A geração distribuída tem crescido bastante no Brasil nos últimos anos. Afinal, quem não quer economizar e ao mesmo tempo contribuir com o meio ambiente?

Entendendo a geração distribuída

A Geração Distribuída (GD) consiste em descentralizar a produção de energia elétrica, que em grande parte é gerada a longas distâncias em usinas de grande porte. Portanto, esse novo modo de geração permite adiar a construção dessas usinas, que demandam grandes investimentos e recursos naturais cada vez mais escassos. Além disso, reduz as perdas ocasionadas pelas extensas linhas de transmissão que cruzam cidades e estados.

Caracterizando-se pela geração próxima ao consumidor, a GD acaba sendo concebida em sua maioria por unidades de pequeno porte. Esses geradores geralmente são implantados em centros urbanos, onde deve-se atentar a questões de segurança e impactos ambientais. Devido à disponibilidade e praticidade, a energia solar fotovoltaica destaca-se atualmente no Brasil, com 93,7% de potência instalada em GD.

Fotografia de uma casa no campo que possui painéis fotovoltaicos em seu telhado
Geração distribuída fotovoltaica (Fonte: Pontoon-e)

REN 482/2012

No Brasil, essa modalidade só ganhou espaço a partir de 2012, ano em que a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) estabeleceu a resolução normativa n° 482. Essa resolução permitiu que o consumidor gerasse sua própria energia, desde que fossem utilizadas fontes renováveis (energia solar fotovoltaica, eólica, de biomassa ou cogeração qualificada). Também estabeleceu o sistema de compensação de energia elétrica, além de condições para acesso à microgeração e minigeração distribuída.

Sistema de compensação

O sistema de compensação funciona da seguinte forma: o consumidor injetará energia elétrica na rede por meio do seu sistema solar fotovoltaico, essa energia é convertida em créditos que são contabilizados e equivalentes a descontos. Nos casos em que o consumo de energia for menor que a quantidade gerada, esse excedente é convertido em créditos que poderão ser acumulados e descontados nas próximas faturas, possuindo um prazo de até 60 meses para serem utilizados.

REN 687/2015

Atualmente está em vigor a resolução normativa n° 687/2015, que estabelece alterações na resolução normativa n° 482/2012. Esta inclui novas condições para acesso à microgeração (que passa a ser central geradora com potência instalada de até 75 kW) e minigeração (central geradora com potência instalada superior a 75 kW e até 5 MW).

Além disso, a nova resolução definiu novas categorias para geração distribuída, abrindo um leque de opções para os consumidores.

Uma das categorias é empreendimento com múltiplas unidades consumidoras, ou seja, condomínio. Esse caso é caracterizado pelas unidades consumidoras deverem estar localizadas na mesma propriedade. Além de que, as instalações devem constituir uma unidade consumidora distinta e de responsabilidade do proprietário do empreendimento.

Há também a geração compartilhada. Nesse caso, consumidores se reúnem por meio de consórcio ou cooperativa. E, por último, há o autoconsumo remoto, que se caracteriza por unidades consumidoras de mesma titularidade em que se deseja realizar o rateio da compensação de energia excedente.

Vantagens

Mas enfim, quais as vantagens para o consumidor ao fazer um investimento – que não é barato – em geração distribuída fotovoltaica?

Primeiro, a economia, isso garante que o retorno financeiro do investimento ocorra em poucos anos quando comparado à vida útil dos equipamentos. A GD fotovoltaica permite que o consumidor reduza em até 95% de sua fatura de energia elétrica. Vale destacar que, mesmo suprindo todo o consumo, ainda há taxas devido a encargos e tributos de disponibilidade, pois os sistemas são conectados à rede e utilizam as linhas de transmissão da concessionária. Mas é essa conexão à rede que também garante segurança.

Fotografia de um sistema solar fotovoltaico instalado sob o telhado de uma residência
Sistema solar fotovoltaico em telhado de residência (Fonte: Renovigi)

Segundo, a economia gerada impacta diretamente no valor do imóvel, podendo haver uma valorização de até 30%. A procura por imóveis sustentáveis tem crescido bastante nos últimos anos, reflexo do também crescimento e perspectivas futuras para GD.

Terceiro, esses sistemas não emitem nenhum tipo de agente contaminante. Dessa forma, além do consumidor economizar seu dinheiro, contribui com a redução na emissão de gases poluentes na atmosfera. Por não emitirem som e calor, tornam-se também muito atrativos em centros urbanos, permitindo a implantação em telhados, fachadas e etc.

Afinal, você investiria em geração distribuída fotovoltaica? Conta pra gente nos comentários!

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Engenharia 360

Wanderson Alves

Engenheiro de Energia em formação e entusiasta da energia renovável e limpa. Meu objetivo é contribuir na transformação do mundo em um lugar mais sustentável para as próximas gerações!

