Atualização: Durante reunião no Ministério da Justiça do Brasil, uma advogada do Twitter afirmou que um perfil com foto de assassinos de crianças não violava os termos de uso da rede e que não se tratava de apologia ao crime. Isso causou espanto no governo e em profissionais de outras redes sociais. O ministro e assessora responsável pelo tema no ministério se mostraram indignados com o posicionamento da rede. O Twitter ignorou as colocações do governo. Desde que Elon Musk assumiu o Twitter, houve mudança na relação da plataforma com as autoridades brasileiras.

twitter e fake news
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Pesquisadores da University of Sheffield desenvolveram um algoritmo que pode identificar se os usuários do Twitter vão espalhar alguma notícia falsa antes que eles realmente o façam. O sistema é baseado na famigerada Inteligência Artificial.

Os líderes da pesquisa são Yida Mu e Nikos Aletras, ambos do Department of Computer Science da universidade. No estudo, foram analisados mais de 1 milhão de tweets de cerca de 6.200 usuários da rede social, desenvolvendo novos métodos de processamento de linguagem natural. Todos os tweets analisados estavam disponíveis de modo público no Twitter.

twitter e fake news
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A estratégia do Twitter para inibir fake news

Os usuários foram separados em duas categorias: os que compartilharam fontes de notícias não confiáveis e aqueles que apenas compartilham histórias de fontes de notícias confiáveis. Os dados foram usados para treinar um algoritmo de machine learning (aprendizado de máquina) que pode prever com precisão de 79,7% se um usuário compartilhará conteúdo de fontes não confiáveis em algum momento no futuro.

Segundo os resultados do estudo, os usuários do Twitter que compartilharam informações de fontes não confiáveis são mais propensos a tweetar sobre política ou religião e usar linguagem imprópria. Algumas das palavras que apareceram com frequência foram “mídia”, “governo”, “Israel” e outros. Por outro lado, o segundo grupo (os que compartilhavam notícias de fontes confiáveis) costumam falar mais sobre sua vida pessoal e as principais palavras encontradas eram “vou”, “quero”, “aniversário”, “animado” e outras.

twitter e fake news
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A opinião de especialistas em Mídias Sociais

Segundo Nikos Aletras, “A mídia social se tornou uma das formas mais populares de acesso às notícias, com milhões de usuários recorrendo a plataformas como Twitter e Facebook todos os dias para saber mais sobre eventos importantes que estão acontecendo em casa e ao redor do mundo. No entanto, a mídia social se tornou a principal plataforma para espalhar desinformação, o que está tendo um grande impacto na sociedade e pode influenciar o julgamento das pessoas sobre o que está acontecendo no mundo.”

Yida Mu, que é estudante de doutorado, afirmou que “estudar e analisar o comportamento dos usuários que compartilham conteúdo de fontes de notícias não confiáveis pode ajudar as plataformas de mídia social a evitar a disseminação de notícias falsas no nível do usuário, complementando os métodos de verificação de fatos existentes que funcionam no post ou o nível da fonte de notícias.”

A pesquisa foi publicada na revista Peer J. Clique aqui para acessar o artigo completo.

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Fontes: University of Sheffield.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Recentemente, um asteroide tem chamado atenção dos astrônomos. Segundo os pesquisadores, esse corpo celeste esconde segredos sobre a formação do nosso sistema solar e até sobre o núcleo da Terra.

Com um diâmetro de 225 quilômetros, o 16 Psyche é um dos maiores objetos no cinto de asteroides do sistema solar. Os cientistas acreditam que sua formação seja principalmente ferro e níquel. E é por conta do seu tamanho e sua composição que esse asteroide apresenta um valor absurdo. Um pedaço de ferro dessas dimensões pode valer cerca de US$ 10 mil quadrilhões, mais do que a economia de todo nosso problema.

O estudo realizado utilizou observações ultravioletas para entender sua superfície e confirmar sua composição. A autora principal do projeto, Tracy Becker, explica que a “maneira que a luz ultravioleta refletia de Psyche é muito, muito similar à maneira que o ferro reflete a luz do Sol”.

