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A usina nuclear mais avançada do mundo recebe investimento de Bill Gates

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por Redação 360
| 16/05/2023 6 min
Imagem de Wolfgang Stemme por Pixabay

A usina nuclear mais avançada do mundo recebe investimento de Bill Gates

por Redação 360 | 16/05/2023
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A usina nuclear mais avançada do mundo receberá um investimento de Bill Gates em meio à maior onda de desligamento de usinas nucleares da história. Esse investimento destaca a busca por soluções inovadoras e a crença no potencial da energia nuclear como uma fonte limpa e eficiente para equilibrar a demanda energética e combater as mudanças climáticas. Saiba mais no texto do Engenharia 360, a seguir!

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Por que vivemos um período de desligamentos de usinas nucleares pelo mundo?

A título de curiosidade, desde o acidente de Fukushima em 2011, foram desligados 85 reatores nucleares. Por outro lado, foram conectados 78 reatores nucleares nesse mesmo período. Esses números são baseados no texto fornecido.

Essa onda de desligamento de usinas nucleares desde o acidente de Fukushima é maior do que a ocorrida após o desastre de Chernobyl em 1986. Nos 13 anos seguintes ao acidente de Chernobyl, houve 53 fechamentos de usinas nucleares e 127 novas conexões. Atualmente, o acidente de Chernobyl completou 37 anos.

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Tendência em prática na Europa

Na Europa, a tendência atual em relação ao desligamento de usinas nucleares é de desativação. Países como a Alemanha têm desligado suas usinas nucleares. A França, que depende fortemente da energia nuclear, também aprovou um plano para reduzir sua dependência dessa fonte, mas recentemente anunciou a construção de até 14 novos reatores nucleares.

Após o ano de 2011, houve uma queda na geração de energia nuclear, mas essa tendência foi revertida posteriormente. A participação da energia nuclear no total de eletricidade no mundo está em trajetória de redução desde 2001. Em 2021, a participação da energia nuclear estava em torno de 9,8%, enquanto em 1996 chegou a 17,4%.

usina nuclear
Imagem de vwalakte em Freepik

As usinas nucleares estão sendo desligadas na Alemanha como parte dos planos do governo alemão, que já estavam em vigor desde 2002. O desastre de Fukushima e a pressão do Partido Verde alemão aceleraram o processo de desligamento. Há preocupações relacionadas à segurança e ao movimento pacifista que associa a energia nuclear a armas nucleares.

Na França, embora a energia nuclear seja amplamente utilizada, o país também está buscando reduzir sua dependência dessa fonte. Recentemente, o presidente Emmanuel Macron anunciou planos para construir até 14 novos reatores nucleares, indicando uma possível mudança de direção em relação à redução da dependência nuclear.

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Quais países ainda investem em energia nuclear?

A energia nuclear está em expansão principalmente na Ásia, especialmente em países em desenvolvimento. A China é o país com o maior número de reatores nucleares em construção, com mais de 22 usinas nucleares sendo construídas e um aumento esperado na capacidade de geração de energia em 43%. O Japão também está construindo novas usinas nucleares desde 2015, após o acidente de Fukushima.

Em relação à participação da energia nuclear no total de eletricidade no mundo, atualmente está em cerca de 9,8%. No entanto, essa participação vem diminuindo desde 2001, quando atingiu seu recorde de 17,4%. A Europa está desativando suas usinas nucleares, enquanto a Ásia está impulsionando a expansão dessa fonte energética.

Usinas nucleares no Brasil

No Brasil, existem duas usinas nucleares em funcionamento: Angra 1 e Angra 2. Elas representam aproximadamente 1,03% da potência elétrica total do país. A construção da usina nuclear Angra 3 no Brasil teve início em 1984, mas foi interrompida várias vezes, incluindo uma suspensão em 2015 devido a suspeitas de corrupção nas obras.

Em 2022, a construção foi retomada, mas foi novamente suspensa em abril de 2023 pelo prefeito de Angra dos Reis. Até o momento, já foram gastos cerca de R$ 7,8 bilhões nas obras e estima-se que sejam necessários mais R$ 17 bilhões para concluí-las. O financiamento será coordenado pelo BNDES e o custo será repassado ao consumidor através da tarifa da energia gerada pela usina.

