Kitty Hawk: a promessa dos carros voadores está voando para longe
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2min
Em 2017, o Larry Page, cofundador da Google, financiou uma empresa chamada Kitty Hawk, que apresentou a audaciosa promessa de carros voadores em um futuro breve. O primeiro protótipo em perspectiva foi o Flyer, uma aeronave elétrica individual, prometido para aquele ano ainda. Mas a ideia não decolou.
Devido a problemas de diversas ordens, esse sonho futurista
de carro voador ainda está um pouco fora de alcance. Segundo ex-engenheiros da
Kitty Hawk, em conversa anônima com a revista Forbes,
incidentes com baterias, motores, fiação e incêndios culminaram na decisão de
deixar o Flyer em stand-by por mais um tempo. Um dos problemas declarados foi o
empecilho das baterias pouco potentes e muito pesadas, que não fornecem muita
autonomia de voo.
A proposta inicial da
Kitty Hawk para o Flyer era de operar o carro voador como um serviço
automatizado. Sua aplicabilidade seria principalmente em regiões afastadas por
corpos de água, por exemplo. O carro voador ficaria disponível de
ponta-a-ponta, sendo mais rápido e individualizado do que um serviço de balsa,
por exemplo. (E muito mais cool, né?)
Ex-funcionários da Kitty Hawk soltaram o verbo:
Mas também tem fofoca nas
startups de tecnologia: Acontece que, além das dificuldades técnicas, parece
que quem questionava a segurança dos aeromodelos da Kitty Hawk era afastado do
cargo na empresa. E mais ainda: em termos de regulamentação para o tráfego
aéreo, ainda existe muito falatório sobre viagens individuais.
Imagem: wired.com
Kitty Hawk e a parceria
com a Boeing:
Com o objetivo de contornar
essas adversidades, a Kitty Hawk anunciou, em junho, uma parceria com a
Boeing. A ideia aparentemente é descartar os aviões particulares para investir
em modelos de táxi aéreo. A divulgação da parceria usou a expressão “escalar a
expertise em aeronaves”. Apesar de interessante, a colocação reformula o
objetivo da Kitty Hawk, que desde o início havia prometido o veículo
individual. E essa escala deveria ser reduzida, não?
Por ora, a ideia do carro voador da Kitty Hawk está se afastando do horizonte da imaginação.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Cientistas brasileiros criam material impresso em 3D à prova de balas
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2minImagem reproduzida de scitechdaily.com
Um grupo de pesquisadores da Universidade Rice, em Houston, usou impressão 3D para criar material (quase) plástico à prova de balas. O material, baseado em tubulanos, uma estrutura teórica prevista em colaboração com a UNICAMP, resistiu a tiros a 5,8 km/s e se provou altamente compressível. Confira mais detalhes no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Imagem reproduzida de scitechdaily.com
O que são Tubulanos?
Os materiais surgiram quando os cientistas decidiram testar uma estrutura teórica chamada “tubulane” (tubulano). Essa estrutura foi prevista em 1993 pelo químico Ray Baughman, da Universidade do Texas em Dallas, e pelo físico brasileiro Douglas Galvão, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – ambos co-autores principais do artigo científico publicado na revista Small.
Os tubulanos são estruturas microscópicas teóricas compostas por nanotubos de carbono reticulados. No caso, os pesquisadores procuraram testar se essas estruturas teriam as mesmas propriedades quando dimensionadas o suficiente para serem impressas em 3D. E aconteceu.
Imagem reproduzida de onlinelibrary.wiley.com
Como os tubulanos funcionam?
Os grupo de pesquisa testou as propriedades dos tubulanos por meio de um experimento que consistiu em disparar uma bala viajando a 5,8 quilômetros por segundo através de dois cubos. Um cubo foi feito de um polímero sólido (controle) e o outro de um polímero impresso com uma estrutura de tubulano.
Os pesquisadores relataram que o bloco de polímero sólido foi deixado com “rachaduras que se propagaram por toda a estrutura”. O cubo de tubulano, no entanto, interrompeu o projétil por sua segunda camada.