Estudo da estrutura de 16 Psyche do asteroide com raios ultravioletas
Estudo da estrutura de 16 Psyche com raios ultravioletas

A partir desse estudo, foi possível detectar dois sinais de mudanças na superfície de Psyche provavelmente devido a ventos solares. Em entrevista à CNN, Becker diz – “o primeiro sinal foi que, conforme íamos mais fundo com o ultravioleta, começamos a ver o asteroide ficar mais brilhante, o que é bastante raro”.

Na astronomia, isso é chamado de erosão espacial e ocorre quando partículas carregadas do Sol interagem com materiais na superfície do corpo celeste. O segundo sinal foi a detecção de faixas de absorção ultravioleta de óxido de ferro, o que indica algum tipo de interação entre o oxigênio e o metal.

O lançamento da missão para visitar Psyche estava previsto para 2023, mas foi movida para agosto de 2022. Uma nave da SpaceX partirá de Cabo Canaveral, na Flórida (Estados Unidos) e deve chegar ao asteroide em Janeiro de 2026. Com esse estudo, os cientistas poderão tirar algumas dúvidas e comprovar teorias.

“Será que Psyche tem oxigênio misturado nele, do jeito que o estudo indica que pode ter? Ou outros elementos, como enxofre ou até potássio misturados na fase metálica? Podemos dizer algo sobre as condições de temperatura e pressão em que ele foi formado, baseado em sua composição, que nos diria sobre o tamanho do corpo celeste do qual saiu, e o tipo de coisa que estava envolvida na formação da Terra?”

Simulação gráfica da missão da SpaceX
Simulação gráfica da missão da SpaceX

“Uma coisa que nós podemos prometer agora é que Psyche vai nos surpreender”, disse Elkins-Tanton, cientista planetária responsável pela investigação da missão.

É evidente que a tecnologia atual não é capaz de trazer o asteroide para a Terra, mas seu valor trouxe a tona o debate sobre mineração espacial. Para a cientista, esses asteroides podem servir como pequenas estações de reabastecimento para desenvolver a exploração e colonização de outros planetas.

Fontes: Sky & Telescope, CNN, CNN Brasil

Leia também: Crew-1: SpaceX vai enviar quatro astronautas para o espaço

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Engenharia 360

Rafael Panteri

Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.

Existem diversas formas de pensar a cidade. Ela pode ser interpretada como um tecido, um livro histórico e também um ser vivo: nasce, cresce e se transforma. Tal forma de olhar a cidade desperta ao espectador um olhar crítico sobre a forma, a arquitetura e a engenharia urbana. O traçado urbano não é nada mais do que o modo em que a sociedade se organiza no espaço a partir do elemento primordial: o lote.

Em um país com tantos problemas de infraestrutura e uma legislação precária, não é raro ver os traçados urbanos sendo perdidos por ocupações irregulares e por um governo ausente. Até mesmo o famoso traçado da cidade de Brasília, projetado pelo arquiteto Lúcio Costa, sofreu modificações e hoje se encontra comprometido: prédios comerciais se instalaram em bairros residenciais, as demarcações dos lotes foram desintegradas e a modernidade sucumbiu ao subdesenvolvimento.

Esses problemas, no entanto, não são exclusividades do Brasil. Os países da Europa, por exemplo, precisaram repensar o urbanismo no século passado para atender a infraestrutura que a tecnologia carecia. Os problemas ficaram presos em um dilema: como conciliar as cidades históricas com a modernização e preservação da cultura? Logo, diversas escolas surgiram para entender esse fenômeno, entre elas a italiana e a francesa.

Esboço do Plano Piloto de Brasília — Foto: Arquivo Público do Distrito Federal/Fundo Novacap
Esboço do Plano Piloto de Brasília — Foto: Arquivo Público do Distrito Federal/Fundo Novacap

Interpretando a cidade

Essas escolas buscavam entender o funcionamento das cidades e só foram conciliadas em uma ciência muito tempo depois. Dessa forma, a cidade passou a ser pensada em sua forma mínima (o lote) e definida com algumas comparações relevantes:

  • O tecido: a cidade pensada dessa maneira traz uma ideia de conectividade e interação. Tudo está conectado. A cidade se tornou o ponto de encontro e de efervescência social.
  • Um livro: a cidade é uma história e guarda a herança dos antepassados através de seus monumentos e características.
  • O ser-vivo: a cidade nasce com as relações sociais e é expandida à medida que precisa atender um número maior de pessoas. A cidade, como um ser vivo, também é finita. Ela se desintegra, perde a sua essência e pode morrer.