A situação atual que prevalece no mundo em função da COVID- 19 trouxe um cenário incomum nas relações empresa e empregado, no qual o home office, ou teletrabalho, se tornou uma realidade para muitos profissionais, principalmente para os de engenharia que trabalham em escritórios.

pessoa trabalhando em casa na frente do computador junto ao celular e um café
Imagem: atmosfera.com

No entanto, a condição de estar trabalhando em casa, a fim de reduzir a propagação do vírus, não deixa de influenciar de forma direta nas estruturas físicas e mentais. É uma condição excepcional que expira cuidados quanto à saúde ocupacional e também nas estruturas organizacionais das empresas, as quais buscam adaptar suas concepções, políticas, práticas e procedimentos de trabalho.

A demanda instituída por essa modalidade de trabalho transitório requer a observância cuidadosa das recomendações estabelecidas pela norma regulamentadora de número 17, que trata da ergonomia, bem como as condições das quais se equiparam ao ambiente físico e aos equipamentos a serem utilizados.

Nomeadamente, em condições típicas, a modalidade home office traz benefícios para os profissionais do ponto de vista técnico como pessoal no que diz respeito à produtividade, atividades planejadas, gerenciamento do tempo, qualidade de vida, baixo nível de estresse, dentre outros. Entretanto, vivemos momentos preocupantes desde que a pandemia atingiu nosso país e, com home office em tempos de pandemia, as condições físicas, psíquicas, emocionais e ambientais interferem incisivamente nas ações e condições dos profissionais.

Tais profissionais muitas vezes não estão cumprindo o regimento da ergonomia, e esta, por sua vez, não foi dado o tempo de ser instituída formalmente por parte das empresas.  Ora, ergonomia essa que traz a luz da sua concepção as relações estabelecidas entre o homem, trabalho, ambiente, equipamentos.

Vale ressaltar, ainda, que essa modalidade de trabalho exige autodisciplina, decisão e organização para sua realização. A relação intrínseca existente entre a modalidade home office e a ergonomia organizacional baseia-se principalmente na saúde, segurança e necessidades do profissional.

homem sentado numa cadeira com a postura adequada em frente ao computador que está numa altura adequada no home office
Exemplo de boa postura de trabalho (Imagem: sesi-ce.org.br)

Salienta-se que se trata de um trabalho exercido num ambiente em que comumente entende-se como lugar de descanso e não laboral (de trabalho), o que resulta numa dificuldade na supervisão (por se tratar de um local fora das instalações empresariais). Portanto, em tempos de pandemia, onde o trabalho transitório alcançou uma dimensão rápida, a ergonomia não só é necessária, mas precisa ser executada, uma vez que as dificuldades apresentadas pelos profissionais perpassam por uma série de entraves: infraestrutura tecnológica, distração familiar, condições inadequadas de mobiliário, espaços reservados com ruídos, má postura, falha no gerenciamento do tempo e outros.

Sendo assim, certamente que trabalhar em casa não deixa de ser uma conveniência, mas também não deixa de ser preocupante em se tratando do bem estar e desempenho físico, emocional e profissional sob a ótica dos aspectos ergonômicos.

E vocês do Engenharia 360, contem como está a rotina de vocês nos comentários. Se cuidem!

Leia também: 6 dicas para otimizar seu home office

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Engenharia 360

Fabrício Silva

Engenheiro Mecânico, Pós Graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho e Eletrotécnico. Baiano, tricolor, amante de um bom samba e uma resenha de qualidade.

A chegada do novo coronavírus ao Brasil, desde o primeiro caso registrado em fevereiro, afetou não só as atividades econômicas (impactando o comércio e a produção industrial), mas sobretudo o sistema de saúde. E, diante desse novo cenário, soluções eficazes têm sido procuradas na tentativa de driblar os desafios que estão sendo enfrentados pelas organizações de saúde. Uma dessas soluções é a metodologia Lean Seis Sigma.

O que é Lean Seis Sigma?

O termo Lean Seis Sigma surgiu da junção de duas metodologias. A primeira, conhecida como Lean Manufacturing (manufatura enxuta), trata-se de uma filosofia que busca eliminar processos e atividades que não agregam valor ao cliente, a partir da análise de 8 principais desperdícios da linha de produção: Transporte, Estoque, Movimento, Espera, Superprodução, Defeitos e Habilidades. Enquanto a última, denominada Seis Sigma, visa implementar melhorias nos processos internos de uma empresa, a fim de reduzir a variabilidade nos resultados, diminuir os custos de operação e aumentar os lucros da organização.

