Confira a exposição virtual que destaca a astrofísica sob a perspectiva de cientistas negros
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 3minImagem reproduzida de Astrofísica dos Corpos Negros
A astrofísica, um campo fascinante da ciência que estuda os corpos celestes e os fenômenos do universo, também é um espaço de reflexão sobre questões sociais e de inclusão. A exposição “Astrofísica dos Corpos Negros”, idealizada por pesquisadores brasileiros, busca não apenas explorar os mistérios do cosmos, mas também abordar a sub-representação de cientistas negros na ciência. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O que são corpos negros?
Os corpos negros são objetos teóricos que absorvem toda a radiação que incide sobre eles, sem refletir nada. Na física, o estudo da radiação de corpos negros foi fundamental para o desenvolvimento da mecânica quântica. No entanto, atualmente, o termo “corpo negro” também se refere à luta contra a sub-representação de pessoas negras nas ciências. A exposição “Astrofísica dos Corpos Negros” visa iluminar essa questão ao destacar as contribuições de astrofísicos e astrofísicas negros brasileiros.
Imagem reproduzida de Astrofísica dos Corpos Negros
Qual o tema da exposição Astrofísica dos Corpos Negros?
A exposição “Astrofísica dos Corpos Negros” é uma iniciativa pioneira que une ciência, história e inclusão. Idealizada por pesquisadores brasileiros, como Alan Brito (UFRGS), Eliade Lima (Unipampa) e Rita dos Anjos (UFPR), a mostra busca destacar as contribuições de cientistas negros na astrofísica e abordar questões sociais que impactam o acesso ao meio acadêmico.
O projeto surgiu a partir de um artigo acadêmico que discutia a sub-representação de pessoas negras na física, transformando-se em uma exposição que reflete sobre a descolonização da ciência e a promoção de modelos inspiradores.
Qual a importância da representatividade na ciência?
A representatividade é crucial para inspirar novas gerações de cientistas! A “Astrofísica dos Corpos Negros” quebra qualquer estigma, mostrando que a ciência é, e deve ser, um espaço para todos. A exposição incentiva crianças e jovens de todas as raças – mas especialmente negros – a sonharem com carreiras na ciência, superando todas as barreiras impostas pela sociedade. Uma mudança de perspectiva é essencial para um futuro mais inclusivo e diverso no meio científico!
A saber, dados mostram que poucos pesquisadores negros alcançam posições de destaque, como produtividade nível A no CNPq, evidenciando a necessidade de ações que promovam a inclusão.
Imagem reproduzida de Astrofísica dos Corpos Negros
Como acessar a exposição virtual?
A exposição “Astrofísica dos Corpos Negros” é uma verdadeira viagem pelo cosmos! O expectador é convidado a explorar as origens do universo e refletir sobre questões fundamentais: de onde viemos e para onde vamos? A abordagem é didática, conectando esses temas às histórias e trajetórias de cientistas negros, criando um elo entre o conhecimento científico e a luta por igualdade social.
Todo o material está disponível totalmente online e gratuito. Com alguns cliques, você pode navegar entre os astros, interagir com conteúdos imersivos e conhecer trajetórias inspiradoras no mundo da astrofísica.
Para acessar, visite o site oficial: astrofisicacorposnegros.com.br. Não perca a oportunidade de explorar o universo de uma forma única, sem sair de casa!
Nossa exposição virtual já está disponível para você explorar o espaço, sem sair de casa! 🚀
Não importa onde você esteja, agora o espaço está a alguns cliques de distância! Acesse o link para navegar pelo Universo a partir de uma perspectiva diferente 🌍 https://t.co/wipUJx83XGpic.twitter.com/6LzPnGJcBC
— Astrofísica dos Corpos Negros (@AstroCorpNegros) October 19, 2024
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Cientistas constroem “máquina do tempo” para medir os efeitos das mudanças climáticas na Amazônia
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 4minImagem de Maria Clara Ferreira Guimarães, AmazonFACE, reproduzida via Superinteressante
Sempre consideramos a Floresta Amazônica como o “pulmão do planeta”, contribuindo de forma significativa para a regulação do clima global. Porém, nas últimas décadas, com as mudanças climáticas e o desmatamento acelerado, será que a natureza ainda responde do mesmo modo? Os cientistas estão preocupados com os efeitos das mudanças climáticas e os altos índices de emissões de dióxido de carbono que ameaçam a integridade da Terra. Isso é o que moveu a iniciativa AmazonFACE (sigla em inglês para ‘Enriquecimento de CO2 ao Ar Livre’).
Tal experimento está sendo conduzido com foco no entendimento de como a floresta reage a todas essas alterações no planeta, considerando as implicações para a biodiversidade e seus ecossistemas. Os resultados podem nos trazer uma perspectiva das reações da Amazônia nas próximas décadas. Descubra mais detalhes desse projeto no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Entendo o que é AmazonFACE
O AmazonFACE é uma iniciativa científica bastante audaciosa que está sendo conduzida em colaboração entre equipes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o governo britânico – no total, 130 pessoas. Basicamente, ela consiste na construção de 96 torres metálicas implantadas em um raio de 80 quilômetros em região ao norte de Manaus. Se pudéssemos traduzir o que é essa tecnologia de ponta, diríamos que se trata de uma “máquina do tempo”.
Imagem reproduzida de Audiovisual G20 via G1
Imagem de Maria Clara Ferreira Guimarães, AmazonFACE, reproduzida via G1
Explicando melhor, o AmazonFACE deve coletar informações da atmosfera e simula o aumento de 50% na concentração de CO2 ao longo de uma década. O entendimento desse “movimento” do passado até o presente pode ajudar os pesquisadores a entender como será o futuro da floresta e avaliar como ela provavelmente vai se adaptar às mudanças climáticas. Parece simples, não é? Contudo, a execução é bastante complexa!
Estrutura do experimento
Para conduzir o experimento, os cientistas dependem de anéis gigantescos (30 metros de diâmetro) instalados no conjunto de torres (estes com 35 metros de altura). Dentro de alguns anéis vai dióxido de carbono líquido, regulado artificialmente para as simular diferentes condições climáticas que podemos ter nas próximas décadas. Então, por fim, algoritmos são utilizados para analisar as variáveis (como velocidade e direção do vento) e modelos computacionais para prever cenários futuros.