O papel do Governo

O investimento em infraestrutura e organização do traçado urbano é indispensável para a construção de uma potência econômica. O Brasil, bem como todos os países em desenvolvimento, precisa repensar o modo em que a cidade é observada. Ela é um conjunto da nossa história, dos nossos sonhos e da busca insana de encontrar oportunidades pessoais e profissionais. A cidade deve oferecer conforto, lazer, segurança e ser próspera.

Abaixo podem ser observados alguns traçados urbanos curiosos:

Traçado de Boa Vista, Roraima
Boa Vista, Roraima. Pinterest by Brunna Fraga
traçado de Brøndby Haveby (Dinamarca)
Brøndby Haveby (Dinamarca). Foto by mdig
Traçado de Palmanova, Itália
Palmanova, Itália. Foto by mdig.
Traçado de Sun City, EUA
Sun City, EUA. Foto by mdig.
traçado de  La Plata, Argentina
La Plata, Argentina. Foto by mdig
Dubai, Emirados Árabes Unidos, vista aérea
Dubai, Emirados Árabes Unidos. Screenshot by Google Maps.
Vista aérea de Brasília, Brasil.
Brasília, Brasil. Foto by mdig.

Você pode conhecer mais sobre os traçados urbanos aqui.

Referências: SPOSITO, Redes e Cidades.

Leia também: Luxo e funcionalidade são destaque em estações de metrô na Rússia


Sobre o autor:

Entenda a influência do traçado urbano no funcionamento da cidade

Graduando em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Espírito Santo e membro temporário da organização Engenheiros sem Fronteiras,

Antônio Lucas Sgrancio Uliana

Instagram: @antonio_ulianaa

e-mail: antonio.uliana@ufes.edu.br


Conhece alguma cidade com um traçado curioso? Conta para a gente!

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Engenharia 360

Engenheiros Sem Fronteiras Brasil

Ser Engenheiros Sem Fronteiras é acreditar na importância da engenharia para o desenvolvimento social e ser protagonista desta transformação.

Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP desenvolveram um exoesqueleto robótico que visa ajudar profissionais da área da saúde no tratamento de pacientes em recuperação de acidente vascular cerebral (AVC). O equipamento, chamado Exoesqueleto Modular de Membros Inferiores, já tem patente registrada.

A ideia é que, baseado na força realizada durante um exercício realizado pelo paciente, o exoesqueleto identifica em qual parte do membro inferior há mais dificuldade. Essa identificação é feita de forma precisa e o próprio equipamento ajuda o paciente a realizar o movimento.

exoesqueleto robótico da USP em perna de paciente
Imagem: Henrique Fontes | Via USP.

Adriano Almeida Gonçalves Siqueira, coordenador do trabalho e professor do Departamento de Engenharia Mecânica (SEM) da EESC, afirmou ao site da USP que “Um dos diferenciais do nosso exoesqueleto em relação aos disponíveis no mercado é que ele pode ser configurado para tratar uma ou mais articulações da perna do paciente ao mesmo tempo, como o tornozelo, joelho e quadril. Com essa possibilidade, nós conseguimos proporcionar ao usuário uma recuperação muito mais rápida e eficiente.”

Ainda, o Exoesqueleto Modular de Membros Inferiores pode ser controlado por algoritmos que medem a força que o usuário executa nas pernas, definindo como deve ser a ação do equipamento e auxiliando em tarefas como sentar, levantar, subir e descer escadas, etc. Com cerca de 11 kg, ele é fixado no tronco do paciente por meio de um cinto pélvico. Há sensores de força e motores que impulsionam o movimento.

