Nesse segundo artigo sobre o modo sustentável que o estado da Califórnia está inserido, mostraremos como ocorrem a disposição, coleta e reciclagem do lixo domiciliar na sociedade americana. 

Primeiro de tudo: os americanos produzem MUITO lixo! Tudo aqui é industrializado. A maioria das saladas já vem em recipientes de plásticos. Cebola, alho e tomate já picados dentro de potes. Até ovo cozido dentro de embalagens eles vendem. É muito doido!  

Contudo, por outro lado, grande parte desses recipientes são reciclados e reutilizados! Aqui na casa da minha host family há 4 tipos de lixeira na cozinha! Um para restos de comida que eles chamam de composto, um só para papéis, outro para recipientes de plástico/vidro/metais e o último para materiais que não são possíveis de reciclar, o verdadeiro lixo.

Olha que demorou mais de mês para eu me acostumar com esse sistema! Cada vez eu tinha que pensar onde eu deveria colocar meu lixo e muitas vezes me confundia.

coleta de resíduos 4 tipos de lixeira | reciclagem
(Imagem: @juliawsott)

Já ouvi de casas que não havia o composto, mas as outras separações geralmente ocorrem aqui na Califórnia! Em Nova York, por exemplo, visitei uma casa onde só havia 1 lixo para tudo, e o lixo orgânico eles jogavam tudo na pia! Mas como assim na pia? Aqui nos Estados Unidos, praticamente em todas as casas há o triturador de elementos orgânicos, que tritura restos de comida e até ossos, que se juntam então à rede de esgoto.

Mas voltando a falar da Califórnia, toda sexta-feira aqui em Mountain View acontece a coleta dos resíduos. O processo é o seguinte: além das 4 lixeiras na cozinha, eles têm mais 3 lixeiras na casa para colocar esses resíduos para serem coletados, que é uma espécie de carrinho com rodinhas para facilitar o transporte.  

Na garagem se encontra a lixeira para os materiais recicláveis, e no pátio fica a lixeira para o composto e para o lixo. Na quinta-feira de noite ou na sexta de manhã eles levam essas 3 lixeiras de rodinhas para a frente da casa para que os caminhões façam a coleta. É uma maneira muito interessante, pois tirando sexta-feira, você não vê lixo na frente das casas diferente do sistema que temos no Brasil. 

coleta de resíduos lixeira
Lixeira dos materiais recicláveis (Imagem: @juliawsott)
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Imagem: @juliawsott
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Imagem: @juliawsott

A CalRecycle (Department of Resources Recycling and Recovery) apresenta esse fluxograma do sistema de coleta de resíduos:

coleta-de-resíduos-fluxograma
Imagem: CalRecycle

O que é CalRecycle?

A CalRecycle administra e supervisiona todos os programas de reciclagem e manuseio de resíduos não perigosos administrados pelo estado da Califórnia. Conhecida principalmente por supervisionar recipientes de bebida e reciclagem de lixo eletrônico, também é responsável pela gestão de produtos orgânicos, pneus, óleo de motor, tapete, pintura, colchões, recipientes de plástico rígido, papel de jornal, resíduos de construção, de demolição e de alimentos. A visão deles é inspirar e desafiar os californianos a alcançar os mais altos objetivos de redução de resíduos, reciclagem e reutilização no país.

Eles também fornecem treinamento e suporte contínuo às agências locais de aplicação da lei, que regulam e fiscalizam os aterros de resíduos sólidos ativos e fechados da Califórnia, bem como instalações de recuperação de materiais, estações de transferência de resíduos sólidos e instalações de compostagem. 

A CalRecycle tem um orçamento de aproximadamente $1,4 bilhões, incluindo o Fundo de Reciclagem de Recipientes de Bebidas de $ 1,1 bilhões. Outro financiamento é proveniente de taxas de reciclagem de novos eletrônicos, pneus e óleo usado, além de taxas de descarte cobradas por aterros sanitários. Grande parte desse dinheiro é devolvido à economia por meio de pagamentos e doações à indústria e às jurisdições locais em apoio à redução de resíduos, reciclagem e descarte seguro, e o restante cobre o orçamento operacional anual da CalRecycle. 

Em 2016, a Califórnia gerou 76,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos e enviou cerca de 35,2 milhões de toneladas para aterros, o que se traduz em uma disposição per capita de 2,7 Kg/dia. O estado tem alguns dos programas de reciclagem e reutilização de produtos mais bem-sucedidos do país e desviou cerca de 63% de seus resíduos sólidos dos aterros sanitários em 2016. 

Em 2016, eles coletaram 44% de seus resíduos sólidos para reciclagem e exportaram cerca de dois terços desse material para países estrangeiros para reciclagem e remanufatura. Em 2016, foram exportadas 15 milhões de toneladas de materiais recicláveis e 62% desse material foram enviados para a China. 

Todavia, como resultado de algumas proibições e limitações na China e no sudeste asiático, as instalações de resíduos sólidos e as estações de transferência na Califórnia estão enfrentando dificuldades para mover os materiais uma vez exportados com facilidade. A necessidade de uma infraestrutura doméstica robusta de reciclagem nunca foi tão relevante. 

No que diz respeito a resíduos orgânicos -materiais como folhas, grama, resíduos de colheitas agrícolas e restos de comida- eles podem ser utilizados para adubos, cobertura vegetal e em biocombustível.  Isso já está acontecendo na Califórnia, mas como os orgânicos são uma porção tão grande do fluxo de resíduos (cerca de um terço), é preciso fazer mais, pelo fato de que quando aterrados, os resíduos orgânicos geram metano, um super poluente a ser evitado. 

E no Brasil?

A professora de saneamento básico e engenharia ambiental da UNIJUI, Joice Viviane de Oliveira, compartilhou com o Engenharia 360 a atual situação de coleta de resíduos no nosso país:

O grande marco referente a gestão de resíduos sólidos no Brasil ocorreu em 2010, ano em que foi sancionada a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo a legislação, a implantação da coleta seletiva é obrigatória nos municípios. Sendo assim, a separação em, no mínimo, duas frações de resíduos seria necessário. A norma indica, no entanto, que os resíduos domiciliares possam ser divididos em: resíduos recicláveis, resíduos compostáveis e rejeitos. Os dois primeiros seriam passíveis de reaproveitamento para outras finalidades, o primeiro através da coleta seletiva e o segundo por meio da aplicação da compostagem. Já o rejeito seria encaminhado para destinação final adequada, como aterros sanitários.