Ao comparar os indicadores, incluindo o crescimento das plantas, fluxo de umidade na atmosfera e reações dos animais, sabe-se das respostas da natureza.
Na prática, espera-se que esses resultados melhorem os modelos computacionais existentes, permitindo previsões mais precisas sobre o futuro da Amazônia.
Imagem reproduzida de Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia via G1
Fertilização por CO2
Um fenômeno que certamente os cientistas do projeto AmazonFACE devem observar é o da “fertilização por CO2”. A explicação é de que o dióxido de carbono pode aumentar expressivamente a taxa de fotossíntese e de crescimento das plantas, resultando em maior biomassa. Mas essa é uma teoria que ainda não possui evidências concretas em biologias como da Amazônia. E pode ser que mesmo agora não se tenha essa resposta em função de falta de nutrientes no solo, como fósforo.
Razões para testar a Amazônia
A Amazônia é um dos ecossistemas mais importantes do planeta. Sua biodiversidade é imensa e, até agora, vinha ajudando no ciclo de carbono no planeta. No entanto, a floresta está sob ameaça e fato é que não se sabe como ela está sofrendo com as mudanças climáticas, quiçá se não está morrendo por conta disso. Os cientistas têm mais incertezas do que certezas! E é óbvio que, independente das respostas que o AmazonFACE traga, nós já estamos sentindo os impactos dessas mudanças no dia-a-dia.
Um olhar no futuro
Até agora, o AmazonFACE já recebeu cerca de R$ 32 milhões em investimentos do governo brasileiro e R$ 45 milhões do Reino Unido para condução do experimento. Parece muito? Mas não é! Pense no desafio logístico de levar equipes e equipamentos para uma região tão remota. Em contrapartida, o retorno em conhecimento pode ser maior se, com os dados coletados, for possível desenvolver estratégias mais eficazes para proteger a Amazônia e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
A expectativa é de que as informações adquiridas (sobretudo dos mecanismos que controlam o funcionamento da floresta) enriqueçam modelagens futuras sobre o clima e preparem sociedades futuras. E mais do que isso, os resultados devem ter implicações diretas nas comunidades locais. Isso porque quaisquer mudanças nos ecossistemas afetam produções agrícolas, geração de energia, etc., causando migrações populacionais.
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Qual a diferença entre alagamento, enchente e inundação?
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 5minImagem de Pok Rie em Pexels
Quando o período de chuva chega, temos coisas para agradecer e coisas para lamentar. Como bem sabemos, as precipitações são necessárias para que se complete o ciclo da natureza. Porém, aqui no Brasil, as cidades estão pouco preparadas para um volume maior de chuva; assim, é comum vermos ruas e bairros inteiros alagados. Agora, quando é que a situação chega ao nível de chamarmos de ‘enchente’ ou ‘inundação’? Você sabe?
Embora esses termos sejam frequentemente usados nos noticiários, saiba que eles têm significados diferentes. Cada um se refere a um fenômeno específico causado pelas chuvas e pelo comportamento dos sistemas de drenagem, com potencial de causar danos materiais e também colocar em risco a vida e a saúde pública. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Impactos dos eventos de chuva nas cidades
Infelizmente, em casos extremos, alagamentos, enchentes e inundações podem resultar em situações dramáticas. A começar por danos a casas, veículos e infraestruturas, que podem levar ao deslocamento forçado de comunidades inteiras (evacuação devido a riscos iminentes). A água contaminada pode provocar surtos de doenças; perdas de vidas não podem ser descartadas. E o custo de tudo isso, incluindo indenizações, saem dos cofres públicos – ou seja, do bolso de cada um de nós.
Diferença entre alagamento, enchente e inundação
Como dissemos no começo deste texto, para entender melhor como lidar com esses fenômenos causados pelas precipitações, é crucial conhecer suas definições:
Alagamento é o evento menos prejudicial dos três que veremos neste texto. Trata-se daquele acúmulo de água que vemos nas esquinas das ruas ou de outras áreas mais baixas das cidades. Geralmente esse é o tipo de problema causado pela falta ou por falhas (incluindo obstrução) no sistema de drenagem. Simplesmente a canalização não consegue dar conta da quantidade de chuva. Mas como o fato é isolado, atinge menos pessoas e só causa alguns transtornos no dia a dia.
Vale destacar aqui que se não substituíssemos tanto os paralelepípedos das suas por asfalto e não jogássemos tanto lixo nos bueiros e córregos, as cidades brasileiras não alagavam desse jeito. Pense nisso!
Imagem de Dibakar Roy em Pexels
Enchente
Enchente acontece quando um rio atinge sua cota máxima por conta das chuvas, mas se mantém dentro do seu leito natural, sem ultrapassá-lo. Claro que é possível que essa água alague áreas próximas, especialmente aquelas que foram ocupadas de forma irregular. É grave? Sim, mas não tanto quanto as inundações – você entenderá mais adiante neste texto.
Para finalizar, o evento mais avassalador resultante das chuvas é a inundação, que ocorre quando chove tanto num lugar que o curso d’água mais próximo começa a colocar água para fora; isso vale para valões e diques. Esse transbordo causa danos significativos às propriedades, infraestrutura e até mesmo pode resultar em perdas humanas. Mais uma vez, podemos dizer que, se as nossas cidades fossem bem planejadas, isso não ocorreria.
A saber, um dos fatores agravantes das inundações é a urbanização desordenada, que ocupa áreas de várzea ou margens de rios, e o desmatamento, que reduz a capacidade de absorção da água pelo solo.
Imagem de Pok Rie em Pexels
Ainda não entendeu a diferença de alagamento, enchente e inundação? Então, confira o documento didático a seguir, elaborado pela prefeitura de Canoas, no Rio Grande do Sul, uma das cidades que mais sofreram com as enchentes e inundações de 2024.
Neste ponto do artigo, você pode estar se perguntando se só uma urbanização desordenada é causa dos alagamentos e inundações. Claro que não! Acontece que a expansão urbana sem planejamento não ajuda na situação, pois provoca um aumento de solo impermeável (por conta das ruas pavimentadas e construções que impedem que a água da chuva seja devidamente absorvida pelo solo). Cidades com infraestrutura precária, inclusive de drenagem, não conseguem lidar bem com chuvas intensas.