O doutorando Felix Maurício Escalante Ortega, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC, afirmou ao site da USP que “Uma das possíveis sequelas de quem sofre AVC é ficar com o pé caído, situação em que a pessoa o arrasta no chão quando tenta andar. Com os nossos algoritmos atuando em conjunto com o exoesqueleto, nós conseguimos identificar a gravidade dessa deficiência e ajudar o indivíduo a melhorar sua passada por meio de estímulos que são gerados nas juntas do equipamento”.

Confira a seguir um vídeo do equipamento sendo ajustado e também em funcionamento:

Fonte: Jornal da USP

Leia também: USP ofertará graduação em Engenharia Nuclear a partir de 2021

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Nos tempos em que estamos vivendo, não basta não sermos racistas. Temos que ser ANTIRRACISTAS. Dessa forma, a educação é uma ferramenta aliada nesta luta. Eu como mulher, negra, engenheira e professora, gosto de estimular a prática de ações antirracistas juntamente com um letramento racial. Neste sentido, é importante refletir sobre algumas questões cotidianas, tais como: 

  1. Você já foi na escola de seus filhos ver quantas professoras negras/professores negros eles têm?
  2. No seu trabalho existem políticas de inclusão racial?
  3. Você investe em empreendedoras(es) negras(os)?
  4. Sua empresa tem profissionais negras(os)? E mais importante do que “apenas” ter, que cargo ocupam? (isso é muito importante)
  5. Quantas(os) autoras(es) negras(os) você leu este ano?

Diante deste contexto, vamos continuar a série “Livros para ficar por dentro das questões do racismo – parte II”. (Clique aqui para conferir a Parte I).

1. Quando me descobri negra

Autora: Bianca Santana. Brasileira, jornalista, escritora e ativista. 

Instagram: @biancasantanadelua

Trechos do livro:

“E reafirma, com crueldade, que nem todo lugar é lugar de preto, principalmente se sua aparência não for aceitável”. 

“Eu fui branqueada em casa, na escola, no cursinho e na universidade”.

capa do livro quando me descobri negra livro
Imagem: amazon.com

Comentário: O livro começa com a frase “Tenho 30 anos, mas sou negra há apenas 10 anos. Antes era morena”. Mulheres negras que sempre foram chamadas de morenas em função da própria política de branqueamento no Brasil vão se identificar muito com o livro. Leitura rápida, porém, impactante.

2. Quem tem medo do feminismo negro?

Autora: Djamila Ribeiro. Filósofa e escritora brasileira. Coordenadora da coleção Feminismos Plurais (Série de livros com autoras e autores negros)

Instagram: @djamilaribeiro1

Trecho do Livro:

“Isso é fundamental para entender que o ‘não lugar’ de mulher negra pode ser doloroso, mas também potente, pois permite enxergar a sociedade de um lugar social que faz com que tenhamos ou construamos ferramentas importantes de transcendência. ”

Quem tem medo do feminismo negro capa do livro
Imagem: amazon.com

Comentário: O livro é um ensaio autobiográfico, publicado inicialmente na Carta Capital. Segundo a autora, é importante falar de forma específica sobre o feminismo negro, uma vez que o feminismo universal não contempla todas as possibilidades de ser mulher. Temas como racismo reverso, empoderamento feminino e o racismo também como uma problemática branca são abordados no livro.

3. Minha história: Michelle Obama

Autora: Michelle Obama. Advogada, executiva e primeira mulher negra a ocupar a posição de primeira dama dos Estados Unidos.

Instagram: @michelleobama

Trecho do livro:

“Muito antes de se tornar um resultado verdadeiro, o fracasso começa como um sentimento. É a vulnerabilidade que gera insegurança e depois é intensificada, muitas vezes de propósito, pelo medo”

Minha história Michelle Obama capa livro
Imagem: amazon.com

Comentário: Trata-se de uma autobiografia. Conhecer a história de uma mulher negra de grande impacto como Michelle Obama, escrita por suas próprias palavras, torna o livro ainda mais incrível. Aborda sua trajetória pessoal e profissional e, em alguns momentos, com humor.

4. Racismo Recreativo (Série Femininos Plurais) 

Autor: Adilson Moreira. Brasileiro, professor universitário, especialista em direito constitucional e direitos humanos.