Implicações futuras e potencial de mercado
A capacidade de imprimir estruturas complexas como os tubulanos em 3D abre novas possibilidades para o desenvolvimento de materiais avançados. Essa tecnologia pode revolucionar a produção de materiais à prova de balas e outras aplicações industriais, destacando a importância da pesquisa teórica aplicada.
Podemos concluir que os tubulanos são um exemplo de como a combinação de pesquisa teórica e novas tecnologias, como a impressão 3D, pode levar a avanços significativos. Embora outros materiais teóricos enfrentem desafios de sintetização, os tubulanos mostraram que suas propriedades derivadas da topologia, e não apenas do tamanho, podem ser concretizadas.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Conheça o projeto que desenvolve imagens em 3D que reproduzem sons e reagem ao toque
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 2min
No mundo da ficção, tudo parece fácil e prático demais. Um exemplo é o fato de que não é preciso nenhum óculos 3D para enxergar projeções tridimensionais. Seria incrível, não é mesmo? Pois é quase isso que alguns pesquisadores da Universidade de Sussex, no Reino Unido, desenvolveram: um display para apresentação de imagens 3D de forma visual, tátil e de áudio usando captura acústica.
A engenhoca recebeu o nome de Multimodal Acoustic Trap
Display (MATD). Ela consiste em um “visor volumétrico levitante” que pode
fornecer conteúdo visual, de áudio e tátil de modo simultâneo. Para isso, o
princípio operacional é a acustoforese, que se baseia em usar ondas
ultrassônicas estacionárias para mover gotas de 50 a 250 micrômetros por meio
de um líquido.
Imagem: interestingengineering.com
Basicamente, o sistema captura uma partícula
acusticamente e a ilumina com luz vermelha, verde e azul para controlar a sua
cor enquanto examina o volume da tela. Por meio da multiplexação de tempo, o
sistema fornece conteúdo auditivo e tátil simultaneamente.
O sistema mostrou ser capaz de atingir velocidades de partículas de até 8,75 metros por segundo na direção vertical e 3,75 metros por segundo na horizontal, oferecendo recursos de manipulação de partículas superiores aos de outras abordagens ópticas ou acústicas até então demonstradas. Os autores publicaram o estudo na Revista Nature.
Para demonstrar, os pesquisadores criaram imagens 3D em
diferentes formas. Elas podem ser vistas de qualquer ponto ao redor da tela.
Segundo eles, esse protótipo aproxima a pesquisa de exibições que podem
fornecer uma reprodução sensorial do conteúdo virtual. No vídeo abaixo você
confere a demonstração.
O vídeo está em inglês, mas você pode ativar as
legendas. Nele, uma mulher coloca a mão na área do dispositivo e afirma que
pode sentir algo como um “zumbido suave” ou uma brisa. Ainda, não é como uma
imagem plana, você pode ver em três dimensões.
Pela velocidade que a tecnologia avança atualmente, esperamos que essa tecnologia não demore muito para chegar até nós. Afinal, a experiência parece incrível.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Transferência de tecnologia: um desafio da Engenharia Humanitária
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 4min
Os projetos de Engenharia Humanitária geralmente focam em levar tecnologias para sociedades não industrializadas; mas fatores ambientais e culturais nesses locais podem ser muito diferentes, o que gera um grande desafio na transferência de tecnologia. Nesse sentido, os projetos podem não atender às necessidades do cliente (sim, cliente!), se a equipe de Engenharia não entender completamente o contexto em que está operando.
Imagem: humanitarian.engineering.oregonstate.edu
Desafios para a transferência de tecnologia na Engenharia Humanitária
A gente comentou por aqui sobre a definição de Engenharia Humanitária e as nuances que ela envolve, na medida em que deve lidar com cenários difíceis, em que nem sempre todos os recursos estão disponíveis para executar os projetos normalmente pleiteados. Com isso, é requerido dos profissionais de Engenharia um grande esforço para adequar os sistemas às condições presentes, contemplando a necessidade dos usuários/clientes.