Agora, temos que considerar também o aumento da temperatura global, porque isso tem contribuído para padrões climáticos extremos – como mais chuva caindo em períodos curtos. E para completar, o desmate ou remoção de vegetação nativa na beira dos rios, que aumenta situações de erosão do solo e diminui a capacidade natural de absorção da água.
Prevenção de alagamentos, enchentes e inundações
Tem coisas que não podemos mais evitar, como as mudanças climáticas. Mas a engenharia tem conhecimento, sim, para prever e mitigar problemas causados pelos eventos climáticos. Confira algumas medidas preventivas:
Modelos de infraestrutura de drenagem, com bueiros adequados e reservatórios para retenção de água.
Técnicas para limpeza de sistemas de drenagem obstruídos.
Máquinas para coleta, trituração e reciclagem de detritos que ameaçavam a hidráulica das cidades.
Pavimentos permeáveis para facilitar a infiltração da água no solo e reduzir o escoamento superficial.
Planos urbanos que respeitam zonas de drenagem, evitando construções em áreas de risco.
Técnicas de preservação de áreas verdes para absorção de água da chuva e reflorestamento de margens de rios.
Sistemas de monitoramento hidrológico e climático, com alerta precoce de chuvas intensas e transbordamentos.
Projetos para diques e barragens em regiões próximas a rios como medida protetiva.
Bônus | Dicas de segurança
Além das ações de prevenção, é importante saber como agir quando um desses fenômenos ocorrer. A seguir, algumas dicas de segurança:
Em caso de alagamento: Evite transitar por áreas alagadas. Não tente atravessar ruas com grandes volumes de água, pois pode haver risco de correntezas e afogamento.
Em caso de enchente: Fique atento às previsões meteorológicas e aos alertas de autoridades. Caso haja risco de transbordamento, desocupe a área de risco e procure um local mais seguro.
Em caso de inundação: Se você mora em uma área propensa a inundações, tenha sempre um plano de evacuação e kits de emergência prontos.
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Descubra qual a resistência ao fogo dos principais materiais de construção
por Simone Tagliani | | ATUALIZADO EM 6minImagem de pvproductions em Freepik
O incêndio em Los Angeles neste início de 2025 já é considerado o mais caro da história dos Estados Unidos e do mundo. Algo que chamou a atenção de muitos foi como zonas inteiras da cidade foram varridas do mapa, com exceção de algumas casas que apresentaram uma considerável resistência ao fogo. Afinal, será que isso não está relacionado com os materiais de construção que foram utilizados nelas? Observe o exemplo a seguir!
Após os incêndios em LA, cresce o interesse por casas defensivas. Um exemplo: design passivo, perímetro estéril, parede de tijolos, telhado de aço, deck flutuante e materiais Classe A. Imagem reproduzida de Josh Rincon (Facebook) DM para pedidos de crédito ou remoção pic.twitter.com/tppbgWr6r3
Tanto a água quanto o fogo são elementos muito poderosos e destrutivos, capazes de devastar tudo em seu caminho com rapidez e intensidade. Pensando nisso, a engenharia precisa trabalhar para garantir a segurança das construções. Especialmente quando se trata de incêndios, é essencial dar prioridade a materiais que ofereçam mais resistência ao calor, retardando a propagação de chamas – algo que numa situação de emergência como a de Los Angeles faria a diferença entre a vida e a morte.
Neste artigo do Engenharia 360, vamos aprender qual a resistência ao fogo dos principais materiais de construção, distinguindo quais deles podem oferecer melhor proteção, desempenhando um papel fundamental na integridade das edificações. Continue lendo!
Resistência ao fogo dos materiais de contrução
Concreto
O concreto é um dos materiais mais utilizados na construção civil. Suas propriedades são excelentes! Ele é incombustível (ou seja, não pega fogo); suporta temperaturas de até mil graus por cerca de uma hora sem perder sua integridade estrutural; apresenta baixa condutividade térmica (o que significa que não transmite calor facilmente); e pode ser moldado em diversas formas e tamanho, para paredes, tetos e fundações, segundo a necessidade do projeto.
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Com essas características notáveis, as edificações em blocos de concreto, por exemplo, tendem a resistir bem ao fogo, até servindo de barreira eficaz contra incêndios, dando tempo para evacuações antes que os bombeiros cheguem para controlar a situação. Já prédios em concreto armado, por exemplo, têm menos desempenho por conta do aço dentro das estruturas, que perde resistência em temperaturas elevadas. Todavia, ainda seria uma melhor opção para áreas de alto risco de incêndio como Los Angeles.
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A saber, agregados de baixa qualidade ou com alto teor de umidade podem diminuir a eficácia do concreto, por isso, é essencial escolher os materiais adequados para garantir que a mistura tenha a melhor performance possível!
Em Palisades, uma casa de concreto sobreviveu a um incêndio que destruiu mansões de madeira ao redor. A resistência do material garantiu segurança e longevidade em meio às chamas. Imagens reproduzidas de @ibracon_oficial (Instagram) DM para pedidos de crédito ou remoção pic.twitter.com/0XCJ25LUZd
Agora vamos falar da resistência ao fogo de um dos materiais mais antigos e utilizados no mundo, o tijolo. Na verdade, esse tipo de peça, por conta da sua produção (que leva barro) é naturalmente capaz de suportar altas temperaturas (algo em torno de 1200 graus Celsius). Por isso mesmo é que os tijolos são frequentemente usados na construção de lareiras e churrasqueiras.
Normalmente, os tijolos mantêm a temperatura interna das edificações estável, reduzindo o risco de propagação de chamas. E em situações de incêndio, o material pode resistir ao fogo por períodos entre 1 a 4 horas, dependendo da espessura das paredes e da qualidade da argamassa de assentamento utilizada. Essa solidez explica porque tantos prédios antigos (mesmo com estruturas internas de madeira), inclusive de cidades como Nova York e Chicago, têm suas fachadas preservadas até os dias de hoje.