Quais são as preocupações ambientais relacionadas à energia nuclear?

Existem preocupações ambientais relacionadas à energia nuclear. O principal problema é o armazenamento seguro do lixo atômico, que é altamente radioativo e pode representar riscos por milhares de anos. Além disso, a mineração de urânio, necessária para a produção de energia nuclear, também tem impactos ambientais.

Apesar disso, a energia nuclear é considerada uma das fontes de energia mais seguras em termos de mortalidade associada à produção de energia. Comparativamente, a taxa de mortalidade da energia nuclear é muito baixa em comparação com outras fontes, como usinas a carvão.

Estudos comparativos mostram que a taxa de mortalidade direta e indireta causada pela produção de energia nuclear é significativamente menor do que a das usinas a carvão, por exemplo.

Quanto Bill Gates investiu em energia nuclear?

A usina nuclear Natrium está sendo financiada pela empresa TerraPower, fundada por Bill Gates em 2008. A TerraPower também é responsável pelo projeto da usina. Segundo Bill Gates, a usina nuclear Natrium tem previsão de inauguração potencialmente em 2030.

Diferenciais da Natrium

A usina nuclear Natrium é mais avançada em comparação com os reatores convencionais devido a várias características. Ela utiliza sódio líquido como refrigerante, o que permite absorver uma quantidade maior de calor e manter uma pressão consistente, tornando-a mais segura. Além disso, a usina possui um sistema de armazenamento de energia que permite controlar a quantidade de eletricidade produzida, o que facilita sua integração com redes de energia que utilizam fontes variáveis, como solar e eólica. A usina Natrium também foi projetada digitalmente pela TerraPower, utilizando supercomputadores para simular diferentes cenários e garantir sua segurança.

usina nuclear
Imagem de divulgação via G1 - Globo
usina nuclear
Imagem de divulgação via Olhar Digital

Consequências Econômicas

A cidade de Kemmerer tem um interesse particular no sucesso da usina Natrium porque a usina de carvão local, que emprega cerca de 110 trabalhadores, está programada para fechar. Se não fosse pela usina Natrium, esses trabalhadores perderiam seus empregos. A nova usina empregará entre 200 e 250 pessoas, e os trabalhadores da usina de carvão poderão ser empregados nas instalações da Natrium com pouca necessidade de reciclagem, pois muitas das habilidades são transferíveis.

A construção da usina Natrium terá consequências econômicas positivas para a comunidade local. As obras de instalação levarão vários anos e devem gerar cerca de 1.600 empregos na área da construção, o que impulsionará a economia local. Os trabalhadores da construção civil precisarão de serviços como alimentação, moradia e entretenimento, o que também beneficiará a comunidade.

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Imagem de divulgação via TecMundo

Expectativas de Gates

Bill Gates enfatiza a importância do projeto Natrium para o futuro dos Estados Unidos. Ele acredita que a usina ajudará o país a manter sua independência energética e a permanecer líder em inovação energética globalmente. Além disso, Gates destaca que a energia nuclear é uma fonte confiável e limpa, e o projeto Natrium representa um avanço significativo na segurança e eficiência das usinas nucleares, abrindo caminho para uma energia mais sustentável e combatendo as mudanças climáticas.

Problemas mencionados

Os problemas associados à energia nuclear mencionados por Bill Gates são:

  • altos custos de construção,
  • risco de acidentes causados por erros humanos e o impacto nas comunidades,
  • e trabalhadores que dependem da energia fornecida por usinas nucleares.

A TerraPower testou digitalmente o design da usina Natrium usando supercomputadores. Os cientistas simularam várias vezes a configuração da usina, incluindo todos os possíveis desastres. Esse processo de design digital sofisticado atraiu interesse de todo o mundo e levou a acordos de colaboração e investimentos de empresas no Japão, Coreia do Sul e multinacionais.

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Fontes: Olhar Digital, Poder 360.

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