Contudo, mesmo estabelecendo-se parâmetros de projeto aparentemente adequados para a concepção de tecnologias que atendam à demanda local, a transferência de tecnologia pode não ser efetiva. É fundamental que haja um esforço direcionado e contextualizado para a implementação do projeto, de forma que os usuários saibam operar a tecnologia e lidar com isso a longo prazo. Essa dificuldade, contudo, não é novidade para ninguém, mas foi recentemente explicitada no formato de artigo científico, analisando os vieses que podem influenciar a eficácia dos esforços internacionais de Engenharia implementados por organizações de desenvolvimento.
A autora do estudo, Ann-Perry Witmer, conduziu uma análise aprofundada das motivações e crenças dos profissionais de Engenharia que trabalham em projetos internacionais. Ela diz que sua pesquisa é única porque combina tecnologia com insights antropológicos. E tem mão na massa sim: A pesquisa de Witmer surgiu de suas experiências como engenheira praticante, especializada no design de sistemas de abastecimento água para comunidades vulneráveis. Ela já trabalhou em vários projetos na América Central, América do Sul, Ásia e África, e deu assessoria ao grupo Engenheiros Sem Fronteiras nos últimos cinco anos.
Para conseguir um bom input futuro, a engenheira Witmer manteve diários detalhados de cada projeto, que formaram a base de uma análise qualitativa dos dados, usando um software de ciências sociais que verifica o conteúdo quanto a temas e padrões. Ela também desenvolveu um questionário e conduziu entrevistas com engenheiros e engenheiras, estudantes de Engenharia e demais profissionais envolvidos nesses projetos humanitários internacionais.
Variáveis locais
Witmer observou como os projetos eram frequentemente prejudicados pelo entendimento “limitado” (com muitas aspas aqui) das condições locais. E isso não é um comentário pejorativo, mas um alerta sobre realidades diferentes, que fala mais sobre a perspectiva da Engenharia do que sobre os usuários. Uma tecnologia bem elaborada só é tão boa quanto a possibilidade de ser executada.
Imagem: jacobschool.ucsd.edu
A pesquisa da Engenharia Ann-Perry Witmer identificou várias dimensões importantes para o resultado de um projeto. Elas incluem:
A confiança de engenheiros(as) na tecnologia industrializada: os especialistas geralmente têm tanta certeza da superioridade da tecnologia que trazem que ignoram se é apropriado para o contexto local.
Exclusividade do contexto: profissionais de Engenharia podem estar cientes das diferenças óbvias no clima e na topografia, mas podem não considerar a dimensão social e cultural exclusiva de cada local.
Dinâmica de poder: cada sociedade terá sua própria estrutura de política e poder que pode influenciar significativamente o resultado de um projeto, mas que pode ser difícil para um estrangeiro entender. Não queremos white saviors aqui e, além disso, a transferência de tecnologia nunca deve ser impositiva. Leia mais: Efeito de fogões e filtros.
Autossuficiência inovadora: os constituintes locais podem ser capazes de criar soluções com base nos materiais e condições disponíveis, e os engenheiros nem sempre estão dispostos a considerar se essas soluções são apropriadas para o projeto, mas podem constituir excelentes recursos. A transferência de tecnologia pode ser mais uma “concepção direcionada”. Leia mais: Superadobe e Earthbag.
Resumidamente, conclui-se que, ignorando a complexidade do contexto, existe o risco de que os projetos de ajuda internacional possam não funcionar como pretendido: os esforços e dinheiro serão desperdiçados e a população local não será ajudada. As chances de sucesso do projeto são muito maiores se a realidade local for considerada na transferência de tecnologia. Não dá para ignorar as pessoas como a gente ignora o atrito.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 2minImagem: apple.com
Assim como a Google Play, a Apple divulgou os melhores apps do ano de 2019 da App Store. A lista é mais curta que a da Google e conta com 4 aplicativos e 5 jogos, um vencedor para cada categoria.