Instagram: @ajmoreirabh

Trecho do livro:

“Piadas que retratam a negritude como um conjunto de características esteticamente desagradáveis e como sinal de inferioridade moral não são os únicos temas do humor brasileiro referente aos negros.”

racismo recreativo capa do livro
Imagem: amazon.com

Comentário: Este livro faz parte da coleção feminismos plurais (Coordenação Djamila Ribeiro). Sabe aqueles velhos comentários “é uma brincadeira”, “foi só uma piada”, “coisa de preto”? Seria liberdade de expressão ou racismo camuflado em humor? Estas questões são abordadas no livro. Muito interessante e extremamente necessário.

Até a próxima série!

Leia também: Entenda o racismo: confira 5 dicas de leitura para aprofundar no assunto | Lista 360

Já leu algum desses? Recomenda mais algum? Conta para a gente nos comentários!

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Engenharia 360

Bruna Arruda de Oliveira

Engenharia Química, com especialização em Gestão Ambiental, mestrado em Engenharia Mecânica e doutorado em Engenharia Química. Também é docente de Engenharia no INSPER, Embaixadora Engenheira no INSPER, ativista em Inclusão Racial no Ensino Superior, membro e mentora do Coletivo Raposas Negras do Insper (no Instagram @raposasnegras.insper) e Colaboradora do Projeto Compaixão:Ajuda humanitária no Haiti.

Uma pesquisa mostrou que robôs podem encorajar humanos a tomarem decisões de risco em um cenário de jogo simulado, se não houver nada para influenciar seu comportamento. O objetivo é compreender como os robôs podem afetar em determinadas situações.

O estudo foi liderado por Yaniv Hanoch, da University of Southampton, que afirmou que “sabemos que a pressão dos colegas pode levar a comportamentos de risco mais elevados. Com a escala cada vez maior de interação entre humanos e tecnologia, ambos online e fisicamente, é fundamental que entendamos melhor se as máquinas podem ter um impacto semelhante.”

Foram recrutados 180 estudantes de graduação que fizeram a Balloon Analogue Risk Task (BART), uma avaliação por computador que pede que os participantes que pressionem a barra de espaço de um teclado para inflar um balão exibido na tela. Quando o balão é inflado, você ganha um centavo na moeda do jogo. Porém, se um balão explodir, o jogador perde o dinheiro que recebeu por ele. Por isso, tem a opção de salvar o dinheiro e passar para o próximo balão.

Foram três grupos: um terço dos participantes fez o teste em uma sala, sozinhos (o grupo de controle), um terço fez o teste ao lado de um robô (SoftBank Robotics Pepper) que apenas fornecia as instruções, mas ficou em silêncio o resto do tempo e o último grupo fez o teste com o robô fornecendo instruções e também fazendo declarações encorajadoras, como “por que você parou de inflar?”.

Aluno realizando teste com robô ao lado.
Aluno realizando teste com robô ao lado. Imagem: University of Southampton

O resultado mostrou que o grupo incentivado pelo robô correu mais risco, explodindo mais os balões com maior frequência que os demais. Em compensação, eles também ganharam mais dinheiro. Comparando os outros dois grupos (com robô silencioso e sem robô), não houve diferença significativa.

Hanoch acredita que é necessário fazer mais estudos para averiguar se haveria resultados semelhantes em casos com inteligência artificial (como assistentes virtuais). “Por um lado, nossos resultados podem alertar sobre a possibilidade de robôs causar danos ao aumentar o comportamento de risco. Por outro lado, nossos dados apontam para a possibilidade de usar robôs e IA em programas preventivos, como campanhas antitabagismo. nas escolas e com populações difíceis de alcançar, como os viciados.”, afirmou.

A pesquisa completa foi publicada na Revista Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking.

Fontes: University of Southampton

Leia também: Robôs que admitem erros melhoram interações das pessoas

Será que os robôs nos pressionam tanto quanto os humanos na hora de tomarmos decisões? O que você acha?

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Quem acompanhou o avanço no tecnológico na última década viu a transformação das telas e de dispositivos sensíveis ao toque, que passaram a ter maior sensibilidade. Essa nova tecnologia ainda apresenta alguns problemas, como a elevada fragilidade, fazendo com que a ciência busque telas com melhor qualidade.

