth, YouTube, via TechTudo

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Fontes: CNN Brasil, Diário do Rio, Casa e Jardim, TechTudo.

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