O “anúncio” começou com um evento meio misterioso que ninguém sabia exatamente para o que era, mas que no fundo era para alguns desenvolvedores mostrarem seus aplicativos. Algumas horas depois que o evento terminou, a Apple soltou a lista, que nós mostramos a seguir.
É uma espécie de caderno digital que permite criar desenhos e/ou fazer anotações no iPad e no iPhone. O aplicativo custa R$7,90 para adesão mensal e R$45,90 para adesão anual.
É um aplicativo de editoração profissional avançado que permite criar layouts combinando imagens e textos. Ele oferece ferramentas de layout profissional, tipografia avançada, aperfeiçoamento de imagens e gráficos e mais. O preço é de R$132,90.
O The Explorers permite que o os usuários façam um inventário visual do mundo ao seu redor. É possível explorar os locais, vendo a descoberta de outros, e contribuir com suas fotos e vídeos. É um aplicativo gratuito.
É um jogo de ação/aventura no qual o jogador precisa encontrar um item mágico para retornar a forma humana (depois de ser amaldiçoado e transformado em um meio humano e meio lagarto). Ele custa R$29,90.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
por Eduardo Mikail | | ATUALIZADO EM 4minImagem: anicer.com.br
BIM é a sigla para Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção, e é algo que pode ser muito importante na Engenharia.
Você já ouviu falar em BIM? BIM é a sigla para Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção, em português, e é algo que pode ser muito importante na Engenharia. É por isso que, neste texto, nós vamos falar um pouco mais sobre esse assunto.
Para complementar, nos entrevistamos o engenheiro Pedro Soethe (Autodesk Team Lead of Brazil Technical Sales Specialist – Engineering and Infrastructure), que conta um pouco mais sobre o assunto, como você confere no vídeo abaixo.
O que é e para que serve o BIM?
Diferentemente do que muita gente pensa, BIM não é um software. Ele consiste em um conjunto de informações sobre uma edificação, é um modelo virtual que representa essa edificação com riqueza de detalhes. A partir desse modelo é possível simular diferentes situações, alterações no projeto, orçamentos, etc.
As informações presentes no BIM permite integração de todos os envolvidos no projeto, em todas as fases. Essas informações são ligadas por relações paramétricas e qualquer alteração é processada em tempo real no modelo inteiro, de forma otimizada.
Ainda, o BIM envolve uma representação 3D, contribuindo para que tanto os envolvidos no desenvolvimento do projeto quanto os clientes consigam enxergar o que será construído de diferentes ângulos antes da execução do projeto. Porém, o conceito de BIM é diferente de CAD 3D (mas alguns softwares podem agregar esse conceito).
O antecessor do BIM é o BDS (Building Description System – Sistema de Descrição da Construção), um conceito que foi criado em 1974 Por Charles M. Eastman (Chuck Eastman), então professor do Georgia Institute of Technology (nos Estados Unidos) e sua equipe. O objetivo era mostrar que criar um modelo computacional da obra poderia auxiliar na melhoria da elaboração e execução do projeto.
O termo Building Modeling surgiu em 1986, quando Robert Aish o utilizou em um artigo (Three-dimensional Input and Visualization). Nele, há as características do BIM e alguns conceitos como modelagem tridimensional, banco de dados relacionais e outros. Foi em 1992 que o termo Building Modeling Information apareceu em um artigo dos professores G. A. Nederveen e F. Tolman (Automation in Construction).
O BIM foi evoluindo conforme outras tecnologias evoluíram. Por exemplo, computadores mais potentes foram essenciais para que o BIM crescesse.
Atualmente, o BIM envolve diferentes profissionais relacionados à construção, desde o planejamento até os dias finais da edificação. Ele já é obrigatório em projetos relacionados ao governo de alguns países. No Brasil, começa a ganhar maior espaço, visto que algumas licitações passaram a exigir o projeto construído com base no BIM.
Qual a importância para o mercado?
No conceito de BIM, a partir do momento que a edificação virtual ganha forma, ali também está toda a informação necessária para que ela possa ser construída e utilizada. Assim, a ideia de construir algo virtualmente antes de colocar na prática permite uma série de vantagens.