A gestão dos resíduos, considerando ainda os conceitos da Logística Reversa, observa-se na figura abaixo as principais etapas da gestão:”

coleta-de-residuos-fluxograma
Imagem: Conke

Exposta a previsão da norma, passamos a apontar como ocorre na prática. Segundo dados do SNIS – Sistema Nacional de Informações de Saneamento, em 2017, 91,7% da população total brasileira dispunha de coleta de resíduos sólidos domiciliar de forma regular, sendo que a coleta seletiva estava presente em 22,5% dos municípios do Brasil.

Se um dos problemas é a não disponibilidade do serviço de coleta para toda a população, outro panorama grave está na orientação e educação do usuário, quando a coleta seletiva é oferecida para o usuário. Mesmo nos municípios onde a coleta seletiva é disponibilizada para os moradores, o nível de separação ainda está muito aquém do esperado. A recuperação de resíduos recicláveis e o valor de mercado praticado na compra destes materiais é um dos percalços da cadeia da reciclagem.

A presença marcante de catadores tanto nas ruas, quanto organizados em associações e cooperativas é uma realidade brasileira. Estas pessoas, na maioria das vezes, trabalham na informalidade e recebem valores que ficam abaixo do necessário para a subsistência de uma família.

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Imagem: O Globo

Quanto a forma de acondicionamento dos resíduos para a coleta, pode-se dizer que são diversas, sendo a mais avançada os contêineres subterrâneos instalados em espaços específicos, como em algumas cidades de São Paulo. Alternativa também bastante utilizada no Brasil, em especial em cidades de médio e grande porte, é o contêiner disposto na via pública ou passeio. Esta opção torna o serviço de coleta mais seguro, pois o coletor não precisa se deslocar no meio da via como em uma “caçada ao lixo”. Além disso, tende a padronizar o local e forma de disposição do resíduo. No restante do Brasil, ainda predomina a lixeira sem padronização ou até mesmo a disposição de resíduos no chão ou pendurado em árvores até a coleta pelo veículo especializado.

A frequência da coleta depende da quantidade de moradores e movimentação de pessoas no local, podendo ser alternada ou diária. Situação problemática no Brasil está, também, na questão da disposição final. Observa-se que, segundo SNIS (2017), 42,20% das unidades de recebimento de resíduos que estavam em operação eram considerados lixões ou aterros controlados. Cabe ressaltar que tanto os lixões quanto os aterros controlados estão proibidos pela legislação vigente.

Estes dados possibilitam visualizar parte do panorama da situação da gestão dos resíduos sólidos no Brasil. Este setor ainda requer investimentos e ações efetivas por parte da sociedade e do poder público.


Fontes: CalRecycle; Conke/Nascimento; SNIS

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Engenharia 360

Júlia Sott

Engenheira Civil, formada pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS; estudou também na Stanford University; passou um período trabalhando, estudando e explorando o Vale do Silício, nos Estados Unidos; hoje atua como analista de orçamentos ajudando a implantar novas tecnologias para inovar na construção civil.

Mesmo com o avanço da robótica, produzir alguns materiais nem sempre é uma tarefa fácil. Pensando nisso, uma equipe de engenheiros desenvolveu uma forma automatizada de produzir polímeros usando um robô e um software que pode facilitar esse processo de forma considerável, trazendo grandes benefícios para a indústria.
polímeros avançados
Imagem: princetonpolymerlaboratory.com

Com essa técnica desenvolvida, os pesquisadores facilitaram a criação de materiais avançados voltados para a melhoria da saúde humana. Isso acontece porque os polímeros sintéticos são muito usados em materiais avançados com propriedades especiais, como os presentes em tecnologias de diagnóstico, dispositivos médicos, eletrônicos, sensores, robôs e iluminação.

Enquanto um pesquisador humano consegue fabricar alguns polímeros por dia, o novo sistema automatizado, que conta com um software personalizado e um robô que manipula os líquidos, pode criar até 384 polímeros diferentes ao mesmo tempo. Não que o trabalho humano deva ser menosprezado, mas a diferença na quantidade produzida é bem grande (e o trabalho humano pode ser aplicado em outros esforços)

Embora a robótica tenha automatizado o modo de fabricar materiais nos últimos anos, a síntese de polímeros ainda é um desafio, visto que grande parte das reações químicas é muito sensível ao oxigênio e não pode ser feita na sua presença. Já na plataforma de robótica desenvolvida, as reações realizadas toleram o oxigênio.

polímeros avançados
Imagem: monomerpolymer.com

Com um software personalizado, o robô manipula os líquidos e interpreta os projetos de polímeros feitos em um computador, realizando todas as etapas da reação química. Isso, além de produzir materiais em uma escala muito maior que se houvesse um humano fazendo, ele facilita a criação de um polímero mesmo por quem não é especialista.

A esperança é de que, em um futuro próximo, os polímeros sejam produzidos de uma forma muito mais fácil. Isso pode permitir que os pesquisadores explorem uma grande “biblioteca de polímeros” para as aplicações químicas e biológicas, aumentando a qualidade de vida da população. Ou seja, é a Engenharia cumprindo seu papel na melhoria das nossas vidas.


Fontes: Science Daily.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Oceanos sempre foram cheios de mistérios e pauta para histórias de criaturas míticas. Atualmente, ainda carecemos de muita informação sobre as profundezas oceânicas – mesmo sendo algo grande demais para ignorar, principalmente no quesito das mudanças climáticas. Nesse cenário, a startup Sofar criou os Spotters, boias que mais parecem drones de alto-mar, como um equipamento para monitoramento de dados ambientais nos oceanos. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!

