Nota: Antes de falarmos sobre asfalto regenerativo, gostaríamos de comentar uma notícia publicada em novembro de 2023, data de atualização deste texto. A pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) avaliou 11.502 km de rodovias no Brasil, mostrando que 67,5% das estradas têm condições ruins. A RJ-124 no Rio de Janeiro foi considerada a melhor, enquanto a AM-010 no Amazonas foi a pior. Infelizmente, a falta de investimento público continua sendo um problema em nosso país, afetando as estradas e aumentando custos para transportadores.
Buracos no asfalto são um problema para todo o mundo. Os usuários das rodovias são colocados em risco, motoristas são obrigados a dirigir desviando, podendo causar acidentes e, caso caiam em buracos com frequência, o custo de manutenção dos veículos é alto. Diante desse cenário, o Engenharia 360 gostaria de apresentar o asfalto regenerativo!
Formação dos buracos no asfalto:
Antes de tudo, é importante ressaltar que estradas de asfalto são compostas de agregados minerais que dão estabilidade estrutural, e betume, um líquido viscoso que une os outros materiais.
Quando rachaduras aparecem na estrada, o betume é drenado nas rachaduras e enche-as. O problema é que o betume é um líquido muito viscoso em temperaturas normais, e a "cura" das rachaduras pode levar semanas. Com o tráfego regular, a taxa de crescimento das rachaduras pode ocorrer em um ritmo mais rápido do que eles são preenchidos, formando os buracos.
Regeneração do asfalto
O desenvolvimento de novos tipos de material rodoviário vem sendo largamente investigado, visando reduzir custos de manutenção das pistas e evitar o risco aos usuários. Nesse sentido, o Centro de Engenharia de Transporte de Nottingham trouxe a ideia do asfalto regenerativo, que constitui um material que poderia reduzir a frequência necessária de reparos nas estradas.
Para acelerar esse autorreparo da estrada, os pesquisadores e engenheiros do grupo vem explorando a adição de minúsculas cápsulas contendo rejuvenescedores de asfalto, como óleo de girassol, um subproduto da produção de papel. De acordo com eles, a inspiração para as cápsulas veio de assistir a um episódio da versão em espanhol da série de TV MasterChef, em que um competidor usou uma técnica para formar esferas que se assemelham a caviar quando submersas em um líquido.
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A ideia é que, quando as estradas começam a rachar, as cápsulas se abrem e liberam o óleo, amolecendo o asfalto circundante. Isso ajuda o asfalto a se unir mais rapidamente, preenchendo efetivamente as rachaduras e evitando que pequenos defeitos se deteriorem e aumente, formando os buracos. Em laboratório, Sam Leworthy, da Universidade de Nottingham, explica como o processo funciona:
Será que esse é o fim das crateras nas estradas? Deixe sua opinião na aba de comentários!
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Fontes: theconversation
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.