Por exemplo, os projetos hidráulico, arquitetônico, estrutural, elétrico e outros são sobrepostos em um só lugar. Isso permite que antes de construir seja possível verificar incompatibilidades, reduzir os erros de projeto, visualizar alterações rapidamente, fazer melhor apresentação das ideias para os clientes, aumento da produtividade, unificação dos projetos, possível redução de custos e mais.
Imagem: rochetechsolutions.com
Atualmente, grandes universidades já incorporam o BIM no ensino aos estudantes. Segundo Pedro Soethe, Autodesk disponibiliza o software para professores e estudantes e há, no mundo todo, mais de 160 milhões de estudantes com acesso à tecnologia.
Para quem vai começar a aprender, há dois momentos de aprendizado: entender o conceito de BIM e a prática usando um software que incorpora esse conceito. Pedro Soethe estima que com cerca de 1 ano já é possível “aprender” BIM, mas é claro que isso depende muito da dedicação de cada um.
No Brasil
No mercado de trabalho brasileiro, o BIM é um diferencial (e já é obrigatório em algumas funções). Exemplos de projetos e empresas que já têm o BIM como uma exigência são o metrô de São Paulo a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
Ao usar o BIM, um projeto pode se tornar totalmente digital, sem o uso de papel. Isso não só otimiza o processo de construção, como o torna mais sustentável. Ainda, há a vantagem da visualização 3D que o papel nem sempre permite explorar como de forma digital.
Perspectiva
A tendência é de o BIM seja cada vez mais adotado (e exigido) no mercado da construção, fazendo com que os profissionais se adaptem ao seu conceito. Com o avanço da tecnologia na área de construção, não só como ferramenta, mas na forma de recursos (como em edifícios inteligentes) o BIM torna-se ainda mais necessário para que o projeto atenda os objetivos da sua ideia original e, em breve, deve deixar de ser um diferencial e passará a ser necessário.
Para finalizar, a dica dada por Pedro Soethe para quem quer conhecer mais e trabalhar com BIM é: procure por materiais online para aprender (como Manual BIM da CBIC , ebooks no site da Autodesk, os manuais da ABDI) e os livros disponíveis no mercado (como o do próprio Chuck Eastman “BIM Handbook”).
Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.
O ano de 2019 já está chegando ao fim e, como era de se esperar, as tradições da época e de retrospectiva já começaram. Dentre elas, está a lista de melhores apps do ano divulgada pela Google Play. Confira, a seguir, a lista.
Melhores apps de 2019
E o primeiro lugar vai para… Cíngulo: Terapia Guiada, um aplicativo que visa ajudar a “resolver as questões emocionais que mais atrapalham a sua vida e se aprimorar pelo autoconhecimento”.
Imagem: apkpure.com
Voto popular
Na categoria “voto popular”, ou seja, escolhido pelo público, o primeiro lugar ficou com o aplicativo Dollify, que permite criar diferentes avatares. Ainda nessa mesma categoria, o eleito melhor jogo foi Call of Duty: Mobile, o melhor filme foi Vingadores: Ultimato (a conclusão emocionante de uma sequência de 22 filmes da Marvel) e o melhor livro foi The Seven Deadly Sins 30, um mangá.
A Google Play divulgou não só a lista de melhores aplicativos, como também a de jogos, filmes e livros. Na categoria jogos, Call of Duty: Mobile foi eleito não só o melhor de modo geral, mas também o eleito por voto popular. Os melhores jogos escolhidos por subcategorias foram:
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Neurônios em um chip: mecanismo biológico pode ser reproduzido artificialmente
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2min
Recentemente, foi desenvolvido um método para produzir chips
de silicone capazes de reproduzir o comportamento elétrico de neurônios. Sim,
células biológicas. Essa abordagem pode levar o desenvolvimento de chips
biônicos com potencial para reparar circuitos biológicos no sistema nervoso,
quanto a regulação de suas funções é perdida como resultado de alguma doença.