Spotters
Imagem reproduzida de Sofar Ocean’s demo patch of ocean

O desafio de monitorar as profundezas oceânicas

Uma estratégia para obter medidas ambientais dessas regiões remotas no fundo do oceano é construir estações com sensores flutuantes. O problema é que os custos de 50 mil dólares americanos (ou mais) por boia e quase o mesmo em manutenção anual tornam isso proibitivo para todos, exceto agências governamentais e grandes corporações. Obviamente, os satélites espiam do espaço, mas são limitados em precisão para mapeamento oceânico.

Nesse cenário, a startup Sofar Ocean Technologies abriu o acesso a uma nova matriz global de boias oceânicas, Spotters, que prometem medições detalhadas do vento, do tempo e das correntes no Pacífico e, eventualmente, em todos os oceanos do mundo.

A proposta inovadora com equipamentos de baixo custo

A Sofar adotou a estratégia CubeSat de emprestar hardware de ponta, dar um jeito de protegê-lo contra intempéries e depois lançar os equipamentos em ambiente inóspito. A saber, os CubeSats – satélites em miniatura montados a partir de componentes relativamente baratos – são geralmente emprestados de smartphones e já conquistaram a órbita próxima à Terra. Mas os oceanos ainda estão quase vazios.

Embora o vácuo além de nossa atmosfera pareça duro, é quase calmo em comparação com tempestades oceânicas, colisões de navios e água salgada corrosiva, capaz de afundar todas as embarcações menos resistentes.

Drones flutuantes Spotters para monitoramento dos Oceanos

Para resolver isso, a Sofar, fundada em 2016 por Tim Janssen, engenheiro e oceanógrafo, projetou e lançou mais de 200 boias chamadas Spotters. Tratam-se de pequenas pirâmides amarelas brilhantes rodeadas de painéis solares que podem atravessar os oceanos do mundo. Os dados de vento, ondas e temperatura são transmitidos continuamente através de uma conexão via satélite a um custo pelo menos 10 vezes menor do que os instrumentos tradicionais.

Para obter dados em tempo real, os pesquisadores inverteram o modelo de monitoramento existente. Em vez de implantar relativamente poucas boias carregadas de sensores muito caros, a Sofar embarcou centenas de boias leves e baratas que podiam percorrer os oceanos por uma fração do custo de suas antecessoras flutuantes.

Spotters
Imagem reproduzida de Sofar Ocean Technologies

Expansão futuras

Aliás, depois dos Spotters, estão nos planos da empresa a construção de uma enorme frota de embarcações de superfície autônomas movidas a energia solar, chamadas Striders, que poderiam ser descartadas por navio aeronaves em qualquer lugar no oceano aberto. Elas transmitiriam dados em tempo real e vídeos.

spotter
Imagem reproduzida de Sofar Ocean Technologies

O futuro do monitoramento oceânico com a Sofar

Com observações meteorológicas comparáveis ​​àquelas feitas para continente, uma série de novas aplicações é aberta e a Sofar busca vender a tecnologia produzida. Vale ressaltar que os satélites podem ser calibrados usando dados globais da superfície para melhorar as previsões. O desafio será acessar e integrar dados de plataformas de sensores autônomos de baixo custo nos modelos climáticos e oceânicos do mundo. No fim, calibrar e refinar essa nova fonte de dados trará grandes benefícios.

Eventualmente, a Sofar espera que o custo da implantação de sua rede de sensores fique tão baixo que seja possível cobrir o oceano do mundo, mesmo em áreas próximas a países em desenvolvimento e comunidades insulares onde nada desse tipo existe atualmente. “Trabalhamos para evitar o problema de hardware e torná-lo um problema de dados”, disse o engenheiro e oceanógrafo Janssen. “Pela primeira vez, podemos fechar a lacuna de dados nos oceanos.”.

Veja Também: Enfrentando a Seca com Bolas de Plástico: O Caso de Los Angeles


Fonte: Quartz.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Nos últimos anos, vimos várias engenhocas tecnológicas surgirem para facilitar a nossa vida. Porém, isso não seria possível para muitas delas se não fosse pelo crowdfunding, também conhecido como financiamento coletivo, que permite que ideias empreendedoras revolucionárias passem do projeto para a realidade.

E o que o financiamento coletivo tem a ver com a Engenharia? É exatamente isso que a gente conta neste texto. Para entender melhor, entrevistamos o arquiteto Márcio Sequeira, o criador do Kit Mola Estrutural, o qual foi lançado em uma campanha de financiamento coletivo no Catarse e foi um sucesso. O Mola é um modelo físico que simula o comportamento das estruturas dos edifícios. Atualmente, o Kit Mola Estrutural está espalhado em mais de 70 países, criando uma nova forma de ensinar e estudar estruturas.

kit mola estrutural
Imagem: Mola Model

O Márcio Sequeira contou para a gente como criou o Mola e como foi atrás dos seus sonhos, o qual foi viabilizado por meio de financiamento coletivo. O vídeo dessa entrevista exclusiva você confere logo abaixo (e, depois dela, a gente conta tudo que você precisa entender sobre financiamento coletivo, empreendedorismo e Engenharia).

O que é financiamento coletivo?

O financiamento coletivo é como se fosse uma “vaquinha” mais elaborada (tipo uma vaquinha gourmet) que permite que um microempreendedor tenha a oportunidade de conseguir fundos para um projeto de maneira simples (com a possibilidade de não envolver empréstimos bancários ou de conseguir um investidor). Ou seja, é uma forma de angariar recursos para tornar um projeto realidade.

financiamento coletivo
Imagem: juridoc.com.br

Primeiro, o dono do projeto apresenta sua ideia (por meio de um site de financiamento coletivo escolhido) e diz o quanto precisa angariar. Pode existir benefícios para quem contribui, como recompensas, participação societária e outras. Há duas formas de financiamento que abrangem diferentes modelos.

Financiamento por projeto

Normalmente, o financiamento por projeto é quando um produto precisa ser lançado no mercado ou quando é uma causa urgente. Consequentemente, este tipo de financiamento tem uma data de conclusão mais imediata e são considerados mais arriscados, visto que nem sempre pode dar certo.