Para as edificações de Los Angeles, talvez essa fosse uma escolha mais segura e confiável para proteção contra incêndios.
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Vidro
O vidro comum não oferece qualquer resistência ao fogo, saiba disso. Se você procurar imagens na Internet de incêndios, verá provavelmente muitas janelas, portas e até coberturas desse material estouradas. Porém, na modernidade, já existem alternativas. A primeira delas é o vidro temperado, capaz de suportar temperaturas elevadas sem quebrar imediatamente. Depois, os vidros com camadas duplas, que proporcionam maior isolamento térmico.
É transparência, visibilidade e segurança sem comprometer as arquiteturas!
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A saber, o vidro a prova de fogo passa por tratamento especial (aquecimento e resfriamento rápido) para aumentar sua resistência ao fogo e impedir que ele se quebre rapidamente. Assim, quando exposto ao fogo, resiste por mais tempo. A camada externa será a primeira a se quebrar, protegendo os moradores até que fujam do local.
Desempenho das estruturas de madeira e metal
Madeira
A madeira é um dos materiais de construção que oferece maior risco em situações de incêndio. Sua química é o problema! Por ser rica em carbono e ter uma temperatura de ignição relativamente baixa, queima mais facilmente. Mas por que ainda seria utilizada pela engenharia? Por conta de sua boa resistência a certas cargas (como compressão) e ainda por ser um isolante natural, reduzindo a quantidade de energia necessária para climatização de espaços.
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Traduzindo, a madeira é um mau condutor de calor, o que faz com que a temperatura interna permaneça mais baixa que a externa. E é possível tratar o material para aumentar sua resistência ao fogo, como através da aplicação de materiais isolantes ou camadas protetoras, como placas de gesso ou OSB. Ademais, prever espaços de ar dentro das paredes ou entre vigas pode contribuir para melhorar a resistência, pois o ar confinado age como isolante térmico.
A saber, a resistência ao fogo da madeira também vai depender da sua espessura. Lembrando que lá nos Estados Unidos uma das técnicas construtivas mais adotadas é a de Wood Frame, considerada sustentável.
Metal
Para completar nossa lista, vale citar como se comportam as estruturas metálicas em caso de incêndio. Pois bem, como já dissemos, o aço perde suas propriedades mecânicas em temperaturas elevadas. Mas esse material, assim como a madeira, também pode ser tratado para garantir resistência ao fogo. Estamos falando em revestimento em placas de gesso ou vermiculita, criando uma camada protetora ao redor das peças, impedindo o aumento rápido de temperatura.
Além disso, o projeto das estruturas metálicas pode incluir soluções como a incorporação de concreto nas seções metálicas, o que pode garantir resistência ao fogo por até 120 minutos. Em algumas situações, como em edifícios de menor porte ou com uma carga de incêndio reduzida, pode-se até permitir a exposição da estrutura metálica sem proteção adicional, dependendo das normas técnicas.
Essas duas abordagens mostram que a proteção contra incêndios é um processo de personalização das soluções de segurança, que deve ser baseado nas características do edifício, no uso dos materiais e nas exigências das normas de segurança contra incêndio, como a NBR 14432/2000.
A segurança contra incêndios é essencial na engenharia, especialmente em áreas propensas a incêndios florestais, como Los Angeles. A seleção de materiais autoextinguíveis e resistentes ao fogo é vital para minimizar danos. É pertinente questionar se as técnicas construtivas atuais são adequadas para regiões de alto risco. Os padrões de construção aplicados nacionalmente são suficientes para áreas com incêndios florestais frequentes?
A adaptação de métodos construtivos e a utilização de materiais inovadores podem aumentar a resiliência das edificações nessas regiões.
Confira os principais pontos a serem avaliados:
Normas e regulamentações: Verifique as normas locais para garantir a conformidade com os padrões exigidos.
Certificações e testes: Materiais devem possuir certificações que atestem sua resistência ao fogo, com base em testes laboratoriais.
Classificação dos materiais: Identifique a classificação do material quanto à resposta ao fogo, conforme normas técnicas.
Composição do material: Conheça os componentes, como aditivos retardadores de chama, que aumentam a resistência ao fogo.
Testes específicos: Realize testes de retardamento de chama e autoextinção para assegurar segurança.
Documentação e consultoria: Consulte a documentação técnica dos fabricantes e especialistas para análise detalhada.
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Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.
Mundo ultrapassa a marca de 1,6°C: Entenda o que isso significa para a engenharia?
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 4minImagem de
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Em um momento crítico da história da humanidade, o mundo ultrapassou a marca de 1,6°C em relação aos níveis pré-industriais. Este aumento de temperatura não é apenas um número; é um sinal alarmante das mudanças climáticas que já estão afetando diversas regiões do planeta, especialmente os países tropicais como o Brasil. Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar o que significa essa mudança para a engenharia e como os profissionais da área podem se preparar para enfrentar os desafios impostos por esse novo cenário climático.
O que significa ultrapassar 1,6°C?
O aumento de 1,6°C representa uma violação do que foi considerado um limite seguro para o planeta. O Acordo de Paris, assinado em 2015, estabeleceu que o aumento da temperatura global deveria ser mantido abaixo de 2°C para evitar consequências catastróficas. No entanto, a realidade atual indica que estamos nos aproximando rapidamente desse limite crítico.
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Consequências diretas
Mudanças climáticas extremas: O aumento da temperatura está associado a eventos climáticos extremos como secas severas e chuvas torrenciais. Em 2024, por exemplo, o Brasil enfrentou a pior seca de sua história recente ao mesmo tempo em que outras regiões sofriam com inundações devastadoras.
Impactos na saúde: O calor extremo não afeta apenas a natureza; ele também representa riscos diretos à saúde humana. As ondas de calor podem causar desidratação e agravar doenças respiratórias.
Perda de biodiversidade: Ecossistemas inteiros estão em risco. A fauna e flora que não conseguem se adaptar rapidamente às mudanças climáticas podem desaparecer.
Como isso está afetando o Brasil?
O Brasil é um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas. Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicam que algumas regiões do país já experimentaram aumentos de temperatura superiores a 2,2°C nos últimos 80 anos.