Imagem: sciencemag.org
O desenvolvimento do projeto e testes:
Um grupo de cientistas liderados por Alain Nogaret realizou o feito por meio do projeto de microcircuitos, modelando canais de íons que integram estímulos nervosos brutos e respondem de maneira semelhante aos neurônios biológicos. Os autores do artigo científico publicado na Nature Communications recriaram a atividade de neurônios individuais do hipocampo e respiratórios em chips de silício. Em uma série de 60 protocolos de estimulação elétrica, eles descobriram que os neurônios de estado sólido produziam respostas elétricas quase idênticas quando comparadas aos neurônios biológicos.
Com o perdão do trocadilho, as nuances da Engenharia Biomédica podem ser imensamente estimulantes. A equipe que conduziu o estudo foi inteiramente de pesquisadores de universidades, contemplando departamentos de física, fisiologia e neurociência, todas cadeiras contempladas nos que tange a relação entre engenharia e medicina.
Perspectivas para os neurônios em chip:
Os autores observam que os
neurônios respiratórios, tal como aqueles que foram modelados, combinam ritmos
respiratórios e cardíacos e são responsáveis pela arritmia sinusal
respiratória. A perda desse acoplamento através da idade ou da doença é um
prognóstico para apneia do sono e insuficiência cardíaca.
Considerando esse cenário, os pesquisadores sugerem que um dispositivo que adapta o biofeedback da mesma maneira que os neurônios respiratórios podem oferecer uma terapia potencial no futuro. A gente costuma comentar que podemos entender que circuitos biológicos se assemelham a circuitos elétricos. Está aí uma evidência disso, cuja implementação o 360 está ansioso para ver acontecer.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Carregamento sem fio promete um fim aos cabos de dispositivos do dia-a-dia
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 3min
Quem aí não se rende a mexer no celular enquanto ele está carregando? E quem tem problemas com felinos roendo cabos? Fora o esquecimento do carregador nos momentos em que a gente mais precisa. Além dessas questões cotidianas, um futuro de carregamento wireless massivo e à distância pode reduzir muito lixo eletrônico e mudar algumas coisas no nosso estilo de vida.
Imagem: zagg.com
Cabos demais no chão, nas paredes e no lixo
A questão ambiental costuma liderar a motivação para mudanças (ou pelo menos deveria) e, no cenário atual de geração de lixo eletrônico, algumas empresas estão tentando se livrar deles: os cabos. As companhias Wi-Charge, Energous e Ossia estão desenvolvendo métodos sem fio para alimentar dispositivos, tecnologia infravermelha segura e eficiente.
Somado ao meio ambiente, vem a crescente demanda por energia, principalmente associada ao advento do 5G. Assistentes de voz, residências inteligentes e dispositivos smart, em geral, devem se tornar parte integrante de nossas vidas diárias nos próximos anos. Mas tudo isso requer energia e, portanto, cabos de alimentação.
Soluções de carregamento sem fio instaladas em cômodos e
veículos
Uma empresa envolvida nisso, a Wi-Charge, tecnologia permite que os usuários alimentem pequenos dispositivos, como smartphones, alarmes de incêndio inteligentes e travas inteligentes, a vários metros de distância sem fios. A tecnologia funciona enviando um fino feixe de luz infravermelha. Um receptor no dispositivo ativado converte o feixe em eletricidade.
Imagem: Wi-Charge
Outra companhia trabalhando nisso, a Energous construiu um dispositivo semelhante a um assistente doméstico inteligente que suporta carregamento doméstico e sem fio. Sua tecnologia pode carregar dispositivos a até 5 metros de distância, incluindo smartphones, câmeras, aparelhos auditivos e drones. A vantagem desse carregador é poder carregar vários dispositivos ao mesmo tempo.
Um lugar problemático, e até perigoso, para manter muitos
cabos é o banheiro. A Wi-Charge testou sua tecnologia de energia sem fio para
pequenas empresas, com foco em seus banheiros. Os dispositivos no banheiro são
carregados sem fio, incluindo torneiras sem contato, dispensadores de sabão e
válvulas de descarga. Essa tecnologia não apenas pode livrar os banheiros dos
cabos, como também remove a necessidade de baterias volumosas nesses
dispositivos.
