Atualmente, tem se questionado muito a limitada participação feminina em diversos setores da indústria, incluindo o da construção civil. Infelizmente, existe um tabu quanto às mulheres trabalhando com Arquitetura e Engenharia. Em síntese, a relevante atuação de grandes nomes, como a arquiteta Zaha Hadid, provam que as mulheres podem contribuir positivamente para o setor. Continue lendo para saber mais!

Zaha Hadid
Opera House de Guangzhou (imagem de Pxfuel)

Mulheres de destaque na história da Arquitetura e Engenharia

No Brasil

Vamos começar a lista pelo Brasil! A primeira mulher a se tornar engenheira no país foi Edwiges Maria Becker Hom’meil, no Rio de Janeiro, em 1917. Já a primeira mulher negra a se formar nesta profissão foi Enedina Alves Marques, no Paraná, em 1945. Contudo, foi uma estrangeira, chegada em solo brasileiro apenas um ano depois, que mais se destacou na construção civil. Logo, a italiana Lina Bo Bardi foi a responsável por um dos projetos mais emblemáticos da arquitetura moderna brasileira: o Museu de Arte de São Paulo (MASP).

imagem em preto e branco da fachada do MASP
Museu de Arte de São Paulo, o MASP (imagem Jorge Marazzo em Flickr)

No mundo

No âmbito mundial, uma das pessoas que mais ultrapassaram barreiras na profissão foi Jeanne Gang. Ela, além de ser mulher atuante na construção civil, defende a sustentabilidade nos projetos e foi a primeira mulher a projetar um arranha-céu – a Torre Aqua de Chicago, de 2007.

Emily Warren Roebling foi a mulher responsável pela construção da famosa ponte do Brooklyn, na década de 1870. Patricia Galloway foi a primeira presidente da Sociedade Americana de Engenheiros Civis, em 2006. Por último, Yvonne Farrel e Shelley McNamara foi a primeira dupla de arquitetas a ganhar o Prêmio Pritzker, em 2020 – considerado o “Oscar da Arquitetura”.

“Hoje em dia vemos o tempo todo mais arquitetas estabelecidas. Mas isto não significa que seja fácil. Às vezes os desafios são imensos. Houve uma mudança tremenda nos últimos anos e vamos continuar com este progresso.”

Zaha Hadid, durante o recebimento de uma medalha oferecida pelo Instituto Real de Arquitetos Britânicos.
Torre Aqua de Chicago
Torre Aqua, projeto de Jeanne Gang (imagem de Joevare em Flickr)

Sobre a participação das mulheres na arquitetura brasileira, é preciso considerar:

  • Predomínio dos homens no ensino e na profissão;
  • Porcentagem maior de mulheres atuantes na área atualmente;
  • Todas elas precisam enfrentar uma “jornada dupla”; e
  • Enfrentar notável desigualdade de gênero, como a baixa representatividade do sexo feminino em cargos importantes no mercado de trabalho.

O perfil da arquiteta Zaha Hadid

Zaha Hadid é outra profissional de destaque na história da construção civil, também ganhadora do Prêmio Pritzker, em 2004. Natural do Iraque, se graduou em Arquitetura na cidade de Beirute, capital do Líbano, no ano de 1972. Em Londres, anos depois, teve contato com profissionais como Rem Koolhaas, com quem trabalhou durante quatro anos. Enfim, nos anos 80, ela abriu o seu próprio escritório, o Zaha Hadid Architects – onde trabalhou até falecer, em 2016, aos 65 anos.

Zaha Hadid
Zaha Hadid (imagem de Dmitry Ternovoy em Dmitry Ternovoy, por Wikipedia) – https://zh.wikipedia.org/wiki/%E8%96%A9%E5%93%88%C2%B7%E5%93%88%E5%B8%9D#/media/File:Zaha_Hadid_in_Heydar_Aliyev_Cultural_center_in_Baku_nov_2013.jpg

As principais obras de Zaha Hadid

Sem dúvidas, a arquiteta Zaha Hadid construiu um ótimo legado na história da Arquitetura mundial. Suas obras têm como características principais as linhas curvas e traços orgânicos, seguindo um estilo não linear. Dessa forma, hoje em dia, seus projetos são descritos como sendo de uma estética desconstrutivista.

Enquanto esteve atuando no Office for Metropolitan Architecture, participou de trabalhos como o da ampliação do Parlamento Holandês. Já com o seu escritório, desenvolveu projetos ainda mais emblemáticos – como o projeto vencedor do concurso chinês para um clube em Hong Kong, o “The Peak“. Anos depois, criou um edifício escultural para o corpo de bombeiros do campus de design Vitra, na Alemanha. Também o plano para o teatro de Guangzhou, inaugurado em 2011; para o Centro Aquático de Londres 2012; e o Estágio para as Olimpíadas de Tóquio 2020.

Corpo de bombeiros Vitra, projeto de Zaha Hadid
Corpo de bombeiros Vitra (imagem de Markus Keuter em Flickr)
Centro Aquático de Londres 2012 , projetado por Zaha Hadid
Centro Aquático de Londres 2012 (imagem de George Rex em Flickr)

São outras obras importantes do currículo da arquiteta Zaha Hadid: o Centro de Arte Contemporânea de Cincinnatti; o Museu de Arte Contemporânea de Roma, Itália; o Edifício do Porto de Antuérpia, na Bélgica; e o Centro Científico Phaeno, em Wolfsburg, Alemanha.

Conhece mais alguma mulher notável nessa área que não foi citada? Comente!

Veja Também: Um debate sobre como o sexismo acontece na área da construção civil [e o que pode mudar]


Fontes: MKS Empreendimentos, Viva Decora, Mackenzie.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Atualmente, as famosas fake news (que são notícias falsas) geram preocupação sobre os limites entre o que é real e o que é falso. Nesse sentido, os vídeos deepfake têm um destaque especial, já que eles podem colocar qualquer pessoa falando ou fazendo algo que ela não fez. Para driblar esse problema, alguns pesquisadores desenvolveram o FakeCatcher, uma ferramenta que busca por pulsação para identificar se um vídeo é falso ou não.

A técnica do deepfake consiste em usar inteligência artificial (IA) para fazer com que os vídeos falsos fiquem realistas. Os limites não existem: há muitos vídeos falsos com conteúdo sexual com pessoas famosas ou com personalidades polícias influentes fazendo discursos que não foram reais.

O FakeCatcher foi desenvolvido por pesquisadores da Binghamton University’s Thomas J. Watson College of Engineering and Applied Science se uniram à Intel Corp. A precisão da ferramenta pode chegar a mais de 90%.

O que o FakeCatcher faz é analisar as diferenças sutis na cor da pele causadas pelo efeito do batimento cardíaco (ou seja, tentando identificar a pulsação). Para isso, ele usa fotopletismografia (PPG), uma técnica ótica que é usada para detectar alterações no volume sanguíneo nos tecidos – a mesma técnica usada por oxímetros. Segundo Ilke Demir, da Intel Corp., a equipe de pesquisa extraiu vários sinais PPG de diferentes partes do rosto e observou a consistência espacial e temporal desses sinais.