O Brasil enfrenta desafios climáticos significativos devido à sua extensão territorial e diversidade. ados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicam que algumas regiões do país já experimentaram aumentos de temperatura superiores a 2,2°C nos últimos 80 anos. E essas ondas de calor afetam rodovias e ferrovias, exigindo adaptações na infraestrutura de transporte. Além disso, a dependência de hidrelétricas torna o setor energético vulnerável a secas, demandando maior diversificação com fontes renováveis, como solar e eólica, para garantir a segurança energética.
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Aumento das temperaturas por bioma
Pantanal: 2,2 °C
Mata Atlântica: 1,72 °C
Cerrado: 1,61 °C
Caatinga: 1,3 °C
Pampa: 0,62 °C
Esses aumentos têm resultado em uma série de desastres naturais. Em 2024, o Brasil registrou 1.600 ocorrências relacionadas a desastres climáticos, evidenciando a urgência da situação.
Quais impactos das mudanças climáticas na Engenharia?
A engenharia enfrenta desafios sem precedentes devido ao aumento das temperaturas globais. Os profissionais da área precisam se adaptar rapidamente para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Infraestrutura
Eventos climáticos extremos, como ondas de calor, tempestades intensas e inundações, exigem que as estruturas sejam projetadas para suportar condições mais severas. A falta de resiliência pode levar a falhas catastróficas, colocando vidas em risco e gerando prejuízos econômicos significativos.
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Construção civil
O aumento das temperaturas pode comprometer a integridade de materiais tradicionais. Por exemplo, o asfalto pode amolecer em calor extremo, resultando em deformações nas vias. Além disso, a expansão térmica pode afetar a estabilidade de pontes e edifícios.
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Energia
Com temperaturas mais altas, há um aumento na demanda por sistemas de resfriamento em edificações, pressionando as redes elétricas e elevando os custos operacionais. Isso destaca a necessidade de soluções de eficiência energética e fontes de energia sustentáveis.
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Urbanismo
Cidades enfrentam o desafio das ilhas de calor urbanas, onde as áreas construídas registram temperaturas mais elevadas do que as zonas rurais circundantes. Isso requer estratégias de urbanismo que incluam mais áreas verdes e materiais refletivos para mitigar o aquecimento.
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Quais estratégias da engenharia para enfrentar os desafios?
A engenharia precisa desenvolver infraestruturas resilientes para enfrentar eventos climáticos extremos. Isso inclui edifícios sustentáveis que reduzam a pegada de carbono, sistemas de drenagem mais eficientes contra inundações e investimentos em energia renovável para diminuir emissões de gases. O planejamento urbano deve priorizar espaços verdes para mitigar o calor, mobilidade sustentável com transporte menos poluente e soluções hídricas para regiões com secas.
A adoção de materiais reciclados, tecnologias verdes, como energia solar e mobilidade elétrica, e a formação de profissionais capacitados são fundamentais. Além disso, políticas públicas devem incentivar práticas sustentáveis e investimentos em infraestrutura resiliente.
O que é preciso fazer para frear o avanço das temperaturas?
Reduzir as emissões de gases do efeito estufa é essencial para conter o avanço das temperaturas, mas exige ações globais coordenadas. Para isso, os países devem cumprir e ampliar os compromissos do Acordo de Paris, incluindo metas agressivas de redução de emissões e uma rápida transição para tecnologias limpas. A inovação tecnológica também é crucial, com destaque para a captura de carbono e práticas agrícolas sustentáveis que minimizem emissões e fortaleçam os cultivos.
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por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 3minImagem reproduzida de SOLIDWORKS em Facebook
O 3DEXPERIENCE World 2025, programado para ocorrer de 23 a 26 de fevereiro de 2025 em Houston, no Texas, promete ser um marco para profissionais da engenharia e design. Trata-se de uma oportunidade única para explorar as últimas inovações tecnológicas, aprimorar habilidades e conectar-se com uma comunidade vibrante de engenheiros, designers e líderes empresariais.
Com uma programação repleta de sessões técnicas, exposições práticas e oportunidades de networking, o evento se destaca como um dos principais encontros globais do setor. Neste artigo, vamos explorar o que esperar da edição 3DEXPERIENCE World deste ano e como o Engenharia 360 realizará uma cobertura especial do evento. Confira!
O que é o 3DEXPERIENCE World?
O 3DEXPERIENCE World uma verdadeira celebração da inovação e do desenvolvimento tecnológico, reunindo engenheiros, designers, empreendedores e líderes de negócios de todo o mundo. Na ocasião, será possível se conectar com especialistas, explorar as últimas novidades das plataformas SOLIDWORKS e 3DEXPERIENCE, e expandir suas habilidades através de centenas de sessões técnicas.
Esse evento oferece uma plataforma única para profissionais de engenharia que desejam aprender mais sobre o futuro da engenharia digital, simulação, fabricação e gerenciamento de dados. Além disso, proporciona uma experiência prática com sessões em diversos formatos, permitindo que os participantes aprimorem seus conhecimentos.
O 3DEXPERIENCE World 2025 contará com centenas de sessões técnicas que cobrirão uma ampla gama de tópicos relevantes para os profissionais da engenharia. Parace que, este ano, as sessões serão mais interativas, permitindo que os participantes aprendam diretamente com especialistas.
Uma das grandes atrações do evento será a presença de palestrantes renomados que compartilharão suas experiências e visões sobre o futuro da engenharia. Entre os destaques estão:
Marc Raibert: Fundador da Boston Dynamics, apresentará o robô quadrúpede Spot, discutindo como a robótica está transformando setores tradicionais.
Karim Rashid: Designer influente que falará sobre a evolução do design industrial na era digital.
Daniel Goldin: Ex-administrador da NASA, compartilhará lições valiosas sobre gestão de projetos complexos.
Para os novatos no evento, haverá um balcão de informações próximo ao registro para fornecer suporte e esclarecer dúvidas. Inclusive, a edição 2025 deve ser ainda mais inclusiva, oferecendo diversas trilhas de desenvolvimento profissional. O objetivo é que os participantes não apenas se tornem melhores usuários da plataforma, mas também evoluam como engenheiros em suas áreas de atuação.
Como será a cobertura do Engenharia 360?