A integração da rapidez e eficácia do Seis Sigma com a melhoria contínua e eficiência do Lean Manufacturing deu origem ao Lean Seis Sigma, uma abordagem de gerenciamento combinada que tem como objetivo alcançar e sustentar o sucesso de um negócio. Desse modo, o Lean Seis Sigma pode ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus. Por meio da aplicação das suas ferramentas, a gestão enxuta pode ser aplicada em hospitais, com o intuito de otimizar o processo de salvar vidas.

imagem de gráfico lean seis sigma
Foto: actioconsultoria.com

Lean Seis Sigma vs Covid-19

É comum relacionar o Lean Seis Sigma apenas ao chão de fábrica. Entretanto, essa metodologia também é aplicada em hospitais por gestores da área da saúde. Atualmente, com recursos humanos e materiais sobrecarregados por conta dos inúmeros casos de Covid-19 no Brasil, a dedicação e organização destes são medidas necessárias para reduzir o desperdício de tempo das equipes da linha de frente, em ações que não acrescentam valor para o que realmente é relevante: cuidar dos pacientes infectados pelo vírus.

Na gestão Lean, processos têm resultados melhores quando há uma padronização do trabalho. Nesse sentido, explicitar aos profissionais envolvidos o que realmente deve ser feito (fluxos de processos), através de quadros de gestão visual, por exemplo, é um meio de agilizar atendimentos nos hospitais e melhorar a segurança dos pacientes.

médica fazendo anotações
Imagem: souccar.com

Além disso, equilibrar a carga de trabalho dos profissionais da equipe, desburocratizar processos, estimular a comunicação, incentivando continuamente oportunidades de melhoria, são métodos da gestão Lean para impedir a superlotação dos hospitais e oferecer uma melhor experiência aos enfermos.

Problemas de macrofornecimento de equipamentos para ventilação mecânica, testes, álcool em gel, luvas e máscaras também cresceram, devido à alta demanda. Ferramentas da mentalidade enxuta como sistema puxado, reposição sinalizada por kabans (sistema de controle de produção que usa cartões coloridos para controlar a realização de tarefas) com ciclos rápidos de abastecimento, e aplicação de PCP (Plano de Capacidade Plena que determina ações emergenciais para situações de alta demanda) podem contribuir com o fim dos gargalos na distribuição desse recursos onde necessário, e atualmente são utilizadas para fornecer insumos e medicamentos em hospitais.

A disseminação dessas práticas ainda não chegou a todas as organizações de saúde do Brasil. No entanto, a metodologia enxuta já está presente em alguns hospitais conhecidos — como o Albert Einstein e Sírio-Libanês —, e faz parte de uma iniciativa do Ministério da Saúde conhecida como “Projeto Lean nas Emergências“, desde 2018, que busca aplicar essa metologia para reduzir as lotações nas emergências.

Você acha que o Lean Seis Sigma pode melhorar o sistema de saúde brasileiro? Compartilhe sua opinião nos comentários, engenheiro (a)!

Leia também: Engenheiro Seis Sigma: qual o diferencial desse profissional?

Fonte: Época Négocios

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Engenharia 360

Samira Gomes

Engenheira de Produção formada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF); certificada como Yellow Belt em Lean Seis Sigma.

Sabe aquelas fotos de cabos e fios extremamente organizados em quadros ou sistemas elétricos que aparecem no seu feed? Aquelas fotos “satisfatórias” que modelam um padrão que deixa nossa mente em paz? Se você que trabalha no setor elétrico, de telecomunicações e redes ou de automação, está na hora de parar de ver apenas em fotos e trazer para os seus projetos esse padrão impecável. Para te ajudar, separamos algumas dicas básicas, mas que vão diferenciar seu trabalho.

Cabos de rede organizados em um armário tipo rack
Imagem: TecMundo

Endereçamento

Quando você envia uma carta, ela deve conter remetente e destinatário. Da mesma forma, mais do que numerações, seus componentes e conectores devem ter nome, numeração de onde vem e para onde vão. Assim, mesmo sem um esquema elétrico em mãos, você consegue entender para onde seus cabos e circuitos estão indo, fazendo com que projetos de muitas ligações sejam mais fáceis de se ler.

Elimine cabos que podem ser substituídos por conectores

Em algumas “réguas de borne”, como são chamados os conjuntos de conectores (bornes), é melhor que sejam usadas pontes que interligam esses conectores uns aos outros, diminuindo cabos que alimentariam um mesmo determinado circuito com uma mesma tensão ou sinal. Quem ganha é você (projetista) com o tempo de montagem e o cliente com o custo do material mais barato. Geralmente empresas de produtos de automação e conectores sempre têm inovações para diminuir o número de cabos a serem ligados, então fique sempre atentos no mercado.

Tenha espaço para trabalhar

Você precisa de espaço para organizar, por isso, no momento de fazer o layout do seu projeto, reserve pelo menos 25% de área do armário ou quadro para futuros aprimoramentos ou expansões. Além disso, por mais que você agrupe cabos de seção pequena, é necessário que você tenha espaço para as possíveis curvas ou dobras que tenha que fazer.

Cinta plástica, a salvadora

Sem dúvida, a melhor invenção já feita para ajudar qualquer leigo a fazer qualquer tipo de coisa. Mas na mão de um bom projetista e/ou montador, é ela que torna toda a organização dos cabos em um visual reconfortante para os críticos e perfeccionistas.