“Em deepfakes, não há consistência para batimentos cardíacos e não há informações de pulso. Para vídeos reais, o fluxo sanguíneo na bochecha esquerda e na bochecha direita de alguém – para simplificar – concorda que eles têm o mesmo pulso.”

Ilke Demir, da Intel Corp.

Para construir o FakeCatcher foi preciso usar um banco de dados fisiológicos. Os dados foram capturados não apenas com imagens 2D e 3D, mas também com câmeras térmicas e sensores fisiológicos.

imagem de vários rostos representando deepfake, ilustração do que o FakeCatcher poderia identificar.
Comparação entre imagens geradas por deepfake e imagens originais. Imagem: biometricupdate.com

Pesquisas futuras poderão aprimorar e refinar o FakeCatcher para determinar como os deepfakes são feitos, buscando segurança cibernética e na telemedicina. Os planos da Intel Studios envolvem compilar os dados do FakeCatcher e fazer engenharia reversa. O objetivo é ter renderizações mais realistas que incorporem marcadores biológicos, como batimentos cardíacos reais.

A pesquisa completa pode ser encontrada no artigo científico “FakeCatcher: Detection of Synthetic Portrait Videos using Biological Signals”, publicado recentemente na Revista IEEE Transactions on Pattern Analysis and Machine Intelligence.

Fonte: Binghamton University.

Leia também:

E você, já acreditou em algum vídeo que era falso? O que você acha de ferramentas que possam desmascarar vídeos falsos? Comente!

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Devido aos efeitos colaterais da agricultura industrial, por volta da década de 70, começaram a surgir diferentes correntes de movimentos de agricultura alternativa. Dentre elas, a ideia do que são agroflorestas, conceito que tem por objetivo realizar o plantio de árvores com culturas agrícolas, possibilitando assim a produção de alimentos e/ou produtos florestais enquanto inúmeros serviços ambientais são promovidos. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!

O que são agroflorestas?

Jardim com plantas
 ilustrando aglofloresta
Representação de SAF. Imagem: IPOEMA

Agrofloresta ou sistema agroflorestal (SAF) é uma prática muito antiga, porém seu conceito surgiu na década de 70. Sistemas agroflorestais são combinações do plantio de espécies arbóreas com culturas agrícolas e/ou criação de animais, em um determinado arranjo temporal ou espacial, onde todos os componentes do sistema interagem ecológica e/ou economicamente.

São, portanto, sistemas mais complexos do que as monoculturas, no que tange aspectos ecológicos e econômicos. Portanto, um sistema agroflorestal pode ser constituído por árvores frutíferas, madeireiras, hortaliças, plantas medicinais, culturas nativas (funções ecológicas), criação de animais, plantas alimentícias não convencionais (PANCs), etc. Enfim, são inúmeras possibilidades de sistemas agroflorestais, que podem ser aproveitadas pelos agricultores e para a geração de renda.

Aplicações dos sistemas agroflorestais

Vamos voltar à explicação sobre o que são agroflorestas! Segundo a FAO, as agroflorestas podem ser classificadas, de acordo com seus componentes, em três principais tipos: silviagrícola, a qual constitui na combinação de árvores com culturas agrícolas; silvipastoril, que consiste na criação de animais com as florestas; e agrosilvipastoril, a qual utiliza os três componentes: criação de animais, culturas agrícolas e  florestas. Ou seja, a floresta é o componente indispensável nesse sistema.

Rebanho de vacas ilustrando agroflorestas agrosilvipastoril
Sistema Silvopastoril. Imagem reproduzida de El Regional Digital

Como as agroflorestas fornecem muitos benefícios aos solos, existe uma forte tendência desse sistema ser orgânico. Entretanto, ao contrário do que pode se pensar, nem todo SAF é orgânico. Nesse aspecto, é importante ressaltar a classificação de acordo com a quantidade de insumos agrícolas externos utilizados, podendo essa ser baixa, média ou alta.

A saber, existem dois importantes modelos de sistemas agroflorestais com baixo uso de insumos agrícolas: a agricultura sintrópica e os SAFs agroecológicos.

Agricultura sintrópica

Criada pelo pesquisador e agricultor suíço Ernst Götsch, a agricultura sintrópica é um tipo de prática agroflorestal baseada na sucessão natural, na qual não cabe a utilização de agrotóxicos e fertilizantes químicos. Nesse sistema, segundo Pasini, até mesmo o uso de fertilizantes orgânicos e irrigação é mínimo.

Doenças e pragas são vistas como indicadores do sistema, e quando surgem, procura-se restabelecer o equilíbrio no local. O ser humano tem apenas o papel de acelerar o processo de sucessão natural, fazendo o uso intensivo do processo de poda e plantio de diversas espécies nos diferentes estratos vegetais, respeitando-se a mata nativa.

o que são agroflorestas
Agricultura sintrópica de Ernst Götsch. | Imagem de Agenda Götsch reproduzida de Believe Earth

Já nos SAFs agroecológicos, tem-se como princípio a agroecologia, movimento social que engloba os saberes tradicionais à tecnologia e ciência, preocupando-se não apenas com a produção de alimentos, mas com todas as dimensões da sustentabilidade: ambiental, social, econômica, cultural, política e ética. Nos SAFs agroecológicos também não são utilizados agrotóxicos ou fertilizantes químicos.

O motivo pelo qual as agroflorestas têm ganhado tanta atenção ultimamente é pelo fato de que elas são um modo de produção de alimentos bem mais sustentável do que a agricultura convencional. Os sistemas agroflorestais trazem inúmeras vantagens para o solo, ar e água, as quais refletem na qualidade de vida dos agricultores e até dos consumidores dos alimentos provenientes de agroflorestas.  

Benefícios socioambientais das agroflorestas

Melhores propriedades físicas e químicas dos solos

As árvores, constituintes essenciais das diferentes categorias de sistemas agroflorestais, geram inúmeros benefícios ao meio ambiente. Elas têm o papel de devolver nutrientes ao solo por meio da queda de folhas, galhos e outras partes. Esse material gera uma cobertura vegetal, a qual protege o solo da exposição intensa a raios solares e chuva.

Dessa forma, os solos dos SAFs apresentam melhores propriedades físicas e químicas, inclusive, maior capacidade de retenção de água, quando comparados aos solos da agricultura convencional. Portanto, trata-se de uma técnica de recuperação de áreas degradadas, constituindo-se como uma forma estratégica de redução do desmatamento.

o que são agroflorestas
Agricultora em Sistema Agroflorestal. Imagem: International Tree Foundation | Imagem reproduzida de WRI Brasil

Recuperação e otimização de áreas de propriedades rurais

Além disso, por se tratar de um sistema regenerativo ao solo, as agroflorestas podem, por diferentes instrumentos legais no Brasil, ser implantadas em áreas de reserva legal e preservação permanente. Dessa forma, contribuem para o aumento da geração de renda do produtor, visto que promovem a recuperação de áreas e otimizam a área da propriedade rural, representando uma prática estratégica para a permanência do agricultor no campo.

Diminuição da necessidade do uso de agrotóxicos

Devido ao aumento da fertilidade e melhoria das características físico-químicas do solo, mesmo os SAFs não orgânicos, contribuem para a diminuição da necessidade do uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, quando comparados à monocultura convencional. Dessa forma, os produtores terão uma redução de custos, além de diminuírem ou anularem o contato com essas substâncias químicas, o que beneficia positivamente a saúde dos produtores rurais.