Nesse sentido, um time de cientistas desenvolveu uma nova tela interativa com autocura e adesiva baseada em um nanocompósito transparente. A pesquisa é uma parceria entre o Beijing Institute of Nanoenergy and Nanosystems e o Ningbo Institute of Materials Technology and Engineering (NIMTE), ambos da Chinese Academy of Sciences (CAS).

Atualmente, é usado óxido de índio e estanho (ITO) como filme condutor transparente nas telas encontradas no mercado, mas elas possuem deficiências (como a fragilidade já citada). Para melhorar a elasticidade e a melhor interação humana, a pesquisa desenvolveu hidrogéis nanocompósitos de argila altamente transparentes e extensíveis, com transmitância de 98,8% e resistência à fratura acima de 1500%.

imagem ilustrativa de tela interativa
Imagem ilustrativa de tela sensível ao toque. KOBU Agency | via Unsplash

As telas são adesivos sensíveis à pressão para vários substratos isolantes curvos ou planos, incluindo vidro, madeira, tecido de algodão, tereftalato de etileno, acrilonitrila butadieno estireno (ABS), borracha de silicone, náilon e metil metacrilato. A ideia é o uso em dispositivos eletrônicos e aplicações vestíveis.

A tela foi integrada a computadores para desenhar, escrever e jogar e mostraram funções de entrada de alta resolução e autocura. Espera-se que o estudo lance uma luz sobre a utilização de hidrogéis nanocompósitos poliméricos como interfaces de comunicação homem-máquina flexíveis com a capacidade de autocura.

O estudo completo foi publicado recentemente na Revista Advanced Materials. Clique aqui para conferir.

Fontes: Chinese Academy of Science.

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O que você achou da pesquisa? Será que em breve vamos parar de nos preocupar com telas quebradas? Deixe seu comentário abaixo!

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

A gestão das águas subterrâneas de forma sustentável é um dos fatores preocupantes no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, o qual possui uma indústria agrícola multibilionária. Tanto que um estudo publicado na revista PNAS esta semana mostrou que as diretrizes do estado com relação ao manejo de água precisam ser revistas.

A Califórnia aprovou a Lei de Gestão de Águas Subterrâneas Sustentáveis em 2014, após encarar secas repetidas. Foi a primeira vez na história do estado que as águas subterrâneas foram reguladas. O problema é que a eficácia dessa legislação ainda não foi determinada, visto que ela se baseia nas definições de água doce para definir a hidrografia para o manejo de água.

Um time de pesquisadores da McGill University liderou o estudo que analisou mais de 200.000 amostras de água subterrânea coletadas em todo o estado e aproximadamente 400.000 dados de medição de sólidos dissolvidos totais. A descoberta foi de que há problemas com as diretrizes usadas para o gerenciamento dessa água, as quais são de quase cinquenta anos atrás e não refletem a situação atuam.

águas subterrâneas na Califórnia, imagem ilustrativa
Imagem: Santa Barbara County Public Works Department | via The New York Times

Segundo a pesquisa, os poços de água subterrânea existentes já penetram e invadem as bases de água doce que são usadas para definir o fundo dos reservatórios de água. Ainda, há água salobra no s reservatórios subterrâneos atuais e água doce fora dos seus limites.

Melissa Rohde, do time de pesquisadores e cientista do The Nature Conservancy of California, afirmou que “A Lei de Gestão de Água Subterrânea Sustentável atualmente se aplica apenas a bacias de água doce, uma vez que as definições administrativas de água subterrânea se originaram décadas atrás, quando era economicamente inviável tratar e distribuir água subterrânea salobra ou salgada ‘inutilizável’”.

Atualmente, a água salobra pode ser usada graças aos avanços tecnológicos no tratamento de água. Segundo Rohde, “com os avanços tecnológicos, a água salobra agora é utilizável e cada vez mais desejável com o declínio do acesso à água doce. Ao excluir a água subterrânea salobra da gestão sustentável de água subterrânea, corremos o risco de prejudicar a lei de gestão de águas e explorar em excesso este importante recurso público.”

