Engenharia 360

Desvende a nova tecnologia que utiliza sinais Wi-Fi para "enxerga" através de paredes com IA

Engenharia 360
por Redação 360
| 07/01/2025 4 min
Imagem de Carnegie Mellon University reproduzida de Superinteressante

Desvende a nova tecnologia que utiliza sinais Wi-Fi para "enxerga" através de paredes com IA

por Redação 360 | 07/01/2025
Imagem de Carnegie Mellon University reproduzida de Superinteressante
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Geralmente quando estamos sozinhos, em um ambiente fechado, pensamos que nossa privacidade está salva, que ninguém poderá descobrir o que estamos fazendo. E se dissermos que já existe desde 2023 uma tecnologia de IA capaz de detectar e mapear corpos humanos através das paredes usando sinais de Wi-Fi. Pode acreditar? Esse sistema foi desenvolvido por cientistas da Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, e promete revolucionar o mercado. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Conhecendo a nova tecnologia

Os cientistas americanos desejavam conseguir uma nova abordagem para detecção de formas e movimentos de indivíduos mesmo em condições de baixa iluminação ou obstrução. Usar câmeras e radares estava fora de cogitação, pois são equipamentos caros, que consomem muita energia e que ainda podem ser tapados. Então, tentaram algo diferente, usar ondas eletromagnéticas emitidas por roteadores Wi-Fi (aparelhos que já estão presentes na maioria das casas, funcionando em frequências como  2,4 GHz e 5 GHz) para interagir com objetos no ambiente, incluindo corpos humanos. Deu certo!

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Os pesquisadores combinaram esses sinais com uma ferramenta da empresa Meta chamada DensePose e conseguiram mapear pixels de uma imagem 2D e transformá-la em uma representação 3D do corpo humano. 

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Na esquerda, as poses estimadas visualmente; na direita, com uso apenas do sinal e Wi-Fi. - Imagem de Jiaqi Geng reproduzida de Superinteressante
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Nem todos os testes deram certo. O sistema teve dificuldade em estimar a pose de três ou mais objetos simultâneos, por exemplo. - Imagem de Jiaqi Geng reproduzida de Superinteressante

Funcionamento na prática

A tecnologia desenvolvida pelos cientistas da Universidade Carnegie Mellon se baseia em uma rede neural profunda, que analisa a fase e a amplitude dos sinais de Wi-Fi para estimar as posições das pessoas. Explicando melhor, o roteador emite ondas de rádio que atravessam o ambiente. Quando as ondas encontram um corpo, elas sofrem alterações, que são analisadas pelo sistema, convertendo as informações em um mapa tridimensional do objeto, revelando seus movimentos mesmo com paredes ou outros corpos no seu caminho, mesmo em condições de oclusão e baixa iluminação.

No post a seguir, você encontra um vídeo de um cientista do projeto explicando melhor o funcionamento da tecnologia:

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O potencial e limitações da inovação

As câmeras tradicionais usadas em sistemas de segurança capturam imagens claras das pessoas nos ambientes. Mas o novo sistema baseado em Wi-Fi vai além, fornecendo imagens visuais através das paredes. Mesmo assim, a privacidade de todos é preservada - já que só são revelados contornos, posições, volumes e movimentos, não identidades. E, além disso, o custo desse tipo de monitoramento é mais em conta do que se usássemos câmeras e radares.

Os pesquisadores têm boas perspectivas quanto ao potencial de aplicação dessa tecnologia. Eles apostam na sua capacidade de monitorar o bem-estar de idosos em suas casas (sem invadir sua privacidade); em identificar comportamentos suspeitos ao redor de residências; acompanhar o comportamento de clientes em lojas e centros comerciais; realizar integração com sistemas inteligentes para automação predial; e fazer o controle de pacientes em hospitais sem necessidade de contato físico.

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Imagem de Carnegie Mellon University reproduzida de Superinteressante

O futuro da tecnologia de Wi-Fi e IA

Essa nova tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos tem mesmo um grande potencial. Mas vale destacar que, por hora, o sistema continua limitado à modelagem 2D dos corpos humanos, com a fase de renderização 3D dos indivíduos detectados ainda sendo testada e aprimorada - o que deve melhorar a precisão e ampliar as possibilidades de aplicações. De todo modo, a ideia de reutilizar sinais de Wi-Fi foi uma grande sacada.

Claro que ainda será preciso esclarecer melhor questões éticas, como uso indevido de roteadores comuns (presentes nas residências) e invasão de privacidade. Por hora já sabemos que as “imagens” geradas não devem representar um problema, já que não contêm detalhes fisionômicos, reduzindo os riscos de abusos ou exposição de dados. Contudo, o que impediria um vizinho de monitorar quando você está no quarto ou no chuveiro? Bem, para isso precisamos criar regulamentações claras sobre como essa tecnologia poderá ser utilizada.

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Para a engenharia, o que muda? Bom, essa inovação já representa uma mudança na forma como projetamos sistemas de monitoramento. A simplicidade e o baixo custo permitem que os profissionais explorem soluções mais criativas em diversos setores, desde a Engenharia Civil até a Engenharia Biomédica. Fique ligado nessa revolução!

Veja Também: Wi-Fi 7? Como funciona esta tecnologia, próxima geração de redes sem fio?


Fontes: Superinteressante.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Eduardo Mikail

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