Além disso, a diminuição do uso de agrotóxicos é benéfica para a população, que tem apresentado cada vez mais uma demanda por produtos orgânicos, e para o meio ambiente como um todo, que apresenta elevados índices de contaminação por essas substâncias nos solos e corpos hídricos provenientes da agricultura convencional.   

Diminuição de emissão dos gases de efeito estufa

Os benefícios gerados por esse sistema não se restringem apenas aos solos. Os SAFs contribuem também para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Além da diminuição da necessidade do uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, que são responsáveis por grande parte das emissões de gases de efeito estufa, as árvores, componente indispensável das agroflorestas, contribuem para o sequestro de carbono da atmosfera, mitigando assim os efeitos do aquecimento global. Com isso, existe também a possibilidade da implementação de projetos de captação de créditos de carbono, fomentando a renda dos produtores.   

Melhora do microclima local e aumento da biodiversidade

As árvores desempenham papel fundamental na atenuação dos efeitos dos eventos climáticos extremos, gerando maior resiliência ao sistema produtivo, oferecendo, por exemplo, proteção contra vento. Promovem sombra para outras espécies mais sensíveis aos efeitos dos raios solares e contribuem para a redução da temperatura local, melhorando assim o microclima local, e logo, o bem-estar humano e animal.

Aliás, o sistema pode também contribuir para o reaparecimento de nascentes. Tudo isso afeta de forma positiva a produtividade e a qualidade de vida do agricultor e de sua família.

O conceito de agroflorestal, em si, já implica aumento da biodiversidade, quando comparado à agricultura convencional. Mas os efeitos sobre a biodiversidade não param por aí. Com a melhora do solo, o sistema contribui para um aumento significativo na presença de organismos abaixo e acima desse. Além disso, muitos sistemas assemelham-se à dinâmica de uma floresta natural, contribuindo para a biodiversidade animal, constatando, em alguns casos, até mesmo o reaparecimento da fauna silvestre.

Desenvolvimento sustentável das comunidades rurais

O cultivo de diversas espécies vegetais contribui também para o aumento da resiliência e diversidade da atividade comercial do agricultor, visto que ele possui uma gama de opções para comercializar, dentre elas, espécies alimentícias e outros produtos florestais, como castanhas, celulose, plantas medicinais, etc. Com uma ampla gama de produtos, o agricultor fica menos refém da infestação de uma praga, por exemplo.

Além disso, a diversidade de espécies contribui também para a segurança alimentar, garantindo alimentos in natura em quantidade, diversidade e qualidade para o agricultor e sua família. Muitos agrofloresteiros fazem inclusive o beneficiamento dos produtos em sua propriedade, incrementando assim o valor agregado de seus produtos.    

Devido a esses inúmeros benefícios, os sistemas agroflorestais têm sido muito promissores no que tange à produção de alimentos e recuperação de áreas degradadas, contribuindo estrategicamente para o alcance do desenvolvimento sustentável.

Por que precisamos mudar o modo como lidamos com o meio ambiente?

A agricultura industrial desempenha um forte papel na economia brasileira, porém ocasiona inúmeros impactos negativos. Baseada na monocultura e no uso intensivo de fertilizantes químicos e agrotóxicos, acarreta poluição dos corpos d’água e solos.

As práticas realizadas pelo agronegócio causam também o esgotamento do solo, o que resulta em processos de desertificação, e consequentemente, na abertura de novas áreas agricultáveis, ou seja, mais desmatamento, impactando diretamente na biodiversidade. Além disso, de acordo com a FAO, a agricultura industrial com a de subsistência, é responsável por 70% de todo o consumo de água no planeta.

Os impactos negativos não se restringem apenas ao meio ambiente. O pacote tecnológico da agricultura (fertilizantes, agrotóxicos, máquinas, transgênicos…) custa caro para pequenos e médios produtores. Esses, muitas vezes, não conseguem arcar com os custos e acabam abandonando sua atividade no campo, o que pode acelerar o êxodo rural. Isso sem mencionar as elevadas concentrações de agrotóxicos nos alimentos, que impactam na saúde dos consumidores e, principalmente, na dos agricultores.

Veja Também: Logística Reversa: por que aplicar no seu negócio?


Sobre a autora:

Descubra o que são agroflorestas e como este sistema auxilia na conservação da natureza

Graduanda em Engenharia Ambiental e Sanitária pela UFJF. Voluntária na rede Engenheiros sem Fronteiras desde 2017.

Larisse Cavalcante – Assessora de Captação de Recursos em Engenheiros sem Fronteiras Brasil.


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Engenharia 360

Engenheiros Sem Fronteiras Brasil

Ser Engenheiros Sem Fronteiras é acreditar na importância da engenharia para o desenvolvimento social e ser protagonista desta transformação.

Fala galera do Engenharia 360, me chamo Gustavo Bueno, sou estudante de Engenharia Elétrica no Mackenzie (SP), tenho 20 anos e confesso que minha vida foi uma montanha russa de altos e baixos, não foi moleza até esse momento, então vou contar um pouco da minha experiência usando a criatividade, o que me fez chegar onde estou hoje.

Desde criança sempre fui incentivado a ser engenheiro, ter pensamento analítico e trabalhar com projetos grandes. Porém, na escola sempre fui um aluno mediano, nunca ruim, mas eu precisava me esforçar para conseguir notas boas. O ano era 2017, último ano do ensino médio, eu era estagiário administrativo numa pequena empresa e estudava a noite, ou seja, era bastante difícil ter tempo para estudar.

O exame nacional do ensino médio (ENEM) estava chegando e eu queria entrar na universidade no próximo semestre, então a rotina era bastante complicada, mas não era nenhuma desculpa: quem quer, faz acontecer!!! Chegava 23h da escola e estudava até 01:30, por conta própria (todos os dias) para levantar novamente no dia seguinte às 06h.

Provas feitas, fiquei feliz com o resultado, mas não consegui nenhuma bolsa nos dois semestres de 2018, então decidi entrar na universidade particular e enquanto eu cursava, continuei persistindo em conseguir a tão sonhada bolsa integral.

Em 2019, eu já era estagiário de energia numa multinacional, até que no segundo semestre veio a aprovação em Matemática na UFRJ. Sempre sonhei em estudar na UFRJ (fui o primeiro da minha família a passar numa universidade pública), a meta era me formar em 3 anos, voltar para SP, eliminar o ciclo básico de engenharia, assim seriam 6 anos e 2 diplomas. Como disse, sempre sonhei em ser Engenheiro. Mas, infelizmente, por algumas questões ($$) não pude morar no Rio de Janeiro, e em paralelo a isso fui notificado que fui aprovado em Administração na PUC-CAMP, Porém, como também era fora da capital de São Paulo ($$) não seria possível ir, então luta que segue…

Frustração

A maioria das pessoas não me apoiaram, só questionaram e criticaram. Meus pais não me apoiaram em momento algum, dizendo que eu estava louco em querer morar no Rio de Janeiro (fora da realidade $$).
Escutei do meu pai “PASSA LÁ NA USP” como se fosse muito fácil disputar o vestibular mais concorrido do país, sem nunca ter feito cursinho e ter estudado em escola pública… Pois bem, não hesitei e, chorando de ódio no meu quarto, prometi que iria passar e mostrar que o garoto mediano na escola pode sim ser aprovado.

