Engenharia 360

Conheça o robô RoCycle do MIT que usa sensores táteis para decidir o que é Lixo ou Reciclável

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 18/04/2019 | Atualizado em 27/08/2024 3 min
Imagem reproduzida de technologyreview.com

Conheça o robô RoCycle do MIT que usa sensores táteis para decidir o que é Lixo ou Reciclável

por Kamila Jessie | 18/04/2019 | Atualizado em 27/08/2024
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Cansado de se perguntar se aquela caixa de pizza vai para a reciclagem ou para o lixo comum? O robô RoCycle, desenvolvido pelo Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do MIT (CSAIL), pode resolver essa dúvida de forma rápida e eficiente. Basta um toque e ele já sabe dizer qual lixo pode ser reaproveitado. Saiba mais sobre essa tecnologia no artigo a seguir, do Engenharia 360!

RoCycle, o robô de reciclagem
Imagem reproduzida de technologyreview.com

Como funciona o RoCycle?

Fundamentalmente, este robô de reciclagem, chamado RoCycle, tem garras suaves e pode pegar objetos de uma esteira e identificar, por meio do toque, de que são feitos. A principal característica deste robô, portanto, são seus sensores táteis. A pinça sensorizada é totalmente acionada eletricamente, sendo capaz de detectar a diferença entre papel, metal e plástico.

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Como o RoCycle classifica materiais pelo toque?

A saber, os componentes da pinça do robô de reciclagem RoCycle são um par de cilindros e sensores capacitivos de pressão e deformação. Sejam copos de papel, caixas vazias, garrafas de refrigerante etc., os sensores de pressão podem categorizar o material de um objeto em função de “quanto ele amassa".

O vídeo a seguir mostra o RoCycle em ação:

Veja Também: Projeto inovador de reciclagem de lixo domiciliar

Por que a reciclagem precisa de robôs?

De acordo com os pesquisadores que conceberam o RoCycle: "Embora as preocupações ambientais e de sustentabilidade tenham tornado crucial a ampliação das operações de reciclagem, a separação de objetos continua sendo um gargalo crítico para a escalabilidade do processo".

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Traduzindo, isso quer dizer que aumentar a proporção das operações de reciclagem é dificultada, pois a dúvida do "é reciclável ou não?" permanece na hora de tomar decisões na separação dos resíduos destinados à reciclagem.

RoCycle, o robô de reciclagem
Imagem reproduzida de technologyreview.com

O que falta para uma reciclagem eficiente?

A MIT Technology Review, em um artigo sobre o RoCycle, escreveu "a maneira como classificamos e separamos o lixo precisa melhorar muito". Ainda: "Muitos grandes centros de reciclagem já usam ímãs para retirar metais, e filtros de ar para separar papel de plásticos mais pesados. Mesmo assim, a maior parte da separação ainda é feita à mão. É um trabalho sujo e perigoso".

"A falha em classificar corretamente os materiais para reciclagem leva ao desperdício; nos Estados Unidos, 25% dos materiais recicláveis está tão contaminado, que deve ser destinados a aterros sanitários”. E não é apenas isso! A maioria das instalações ainda emprega grandes quantidades de trabalho manual para classificar objetos que escapam à automação, correspondendo à realidade das cooperativas de reciclagem no Brasil, por exemplo. "Isso pode levar a condições de trabalho inseguras, especialmente em instalações onde o lixo normal é misturado com recicláveis", complementa a equipe de pesquisa.

reciclagem
Ilustração reproduzida de giphy.com

O futuro da reciclagem

Enfim, atualmente, a separação manual de materiais recicláveis é um trabalho árduo e sujeito a erros. Mas o RoCycle oferece uma solução automatizada e precisa, contribuindo para a redução da contaminação dos materiais recicláveis e aumentando a eficiência dos processos de reciclagem.

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Uma aplicação do RoCycle em escala real seria implementá-lo em locais como prédios, condomínios ou campi universitários, onde haveria naturalmente uma primeira separação de materiais a ser realizada por pessoas. (E onde as dúvidas já começam a surgir diante das lixeiras coloridas).

RoCycle, o robô de reciclagem
Imagem reproduzida de technologyreview.com

Fontes: A Simple Electric Soft Robotic Gripper with High-Deformation Haptic Feedback; Automated Recycling Separation Enabled by Soft Robotic Material Classification; MIT Technology Review.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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