Imagem domínio público em Pxhere
A equipe do Engenharia 360 está prestes a embarcar para os Estados Unidos para a cobertura do 3DEXPERIENCE World 2025. Em Houston, cidade destaque em inovação, exploraremos ícones da engenharia e arquitetura, visitaremos o pavilhão de exposições e participaremos de sessões técnicas do evento. Enquanto isso, no Brasil, o restante de nossa equipe continuará a trabalhar no site e redes sociais, produzindo artigos sobre as inovações apresentadas e suas conexões com as tendências do mercado de engenharia. Fique ligado!
Como participar do 3DEXPERIENCE World 2025?
Se você ainda não fez sua inscrição, não perca tempo! O 3DEXPERIENCE World 2025 será realizado de 23 a 26 de fevereiro e promete ser um dos maiores eventos de engenharia do ano. Garanta sua vaga e aproveite a oportunidade para aprender, expandir sua rede de contatos e explorar o futuro da tecnologia.
Para fazer sua inscrição, basta acessar o site oficial do evento e garantir sua participação. E, claro, continue acompanhando nossa cobertura exclusiva para não perder nenhuma novidade.
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Novo tratamento contra o câncer usa som e água para destruir tumores
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 4minImagem reproduzida de ABC7 via Só Boa Notícia
O câncer é uma das doenças mais tristes e sofridas. Seu tratamento pode ser bastante doloroso, inclusive com utilização de radiação, que pode, quando em excesso, comprometer as células saudáveis, causar fibrose e aumentar o risco de novos cânceres. Agora imagine uma tecnologia mais precisa, eficiente e menos prejudicial. Ela já existe! Trata-se de um novo tratamento em desenvolvimento pela ciência chamado histotripsia, que se vale de ondas de ultrassom altamente focadas para romper ou destruir “células defeituosas”. Confira mais sobre essa história no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Chris, do Alabama, nos EUA, fez um novo tratamento à base de som e água, a histotripsia. Agora comemora os resultados positivos! – Imagem reproduzida de ABC7 via Só Boa Notícia
Explicando o que é histotripsia
Vamos tomar como base o tratamento de radioterapia para o câncer. No passado, ele cobria uma área mais abrangente, necessitando de várias seções para o médico garantir melhor cobertura da área afetada pela doença. O problema é que, assim, muitos pacientes ficavam com a pele queimada, com tecidos saudáveis ao redor do tumor danificado pela exposição excessiva à radiação. Por isso, com o passar dos anos, os médicos buscaram desenvolver novas técnicas menos invasivas.
Então, agora temos a boa notícia de um método que se vale de ondas ultrassônicas concentradas em um ponto extremamente pequeno (algo equivalente ao tamanho de um grão de arroz). Quando essas ondas atingem o “alvo”, elas criam bolhas microscópicas que explodem, destruindo as células tumorais quase que instantaneamente, como explicou o Dr. Kevin Burns, chefe de radiologia intervencionista no Providence Mission Hospital, na Califórnia, em entrevista à ABC News.
A saber, a histotripsia é considerada um método menos agressivo e com menos efeitos colaterais.
Chris, do Alabama, nos EUA, foi acompanhado pelo Dr. Burns, da Califórnia, no novo tratamento para combater o câncer de fígado à base de som e água, a histotripsia – Imagem reproduzida de ABC7 via Só Boa Notícia
Como funciona a histotripsia
No tratamento com histotripsia, o médico usa no paciente um transdutor de ultrassom para emissão de ondas sonoras contra o tumor. Nesse caso, as ondas criadas basicamente viram bolhas que geram uma pressão intensa no tecido afetado, garantindo a eficácia do procedimento. E para que todo esse processo dê certo, é preciso haver um meio aquoso entre o transdutor e o paciente – pode ser uma banheira com água desgasificada -, pois o som se dissipa no ar.
Comparada a tratamentos tradicionais como radiação e ablação por radiofrequência, a histotripsia oferece várias vantagens:
Menor invasividade: Não há incisões ou uso de radiação, reduzindo os efeitos colaterais.
Recuperação rápida: O órgão tratado pode se regenerar completamente após cada sessão.
Repetibilidade: O procedimento pode ser repetido conforme necessário, sem prejudicar os tecidos saudáveis.
Precisão: O uso de água desgasificada como meio condutor garante a precisão das ondas ultrassônicas.
Essas características tornam a histotripsia uma opção atraente para pacientes que não respondem bem a tratamentos convencionais ou que desejam evitar os efeitos colaterais associados à quimioterapia e radioterapia.
Estudos iniciais mostram que, além de destruir os tumores, a histotripsia deixa para trás material genético benigno que pode ajudar o corpo a fortalecer suas defesas contra o câncer.
Imagem de Freepik
O caso inspirador de Chris Donaldson
A histotripsia está há cerca de 20 anos em desenvolvimento – passando por pesquisas e testes clínicos. Já os primeiros resultados foram promissores, com taxa de sucesso de 80%. E só depois disso é que a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) aprovou a técnica para utilização em humanos em centros médicos especializados. Corta para o ano de 2022, quando o paciente Chris Donaldson, diagnosticado com melanoma ocular, com metástase para o fígado, optou por testar esse método de tratamento.
As opções de Donaldson estavam se esgotando; os médicos lhe davam apenas três anos de vida. Então, ele viu na histotripsia uma esperança de renascer. Dois meses após o início do tratamento, seu fígado já estava bem outra vez.
“Se eu puder inspirar alguém a não desistir e ter um vislumbre de esperança, já terei cumprido meu papel.” – Chris Donaldson resume a importância desta inovação.
O futuro da histotripsia na medicina
Vale destacar que, embora a técnica esteja focada neste momento do tratamento de câncer do fígado, a histotripsia pode, no futuro, ser usada em outros órgãos, como tireoide e mama. Os médicos estão bem otimistas! Podemos estar diante de uma nova forma de combater o câncer, eliminando a necessidade de tratamentos invasivos e radiação através dessa nova opção, mais segura e eficaz, para pacientes em situações críticas.