Porém, você precisa de mais do que a cinta plástica, também vai precisar de prática e tempo, visto que essa parte é quase artesanal. Para a felicidade de quem não tem prática, existem vários vídeos na internet que vão te mostrar por onde começar.

Seja o autor de projetos satisfatórios

Coloque em prática tudo que possa melhorar esteticamente e funcionalmente seu projeto. Além de importante para que seu projeto seja intuitivo para os que farão manutenções futuras, elevar o padrão dos projetos elétricos é algo necessário para nosso mercado.

Infelizmente sofremos com “profissionais” que fazem um serviço funcional, mas incompleto. Por isso, pequenos detalhes podem fazer com que nossos clientes entendam que além da estética, quem ganha é ele com as manutenções preventivas mais rápidas e menos suscetível a erros.

Tem mais alguma dica para colocar na lista? Conta para a gente nos comentários!


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Engenharia 360

Renan Pedro

Técnico em Eletrotécnica e Graduando em Engenharia Elétrica. Ama o clima do interior, experiências gastronômicas, tudo relacionado a tecnologia e de aprender sobre a vida. (IG: @renanmopedro)

Para Nikolopoulos (1997), a Inteligência Artificial (IA) é um campo de estudos multidisciplinar, originado da computação, da engenharia, da psicologia, da matemática e da cibernética, cujo principal objetivo é construir sistemas que apresentem comportamento inteligente e desempenhem tarefas com um grau de competência equivalente ou superior ao grau com que um especialista humano as desempenharia. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!

O que é a Inteligência Artificial e sua importância na Engenharia

Tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Machine Learning e Internet das Coisas (IoT) estão transformando profundamente o cenário da engenharia. À medida que essas tecnologias se consolidam, as empresas estão revendo suas estratégias para incorporá-las de maneira eficaz.

Essas inovações não apenas reduzem custos negligenciados na indústria, mas também oferecem a oportunidade de otimizar processos, prever problemas futuros e aumentar a produtividade dos funcionários. Quando usada adequadamente, a IA melhora a eficiência das fábricas, resultando em maiores lucros e menores custos operacionais.

Como a Inteligência Artificial está revolucionando a Engenharia

A discussão sobre o impacto da Inteligência Artificial no emprego é uma questão premente. À medida que o mercado de automação e IA cresce exponencialmente, surge a preocupação de que muitos empregos tradicionais possam ser modificados ou até mesmo eliminados. No entanto, não se trata de perder empregos para robôs, mas sim de uma transformação nas profissões.

As máquinas estão assumindo tarefas repetitivas, permitindo que os humanos concentrem-se em habilidades essenciais, como criatividade, empatia e julgamento crítico. A IA não substitui o ser humano, mas atua como um complemento, aprimorando suas capacidades. As novas profissões se concentram na criação de novos produtos e serviços, bem como na melhoria dos existentes, reconhecendo a interconexão entre seres humanos e máquinas na indústria 5.0.

inteligência artificial
Imagem de Freepik

Principais aplicações da Inteligência Artificial na Engenharia

A Inteligência Artificial tem uma série de aplicações na engenharia, algumas das quais incluem:

1. Machine Learning

Machine Learning utiliza algoritmos para desenvolver modelos analíticos. Isso permite que a IA aprenda de forma independente, fornecendo insights valiosos e apoiando a tomada de decisões.

2. Deep Learning

Redes neurais profundas realizam mineração de dados e reconhecimento de padrões em grandes conjuntos de dados, ampliando a capacidade de análise.

3. Previsão e Gestão de Risco

A IA permite testes de viabilidade e eficácia de soluções e materiais, contribuindo para a identificação e prevenção de problemas de alto risco.

4. Construção Modular e Impressão 3D

Robôs podem montar estruturas pré-fabricadas, enquanto a mão de obra humana se concentra em tarefas críticas.

5. Manutenção Preditiva

Monitoramento constante de máquinas e equipamentos ajuda a prever falhas e a evitar interrupções na produção.

6. Tomada de Decisões Estratégicas

IA interpreta dados de sistemas como ERP e BI, fornecendo informações para decisões mais precisas.

inteligência artificial
Imagem de Freepik

7. Monitoramento de Projetos

Redes neurais e drones permitem o acompanhamento do progresso do projeto e a identificação de riscos de segurança.

8. Logística

A IA otimiza rotas de entrega e reduz custos logísticos, aumentando a eficiência.

9. Avaliação de Projetos

Algoritmos de aprendizado supervisionado e não supervisionado melhoram as taxas de sucesso em projetos.

10. Gestão do Fluxo de Trabalho

A IA prevê prazos de entrega e oferece relatórios automatizados para melhorar a eficiência operacional.

11. Retenção e Desenvolvimento de Talentos

Algoritmos de aprendizado de máquina segmentam funcionários com base na probabilidade de atrito, auxiliando na retenção de talentos.

