Engenharia 360

Entenda como a decisão do Brasil de entrar na Opep+ impacta o meio ambiente e a engenharia

Engenharia 360
por Redação 360
| 18/02/2025 | Atualizado em 20/02/2025 4 min
Imagem reproduzida de Wikipédia

Entenda como a decisão do Brasil de entrar na Opep+ impacta o meio ambiente e a engenharia

por Redação 360 | 18/02/2025 | Atualizado em 20/02/2025
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Engenharia 360

O Brasil é considerado um dos maiores produtores de petróleo no mundo. Só para se ter uma ideia, em fevereiro de 2004, a produção foi de 4,3 milhões de barris de petróleo equivalente por dia (5,7% a mais do que o ano anterior). Claro que neste contexto, a exploração do pré-sal faz toda a diferença. Especialmente o campo do Tupi, na Bacia de Santos, foi um dos maiores produtores, com mais de 740 mil barris diários de petróleo e mais de 37 milhões de metros cúbicos diários de gás natural. Impressionante, não é mesmo?

Agora, em fevereiro de 2025, o governo brasileiro anunciou que o país aceitou o convite de ingressar na Opep+, um grupo aliado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), criado em 1960 e que conta hoje com treze membros, como Iraque e Venezuela. O objetivo seria fortalecer a participação nas discussões estratégias globais sobre o mercado de petróleo. Mas como isso pode impactar o meio ambiente e principalmente a engenharia? Confira no texto a seguir, do Engenharia 360!

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petróleo - Opep
Imagem Opep via Prensa Latina

Nova fase para o petróleo e a matriz energética nacional

Pode-se dizer que o Brasil está, neste momento, iniciando uma fase bastante decisiva para a sua produção de petróleo. As implicações devem se estender à economia e ao meio ambiente. Primeiro fala-se em exploração da Bacia da Margem Equatorial, também na busca pelo “novo pré-sal”, que estaria na Bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul. E agora temos a adesão à Opep+, levantando várias dúvidas, especulações e preocupações entre especialistas. Afinal, como essa decisão se alinha às metas de sustentabilidade do país?

Para alguns, a entrada do Brasil neste grupo - muito focado em tratar de políticas relacionadas ao comércio do petróleo - nada mais é do que uma estratégia econômica e que não deveríamos temer ou nos envergonhar disso, de fazermos parte dessa cadeia produtora. Porém, outros questionam sobre como tal ação mudaria a matriz energética brasileira e seu compromisso atual com a redução das emissões de gases de efeito estufa.

petróleo - Opep
Imagem de Freepik

Traduzindo, o ingresso na Opep+ poderia dar um sinal errado para o resto do mundo; e o pior, estando o país tão perto de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém. Entende o conflito? Como se colocar dentro de um grupo que controla ofertas e preços de petróleo ao mesmo tempo que trabalha para liderar os esforços de transição do mundo para uma economia de baixo carbono?

Possíveis impactos no meio ambiente e na engenharia

Vários ambientalistas vêm conversando entre si e com o governo, orientando sobre como o Brasil deverá (ou como deveria) caminhar rumo ao futuro. Lembrando que o país tem se posicionado em tentar aprofundar relações com outros países que firmaram o Acordo de Paris. E, em princípio, o discurso de todos era de que, para o bem da natureza e de nossas vidas, precisávamos reduzir a nossa dependência global de combustíveis fósseis.

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Tem gente que defende que a questão não deve ser encarada com tanto alarde e pessimismo, já que as tecnologias vêm evoluindo e que certas operações são hoje mais seguras. Um exemplo é uma possível exploração de petróleo nos rios São Francisco e Paraná através da técnica de fracking (fraturamento hidráulico para aumentar a porosidade das rochas e extrair xisto). Mas, por hora, isso é proibido no Brasil devido a seus potenciais impactos ambientais.

petróleo - Opep
Imagem de vecstock em Freepik

Veja bem, se essas pessoas estiverem certas, que o risco ao meio ambiente já não é mais o mesmo, a engenharia pode ganhar muito com a entrada do Brasil na Opep+. Por exemplo, o país poderá ampliar investimentos em tecnologia de extração, exploração offshore e eficiência na produção de petróleo e gás. Além disso, a adesão pode proporcionar maior previsibilidade econômica e regulação mais clara para investimentos no setor

Jornada rumo à autossuficiência

Apesar dos números impressionantes, o Brasil vem enfrentando desafios para manter sua produção de petróleo e a marca de 7º maior produtor de petróleo do mundo. Por quê? Baixo desenvolvimento tecnológico no país, questões de geologia e muito mais. E mesmo que um dia alcance a autossuficiência, essa autossuficiência ainda vai ter uma data limite, pois todos os reservatórios de petróleo um dia se esgotam, isso é certo. Então, dá para dizer que esse é um mercado vulnerável.

Para não manter sua posição de baixa dependência e exportador de petróleo, o Brasil precisa explorar novas fronteiras. Aliás, se quiser aumentar sua produção, precisa investir em mais tecnologia e infraestrutura, o que impulsionaria a engenharia nacional por um tempo. Mas investir em fontes de energia renováveis também ajudaria a engenharia - só exigiria uma mudança de paradigma do povo. Fato é que a engenharia pode se adaptar a qualquer cenário, melhor ainda se for sustentável.

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petróleo - Opep
Imagem de wirestock em Freepik

Ainda há esperança. Se o Brasil optar agora por aumentar a exploração e produção de petróleo, podemos orientar o país para um caminho que minimize o impacto ambiental. Ao mesmo tempo, podemos incentivar investimentos em fontes de energia renovável, como solar, eólica e biomassa. Há muitas oportunidades à frente, como trabalhar com robôs submarinos, sistemas de monitoramento remoto e muito mais.

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Fontes: G1, CNN Brasil, Ministério de Minas e Energia.

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