O ano era 2020, promessa é dívida e “O DE HOJE ESTÁ PAGO não só chorei mas estudei bastante e no primeiro semestre veio a notificação:  aprovado em Física na USP e mostrei que iria fazer dar certo. Mas sair de 2 anos de Engenharia Elétrica não seria uma atitude muito inteligente nesse momento, tanto que Física foi minha segunda opção na USP.

MAS É A USP, GUSTAVO!

Sim, eu sei, mas não era o que eu realmente queria, fiquei muito feliz pela aprovação nas melhores universidades do país, porém eu ainda queria a Bolsa Integral em Engenharia Elétrica.

Tentei essa bolsa 6 vezes, 6 tentativas frustradas e 6 vezes de porta fechada na cara, até que a tão sonhada aprovação chegou, como já tinha cursado até o 3 ano em outra universidade, apenas fiz a transferência e estou continuando o curso no Mackenzie, com isso o sonho de ser engenheiro está chegando próximo.

livros empilhados representando estudante de engenharia
Imagem: Cláudia Wolff | Via Unsplash

Como a resiliência vem me ajudando a buscar um estágio

Sempre fui bastante curioso, cresci junto com a internet, então sempre usei ela a meu favor, estudando e me capacitando, principalmente na pandemia. Já conhecia o Linkedin desde 2018, mas não era tão ativo como sou hoje e vi nele a oportunidade de me conectar a pessoas, gestores e recrutadores de empresas onde sonho em estagiar. Mas, antes disso, participei de vários processos seletivos, dinâmicas e painéis, me candidatava para inúmeras vagas, porém nada de sucesso.

Até que comecei reparar num padrão de postagens no Linkedin, todos postavam seus sucessos, novos cargos e estágios novos, então decido fazer diferente, seguir na contra mão de todos: PUBLICAR OS MEUS FRACASSOS e o que aprendi com cada um deles, assim me tornando uma pessoa cada vez melhor. O intuito dessa publicação era que algum especialista pudesse me ajudar onde eu estaria errando, porém confesso que não esperava essa total repercussão, passando mais de 150 mil visualizações. Várias pessoas e empresas me mandaram e-mail parabenizando a atitude nobre de não esquecer de quanto batalhamos para ter o sucesso que temos hoje. Também rolaram algumas entrevistas, porém, até o momento, nada. (Irei deixar um print da publicação que repercutiu bastante):

Print da publicação feita no Linkedin por estudante de engenharia
Publicação Linkedin Gustavo Bueno

NADA DEU CERTO, já fazia 3 semanas da publicação. Das entrevistas que participei após isso, nenhuma me chamou e agonia batia novamente na porta, mas antes de dormir, sempre reflito sobre meu dia e minhas metas a serem atingidas na semana. Com tantos NÃOS é difícil se manter em pé, na luta e na busca do estágio numa grande companhia, porém sempre soube da minha capacidade de vencer e em momentos de aflição eu costumo me automotivar e sempre pensar positivo, assim me mantenho de pé com o intuito de sempre buscar o melhor.

Sempre fui bastante criativo, uso bastante as redes sociais para me promover e atingir o maior número de visualizações. No Instagram, muitas pessoas me elogiam por fazer Stories e vídeos criativos, que chamam atenção e tem mais visualizações, então imaginei comigo mesmo; porque não usar essa habilidade no Linkedin e me autopromover em uma publicação que chame atenção das pessoas?

Então decidi criar um Layout que abordava minhas soft-skills e o que eu já fiz para ter aqueles reconhecimentos. (Agradeço a Sra. Hevelyn com a ajuda no Layout).

Criatividade de jovem  estudante ao procurar estágio em engenharia
Publicação Linkedin Gustavo Bueno

A publicação já tem diversas visualizações e comentários e espero que atinja ainda mais pessoas, com o intuito de ajudar e mostrar que, mesmo em momentos de conflito consigo mesmo, possa haver criatividade e sempre inove, afinal a internet está aí para isso. 😉

Não sei os rumos que essas publicações irão tomar e não sei se conseguirei o tão sonhado estágio em engenharia tão cedo, mas continuarei estudante e aprendendo cada dia mais e também postarei mais ideias de inovação no Linkedln e Instagram.

Leia também: Como foi minha experiência como aprendiz em uma indústria automobilística

E você, como foi sua jornada até aqui? Conta para a gente!

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Engenharia 360

Gustavo Bueno

Engenheiro Eletricista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie,

Recentemente, nós mostramos aqui no Engenharia 360 como o “cão” Spot, um robô quadrúpede da empresa Boston Dynamics, estava ajudando um hospital a triar pacientes suspeitos de COVID-19. Agora, essa tecnologia está explorando Chernobyl para avaliar níveis de radiação.

É bem provável que você já tenha ouvido falar sobre a Usina Nuclear de Chernobyl, onde ocorreu um acidente com um dos reatores em 1986, transformando o lugar em uma espécie de cidade-fantasma. Para evitar colocar humanos em risco no local, alguns engenheiros da University of Bristol (Reino Unido) e da Central Enterprise for Radioactive Waste Management levaram o Spot para fazer o acompanhamento do local.

Spot cão robô em Chernobyl
Spot andando por Chernobyl. Imagem: Chornobyl NPP screen grab

O robô passeou pelo local, incluindo na estrutura do Novo Confinamento Seguro para Chernobyl, uma espécie de cúpula de proteção da área do reator que deve ser útil pelos próximos cem anos. Além do Spot, os pesquisadores também enviaram alguns drones, sensores e scanners operados remotamente para fazer medições.

Uma das vantagens do Spot é que o quadrúpede se move muito melhor do que a maioria dos robôs e pode chegar a áreas difíceis de alcançar. Além disso, ele não sofre os dados da radiação.

Confira a voltinha que o Spot deu por Chernobyl no vídeo a seguir (com opções de legenda em inglês):

A empresa Boston Dynamics já comercializa o Spot para quem quiser (e puder, claro) adquirir o robô. O preço é de cerca de 74.500 dólares. Apesar de caro para pessoas físicas, essa comercialização tornou viável o fato de que empresas e grupos de pesquisa podem adquirir o robô para usos como durante a pandemia e agora em Chernobyl, além de outras aplicações que devem vir em breve.

O que você acha do uso de tecnologias como o robô Spot para essas aplicações? Deixe sua opinião nos comentários!

Fontes: Defence Blog; Interesting Engineering; The Burn-In.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Tijolos e blocos são materiais bastante utilizados na construção civil. Você sabe a diferença entre esses materiais? Sabe quais as principais variações que existem de cada um deles? E as suas finalidades? Pois o Engenharia 360 se propôs a responder estas e outras questões no texto a seguir! Se você gosta de arquitetura e engenharia civil, se se interessa sobre assuntos ligados à construção de casas e edifícios, então não deve deixar de ler este post!