Enfim, a Inteligência Artificial continua a evoluir, oferecendo infinitas possibilidades de inovação na engenharia. Identificar maneiras de otimizar processos com base em dados e métricas é essencial para as empresas se destacarem neste ambiente em constante transformação.

Você conhece outras aplicações de Inteligência Artificial que estão impulsionando a inovação na engenharia? Compartilhe suas ideias nos comentários!


Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Andreza Ribeiro

Formada em Engenharia de produção, possui certificado em Business English realizado em Toronto na Stafford House Internacional. Interessada em Gestão, Finanças e Inovação, além de ser apaixonada em astronomia e viajar o mundo.

A divulgação de notícias falsas (deepfakes ou fakenews) como sendo verdadeiras não é, infelizmente, uma prática nova. O termo “FakeNews”, usado desde o final do século XIX, segundo o dicionário Merriam-Webstar, se popularizou quando passou a ser associado à informações falsas na internet. A luta contra essas inverdades é trabalhosa.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, as FakeNews se espalham seis vezes mais rápido do que notícias verdadeiras na plataforma Twitter. Muitos canais de comunicação jornalísticos criaram equipes apenas para caçá-las e desmenti-las. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!

deepfake ou fake news e inteligência artificial
Imagem de Freepik

As consequências dos impulsionamento das deepfakes ou fakenews

Essas divulgações enganosas normalmente são textos falsos acompanhados de vídeos e imagens reais fora do contexto. Mas esse não é o único modo de propagar a mentira. Imagine o ex-presidente norte-americano, Barack Obama, em um pronunciamento oficial, dizendo: “Donald Trump é um completo imbecil”. Ou então candidatos britânicos pedindo aos eleitores para que votassem nos seus opositores. Esses cenários são impossíveis de acontecer? Pelo menos eram antes da popularização das DeepFakes.

Como este tipo de conteúdo é criado e distribuído

Esses vídeos foram criados utilizando a tecnologia baseada no “deep learning” (do inglês, aprendizado profundo). É uma área da Inteligência Artificial onde os algoritmos reconhecem padrões a partir de um extenso banco de dados. O computador “entende” como aquele rosto se comporta quando fala, pisca e como reage à luz utilizando milhares de vídeos de fotos daquela pessoa.

Depois, ele cria um protótipo, que será analisado pelo próprio sistema para verificar se a imagem criada está de acordo com o esperado. Em caso negativo, ele repete a operação até chegar o mais próximo da realidade. O mesmo pode ser feito com a voz.

Com essa técnica, é possível estrelar seu filme preferido ou se tornar um dançarino profissional. O problema é que a criação de vídeos falsos não fica apenas na área do humor. Segundo um artigo de 2019 da empresa DeepTrace, 96% dos vídeos publicados eram rostos de celebridades, principalmente mulheres, colocados em filmes pornográficos.

Para Danielle Citron – professora de direito de Universidade de Boston – “é frustante saber que atualmente a lei não pode fazer nada para suportar quem tem sua imagem distorcida”. Para ela, seria necessário classificar o conteúdo e o contexto de cada DeepFake e descobrir se é uma falsificação danosa ou uma sátira, arte ou educação.

Como fazer o controle da disseminação das deepfakes

Atualmente é possível fazer essa classificação, uma vez que detalhes como sombras e alinhamentos imperfeitos desmascaram o vídeo. Mas com o avanço dessa Inteligência Artificial, o falso e o real ficam cada vez mais próximos. Podemos não apenas acreditar na mentira, mas começar a não acreditar na verdade.

Veja Também: Deep fake: o uso indevido político e militar de imagens falsas de satélites

Quais as consequências das deepfakes para a sociedade

Grandes empresas e políticos estão preocupados com o avanço dessa tecnologia. O Facebook, em 2019, anunciou um gasto de dez milhões de dólares na luta conta o DeepFake em sua plataforma. Para o advogado Roberto Lemos, isso será um enorme desafio, pois quando utilizamos uma Inteligência Artificial para verificar a veracidade de um vídeo, é possível que ela aprenda a criar falsificações ainda mais poderosas.

Simultânea a isso, outra tendência para utilização dessa tecnologia que vem incomodando especialistas é a criação de indivíduos sintetizados virtualmente. Ou seja, vídeos de pessoas que nunca nasceram. O problema, nesse caso, pode aparecer quando criminosos virtuais assumem a identidade de tais “pessoas” e saem impunes. As leis ainda não estão bem definidas para os crimes cometidos com o DeepFake. Para Danielle Citron, “é necessária uma reposta internacional coordenada e rápida“.

Há também casos que dividem opiniões. É o exemplo do americano que pensou em criar um DeepFake de sua falecida sogra dizendo um último adeus aos filhos. Antes de fazê-lo, ele publicou sua dúvida na Reddit (fórum online para discussões variadas). Muitos apoiaram a ideia, mas a esmagadora maioria foi contra. Por fim, ele decidiu não criar o vídeo. Para Bruno Sartori, jornalista e pioneiro no Brasil no uso de técnica do DeepFake, além de estar dentro da lei, o criador deve utilizar o bom-senso na hora de criar um vídeo falso.