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Cientistas desenvolvem bioimpressora 3D que imprime tecidos humanos em alta velocidade
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 3minImagem reproduzida de Collins BioMicrosystems Laboratory, University of Melbourne, via CanalTech
A impressão 3D é uma tecnologia que está, nos últimos anos, revolucionando diversas áreas da engenharia. Mas neste texto do Engenharia 360, vamos tratar de um outro campo científico. Saiba que uma das inovações mais promissoras da medicina regenerativa é a bioimpressão 3D. Inclusive, recentemente, pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, desenvolveram um dispositivo capaz de operar 350 vezes mais rápido que os modelos tradicionais na produção de tecidos humanos. Continue lendo para saber mais!
Imagem de kjpargeter em Freepik
Para que servem as bioimpressoras 3D
As bioimpressoras 3D são um tipo de tecnologia de impressora 3D, mas capaz de criar tecidos e órgãos humanos. Elas produzem as estruturas biológicas tridimensionais compostas por células vivas e biomateriais com precisão. Só para se ter uma ideia, essas estruturas podem imitar tecidos humanos (como cérebro ou ossos). Esses tecidos podem ser usados depois em pesquisas médicas, testes de medicamentos, desenvolvimento de novas terapias (sem necessidade de testes em animais) e até no desenvolvimento de órgãos para transplante.
A nova bioimpressão 3D desenvolvida na Austrália utiliza um sistema diferente de tudo que já se viu, permitindo imprimir tecidos em alta velocidade. A questão é que, no passado, era preciso realizar esse processo camada por camada. No entanto, não é mais necessário seguir esse método demorado. Agora, pode-se usar ondas acústicas, geradas por bolhas vibratórias para posicionar as células dentro das estruturas impressas, aumentando a taxa de sobrevivência celular.
Sem imprimir em camadas, nova bioimpressora 3D alcança alta velocidade na hora de criar tecidos humanos – Imagem de Vidler et al, 2024, Nature, reproduzida de CanalTech
Resumindo, a inovação proposta pela Universidade de Melbourne é de um nível de velocidade de operação muito superior ao que as impressoras tradicionais conseguem atingir (algo em torno de 350 vezes). Mas os cientistas consideram que o benefício vai além do tempo, sendo também o aumento da taxa de sobrevivência ou viabilidade das células usadas na impressão.
Imagem reproduzida de Collins BioMicrosystems Laboratory, University of Melbourne, via CanalTech
Funcionamento
No caso dessa nova bioimpressora, o funcionamento é baseado em um sistema óptico avançado. A criação de estruturas celulares pode levar segundos. Não depende do alinhamento natural, mas de bolhas vibratórias como dito antes – aliás, esse controle preciso é justamente essencial para a criação de tecidos mais complexos. Enfim, as células permanecem intactas e estéreis durante todo o processo.
Aplicações
A maior esperança dos cientistas é de que essa nova tecnologia possa auxiliar a medicina na pesquisa oncológica. Por exemplo, com tecidos humanos criados em laboratório servindo de “cobaias” para terapias personalizadas contra o câncer (medicamentos e tratamentos). Na prática, isso reduziria significativamente os custos envolvidos com equipes, instalações e materiais, tornando o exercício mais acessível, preciso e ético.
Um olhar para o futuro da medicina
O leque de oportunidades parece ilimitado! Imagina se, com essa nova bioimpressora 3D, conseguirmos acelerar o processo de desenvolvimento de órgãos artificiais. Isso poderia acabar de vez com a escassez de órgãos para transplante.
Infelizmente, a bioimpressora 3D da Universidade de Melbourne está ainda em fase de desenvolvimento. Vários pesquisadores e instituições de renome, como o Peter MacCallum Cancer Centre, a Harvard Medical School e o Sloan Kettering Cancer Centre, estão acompanhando de perto – e com muito entusiasmo – os avanços dessa tecnologia. Só o fato de se eliminar a necessidade de usar em animais em testes de medicamentos já é um grande avanço.
A bioimpressão 3D avança como uma promessa de transformar a medicina com soluções inovadoras e personalizadas. Comenta aí suas impressões sobre essa história!
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Nova tecnologia de baterias promete recarga instantânea de carros elétricos
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 4minImagem em Freepik
Sabemos que a utilização de combustíveis fósseis não apenas está com os dias contados como também precisa realmente cessar. Isso porque o recurso é limitado e ainda é um dos maiores vilões do aquecimento global. Diante disso, a promessa dos carros elétricos voltou, mas a tecnologia enfrenta muitos desafios, a exemplo do processo de recarga das baterias, que costuma demorar demais. Embora diversas inovações estejam surgindo, nada resolveu em definitivo o problema. Pelo menos não até agora!
A empresa chinesa Contemporary Amperex Technology Ltd (CATL) anunciou recentemente que passará a oferecer uma nova solução de recarga. A promessa é de que o processo diminui para apenas cem segundos, praticamente instantâneo. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!
Imagem divulgação CATL via Olhar Digital
O desafio dos carros elétricos e a necessidade de inovação
É claro que, a pessoa tendo carro elétrico, a maior preocupação é com a recarga. Mas vamos à nossa realidade brasileira. Hoje, se partimos de uma capital para outra, é bem provável que precisaremos parar no meio do caminho. E daí? Nosso país tem infraestrutura para isso? Claro que não! E mesmo quando encontramos estações de carregamento de alta potência, o processo pode levar mais de uma hora para uma carga completa. Imagina fazer isso na ida para a praia, com o carro lotado e o calor de verão. Terrível!
Agora, vivemos em um mundo onde a agilidade é essencial. Por isso, essas limitações que narramos tornam-se um impeditivo para a popularização da tecnologia e são as razões para muitos motoristas desistirem da ideia de adquirir um carro elétrico, barrando projetos de mobilidade urbana. Pensando nisso, os fabricantes têm trabalhado para encontrar soluções. Já se fala em mudança na química das baterias e na introdução de carregadores mais rápidos. E a nova abordagem da CATL pode representar um salto significativo na eficiência da engenharia.
Em 2022, a empresa CATL apresentou durante a conferência Choco-Swap, realizada em Xiamen, a tecnologia chamada Evogo, que, em vez de depender da recarga tradicional, permite a troca nos carros elétricos das baterias descarregadas por baterias carregadas em estações específicas. Essas baterias poderiam ser carregadas em questão de segundos – inclusive mais rápido do que um reabastecimento de combustível. Esse já representa um grande avanço para a mobilidade elétrica!