Financiamento contínuo

No caso de financiamento contínuo, a contribuição pode ser progressiva, para incentivar um trabalho ou sustentar uma causa. Quem recebe o dinheiro pode escolher se detalha o quanto recebe e como usa os recursos ou não. Normalmente, o que motiva a doação é se a pessoa está cumprindo com o que prometeu.

Modelos de financiamento

Doação

Neste caso, o doador não espera nada em troca. É mais comum para projetos humanitários ou causas de caridade.

Recompensa:

No caso da recompensa, quem contribui recebe um agrado de alguma forma. Pode ser um brinde ou o próprio produto financiado. Este foi o tipo de financiamento escolhido pelo Márcio Sequeira para o Kit Mola e essa recompensa era o próprio produto (ou seja, o Kit).

Participação societária:

Neste caso, quem contribui é no mesmo estilo de um investidor, e recebe parte dos lucros. Se tudo der certo, é possível ter lucro, mas se der errado, você perde seu investimento.

Retorno financeiro:

No caso do retorno financeiro, quem contribui recebe uma participação no capital da empresa. O número de investidores costuma ser menor porque o investimento é normalmente mais alto. Há, em torca, uma taxa de juros sobre o dinheiro recebido. O risco é menor que o de participação societária.

As vantagens e as desvantagens do financiamento coletivo

É claro que, como quase tudo na vida, o financiamento coletivo tem suas vantagens e desvantagens, tanto para quem investe quanto para quem é financiado. Dentre as vantagens, estão a minimização do risco de investimento; a maior visibilidade na hora de angariar fundos para a ideia; a possibilidade de receber contribuição de qualquer valor, de qualquer pessoa, em qualquer lugar; e mais.

financiamento coletivo
Imagem: exame.abril.com.br

Por outro lado, as desvantagens envolvem o fato de que nem sempre o investimento necessário pode ser conquistado (principalmente se o valor for elevado e a ideia não for bem divulgada ou muito atrativa); o fato de que alguém pode copiar sua ideia caso você abandone o projeto e a possibilidade de alguma fraude.

As plataformas mais comuns

Há plataformas de financiamento coletivo tanto nacionais quanto internacionais. No caso das nacionais, algumas são: Catarse; Vakinha; Kickante; Apoia.se; Benfeitoria; Queremos e Abaca$hi. Na lista das internacionais estão KickStarter e IndieGogo.

Para começar o financiamento coletivo, você pode procurar pela plataforma que mais te agrada, planejar todo o seu projeto e o processo de financiamento, verificar qual tipo de financiamento você prefere (e qual a plataforma oferece), quais são as condições para começar e correr atrás dos seus sonhos. Lembre-se que sua campanha precisa conquistar as pessoas, elas precisam entender por que o seu projeto é importante e por que vale a pena investir nele.

Como o financiamento coletivo está relacionado à Engenharia?

A prova viva de que Engenharia e financiamento coletivo têm tudo a ver é o caso do MOLA que nós mostramos. Cada vez mais, vemos engenheiros e engenheiras com espírito empreendedor querendo transformar o mundo com suas invenções e projetos, mas nem sempre a verba é suficiente para dar o pontapé inicial. É nessa parte que o financiamento coletivo faz toda a diferença e pode ajudar a transformar sonhos em realidade.


Fontes: Correio Braziliense; QuickBooks.

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Engenharia 360

Eduardo Mikail

Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.

A gente já comentou aqui sobre a polêmica dos satélites Starlink, da SpaceX, estar atrapalhando a vida dos astrônomos. O nosso querido Elon Musk estava igualmente ciente disso, mas finalmente a companhia de foguetes e satélites de comunicação resolveu se manifestar e indicar que tornará os Starlinks menos brilhantes.

NASA, are you sure?

Foram vários os comunicados oficiais e não oficiais sobre a questão luz refletida pelos até então cerca de 120 satélites Starlink lançados à órbita da Terra estarem atrapalhando observações astronômicas e o potencial disso quando os lançamentos escalarem.

Mas não foram apenas os astrônomos reclamando pelo twitter e derivados. A NASA fez uma publicação recente, em que os novos satélites Starlink são capazes de refletir a luz do sol. No composto da foto de 33 exposições, faixas paralelas dos satélites Starlink são visíveis no sul do Brasil. Os girassóis na imagem pontilham o primeiro plano, enquanto um meteoro brilhante foi capturado por acaso no canto superior direito.

Essa coisa de refletância dos satélites não é de todo uma novidade. A constelação de 66 satélites Iridium de primeira geração lançados a 20 anos atrás produziu um brilho tão grande que podia ser vista durante o dia. A maioria desses satélites antigos do Iridium, no entanto, foi desorbitada nos últimos anos. A tendência dos Starlinks, contudo, é aumentar em várias ordens de grandeza na órbita da Terra.

starlink rastro
Imagem: Egon Filter, NASA.

Shine bright, like a Starlink

Depois de tanto alvoroço, a SpaceX finalmente se manifestou. Em uma coletiva de imprensa, o chefe de operações da empresa, Gwynne Shotwell, veio na defensiva dizendo que ninguém havia antecipado a questão.

Em resposta a toda pressão, a SpaceX disse que testará um revestimento experimental que visa tornar seus satélites Starlink menos refletivos. De acordo com Shotwell, o revestimento estará na parte inferior de um (!) dos 60 novos satélites que serão lançados em órbita ainda este mês.

A empresa deseja testá-lo antes de aplicá-lo a mais satélites no futuro, já que as propriedades anti-reflexivas podem criar mudanças térmicas que afetam adversamente o desempenho. Shotwell acredita que a solução será modificada sobre “tentativa e erro” para fazê-la funcionar com segurança e corretamente.

Uma solução mais eficaz seria colocar os satélites em órbitas mais altas, mas isso requer transmissores mais potentes. Isso acarretaria custos para a empresa e, aparentemente, não é a alternativa mais bem quista.