O Projeto de Lei das Fake News na Câmara dos Deputados

Em maio de 2023, o Congresso Brasileiro discute o Projeto de Lei das Fake News, que já foi aprovado pelo Senado e agora está na Câmara dos Deputados. O projeto exige que plataformas online sejam representadas por uma entidade legal no Brasil, criminaliza a disseminação de conteúdo falso e responsabiliza os provedores pelo conteúdo de terceiros. O projeto também estabelece regras de moderação transparentes e pagamento por conteúdo jornalístico. Autoridades brasileiras acusaram Google e Twitter de tentarem obstruir a aprovação do projeto.

Veja Também:


Fontes: CNN; Deetracelabs; Sciencemag; Deepfake Detection Challenge.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Rafael Panteri

Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.

Transição energética significa uma mudança profunda na estrutura econômica, social e política no sentido tornar o sistema energético independente de combustíveis fósseis. Para tentar diminuir os impactos referentes ao aquecimento global, o IRENA (International Renewable Energy Agency) realizou um estudo citando as vantagens desta transição energética como forma de tirar o mundo da crise econômica global devido ao coronavírus.

O setor da energia começou a mudar de forma promissora, com a adoção generalizada de energias renováveis e tecnologias afins, o que constitui um bom presságio para a transição energética. As tecnologias renováveis estão dominando o mercado global com novas capacidades de produção de energia. Cada vez mais a energia solar fotovoltaica e eólica são fonte de eletricidade mais barata em muitos mercados e a maioria das fontes de energia renováveis será plenamente competitiva em termos de custos na próxima década.

Um novo marco foi atingido em 2019, quando a produção de eletricidade renovável aumentou mais do que o aumento da demanda de eletricidade. Com isto, a produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis diminuiu. Ano passado foi a primeira vez em décadas que a produção baseada em combustíveis fósseis diminuiu, enquanto a produção global de eletricidade aumentou. 

Porém, em termos simples, enquanto as energias renováveis estão aumentando, o mesmo acontece com a procura de energia. No cenário atual, a quota das energias renováveis modernas no aprovisionamento energético final aumentaria para 17% até 2030 e 25% até 2050. Com a transição energética, esta quota aumentaria para 28% até 2030 e para 66% até 2050.

Transição energética e aumento de infraestrutura

A energia é parte integrante de qualquer economia, interagindo com todos os outros sectores, afetando os salários relativos e gerando rendimento para ser gasto em outros setores. O caráter incorporado do setor energético no sistema socioeconômico mais vasto e a complexa dinâmica da transição induzirão efeitos positivos ou negativos em outros sectores econômicos. Por sua vez, outros setores podem contribuir de forma favorável ou negativa para os desafios da transição no setor da energia. É necessário um quadro político de transição abrangente e justo para se obter o melhor resultado possível.

O processo de transição energética pode gerar até 42 milhões de empregos interligados a energia renovável, conforme pode ser observado no gráfico abaixo suas distribuições regionais.

Porcentagem de emprego para energia renovável por região transição energética
Porcentagem de emprego para energia renovável por região. (Fonte: IRENA)

O que você acha sobre a transição energética? Será possível? Deixe sua opinião nos comentários.

Leia Também:

Aquecimento Global pode tornar energia solar menos eficiente

Covid-19: Uma oportunidade para pensar em energia renovável

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Engenharia 360

Beatriz Zanut Barros

Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.

Apesar de aumentar gradativamente, o número de mulheres na tecnologia ainda é menor que o número de homens: segundo o IBGE, apenas 20% dos trabalhadores na área são mulheres. Com o intuito de incentivar, unir e ensinar a outras mulheres sobre tecnologia, alguns perfis no Instagram foram criados. Neste texto trazemos 5 perfis femininos sobre tecnologia que você precisa conhecer.

1. @womakersgram

print perfil instagram womakersgram

O @womakersgram é o perfil da organização WomakersCode, comunidade que visa fortalecer o protagonismo feminino na tecnologia, através de capacitação, mentoria e empregabilidade. Fui a dois eventos presenciais do WomakersCode, o que me fez apaixonar ainda mais pela tecnologia! Vale muito a pena conhecer a organização, seguir o perfil e participar dos eventos presenciais e online.

2. @cloudgirlsin

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Fonte: instagram.com

O CloudGirls (@cloudgirlsin) é um meetup que busca proporcionar às participantes a possibilidade de aperfeiçoamento, recolocação, networking e diversão. O grupo também já promoveu algumas turmas de mentoria. É um perfil que vale a pena seguir! Durante a pandemia estão acontecendo alguns webinars que valem a pena a participação.