Tijolos imagem ilustrativa
Pilha tijolos (imagem de PIXNIO)

Qual a diferença entre tijolos e blocos?

Quando montamos uma lista de materiais para construção ou reforma de edificação, nos deparamos com uma série de elementos conhecidos e desconhecidos. Cada um possui uma função específica! E, se apontado no projeto arquitetônico e civil como indispensável, deve ter um por quê. Portanto, não é certo ser substituído por nada similar ou muito menos inferior! Dentre as peças principais colocadas no orçamento estarão algumas como tijolos e blocos!

Desde o tempo dos nossos avós já se ouvia falar em alternativas diferentes de materiais para a construção de casas e edifícios. Sabe-se, por exemplo, que é possível montar estruturas com peças de madeira e metal. Mas também que há a cerâmica e o concreto. Pois justamente existem elementos moldados nestes materiais e que aparecem com frequência como solução em muitos projetos de arquitetura e engenharia civil.

mulher em cima de pilha de tijolo, lançando um deles para um homem
Pilhas de tijolos em canteiro de obra. (imagem de Pixabay)
Blocos concreto sobre grama
Blocos concreto (imagem de Pxhere)

Tijolos

Os tijolos já são velhos conhecidos neste segmento profissional. Desde os tempos dos romanos, este material já faz sucesso como elemento estrutural de arcos, abóbadas e mais. Trata-se de uma peças em formato retangular e mais achatada. Cada uma é colocada sobre a outra de modo alternado, sendo as camadas mescladas com uma massa cimentícia adequada – chamada de argamassa. Só que vale ressaltar que, numa composição como esta, vê-se uma proporção maior de massa, o que tende a deixar a construção final mais pesada!

Blocos

Uma alternativa mais leve seriam os blocos! Estas peças são maiores em relação aos tijolos. Elas podem ser feitas de cerâmica ou de concreto. Também são empilhadas de modo alternado e mescladas com camadas de argamassa – montando fiadas. Agora, neste conjunto, a proporção de massa é menor, deixando a construção mais leve. É preciso destacar que, devido ao seu design, os blocos precisam de menos argamassa para o assentamento – entenda melhor o caso clicando aqui.

imagem de Construção civil
Construção edifício com tijolos como fechamento de parede. (imagem de Pxhere)

Para o que são utilizados os tijolos e blocos na construção civil?

Já demos uma pista, no tópico anterior, sobre algumas utilizações de tijolos e blocos. Sim, ambos são bastante utilizados para a construção de paredes. Mas os tijolos, em especial, por serem menores e possuírem mais resistência, podem ser empilhados e até quebrados em pedaços menores. Deste modo, devem servir para a construção de arcos, abóbadas e mais elementos estruturais.

É preciso destacar que os tijolos e blocos podem, sim, ser utilizados para erguer paredes estruturais de casas e até pequenos edifícios – é o que os especialistas chamam de ‘alvenaria portante‘. Agora, em algumas situações de construção de casas, pequenos edifício e até grandes arranha-céus, tais peças passam a ser utilizadas só para o fechamento lateral das estruturas, sem função portante – estas são as chamadas ‘alvenarias de vedação‘.

homens trabalhando na construção civil
Canteiro de obra (imagem de Pixabay)

Quais os principais modelos de tijolos e blocos que existem?

Tijolos

Os tijolos mais comuns são os tijolos maciços de cerâmica, assim como aqueles conhecidos pelos romanos. Em especial, eles apresentam melhor isolamento acústico e térmico. Depois, tem o tijolo com furos, que não suporta cargas estruturais. Por último, o tijolo vazado, chamado popularmente de cobogó – uma invenção brasileira -, mais decorativo, permitindo uma maior passagem de vento e de luz nos ambientes. E alguns destes tijolos podem ser fabricados sem queima e liberação de gases tóxicos – algo que poderia ser chamado de ‘tijolo ecológico‘.

São exemplos de tijolos: de 6 e 8 furos; de canto curvo; de 45 graus; meia lua; e plaqueta de tijolo.

Tijolos
Pilha tijolos (imagem de Pixabay)

Blocos

Agora, quanto aos blocos, já existem opções mais variadas. Podemos encontrar, no mercado nacional, opções de blocos em cerâmica e concreto. Ambos são muito resistentes e bem mais fáceis de empilhar. E, dentre as opções, há peças especiais que podem funcionar como pilar, viga, vigota e laje também, se intercaladas ou preenchidas com ferragem e concreto.

São exemplos de blocos de cerâmica e de concreto: bloco estrutural 14x19x29; bloco de vedação 14x19x39; meio bloco 14x19x19; bloco canaleta 14x19x29; e bloco meia canaleta 9x19x19.

Blocos cerâmica e concreto
Blocos cerâmica e concreto (imagem de Pxhere e de Andrevruas em Wikimedia) –

Você já conhecia a diferença entre esses dois materiais da construção? Comente!

Veja Também: Quais são os tipos de blocos e a finalidade de cada um?


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Fontes: Só Reparos.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Sim! Dentre os 3 sócios fundadores do Nubank, um deles é a paulista Cristina Junqueira, uma engenheira de produção graduada na Escola Politécnica da USP. Conheça a história dessa empreendedora brasileira mundialmente reconhecida!

Início de carreira

Cristina é engenheira de produção e mestre em engenharia pela USP. Tem também um MBA pela Northwestern University, uma das melhores escolas de negócios dos Estados Unidos.

Antes do Nubank, startup lançada em 2013 com 30 funcionários e que hoje abrange 2.700, ela foi analista interna no Itaú Unibanco, consultora na Booz Allen Hamilton e depois no Boston Consulting Group.

Voltou ao Brasil após seu MBA e aos 24 anos assumiu um cargo de liderança do Unibanco, onde liderava 20 pessoas mais velhas que ela.

Como nasceu o Nubank?

Apesar de estar obtendo sucesso e crescendo dentro do Unibanco, suas ideias inovadoras não foram muito bem reconhecidas por lá, pois era um local com práticas e valores tradicionais. Foi aí que, junto com o colombiano David Vélez, começou a pensar em um negócio que inovasse o sistema bancário brasileiro, o qual sempre teve taxas abusivas e atendimento de má qualidade.

Logo no começo do banco digital, em 2013, as ligações de clientes que precisavam de atendimento caíam diretamente na linha de Cristina. Hoje, com o Nubank possuindo 20 milhões de clientes, ela provavelmente teve que contratar uma turminha para atender essa galera!  

Reconhecimento

Cristina foi a única brasileira a ser reconhecida na edição 2020 da lista Fortune 40 under 40, a qual destaca líderes que estão transformando o mundo dos negócios. Impressionante né? Também foi eleita pela Forbes uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil em 2020!

“Eu consegui gerar um impacto bastante positivo por causa do meu inconformismo e da minha vontade de encontrar soluções, sem me importar com o grau de dificuldade da situação”, ela declara.

Mulheres nos negócios: como equilibrar a vida pessoal e profissional

A empresária conta que sua filha nasceu junto com o Nubank, ou seja, ela teve que conciliar as tarefas de maternidade com a estruturação de um negócio próprio! Inclusive, entrou em trabalho de parto em uma reunião com os sócios, respondia mensagens para os clientes entre contrações e sua licença maternidade durou um total de 5 dias!