Imagem: Wi-Charge
Enquanto o Wi-Charge está focado em banheiros e espaços públicos, outra empresa, Ossia, tem como objetivo criar seu próprio nicho em carregamento sem fio para a indústria automotiva – com carros que também devem ser revolucionados pelo 5G.
A empresa desenvolveu um transmissor sem fio que é inserido
diretamente no capô ou no painel de um carro e pode fornecer energia wireless
simultaneamente a dispositivos pessoais e sensores automotivos. Esses sensores,
que fornecem inúmeras leituras sobre o carro ao motorista, estão se tornando
cada vez mais precisos ao mesmo tempo em que são mais dependentes da
conectividade e da potência.
A energia sem fio é um espaço cada vez mais competitivo e o futuro dos carregamentos pode muito bem ser livre de cabos. A gente agradece.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Cybertruck: conheça a caminhonete elétrica da Tesla
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2min
Se você achou que a gente não ia comentar sobre o novo lançamento da Tesla, achou errado. O Cybertruck chegou cheio de controvérsias, inclusive durante o release, na presença do próprio Elon Musk.
Imagem: Tesla
Cybertruck: a picape elétrica da
Tesla
O Cybertruck é a nova caminhonete lançada pela Tesla, e não se parece em nada com qualquer picape que a gente esteja habituado a ver por aí. Em termos de design, desde os bancos até a carcaça são extremamente futurísticos e não achamos que consegue transmitir aquela atmosfera de interior, música country e barro. Em vez de uma cabine e uma cama, distintamente separadas, o corpo parece ter uma forma única, que não destaca o famigerado tailgate. De verdade? Está mais para uma picape para cenários de Star Wars.
Imagem: Tesla
Distopias à parte, a revelação da
tão esperada caminhonete elétrica da Tesla (sim, elétrica!), aconteceu no seu Design
Studio em Hawthorne, Califórnia. Quando a picape entrou no palco, muitas
pessoas na multidão claramente não podiam acreditar que este era realmente o
veículo que tinham ido ver. Não foi só nosso o espanto. O Cybertruck parece um
grande trapézio de metal sobre rodas.
Design esquisito, mas aguenta o
tranco (?)
Em termos de capacidade, a picape
pode rebocar mais de 6,3 toneladas e aguenta uma carga útil de até 3,5
toneladas, além de poder levar até 6 pessoas. O exterior é feito de uma nova
liga de aço inoxidável desenvolvida, o mesmo metal usado nos foguetes SpaceX, de
acordo com o Musk. Essa liga permite que o carro seja “literalmente à
prova de balas” contra pelo menos armas de fogo menores, incluindo
pistolas de 9mm.
Daí que vem a controvérsia: durante a demonstração da resistência das janelas supostamente inquebráveis, uma bola de metal lançada contra elas realmente as quebrou. Até o Elon Musk ficou sem graça, mas timidamente se defendeu com “Mas não passou”. E não querendo passar pano para o Musk, mas já o defendendo, não achamos que o objetivo da caminhonete seja levar tiros, né? Além disso, é um lançamento extremamente inovador da perspectiva dos veículos elétricos.
Mas não pensem que isso afetou de todo a aquisição do Cybertruck. Depois de apenas três dias desde o lançamento, mais de 200 mil pessoas já haviam encomendado o carro elétrico. A revelação foi feita pelo próprio Musk em seu Twitter pessoal, que logo em seguida gerou uma thread indicando que eram 250 mil aquisições..
E na onda de tweets polêmicos, quem resolveu fazer uma piada
com o Cybertruck foi a LEGO. Afinal, só quem pisou descalço em uma pecinha do
brinquedo sabe o que é resistência de verdade. Talvez o plástico possa inspirar
o CEO da SpaceX e da Tesla nos seus veículos espaciais e terrestres.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
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