3. @elasprogramam

print perfil instagram elasprogramam

O @ElasProgramam oferece palestras e eventos presenciais e online e procura contribuir para o aumento da presença de mulheres na tecnologia. Além dos conteúdos, a organização oferece também mentorias para mulheres que têm o desejo de mudar de carreira e migrar para a área tecnológica.

4. @programaria

print perfil instagram programaria

O @Programaria tem como missão empoderar meninas e mulheres por meio da tecnologia. Elas trazem sua missão à vida através de sprints, lives e conteúdos que visam capacitar mulheres para trabalhar na área através do ensino da programação.

5. @minasquecodam

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Fonte: instagram.com

O perfil @MinasQueCodam traz dicas e conhecimentos para todos os interessados em programação e tecnologia. Indicações de podcasts, dicas de editores, livros e carreira são alguns dos temas das postagens do perfil.

Que tal seguir os perfis acima e deixar um comentário dizendo que você os conheceu através do Engenharia360? Tem algum perfil que você adicionaria à lista? Comente aqui!

Leia também: 7 Engenheiras Civis para seguir e se inspirar no Instagram

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Engenharia 360

Jéssica

Engenheira industrial; formada pela Universidade Estadual do Norte Fluminense; com passagem pelo Instituto de Tecnologia de Rochester; tem experiência em cadeia de suprimentos (supply chain), e já atuou nas funções de Logística, Planejamento e Programação de Materiais.

Sabe-se que o mercado de trabalho demanda profissionais que tenham criatividade na resolução de problemas, afinal a imaginação é uma das características que diferenciam os seres humanos das máquinas. Mas, contrariando nosso usual estilo de vida, você sabia que momentos ociosos são cruciais para a criatividade?

mulher deitada na rede com pés aparecendo
Fonte: sciencenews.org

É comum termos nossas melhores ideias quando nosso cérebro está descansando, como por exemplo durante o banho ou até mesmo após uma boa noite de sono. Entretanto, cada vez mais temos nosso tempo ocioso preenchido por telas – seja o celular, notebook ou televisão, por exemplo. 2 horas no ônibus? Vou deixar uma série salva. Sobraram 30 minutos do horário de almoço? Vou aproveitar para checar as redes sociais. E assim seguimos, passando cada vez menos tempo “fazendo nada”.

Muitos de nós nem percebe quanto tempo passamos nas redes. No último relatório disponibilizado no datareport.com, podemos observar que o brasileiro passa, em média 3,5 horas por dia em redes sociais. Isso significa, no ano, aproximadamente 53 dias.Além disso, passamos aproximadamente 9 horas por dia na internet. O cultivo deste hábito nos leva a nos sentirmos desconfortáveis quando não temos nenhuma distração.

Pode parecer um detalhe, mas todo esse excesso de atividade e distrações pode ser o que está nos impedindo de trazer soluções melhores para nossos problemas.

Existem dois sistemas de atenção no nosso cérebro, um interno e um externo, e ambos não podem estar ativados ao mesmo tempo, embora eles estejam conectados. Quando estamos devaneando, o sistema interno está ativado.

Para sermos mais criativos, apontam estudos, é essencial ter momentos de reflexão e deixar nossa mente divagar. Quando nossa mente descansa, ela acessa nossa memória e emoções e é capaz de fazer conexões novas e desconhecidas, ou seja, formar ideias diferentes e criativas.

Ora, se passamos pelo menos 9 horas do nosso dia na internet e ambos sistemas não podem estar ativados paralelamente, a questão que hoje a psicologia pesquisa é como isso pode afetar nossa criatividade ao longo do tempo.

O que fazer então para diminuir os efeitos deste hábito na nossa criatividade?

O primeiro passo é ter consciência de quanto tempo passamos conectados desnecessariamente. Muitos smartphones e apps conseguem nos dizer quanto tempo ficamos no telefone e em que atividades.

Após isso devemos criar hábitos que nos permitam passar mais tempo em atividades que não exijam atenção focada, como por exemplo ir caminhar, ir à praia ou mesmo à academia sem levar o celular. Além disso, alguns smartphones conseguem limitar o tempo que podemos passar por dia em cada rede social.

mulher sentada na floresta olhando para o nada em momentos ociosos
Imagem: inhabitat.com

Durante o trabalho também podemos deixar de levar ou acessar laptops e celulares durante as reuniões, almoço e palestras. Ou até mesmo durante a pausa para o café. Todo momento de descanso para um cérebro que vive na cultura do “estar sempre ocupado” é bem-vindo.

Outra opção seria apenas tirar um tempo e não fazer nada. Sonhar acordado. Deixar nossa mente devanear sobre o futuro…

E você, o que vai fazer para ser mais criativo? Quais atividades nos sugere? Deixe seu comentário!

Referências: BBC

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Engenharia 360

Jéssica

Engenheira industrial; formada pela Universidade Estadual do Norte Fluminense; com passagem pelo Instituto de Tecnologia de Rochester; tem experiência em cadeia de suprimentos (supply chain), e já atuou nas funções de Logística, Planejamento e Programação de Materiais.