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Foto para a Forbes que repercutiu positivamente por mostrar o lado pessoal da mulher nos negócios (Imagem: forbes.com.br)

Contudo, atualmente Cristina busca equilibrar o alto custo pessoal da dedicação extrema aos negócios. “Sucesso não se trata só de trabalho e carreira. Temos que considerar que somos cidadãs, irmãs, filhas, esposas, mães. É saudável buscar o equilíbrio entre esses tantos papéis que precisamos gerenciar.”

Liderança feminina

Presente em um campo dominado por homens, ela sabe da sua responsabilidade e de seu poder para inspirar outras mulheres. Desenvolveu um forte discurso de que as empresas devem possibilitar o avanço de carreira das mulheres ao mesmo tempo que elas possam investir na constituição da família!

Inclusive, a meta do Nubank é aumentar a proporção das mulheres no alto escalão, que já é 43% feminino.

Para a Exame, ela fala sobre inteligência emocional e sobre como manter a motivação em momentos difíceis

“O fundamento da inteligência emocional é o autoconhecimento. É entender quem somos, quais são as nossas forças e fraquezas. Precisamos disso mais do que oxigênio para respirar. Quando você tem clareza das suas forças e limitações, fica muito mais fácil criar um plano de ação para se desenvolver e alcançar seus objetivos.”

Cristina Junqueira em entrevista à Exame.

“Sempre busco usar os percalços para fazer diferente e superar. A realidade é que nada que vai te dar orgulho vai ser fácil. Tem uma frase que eu sempre falo que é ‘se fosse fácil, estava feito’. É óbvio que vai ser difícil, mas não é impossível.”

“As pessoas que conseguem são, justamente, as que encontram motivação para fazer apesar das dificuldades. Aí que entra, de novo, a questão do autoconhecimento. Motivação não é linear e nem algo binário. Mas tendo ou não tendo motivação, você precisa ter responsabilidade com os compromissos que você assumiu.”

Cristina Junqueira em entrevista à Exame.

Para quem quiser assistir sua entrevista para o Roda Viva, segue o link:

Conhece mais histórias de mulheres empreendedoras? Conta para a gente aqui nos comentários ou lá no nosso instagram!

Fontes: Forbes; Exame; Fintech

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Engenharia 360

Júlia Sott

Engenheira Civil, formada pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS; estudou também na Stanford University; passou um período trabalhando, estudando e explorando o Vale do Silício, nos Estados Unidos; hoje atua como analista de orçamentos ajudando a implantar novas tecnologias para inovar na construção civil.

Parece um clichê dizer que o mundo mudou, mas a verdade é que a pandemia fez com que o mundo parasse para refletir algumas prioridades e se reorganizasse a uma nova realidade que, infelizmente, deve perdurar por mais um tempo. O trabalho que antes era feito no escritório agora é realizado em algum canto da casa, o qual foi adaptado com equipamentos como computadores e impressoras.

Para que isso aconteça, as empresas começaram a investir em tecnologias que atendam seus clientes com a mesma eficiência e qualidade do escritório, mas que possam ser usadas em residências comuns. Mudamos a forma de trabalhar, mas o trabalho, em si, continua o mesmo.

Para engenheiros e arquitetos, por exemplo, é essencial trabalhar com documentos impressos, como plantas. Nesse sentido, uma empresa que mostrou estar preparada para o mundo pós pandêmico é a HP, que já lançou novas impressoras plotters que foram concebidas no intuito de minimizar a intervenção do utilizador e para ter a forma mais fácil e eficiente de manutenção das impressoras de grande formato de sempre. São elas: HP DesignJet séries T200, T600 e Studio.

escritório home office

As adaptações, criadas para um mundo pós-COVID, foram:

  • Preparação fácil de documentos: imprima vários arquivos em qualquer tamanho suportado, com apenas um único clique e sem configuração manual complexa.
  • Impressão inteligente de documentos em vários tamanhos: com uma bandeja de impressão A3 e um fluxo de trabalho A3 integrado, estas novas impressoras permitem imprimir em qualquer tamanho, desde A4 até A0, sem reconfigurações manuais morosas.
  • Trabalhe em qualquer lugar e a qualquer hora: imprima a partir de qualquer dispositivo ligado, quer esteja no escritório, em casa, no local da obra ou em viagem, para que as suas impressões estejam sempre prontas e a sua espera – ou da sua equipe.
HP banner novos produtos

Um dos cuidados da empresa foi fazer impressoras mais compactas, que podem caber nas residências, onde o espaço destinado ao escritório nem sempre é tão grande como nas empresas. Além disso, elas também estão mais fáceis de configurar e preparar o envio para impressão, permitindo que esses processos sejam realizados de forma simples e descomplicada.

Mais foco na sustentabilidade

Essas mesmas impressoras também estão mais sustentáveis. E, por falar em sustentabilidade e produtos ecológicos, já ficou bem claro que essa é a nova tendência na concepção de projetos e também nas ferramentas que utilizamos no nosso cotidiano. Vale ressaltar que as emissões de poluentes foram reduzidas durante a pandemia. Se considerarmos que as pessoas estão se locomovendo menos, há menos veículos nas ruas, de modo que a qualidade do ar em grandes cidades (como São Paulo) é significativamente melhorada.

Também nessa pegada literalmente ecológica, os equipamentos que nos cercam estão cada vez mais eficientes, consumindo menos energia, e com peças e acessórios recicláveis. As novas impressoras HP DesignJet séries T200, T600 e Studio são produzidas com uma parte de plásticos recicláveis e o ciclo de vida foi planejado para ser mais sustentável que o das suas semelhantes.

“[As novas impressoras] são altamente rentáveis e ecológicas, permitindo-lhe poupar até 95% em custos com tinta na manutenção de rotina em comparação com a concorrência, e reduzir as emissões das impressões de grande formato em até 7,3 toneladas por ano.”

Algumas características que podemos citar nesse sentido são:

  • São fabricadas com até 30% de plástico reciclado;
  • Emitem até 7,3 toneladas menos de carbono por ano do que outras impressoras de grande formato comparáveis;
  • Consomem até 95% menos tinta na manutenção de rotina do que outras impressoras de grande formato comparáveis.

Para complementar, elas possuem a certificação ENERGY STAR® da U.S Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos). Tal documento consiste em um reconhecimento das funcionalidades e desempenho que ajudam os consumidores a melhorar a sua eficiência energética.

escritório home office

Características como a impressão automática em vários tamanhos de forma fácil faz com que você acabe economizando mais na hora de imprimir, uma vez que o número de erros de impressão é drasticamente reduzido (sem falar no tempo economizado, não é?).

“E uma vez que pode imprimir a partir de qualquer dispositivo ligado em qualquer lugar, com a mínima configuração e identificação e resolução de problemas, são igualmente perfeitas para os escritórios pós-COVID com exigências de distanciamento social, tornando mais fácil evitar a aglomeração de pessoas junto das impressoras, bem como ajudando-as a imprimir no local e nas deslocações.”