Fontes: Space News.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Não se engane com o papo de gerações passadas sobre crianças acreditarem em tudo que elas veem em qualquer mídia. Isso é falso. Começando pela assistente de voz: Alexa, por que as crianças não confiam em você?
crianças interagindo com assistentes de voz
Imagem: indabaa.com

Estudos em desenvolvimento cognitivo sugerem que as crianças têm muito mais probabilidade de confiar em seus professores do que em um assistente de voz, como a Alexa. Coisa parecida acontece quando a gente não encontra uma resposta convincente no Oráculo Google e já solta aquele “ô, mãe!”. Mas atestar o fato no desenvolvimento infantil é, no mínimo, interessante.

In Internet we trust, mas as crianças não.

Um exemplo de teste envolveu crianças chinesas entre cinco e oito anos, separadas em grupos e fizeram perguntas como “Quantos dias Marte leva para girar em torno do sol?”. Os pesquisadores ofereceram algumas respostas contrastantes para essas crianças: a internet disse 600 dias; seu professor disse 700 dias. Em quem eles confiavam? (A resposta, a propósito, é 687 dias).

Surpreendentemente, as crianças confiavam mais no professor, não importa se ele (ou ela) estiver dando uma resposta errada. O sentido disso se baseia no fato de as crianças conhecerem professor ou a professora e ali existir um elo de relacionamento, que envolve confiança. Até aí tudo bem. O mais curioso é que as crianças também preferiam as respostas de seus próprios coleguinhas em detrimento daquelas fornecidas pela assistente de voz, mesmo sendo nítido que o conhecimento das demais crianças não variasse tanto. De fato, a pesquisa sugere que as crianças geralmente são bastante céticas em relação aos assistentes de voz.

“Ok, Google, unicórnios existem?”

As crianças também são notavelmente criativas em suas tentativas de testar a confiabilidade dos aparelhos. Tal como costumam fazer com adultos, as crianças enchem assistentes de voz de perguntas.

Os assistentes de voz são geralmente programados para responder “não sei” a questionamentos infantis como “unicórnios existem?”. Isso vale para Papai Noel, Coelho da Páscoa, dentre outros. A falta de uma resposta elaborada acaba fazendo com que pareçam menos confiáveis para as crianças.

Pequenos céticos:

Esse tipo de estudo sugere não apenas que as crianças são muito mais sofisticadas em tecnologia do que pensamos, mas também que nós, como seres humanos, temos um senso de ceticismo arraigado sobre fontes desconhecidas que de alguma forma ficam mais confusas à medida que envelhecemos.

O ataque de fake news e as campanhas desenfreadas de desinformação agora comuns nas mídias sociais podem fazer parecer que nós não investigamos as fontes tão profundamente quanto deveríamos. Esses estudos indicam o contrário: a tecnologia não é algo em que confiamos naturalmente, pelo menos quando somos novinhos.


Fontes: Cognitive Development. MIT Technology Review 1. MIT Technology Review 2.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Se você faz Engenharia (e sofre horrores nas matérias) – ou mesmo se já formou –  é bem provável que sonhe com um final feliz que envolve você sendo um(a) engenheiro(a) de sucesso.

1. Defina metas

Não dá para chegar em algum lugar se você não sabe para onde ir. Então, se você está perdido, é hora de começar a definir algumas metas e traçar o caminho até elas, definindo o que pretende fazer a médio e longo prazo. É óbvio que, como não dá para prever o futuro, o caminho deve mudar algumas vezes.

2. Trabalhe para ser um(a) engenheiro(a) de sucesso

O sucesso não vai cair na sua cabeça enquanto você está confortavelmente fazendo apenas o necessário. Para obtê-lo é preciso trabalhar duro, oferecer as soluções que o mercado procura com excelência e dar o seu melhor.

mulher e homem olhando para computador
Imagem: hackernoon.com

3. Pense fora da caixa

A dica é velha, mas nunca está fora de moda. Para ser um(a) engenheiro(a) de sucesso, é bem provável que você precise buscar problemas significativos para resolver e os resolva da forma mais eficiente possível. Normalmente, é preciso fugir um pouco dos padrões para obter um bom resultado. Então, não tenha medo de pensar fora da caixa.

4. Nunca pare de aprender

Com a tecnologia bombando, você não pode mesmo parar de aprender. Quando puder, faça cursos de aprimoramento, aprenda novos softwares e seja até mesmo autodidata. Não adianta querer ficar preso a uma versão anterior de um software ou a uma tecnologia ultrapassada quando o mercado está borbulhando de gente qualificada. Alcançar o sucesso não quer dizer que você pode parar de se esforçar, mas sim que você precisa se esforçar ainda mais para não perdê-lo.

homem e mulher trabalhando em bancada, ilustrando salários da engenharia
Imagem: unsplash.com

5. Trabalhe em equipe e seja um bom líder

Quase ninguém atinge o sucesso sozinho. Normalmente, é preciso trabalhar em equipe e saber liderar a sua equipe de modo que todos estejam engajados em busca do sucesso. Lembre-se de não deixar o ego subir a cabeça: se você alcançou o almejado sucesso que queria, ele é de toda a sua equipe e não só seu.

mulher e homem conversando representando engenheiro (s) de produção
Imagem: This is Engineering | Via Unsplash

6. Seja realista

Apesar de precisar de um pouco de otimismo, é preciso ser realista e saber quando as coisas não vão bem, quando é hora de mudar de estratégia e, principalmente, saber admitir que errou.

7. Não é tudo sobre dinheiro e status

Sucesso é diferente de dinheiro e de status. Você pode ganhar muito bem, ter fama no mercado e poder comprar tudo que desejar. Porém, isso não é sucesso se você não está feliz com o que faz, se você não levanta da cama todas as manhãs ansioso pelo dia que terá pela frente e se não gosta do seu trabalho. Ganhar o suficiente e ser feliz pode ser muito mais parecido com o sucesso do que você pensa.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

As Engenharias possuem áreas de abordagem bem diferentes e, excluindo-se o ciclo básico, as disciplinas e o conhecimento adquirido vão depender do curso escolhido. Porém, independentemente da engenharia, há algumas coisas que só engenheiros ou estudantes de engenharia sabem. Nós separamos algumas na lista abaixo e, se você faz ou fez engenharia, é bem provável que se identifique com a maioria.

coisas que só engenheiros ou estudantes de engenharia sabem
Imagem: images-na.ssl-images-amazon.com

22 | Você enxerga como as coisas funcionam

Uma viga, um computador, um motor e um filtro são apenas uma viga, um computador, um motor e um filtro para quem não é engenheiro. Porém, você vê além disso. Você sabe a função da viga e sabe como o computador, o motor e o filtro funcionam.