A crise econômica global gerada pela pandemia do coronavírus tem afetado os mais diversos tipos investimentos; Não seria diferente no mercado de energia. De acordo com o IEA (International Agency of Energy) a perspectiva é de uma recessão global e generalizada, conforme podemos ver mais sobre abaixo.

O que é o relatório de investimentos da IEA?

Todos os anos o IEA realiza esta análise econômica, que é abrangente e inclui os setores de abastecimento de combustível e eletricidade, eficiência energética e pesquisa e desenvolvimento. Nela, pode ser observado que o choque mundial causado pela pandemia do coronavírus (Covid-19) alterou drasticamente o curso da economia global e dos mercados energéticos.

Este relatório de capital energético centra-se nas tendências de investimento e financiamento em todos os domínios do aprovisionamento energético, da eficiência e da pesquisa e desenvolvimento (P&D). O objetivo desse relatório é fornecer dados e análises para auxiliar em tomadas de decisões políticas e privadas, bem como disponibilizar informações sobre os riscos para a segurança energética e a sustentabilidade e sobre o que pode ser feito para os mitigar.

Como funcionam os investimentos em energia durante a crise econômica?

O alargamento do âmbito do Investimento Mundial em Energia para incluir uma perspectiva sobre 2020 exige uma visão sobre a gravidade e a duração da crise de saúde pública em curso e do abrandamento econômico, bem como o reconhecimento da enorme incerteza que rodeia esses fatores.

A expectativa para 2020 é uma recessão global generalizada causada por restrições prolongadas à mobilidade e à atividade social e econômica. Com a abertura gradual das economias atualmente em recessão, a recuperação tem a forma de U e é acompanhada por uma perda substancial e permanente da atividade econômica.

Neste cenário, os efeitos no investimento em energia provêm de duas direções. Em primeiro lugar, cortes nas despesas devido a uma menor procura agregada e à redução das receitas; estes cortes têm sido particularmente graves na indústria petrolífera, onde os preços entraram em colapso. Em segundo lugar, as perturbações práticas na atividade de investimento causadas por bloqueios e restrições à circulação de pessoas e bens.

Esta avaliação poderá ser positiva se os esforços de gestão de crises médicas e macroeconômicas forem mais bem sucedidos do que no caso de base desta avaliação, permitindo uma recuperação econômica mais rápida e o retorno ao novo normal na segunda metade do ano.

Do mesmo modo, existe também a clara possibilidade de uma quebra ainda mais profunda nas despesas de investimento, especialmente no caso de uma segunda onda de infecções no final do ano à ponto de provocar novas restrições e bloqueios. Independentemente da forma como os acontecimentos se desenrolarem, as respostas políticas – seja em matéria de energia ou de economia em geral – terão um grande impacto no resultado.

imagem de rede de transmissão mercado de energia
(Fonte: Eletronenergia)

Impactos nos investimentos de Petróleo, gás e eletricidade:

O petróleo sofre o impacto deste choque devido à redução da mobilidade e da aviação, que representam quase 60% da procura mundial pelo produto. Época de maior lockdown em Abril, quando mais de 4 mil milhões de pessoas em todo o mundo foram sujeitas a alguma forma de confinamento, a procura anual de petróleo diminuiu cerca de 25 mb/d. Para o ano no seu conjunto, a procura de petróleo poderia descer em média 9 mb/d, o que permitiria voltar aos níveis de 2012.

Após o petróleo, o combustível mais afetado pela crise deverá ser o carvão. A procura de carvão poderá diminuir 8%, até porque se estima que a procura de eletricidade seja quase 5% inferior ao longo do ano. A recuperação da procura de carvão na indústria e na produção de eletricidade na República Popular da China (a seguir designada por “China”) poderá compensar maiores declínios noutros países.

O impacto da pandemia na procura de gás no primeiro trimestre do ano foi mais moderado, de cerca de 2% numa base anual, dado que as economias baseadas no gás não foram fortemente afetadas. Mas a procura de gás poderá diminuir muito mais ao longo de todo o ano do que no primeiro trimestre, com uma procura reduzida no setor da energia e das aplicações industriais.

No setor da eletricidade, a procura foi significativamente reduzida em resultado das medidas de encerramento, com efeitos de arrastamento sobre o cabaz energético. A procura de eletricidade foi reduzida em 20% ou mais durante os períodos de encerramento total em vários países, uma vez que os aumentos da procura residencial são de longe compensados pelas reduções nas operações comerciais e industriais. As reduções da procura fizeram aumentar a parte das energias renováveis no fornecimento de eletricidade, uma vez que a sua produção não é, em grande medida, afetada pela procura.

Qual a sua perspectiva sobre este cenário? Mais otimista ou mais pessimista? Deixe os seus pensamentos nos comentários.

Fonte: IEA

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Engenharia 360

Beatriz Zanut Barros

Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.