Produtos voltados para home office

Com mais gente trabalhando em casa, emerge a vontade de organizar o espaço de trabalho, seja para se sentir motivado a trabalhar, para conseguir separar a vida pessoal da profissional ou por gostar de organização. Com isso, há a necessidade de equipamentos que deixem o espaço confortável como sua própria casa, organizado e, claro, com a aparência de um ambiente profissional.

HP banner novos produtos

A HP não deixou a desejar nesse sentido. Segundo a empresa, “as HP DesignJet série Studio são as primeiras plotters de grande formato do mundo que combinam o desempenho, a precisão e a qualidade líderes da indústria com um design de alto conceito e um ‘look’ altamente tecnológico. Disponíveis em dois modelos – 24 e 36 polegadas –, as novas impressoras apresentam um design compacto, cabendo facilmente em escritórios menores e em escritórios domésticos.”

“Os acabamentos que simulam madeira e aço combinam na perfeição com a estética do design moderno de espaços de trabalho criativos contemporâneos. São inteligentes, altamente eficientes e sustentáveis, e a sua simplicidade radical ajuda os profissionais de design a tirarem o máximo proveito do seu tempo e a simplificarem as suas práticas de trabalho.”

Como um adicional, elas também são capazes de imprimir uma página A1 em cerca de 25 a 30 segundos. Fazer isso com facilidade nos fluxos de trabalho de impressão, ou seja, sem precisar ficar reconfigurando a impressora toda a cada documento impresso, também acelera bastante o processo.

A simplicidade faz com que seja possível mudar a configuração de A0 para A3 com apenas um clique, por exemplo, através de um aplicativo super intuitivo. Também é possível fazer a impressão de qualquer lugar a partir de qualquer dispositivo conectado.

“As novas HP DesignJet séries T200, T600 e Studio são plotters de grande formato concebidas para produzir impressões da mais elevada qualidade e também para automatizar e simplificar os fluxos de trabalho, de modo a que os profissionais de design consigam concentrar-se no seu trabalho sem terem de se preocupar em pôr a impressora a trabalhar.”

Quer saber mais sobre essas impressoras? Clique neste link.

E você, como foi se adaptar ao home office durante a pandemia? O que você alterou no seu escritório em casa? Comente!

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Não é a primeira vez que vemos um edifício “andar” na China. No ano passado, eles moveram um hotel de 5.000 toneladas em 40 horas, como nós mostramos aqui no Engenharia 360 (clique aqui para ler a matéria completa). Desta vez, os engenheiros chineses foram um pouco mais tecnológicos e usaram algumas “pernas robóticas” adaptadas para a tarefa.

O edifício fica em Xangai e foi construído em 1935. Com 7.600 toneladas e cinco andares, ele caminhou por cerca de 61,7 metros. As pernas robóticas foram usadas para que não houvesse danos ao prédio durante a locomoção, o que provavelmente ocorreria se fosse usado o método tradicional (que normalmente consiste em trilhos gigantes) por causa da forma irregular da construção.

prédio chinês que mudou de lugar usando pernas robóticas
As “pernas robóticas” usadas para movimentar o edifício. Imagem: tellerreport.com

Falando assim, parece que o prédio simplesmente levantou e caminhou com as novas pernas em poucos segundos (uma cena cômica para quem tem imaginação fértil), mas a verdade é que todo o processo levou dezoito dias. No local antigo será construído um novo centro comercial, que deve ficar pronto até 2023.

Confira como foi o lento caminhar com as pernas robóticas no vídeo a seguir (em chinês, mas com legendas em inglês). Nele, é possível entender melhor como ocorreu o processo.

A locomoção ocorreu para evitar que o antigo edifício fosse demolido, uma vez que as autoridades locais não queriam derrubá-lo. Antes, ele sediava uma escola primária (Escola Primária Lagena) e agora deve ser transformado em um centro educacional. Atualmente, o local passa por reformas para preservação histórica.

Fontes: Wion; Tekdeeps.

Leia também:

O que você achou do método usado pelos engenheiros chineses? Acha que o recurso tecnológico foi interessante e deve ser replicado? Deixe seu comentário!

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Já ficou curioso para saber como funcionam os dispositivos de armazenamento ou como peças relativamente pequenas – como cartões de memória, pen drives, HDs e SSDs podem armazenar tanta informação? Para saber mais, nós conversamos com João van Dinteren, Sr. Principal Engineer na Western Digital, que tirou todas as nossas dúvidas. Confira!

Como são projetados os dispositivos de armazenamento?

R: Os dispositivos de armazenamento são projetados visando atender os requisitos do cliente ou ainda de aplicação típica, abaixo estão os itens mais comuns a serem considerados:

  • Tipos de dados a serem armazenado: áudio/vídeo, fotos, documentos etc.
  • Perfil de utilização: barramento de dados (SATA, SAS, NVMe, Fibre Channel (FC)), ciclos de horas operação, fatores ambientais (umidade, temperatura, vibração e impacto) entre outros.
  • Perfil de configuração: Boot (OS), NAS, DAS, JBOF, JBOD, Surveillance, Storage Server, Data Center etc.
  • Perfil de dados armazenados: Quantidades de dados a serem gravados (Terabytes Written ou TBW), velocidade de resposta do dispositivo ao Host.

Os dispositivos de armazenamento consideram estas e outras características para que o projeto de seus componentes (eletromecânicos e eletrônicos) atenda aos requisitos de durabilidade, confiabilidade e performance das aplicações típicas executadas pelos clientes.

Como curiosidade, no projeto do HDD (Sistemas de Gravação, Sistemas Mecânicos do Servo e Sistemas Eletrônicos), são utilizadas diversas áreas do conhecimento humano, dentre elas podemos citar: Mecânica de Fluidos, Aerodinâmica, Resistências dos Materiais, Tribologia, Foto-Litografia, Termodinâmica, Programação e Processamentos de Sinais.

Já para o Projeto do SSD/Flash, utilizam-se os mesmos sistemas básicos, excluindo a parte de Sistemas Mecânicos do Servo, Mecânica dos Fluidos, Aerodinâmica e Tribologia, devido à ausência das partes móveis e interação entre elas.

imagem de dispositivo de armazenamento da san disk
Imagem: Western Digital

Este é um dos motivos que levou a Western Digital, líder global em soluções de armazenamento, a criar identidades baseadas em cores/nomes visando ajudar os clientes a identificarem facilmente suas necessidades:

  • WD Green – usuários que priorizam a economia ou que querem fazer um primeiro upgrade, mas não abrem mão da performance em suas tarefas diárias;
  • WD Blue – usuários que necessitam equilíbrio entre performance e custo nas aplicações que demandam uma maior performance;
  • WD Black – usuários que necessitam de altíssima performance e desempenho superior, como gamers;
  • WD Purple – usuários que necessitam de um HDD projetado para videovigilância com trabalhos de 24/7 de até 64 câmeras;
  • WD Red – usuários que necessitam de drives 24×7 para serem utilizado em NAS ou ainda em arranjos RAID de armazenamento residencial ou mesmo para pequeno/médio escritório, além de possibilitar acesso remoto;
  • WD Gold – usuários empresariais de grande porte que necessitam de alta capacidade de drives “Enterprise-Class” de reposição. Projetado para data centers;
  • UltraStar – usuários que necessitam de drives de elevada capacidade para escrita sequencial com massiva capacidade de armazenamento e baixo TCO.