Além disso, você observa fiações e tubulações para compreender o que elas fazem ali e para onde levam, repara em qual tipo de solo está pisando, procura gambiarras e tenta fazer uma análise do que está a sua volta, principalmente se é da área do seu domínio. Mas, mesmo que você não seja de uma engenharia que trabalha diretamente com isso, você é capaz de deduzir como funciona porque é assim que você vê o mundo: procurando entender a funcionalidade dos objetos que o cercam. Resumindo, você tem uma visão de engenheiro(a).

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21 | E parece que você fala grego quando vai explicá-las para quem não entende da área

Você já tentou explicar como alguma coisa funciona para alguém que não é dessa área? Parece que você está falando uma língua desconhecida e a pessoa não está entendendo nada. Então, ou você para no meio da explicação totalmente sem graça, ou você termina gaguejando em busca de palavras mais suaves.

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20 | As coisas que você aprendeu como estudante de engenharia não são as que você faz como engenheiro

Quando você forma, por exemplo, são raros os momentos em que vai ter que resolver uma integral complicadíssima manualmente. Para isso, existem ferramentas como calculadoras e softwares que vão tornar seu trabalho mais simples.

É claro que você precisa saber cálculo, mas não vai precisar ficar resolvendo tudo como nas provas. Inclusive, muitos equipamentos e softwares foram inventados pelos próprios engenheiros para tornar a vida mais prática.

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19 | Entender piadas de matemática e física

E se achar um gênio por isso. Por mais sem graça que a piada seja, você sempre ri muito quando entende.

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18 | Você é o Howard entre seus amigos físicos (e matemáticos)

Qual engenheiro(a) nunca se sentiu o Howard em um grupinho da física?

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17 | Ter saudade de quando a matemática era simples…

…embora você não se lembre de nada dela

Regra de três, equações do segundo grau, sistemas, progressões aritméticas e geométricas, etc. Ah, o mundo era tão lindo nessa época, não era, estudantes de engenharia?

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16 | Algumas vezes, você acha que é um gênio

Quando você souber aquela questão difícil da prova, quando fizer conexões entre as disciplinas, quando aplicar algo de uma aula no mundo real, entre outras situações. Nelas, você realizar façanhas e vai realmente se sentir um engenheiro.

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15 | E outras vezes você tem a sensação de que não sabe nada e de que nunca vai conseguir projetar qualquer coisa

Sabe quando você erra alguma coisa básica ou quando não sabe justificar algo e acha tudo muito difícil? Pois é, essa sensação é comum principalmente entre estudantes de engenharia. Porém, você não deve deixar isso te desanimar. A vida é um aprendizado constante e, com dedicação, você é capaz de fazer projetos incríveis.

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14 | Você gasta anos aprendendo um vocabulário técnico e não usa porque ninguém entende nada que você fala.

#Frustrado

Sabe aquele monte de palavra específica que você aprendeu durante a graduação? É provável que você só utilize se estiver conversando com alguém que também entenda sobre ele.

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13 | Porém, você sempre corrige as pessoas mentalmente quando elas usam um termo errado

Quem nunca?

Por exemplo, quando você está no ônibus e alguém fala alguma abobrinha sobre algo que você entende. Depois da revirada básica de olho, o único desejo é explicar o assunto. Porém, você sabe que é melhor ignorar e apenas corrigir a pessoa mentalmente.

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12 | Você quase sempre fica perdido quando vai começar um projeto

Antes de começar um projeto, você sempre surta um pouco sem saber o que fazer primeiro. Acredite, é normal.

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11 |  Você também fica perdido nas aulas

Mesmo que esteja no meio do semestre

Gente, o que está acontecendo?” “O que esse professor está falando?” Pois é, quase todo mundo já passou por isso em alguma (ou muitas) disciplina. Os estudantes de engenharia que lutem.

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Leia também: 27 verdades sobre todo estudante de engenharia


1o |  A lembrança do fracasso na primeira prova ainda é nítida na sua mente

Muitos estudantes de engenharia começam o curso de engenharia acreditando que são geniais por terem conquistado a vaga. Por isso, estudam para a primeira prova como se fosse uma continuação do ensino médio. Quem fez isso sabe que é uma péssima ideia. O lado bom é que depois dessa, a maioria aprende a estudar de verdade.

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09 | Você já quis agredir um coleguinha de outro curso que diz que nunca teve que estudar para uma prova

E talvez você tenha feito isso mentalmente!

Sabe quando você está se matando de estudar, cercado por uma pilha de livros e estressado com tudo e aparece um coleguinha de outra área dizendo “nossa, você estuda demais, eu nunca estudei para nenhuma prova”? Pois é, depois de respirar fundo e contar até 400 três vezes, você consegue não jogar um livro na cabeça dele.

gif nervosa
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08 | Você é sempre chamado quando alguém precisa de uma gambiarra

A internet não funciona, o liquidificador quebrou, a torneira está pingando ou a caixa de gordura entupiu? Não se preocupe, toda família tem aquele engenheiro/estudante de engenharia (você!) que será chamado para resolver o problema com uma gambiarra básica (mesmo que não tenha a menor ideia sobre como resolver).

gif gambiarra
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07 | Em alguns casos, você tenta ajudar, mas acaba atrapalhando

Sabe quando você vê um problema, tenta ajudar dando uma explicação e parece deixar todo mundo ainda mais confuso? Então, você sente que deveria ter ficado calado, porque todo mundo começa a te olhar como se você fosse idiota.

gif harry potter
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06 | Quando você diz que é estudante de engenharia e quase todos os amigos dos seus pais perguntam se é uma das “tradicionais”

A gente sabe que, infelizmente, muitas pessoas ainda mantêm o preconceito sobre o grande número de engenharias que existe e acreditam que engenharia de verdade são as que deram origem às outras. Por isso, sempre acontecem diferentes reações quando você fala qual a sua engenharia. Independentemente disso, é preciso se orgulhar da sua engenharia e saber que você contribui para a construção do mundo.

