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Logística Reversa: por que aplicar no seu negócio?

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por Engenheiros Sem Fronteiras Brasil
| 14/09/2020 | Atualizado em 21/01/2022 4 min

Logística Reversa: por que aplicar no seu negócio?

por Engenheiros Sem Fronteiras Brasil | 14/09/2020 | Atualizado em 21/01/2022

Tem dúvidas sobre o que é a logística reversa ou como implementá-la na sua empresa? Entenda como esse instrumento pode gerar valor para o seu negócio! Por: Letícia Gonçalves

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Tem dúvidas sobre o que é a logística reversa ou como implementá-la na sua empresa? Entenda como esse instrumento pode gerar valor para o seu negócio! Por: Letícia Gonçalves

Você já deve ter ouvido falar da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dada pela Lei  12.305, de 2 de agosto de 2010. Ela define diretrizes e princípios relativos à gestão de resíduos e aborda a noção de Logística Reversa.

Criada para lidar com o impacto das embalagens e de outros produtos comercializados pelas empresas, esse instrumento diminui as externalidades negativas e promove uma economia mais regenerativa. 

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A aplicação da logística reversa é uma maneira de se posicionar de forma mais sustentável e consciente no mercado. Essa sustentabilidade, tão defendida nos dias atuais, vê na logística reversa um forte aliado para sua materialização.

Esse posicionamento é essencial para se manter diante do crescimento do consumo consciente na sociedade, agregando valor para o produto oferecido e desenvolvendo economicamente sua empresa.

O que é?

A logística reversa se trata de um conjunto de estratégias e ações para recolher e dar uma destinação mais adequada a materiais que foram obtidos através de algum processo de produção. 

Ou seja, é uma soma de processos e seus respectivos meios de implementação, capazes de captar e dar destinação adequada em produtos, no processo conhecido como pós venda ou pós consumo, para que tais produtos possam ser reaproveitados novamente no setor industrial. Em caso de condições não reaproveitáveis, a logística reversa, deve, então, garantir que os materiais obtidos sejam descartados de forma ambientalmente adequada.

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papelão amontoado encaminhado para logística reversa
Imagem: Michael Jim | via Unsplash

Para isso ocorrer, foi instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. Esse conceito significa que a responsabilidade de uma empresa por um produto comercializado não acaba quando ele é comprado pelo consumidor, mas apenas quando a empresa consegue retornar os resíduos para a cadeia produtiva.

Antes que fiquemos na redundância do apelo ambiental, é importante frisar que essa preocupação não surge estritamente por conta desse viés. O cuidado ambiental surge da necessidade de manter a economia e sociedade em funcionamento e equilíbrio.

Preciso realizar a Logística Reversa na minha empresa?

A resposta é simples e direta: sim!

A PNRS, que regula a Logística Reversa, define a responsabilidade de cada um dos atores e também verifica, através dos órgãos reguladores de cada Estado, o seu cumprimento ou não. Em São Paulo, por exemplo, desde 2015 o CETESB exige a comprovação da logística reversa para licença ambiental.

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Além disso, os projetos que visam manter o equilíbrio entre a atividade empresarial e a natureza resultam em diversos benefícios para os empreendimentos que buscam aproveitar essa oportunidade.

Através de um potencial de redução de custos, o caráter financeiro da logística reversa pode ser dividido em duas áreas, sendo elas o aumento da lucratividade e economia de recursos.

Essas ações podem, inclusive, colaborar para que a empresa cresça e se destaque, já que o mercado consumidor tende a optar por empresas que atuem de maneira ecológica e que possuam certificação pelos órgãos fiscalizadores, como é o exemplo da ISO 14000.

Exemplos de Logística Reversa para os diferentes segmentos (de pneus a medicamentos)

Antes da PNRS, já havia a Logística Reversa para:

  • pneus inservíveis;
  • embalagens de agrotóxicos;
  • óleo lubrificante usado ou contaminado e;
  • pilhas e baterias.

Além de algumas práticas empresariais - que hoje podem ser entendidas como logística reversa - já existissem há muito tempo, inclusive no Brasil, como o retorno de garrafas de cerveja.

A PNRS veio para definir as diretrizes e instrumentos para os tipos de materiais que causavam impacto ambiental, econômico e social, e ainda assim, não tinham legislação definida. São eles:

  • embalagens plásticas de óleos lubrificantes;
  • lâmpadas fluorescentes e de luz mista;
  • produtos eletroeletrônicos e seus componentes;
  • embalagens em geral e;
  • resíduos de medicamentos e suas embalagens.

Preciso comprovar juridicamente que faço a Logística Reversa?

Um ponto central da Logística Reversa é a sua comprovação. Se você executá-la sem ter como comprovar, sua empresa ainda assim poderá ser autuada juridicamente.

O futuro da logística reversa no Brasil

Compreender a aplicação instrumento no mundo dos negócios é um diferencial mercadológico e uma necessidade central para a gestão de resíduos no Brasil.

Vimos aqui a responsabilidade de cada um e algumas ações que colaboram não apenas com a proteção jurídica de uma empresa, como também com a imagem e visibilidade de uma marca para um público ainda mais engajado.

Público este que percebe o quanto o futuro pode ser ameaçador com a irreversível mudança climática ou ainda com as bilhões de toneladas de lixo poluindo nossos solos. Aprenda um pouco mais sobre Logística Reversa com o exemplo do Grupo Boticário no vídeo abaixo:

Referências: CETESB; MMA

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Sobre a autora:

Logística Reversa: por que aplicar no seu negócio?

Estudante de Engenharia de Produção pela Universidade Federal Fluminense. Voluntária no Engenheiros Sem Fronteiras Brasil.

Letícia Gonçalves – Coordenadora de Qualidade do Engenheiros Sem Fronteiras Brasil


E você? Já conhecia esse conceito? Conseguiu compreender a sua importância? Esse instrumento é aplicado no seu local de trabalho? Conta para a gente!

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Ser Engenheiros Sem Fronteiras é acreditar na importância da engenharia para o desenvolvimento social e ser protagonista desta transformação. O ESF-Brasil faz parte da rede Engineers Without Borders – International (EWB-I), presente em 65 países ao redor do mundo. Desde 2010 no Brasil já transformamos mais de 84 mil vidas. Acreditamos na importância do envolvimento comunitário, do diálogo e da cooperação. Os projetos são desenvolvidos e executados por voluntários locais organizados em núcleos, que se envolvem pessoalmente com os membros da comunidade, escutam suas necessidades e estabelecem parcerias e amizades. Nós da Diretoria Nacional replicamos essa tecnologia social, capacitando e orientando os líderes destes núcleos para desta forma gerarmos o impacto nos locais que atuamos.

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