Referências: PNAS; Phys.org

Leia também: ANA disponibiliza cursos gratuitos e com certificado sobre gestão de água

O que você acha da proposta de novas diretrizes para o manejo das águas subterrâneas da Califórnia? Comente!

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

A QuantumScape, com apoio da Volkswagen e de Bill Gates, anunciou um grande avanço no seus projeto de uma bateria de lítio de estado sólido. O esforço é resultado de 10 anos de pesquisas na tecnologia.

Atualmente, as baterias de íon de lítio possuem um líquido que serve como eletrólito. Elas estão presentes em smartphones, notebooks e mesmo nos veículos elétricos. No entanto, quando usadas em automóveis, elas são desvantajosas porque levam horas para carregar, possuem conteúdo inflamável e podem congelar em temperaturas muito baixas.

nova bateria de estado sólido da QuantumScape em imagem ilutrativa
Imagem: QuantumScape

Para contornar esses problemas, a QuantumScape propôs uma bateria de metal de lítio. Basicamente, um separador de cerâmica seca ocupa o lugar do eletrólito líquido e permite uma transferência mais eficiente de energia conforme os íons atravessam. Embora o nome seja “estado sólido”, ela não é exatamente sólida, há um componente em gel que não congela e reduz os problemas que causam a perda de eficiência da bateria.

Confira no vídeo a seguir como é o funcionamento dessas baterias:

Os testes mostraram que, nos veículos elétricos, as baterias de metal de lítio da QuantumScape podem viajar 80% mais longe que os equipados com baterias comuns. A vida útil também é maior: elas mantêm 80% da capacidade após cerca de 800 ciclos de carregamento (o que também é mais que a capacidade das convencionais). No quesito carga, elas alcançam 80% em cerca de 15 minutos.

Porém, ainda não é o fim da pesquisa. Os testes foram realizados com células de camada única e a versão final necessitará de até 100 camadas. Quanto maior o número de camadas, maior o desafio. Enquanto isso, outras grandes empresas também estão na corrida por melhores baterias, como Toyota, CATL, LG Chem, Ford, BMW, Hyundai, Samsung, Panasonic e Tesla.

Referências:: TechXplore, QuantumScape

Leia também: Eletrólito pode ser a chave para a nova a geração de baterias mais eficientes

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Recentemente, Ranjitsinh Disale, professor indiano de 31 anos, venceu o “Global Teacher Prize 2020”. O prêmio, no valor de um milhão de dólares, é conhecido como “Nobel da Educação”. Disale acompanhou o evento pela internet, assim com os outros finalistas.

Ranjitsihn Disale  imagem de perfil
Ranjitsihn Disale – Facebook

Em seu discurso de agradecimento, o professor surpreendeu a todos quando anunciou que ficaria com metade do prêmio. O restante, US$ 500 mil, seria dividido com os outros participantes. Os outros nove professores indicados deverão receber um pouco mais de US$ 55 mil. É a primeira vez que um vencedor compartilha seu prêmio. “Eu acredito que juntos podemos fazer a diferença e tornar o mundo um lugar melhor“,afirmou o Disale.

O professor começou a lecionar em 2009 em uma escola no estado de Maharashtra. Com um pequeno orçamento, a instituição passou a enfrentar baixa na frequência por parte dos alunos. Vivendo abaixo da linha da pobreza (US$ 1,90 diário), muitas crianças eram obrigadas a trabalhar para completar a renda da família. Isso levou Disale a ir pessoalmente até as casas dos alunos para convencer os pais sobre a importância dos estudos.

O professor garantiu que meninas desfavorecidas pudessem frequentar as escolas ao invés de enfrentar o casamento precoce. Além disso, seu projeto oferece aulas online para alunos de 83 países e realiza uma conexão entre jovens em zonas de conflito.

Disale com alunas indianas
Disale com alunas indianas
Vídeo na integra da premiação

Além do indiano, a professora brasileira Daoni Betan também foi incluída entre os 10 melhores do mundo. Seu projeto promove a inclusão de crianças surdas nos estudos.

Leia também:

O que você achou da ação do professor ao dividir seu prêmio? E dos feitos realizados por ele para receber o prêmio? Deixe seu comentário!

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Engenharia 360

Rafael Panteri

Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.