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05 | Você ama montar e desmontar coisas

Mesmo que sobrem alguns parafusos no final…

Desde pequeno, você sempre gostou de desmontar todos os brinquedos e depois montar tudo de novo? Era fã de Lego? Destruía todos os eletrodomésticos da sua mãe com uma chave de fenda? Gostava de misturar produtos e ver as coisas explodir? Parabéns, você descobriu sua vocação.

gif parafusadeira
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04 | Você fica inquieto ao ver algo que precisa ser consertado

Sabe aquele fio desencapado? Aquele computador barulhento? Aquela rachadura na parede? Você sempre quer consertar tudo, mesmo que não saiba o que está fazendo. É daí que surgem as gambiarras. Muito bem, estudantes de engenharia.

gif consertando coisas
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03 | Você vê pessoas ficaram espantadas quando é mulher e faz engenharia

O preconceito contra mulheres na engenharia ainda existe, infelizmente. Ele está muito presente no mercado até mesmo nas salas de aula, quando as mulheres precisam mostrar que são tão capazes quanto qualquer homem, ou quando precisam aturar piadas e comentários dos colegas/professores.

gif mulheres na engenharia
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02 | Ninguém entende quando você explica o que faz

Por exemplo, você já tentou explicar seu TCC para alguém que não entende sobre a área? Chega a ser mais difícil que a própria apresentação oficial.

gif what
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01 | No fundo, você só quer que as pessoas entendam que os(as) engenheiros(as) ajudam a construir um mundo melhor

Ser engenheiro(a) é mudar o mundo, tentando transformá-lo em um lugar melhor. É isso que você precisa que as pessoas entendam, independentemente da área de atuação.

gif i'm an engineer
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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Escolher a Engenharia como caminho profissional muitas vezes é encarado como uma encruzilhada desafiadora. Ainda antes de nos aprofundarmos, nesse tema, citando os diferentes campos de especialização, lançamos a pergunta crucial: valerá a pena ser engenheiro(a) em 2024? Explorar essa questão implica considerar atentamente as vantagens e desvantagens que permeiam essa profissão em constante evolução. Saiba mais no texto a seguir, do Engenharia 360!

vale a pena fazer engenharia - engenheiro
Imagem de robertcarlson em Pxhere

As vantagens e desvantagens da carreira de engenheiro

No mercado de trabalho, há cada vez mais profissionais formados em Engenharia. Muitos são altamente capacitados, o que torna a concorrência brutal (e também pode inflar muitos egos). É até difícil falar sobre a situação dos engenheiros no mercado brasileiro atual, que é sempre instável.

A Engenharia está em tudo a nossa volta, mesmo isso que nem sempre seja muito óbvio. Um(a) engenheiro(a) é uma pessoa curiosa, alguém que quer descobrir como tudo funciona, que vê engrenagens girando o tempo todo para mover o mundo. Se não é, aprenderá provavelmente a ser, porque esse é algo intrínseco à profissão.

A verdade é que Engenharia envolve promover o bem-estar social, desenvolver soluções que tornam a vida mais prática, etc. Ou seja, envolve todo o desejo de transformar o mundo em um lugar melhor. É isso que um(a) engenheiro(a) deve ter como ponto de partida para sua carreira.

Vantagens da engenharia:

  • Salários altos: Engenheiros(as) estão entre os profissionais mais bem pagos do Brasil.
  • Oportunidades de emprego: A engenharia é uma área com alta demanda de profissionais.
  • Variedade de opções de carreira: Engenheiros(as) podem trabalhar em uma variedade de indústrias, desde a construção civil até a tecnologia.
  • Impacto social: Engenheiros(as) podem usar suas habilidades para fazer a diferença no mundo.

Desvantagens da engenharia:

  • Estudo intenso: A formação em engenharia é longa e exigente.
  • Carga de trabalho pesada: Engenheiros(as) muitas vezes trabalham longas horas e sob pressão.
  • Competição no mercado de trabalho: O mercado de trabalho para engenheiros(as) é cada vez mais competitivo.
vale a pena fazer engenharia
Imagem de asawin em Pxhere

A escalada até o topo

Nem sempre somos nós que escolhemos a Engenharia. Às vezes, é ela quem nos escolhe. Então, quando consideramos todos os obstáculos para obter nosso tão sonhado título de engenheiro(a), o custo-benefício parece desanimador. A faculdade é difícil, sim, consome dias e noites de estudo, demanda dedicação e responsabilidade. Tudo isso contribui para moldar o seu ‘eu profissional’.

Embora muitos estudantes não saibam, o alívio não vem com a formatura. É depois dela que você vai precisar batalhar para construir sua carreira, ganhar experiência, se estabelecer no mercado ou na área acadêmica.

O desânimo com a carreira também é normal. A velha pergunta “o que eu estou fazendo com a minha vida?” começa a aparecer com mais frequência. Isso porque nós traçamos planos sem parecer lembrar que o futuro é bem incerto.

Planejamos sair da faculdade com um grande emprego e com a vida feita, mas descobrimos, de forma frustrante, que não é bem assim. Mesmo se a pessoa for uma daquelas sortudas que parece nascer com o caminho feito e a carreira traçada, é muito difícil permanecer no topo quando não há dedicação e esforço.

vale a pena fazer engenharia
Imagem de Mohamed Hassan em Pxhere

Um(a) engenheiro(a) não deve parar de estudar e nem de buscar por atualizações, deve sempre persistir no aprendizado. Afinal, por estarmos diretamente ligados a tecnologias, precisamos estar preparados para acompanhar o mercado.

O que você precisa saber antes de cursar engenharia

Algumas perguntas nos perseguem quando estamos prestes a realizar vestibular. Mas, em verdade, até que é normal nos questionarmos se estamos no caminho certo mesmo durante a graduação (quando estamos sofrendo com alguma matéria que parece ter saído das profundezas) e até após nos formarmos.