Modelos apresentados
Durante a conferência, a CATL demonstrou os novos modelos de baterias:
Modelo #20 LFP: Capacidade de 42 kWh e autonomia aproximada de 400 km.
Modelo #20 NMC: Capacidade de 52 kWh e alcance até 500 km.
Modelo #25 LFP: Capacidade de 56 kWh e autonomia de 500 km.
Modelo #25 NMC: Capacidade de 70 kWh e alcance até 600 km.
A saber, todos esses modelos seriam compatíveis com diversos tipos de veículos e visam facilitar a adesão das montadoras ao novo sistema.
As vantagens do novo sistema Evogo
Vale destacar que, na engenharia, ideias como o Evogo não são novas. A Zeekr, por exemplo, tem o projeto para uma bateria que poderia recarregar 80% em apenas 10 minutos; e a Svolt tem o projeto de uma bateria que poderia recarregar por completo em 5 minutos. Acontece que nenhuma dessas empresas partiu para implementação em larga escala. Mas pode ser que estejamos diante de uma mudança de mercado.
Especialmente, o sistema Evogo deve oferecer várias vantagens. Recarga rápida seria, obviamente, a primeira delas. Pensando em empresas que operam com frotas comerciais, onde a propriedade das baterias não é tão relevante, esse modelo também é visto como favorável. E tem ainda a questão da redução da ansiedade do usuário, vista a possibilidade de recargas instantâneas, permitindo viagens de longas distâncias com menor preocupação.
As perspectivas para o mercado de carros elétricos
A alegria da promessa de recargas ultrarrápidas de carros elétricos esbarra em alguns desafios. O plano da CATL não tem chances de seguir em frente se os governos não investirem em estações de recarga e as montadoras de veículos em padronização das baterias – já que com tantos modelos diferentes circulando por aí, a implementação tende a ser mais complexa. Mas, do contrário, se tudo der certo, a mobilidade elétrica poderá, enfim, se tornar uma solução mais prática e sustentável.
De olho nessa revolução, a CATL está criando um novo ecossistema para carros elétricos. Só na China, a empresa deve construir 30 mil estações de troca de baterias até 2030. O serviço será disponibilizado mediante uma assinatura mensal equivalente a aproximadamente R$ 315 (dados de 2024). Curiosamente, alguns especialistas afirmam que mesmo as estações de troca podem em breve se tornar obsoletas. E você, concorda com essa opinião? Escreva a resposta na aba de comentários logo abaixo!
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Por que aviões soltam fumaça vermelha no combate a incêndios?
por Redação 360 | | ATUALIZADO EM 3minImagem de Freepik
Nos últimos anos, os incêndios florestais têm aumentado em quantidade e gravidade no mundo. Os dados são realmente alarmantes. Mas pior ainda são os danos à natureza, irreparáveis. E uma das estratégias utilizadas para combater esses incidentes é o uso de aviões com capacidade de guardar e lançar uma substância vermelha específica. E o que seria isso?
Já notou quando tem um incêndio de grandes proporções que os bombeiros se valem de aviões que jogam uma fumaça vermelha sobre as áreas atingidas? Bem, essa fumaça, na verdade, é um material cuidadosamente produzido para conter o avanço do fogo. E no artigo a seguir, do Engenharia 360, esclarecemos o que está por trás dessa composição. Confira!
Imagem reproduzida de AERO Magazine – UOL
O que é a fumaça vermelha usada nos combates a incêndios?
A fumaça vermelha lançada por aviões durante os incêndios não tem nada de cênica. Trata-se de uma mistura química cuidadosamente formulada para evitar a propagação do fogo e dar tempo das equipes terrestres controlarem a situação. Ela leva 85% de água (responsável pode reduzir a temperatura e abafar as chamas), goma de argila (para que se destaque nas superfícies vegetais e não evapore rapidamente), óxido de ferro e fertilizantes (em alguns casos, ajudando as plantas em sua recuperação após o incidente).
Mas a coloração vermelha é importante?
Sim! Pode ter certeza de que essa cor vermelha não é aleatória. O retardante de chamas é uma das ferramentas mais eficazes na luta contra incêndios florestais. O tom vibrante permite que as equipes identifiquem rapidamente as áreas já tratadas, focando nos próximos lançamentos, sem desperdiçar recursos e melhorando a eficiência do combate ao fogo.
Imagem reproduzida de AERO Magazine – UOL
Como funciona esse mecanismo de ação?
O que acontece quando os bombeiros jogam dos aviões esse retardante de chamas? Pois bem, cria-se uma camada protetora sobre as superfícies. Justamente por conta da composição da mistura, impede-se que a água evapore tão rápido diante das altas temperaturas. Inclusive, segundo dados da Defesa Civil de São Paulo, o material é capaz de extinguir até 5 vezes mais rápido os focos de incêndio e impedir que se espalhe para áreas já controladas, reduzindo risco de reignição. Por fim, depois do fogo apagado, os fertilizantes agem para auxiliar na regeneração da vegetação.
Imagem de Airbus reproduzida de AEROIN
Muitos ficam na dúvida, ao ver todo aquele pó vermelho caindo do céu, se há a possibilidade dessa química comprometer os ecossistemas. Os biólogos afirmam que não é mesmo o melhor cenário. Isso porque, em contato com rios, lagos e riachos, a alta concentração de amônia e fosfato no retardante pode ser tóxica para peixes e outros organismos aquáticos. Em condições de exposição prolongada ou seca, o sal presente na mistura pode prejudicar a superfície das folhas, interferindo na fotossíntese.
A saber, os pilotos são instruídos a evitar lançamentos a menos de 300 metros de rios, lagos ou riachos.
Ademais, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) classifica o produto como “não tóxico” para humanos e mamíferos, recomendando apenas evitar contato com a pele e olhos, além da inalação do pó antes de sua mistura com água. Vale a reflexão! Lembrando que, não é porque essa técnica é considerada eficaz no combate aos incêndios que está isenta de críticas, preocupações e aprimoramentos. Na dúvida, não mexa com esse material; deixe isso para profissionais treinados, que saibam manuseá-lo com segurança.
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