Como a informação é gravada nesses dispositivos?

Vamos abordar os dispositivos de armazenamento que se utilizam das tecnologias de gravação eletromagnética (famoso HDD – Hard Disk Drive – com partes mecânicas móveis) e dos dispositivos eletrônicos (sem partes mecânicas móveis) que utilizam transistores como elementos básicos de armazenamento, mais comumente conhecidos como SSD (Solid State Drives):

SSD:

São dispositivos que fazem o armazenamento de dados em unidades básicas de memórias do tipo NAND. Vamos explicar como os dados são gravados nessa unidade básica:

  • Memórias NAND, basicamente utiliza-se de transistores na configuração do tipo “floating gate”, um tipo de Transistor MOSFET.
  • Quando o transistor está “eletricamente carregado”, indica que está armazenado “0” e quando está “eletricamente descarregado”, indica que está armazenado “1”, falando de uma forma bem simplista.
  • Existe uma matriz que controla o endereçamento dos transistores, fazendo com que os dados sejam armazenados/lidos nas unidades básicas.

O mesmo conceito é utilizado para os Flash drives (PenDrive), mas os SSDs possuem uma confiabilidade e velocidade de troca de dados ainda maior.

Originalmente, o SSD foi desenvolvido utilizando tecnologia bi-planar (2D NAnd); com o desenvolvimento dos processos de fabricação foi possível desenvolver o SSD Tri-planar (3D NAnd) muitas vezes referido como “SSD Z Type”.

Existem ainda tipos de células que podem armazenar de 1 até 4 bits. São os SSD dos tipos:

  • SLC: Célula de armazenamento de um único bit;
  • MLC: Célula de armazenamento de dois bits;
  • TLC: Célula de armazenamento de três bits;
  • QLC: Célula de armazenamento de quatro bits;

HDD:

São dispositivos eletromecânicos que possuem basicamente 5 peças:

  • Motor que faz a mídia girar no interior do HDD.
  • Mídia (alumínio ou vidro) recoberta por camadas que podem ser sensibilizadas por campos eletromagnéticos de forma a gravar e apagar os dados neles armazenados.
  • Um conjunto de leitura e escrita, por face da mídia, capaz de gerar campos eletromagnéticos de forma a ler ou escrever na Mídia, nunca tocando a mídia. A tecnologia atual faz com que a distância entre a mídia e as cabeças de gravação seja da ordem de 10nm (nanômetros).
  • Atuador é a parte do HDD que faz com que as cabeças de leitura e gravação se movimentem sobre a mídia.
  • PCBA ou placa de controle do HDD é onde toda a inteligência do HDD está colocada de forma a se comunicar entre o Host (Computador) e com o armazenamento dos dados no HDD.

Muito diferente do que a maioria das pessoas julga ser o funcionamento do Disco Rígido, o conjunto de gravação de dados não fica “flutuando” sobre a mídia devido ao efeito eletromagnético, mas sim devido ao conjunto de gravação ter formato aerodinâmico e ao fluxo interno de Ar/He no interior do HDD, fazendo ele ‘voar’ sobre a mídia.

Qual a diferença entre HDD e SSD?

A maior diferença entre estes dispositivos de armazenamento é o conceito de funcionamento. O HDD realiza gravações e leituras utilizando dispositivos eletromagnéticos. Já o SSD funciona através do armazenamento de uma carga elétrica em uma unidade de memória.

As principais diferenças entre HDD e SSD que podemos apontar são:

  • Velocidade na operação – um SSD (atualmente) pode ter taxas de transferências, nominais, de 20 vezes as de um HDD.
  • O SSD não possui partes mecânicas móveis, já o HDD possui. Isto faz que o SSD permita uso em outros nichos de aplicações que o HDD não pode ser aplicado. A recíproca é válida para aplicações que necessitam de baixo TCO. Neste caso, o HDD pode ser a melhor opção. Hoje, com o projeto apropriado, o HDD vem sendo montado em DVR automotivos com performance muito boa.

Atualmente, os HDD e SSD são tecnologias complementares para armazenamento, buscando o equilíbrio em custo e performance.

imagem de dispositivo de armazenamento da san disk
Imagem: Western Digital

Os dispositivos de armazenamento são recicláveis? Dá para reaproveitar algum componente quando eles estragam?

Do ponto de vista de reciclagem, o HDD/SSD possui vários materiais “nobres” que podem ser reciclados, como alumínio, vidro, plásticos e ouro, mas também outros que têm seu uso controlado/restrito, por este motivo é muito importante fazer o descarte adequado do material.

Quanto aos componentes serem reaproveitados, o HDD e SSD são projetados para não haver necessidade de manutenção/intervenções durante sua vida útil.

Em caso de danos ao hardware, existe alguma forma possível de recuperar os dados?

Em HDDs e SSDs, caso as unidades básicas de armazenamento estejam intactas, é possível “recuperar” dados após uma falha do hardware. Dependendo da falha, a recuperação pode ser feita por software, mas para falhas mais complexas, até mesmo a utilização de sala limpa pode ser necessária. Por esse motivo, nunca abra um HDD caso ele apresente falha, pois contaminantes externos podem piorar ainda mais a situação.

Aqui vale lembrar que se o dano for na mídia do HDD, a recuperação dos dados é parcial, limitando-se aos LBA’s (Logical Block Addressing) que não foram danificados.

Já para os SSD, a recuperação pode ser feita transferindo os chips de armazenamento para dispositivos capazes de fazer a leitura destes dados.

Caso o HDD seja escrito com “0”, não será mais possível recuperar os dados. O mesmo ocorre para o SSD, caso o comando “Trim All” esteja habilitado ou seja executado pelo usuário em toda a mídia do SSD. Seria como escrever “zeros” no HDD.

Como funciona o sistema de segurança dos dispositivos protegidos por senha?

Normalmente, os dispositivos de armazenamento que possuem segurança utilizam um algoritmo de encriptação avançado do tipo AES 128 bits ou 256 bits. Vale lembrar que os dados serão gravados no dispositivo de armazenamento de forma criptografada.

Se a solução AES utilizada for armazenada por hardware, fica internamente ao dispositivo e em caso de esquecimento da senha (que não a padrão – escrita na parte externa do Drive), não tem como ser removida e os dados não poderão ser acessados, perdendo-se todos os dados e o dispositivo.

No caso de dispositivos que utilizam a solução por software, a senha pode ser apagada, mas todo o conteúdo do dispositivo também será apagado. Este é o caso dos drives externos Western Digital que acompanham a solução.

Caso seja formatado ele perde a segurança por autenticação?

Para dispositivos Western Digital com criptografia por hardware, o dispositivo não poderá mais ser acessado, ou seja, não se consegue formatar o armazenamento.

Para dispositivos Western Digital com criptografia por software, mais especificamente falando dos drives externos com criptografia, a formatação devido ao esquecimento da senha reseta a unidade ao padrão de utilização sem criptografia implementada.

Você já conhecia essas informações sobre os dispositivos de armazenamento? Comente!


Veja Também: Qual o computador ideal para Engenharia em 2020?

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Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.