Na engenharia, a responsabilidade é enorme. Existe uma velha piada (se é que podemos chamar assim) que diz que a diferença entre a Engenharia e a Medicina é que o médico, quando erra, só mata um. Sem graça ou não, essa “piada” carrega um lembrete importante: o tamanho da responsabilidade de um engenheiro mediante qualquer uma de suas ações.

Com grandes poderes vem grandes responsabilidades e também um grande estresse. Um(a) engenheiro(a) passa por desafios constantes. O tempo todo, tomamos decisões cuja implicação que pode cair sobre nossas cabeças a qualquer momento (literalmente). O desafio intelectual também é grande, principalmente quando você precisa essas grandes decisões. Isso pode ser um parque de diversões para quem fica entediado com facilidade.

vale a pena fazer engenharia
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Considerações Finais

Quando perguntam se vale a pena ser um(a) engenheiro(a), a resposta é simples: tudo vale a pena quando envolve algo que você gosta. Movidos pelo desejo de fazer Engenharia e por um sentimento de amor ao que fazemos, vale a pena.

Ser engenheiro(a) é desafiador, mas as dificuldades fazem parte do percurso e agregam mais valor ao que fazemos, ao que nos tornamos e ao que somos. Assim, Engenharia não é sobre dinheiro, status ou sobre qualquer coisa superficial. Engenharia é sobre amor ao ofício, sobre colocar em prática nossas habilidades e sobre poder dizer, com o coração cheio, que somos engenheiros(as) e que mudamos o mundo.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

O sonho de sair do Brasil depois da formatura faz parte dos objetivos de muita gente, seja por um breve período ou sem data para voltar. Afinal, a experiência é incrível. Mas, será que o diploma de Engenharia do Brasil é válido em outros países? É isso que a gente conta neste texto e no vídeo abaixo, que preparamos especialmente para você. Ainda, separamos algumas dicas para você ficar preparado.

Como trabalhar em outros países?

Para ser um engenheiro lá fora, é preciso encara alguns desafios e exigências. Ainda, cada país possui regras diferentes. De modo geral, é preciso ter um visto de trabalho e validar seu diploma. diploma de engenharia do brasil no exteriorPara ser um engenheiro lá fora, é preciso encara alguns desafios e exigências. Ainda, cada país possui regras diferentes. De modo geral, é preciso ter um visto de trabalho e validar seu diploma.

Para conseguir essa validação, não há uma única autoridade que faz o reconhecimento. Isso depende dos acordos internacionais, do mercado de trabalho e da prática dos sistemas educacionais. Ainda, depende do estado de cada país.

diploma de engenharia do brasil no exterior
Imagem: academiawashington.com.br

Normalmente, o objetivo dos brasileiros envolve países como: Canadá, Estados Unidos, Japão, Austrália e países europeus. É importante que você consulte a embaixada ou o consulado de cada um para avaliar qual é o processo específico que deve ser seguido para validar seu diploma e para obter o visto de trabalho.

Na validação, você pode escolher o serviço de avaliação indicado por essas entidades (o mais indicado) ou pode escolher um por sua conta (o ideal é fazer isso apenas se não houver nenhuma indicação). Há algumas associações nacionais de serviços de avaliação que fazem a publicação de padrões que podem ser seguidos para encontrar os serviços de melhor qualidade.

É importante verificar o preço, o tempo de demora da avaliação e o documento emitido. Tais avaliações não são gratuitas, então é bom preparar o bolso. Ainda, vale lembrar que, na hora da avaliação, quem vai te contratar não avalia só o seu diploma. Há vários fatores que podem ser considerados por eles, incluindo seus antecedentes.

Dicas:

Tenha um bom currículo

Quando você for tentar um emprego fora do Brasil, o seu currículo costuma ser a primeira coisa que as pessoas vão olhar. Para os engenheiros e engenheiras, algumas competências que você precisa ter envolvem experiência na área, já ter feito intercâmbio, saber falar o idioma e ter trabalho em alguma multinacional ainda em solo brasileiro.

Você precisa focar na vaga que quer entrar e estar preparado para ela. Ainda, vale destacar que muitos países consideram atividades extraclasse como um fator complementar. Por exemplo, a participação em grupos estudantis (de música, jogos, esportes, etc.), trabalho voluntário e outros.

Idioma

Se você vai para um país estrangeiro, o ideal é conhecer o idioma. Mesmo que você vá para um país que fale português, você precisa conhecer as palavras técnicas, os regionalismos e as palavras com significado diferentes (para não passar vergonha).

Mesmo que o país que você vá não tenha inglês como língua principal, é importante saber se comunicar nessa língua. Isso é mais que essencial se você planeja trabalhar em uma multinacional.

diploma de engenharia do brasil no exterior
Imagem: academiawashington.com.br

Experiência profissional

O ideal é que você vá preparado e com muita coisa na bagagem. Faça cursos (preferencialmente com reconhecimento internacional) e conheça as ferramentas com as quais você provavelmente vai trabalhar (como softwares). Ainda, conheça certificações internacionais.

Intercâmbio

Ter feito um intercâmbio anteriormente aumenta sua chance de conseguir uma vaga fora do país. O ideal é que, se você ainda está na faculdade, aproveite a chance para passar um tempo fora, nem que seja durante as férias (se não for possível passar um ou dois semestres). Assim, você já se prepara antes, sabe como funciona para trabalhar no exterior e cria contatos profissionais.

diploma de engenharia do brasil no exterior
Imagem: intercambiodireto.com

Então, o que fazer?

Já deu para ver que trabalhar fora do Brasil não é assim tão fácil. Você vai precisar se esforçar um pouco, mas isso não quer dizer que é impossível construir uma carreira lá fora.

Além disso, é preciso lembrar que o profissional estrangeiro é subvalorizado em muitos locais (nem todo mundo recebe os “gringos” com a mesma boa vontade que nós, brasileiros, normalmente fazemos). Então, você precisa mostrar que é capaz.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.