Todos as pessoas que realizam bom serviços dentro da sua área profissional geralmente são reconhecidos com premiações promovidas por institutos ou conselhos federais e mundiais. Especialmente na área de arquitetura, o prêmio mais almejado é o Pritzker,  criado em 1979 e que já homenageou até mesmo arquitetos brasileiros.  Saiba mais sobre a sua importância e quais os profissionais e projetos  apontados como vencedores pela sua comissão julgadora.

O que é Prêmio Pritzker?

Certamente você já ouviu falar no Prêmio Oscar, que homenageia os principais trabalhos realizados no ramo do cinema. Pois o Pritzker  é como o “Oscar da Arquitetura”!

Assim como já foi citado antes, ele foi criado nos anos 70 pelo casal Jay e Cindy Pritzker,  e patrocinado pela sua Fundação Hyatt, com sede em Chicago – a proprietária da rede hoteleira Hyatt,  que possui cerca de 200 hotéis pelo mundo. Esta família, que é uma das mais ricas da América,  de acordo com a Revista Forbes,  concede essa honraria apenas aos arquitetos vivos cujo trabalho demonstra certo grau de qualidade –  como visão de futuro e compromisso com a humanidade e meio ambiente.

prêmio Pritzker de arquitetura
Pritzker – imagem de ArchDaily

Quem foram os profissionais que já receberam?

Já aconteceram dezenas de edições do Prêmio Pritzker.  Por sorte, ao longo dos anos, foram premiados arquitetos de diferentes gêneros e nacionalidades. Porém, infelizmente ainda existe uma desigualdade nos números.  De toda a lista, somente cinco mulheres receberam a homenagem. E ainda tiveram alguns casos peculiares!

Em 1991, a sócia e esposa de Robert Venturi não foi lembrada;  e em 2012,  a esposa de Wang Shu, Lu Wenyu, se recusou a compartilhar o prêmio com o sócio. E quanto à distribuição dos prêmios por países, temos o Japão e os Estados Unidos nos primeiros lugares. O Brasil está em quinto lugar, com apenas duas homenagens – de 1988,  com Oscar Niemeyer e a Catedral de Brasília, e de 2006, com Paulo Mendes da Rocha e o projeto da Capela de São Pedro de Campos do Jordão.

Catedral de Brasília
Catedral de Brasília – imagem de ArchDaily
Capela de São Pedro de Campos do Jordão
Capela de São Pedro de Campos do Jordão – imagem de ArchDaily

Uma das homenagens mais lembradas pelos profissionais aconteceu em 2000,  destinada ao arquiteto Rem Koolhaas –  do escritório OMA – e o seu projeto da Casa da Música – desenvolvido para cidade do Porto, Portugal. Já os últimos cinco premiados foram:

  • o chileno Alejandro Aravena – com as  Torres Gêmeas do Chile;
  • os espanhois Rafael Aranda, Carme Pigem e Ramón Vilalta – com a livraria Santo Antônio, em Barcelona;
  • o indiano Balkrishna Doshi – com o Instituto de Gestão Indiano de  Bangalore;
  • o japonês Arata Isozaki – com a Art Tower Mito, de Ibaraki; e 
  • as irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara – com o Edifício Grafton da Universidade de Bocconi, em Milão.

Caso você queira ver a lista completa, com as premiações desde 1972, sugerimos que você clique aqui. Mas antes disso, diga-nos: qual a sua aposta para 2021?!

arquitetura
Casa da Música – imagem de RAM Random Architecture Memories

Quais as obras mais emblemáticas vencedoras do Prêmio Pritzker?

Bem, obviamente todas as obras de arquitetura homenageadas pelo Prêmio Pritzker são valorosas de algum modo.  Mas é claro que tem aquelas que jamais saem das lembranças tanto daqueles que trabalham na área como também  do público. Para este texto, fizemos a nossa própria lista com os ‘5 Mais’. Confira!

5. Rosenthal Center for Contemporary Art, de Cincinnati – obra de Zaha Hadid premiada em 2004.

Prêmio Pritzker Rosenthal Center for Contemporary Art
Rosenthal Center for Contemporary Art – imagem de Zahner

4. Museu Paula Rêgo em Cascais – obra de Eduardo Souto de Moura premiada em 2011.

 Museu Paula Rêgo em Cascais Prêmio Pritzker
Museu Paula Rêgo em Cascais – imagem de Divisare

3. Catedral de papelão em Christchurch – obra de Shigeru Ban premiada em 2014.

 Catedral de papelão em Christchurch  Prêmio Pritzker
Catedral de papelão em Christchurch – imagem de ArchDaily

2. Praça do Patriarca – obra de Paulo Mendes da Rocha premiada em 2006.

Praça do Patriarca arquitetura
Praça do Patriarca – imagem de Veja

1. Museu Guggenheim de Bilbao – obra de Frank Gehry premiada em 1989.

Museu Guggenheim de Bilbao
Museu Guggenheim de Bilbao – imagem de Britannica

Você já conhecia o Prêmio Pritzker? Comente!

Veja também: Conheça estes projetos curitibanos destaque em prêmios internacionais de Arquitetura


Fontes: ArchDaily, Casa Vogue, Viva Decora, Casa Cláudia.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Já parou para pensar sobre o futuro da construção civil? Obviamente as tecnologias estão sempre evoluindo. A cada ano surgem novos materiais ou são aprimoradas técnicas antigas. O concreto armado, por exemplo, é um dos sistemas construtivos mais utilizados em projetos de arquitetura e engenharia. Basicamente, ele consiste em armaduras de aço associadas à massa de concreto, criando peças com altíssima resistência à tração.

Apesar de reconhecer as excelentes qualidades do concreto armado, que revolucionou o mercado mundial quando foi apresentado pela primeira vez, seria ignorância pensar que este material não possa ser melhorado! Aliás, recentemente foi desenvolvido um tipo de concreto muito mais durável e resistente, é o chamado textile-concrete ou concreto têxtil, considerado o futuro do concreto armado. Saiba mais sobre ele no texto a seguir!

concreto têxtil
concreto têxtil – imagem de IBETON

Sobre a descoberta do concreto têxtil

O concreto têxtil foi descoberto no ano de 2009, na Alemanha. Ele foi desenvolvido inicialmente por pesquisadores da Universidade de Dresden em parceria com o Instituto de Indústria Têxtil Saxon de Chemnitz. Ele é formado por uma rede de polímeros, fibra de carbono em resina epóxi, com uma aparência final parecendo um tecido – por isso o seu nome. E é a maior promessa para substituir as armaduras em ferro que compõem as estruturas de concreto armado!

Veja também: 8 tipos diferentes de concreto de alta tecnologia para obras

Concreto têxtil
Concreto têxtil – imagem de R. Thyroff em Wikipedia – https://cs.wikipedia.org/wiki/Soubor:Textilbeton1.jpeg

Sobre as características do concreto têxtil

A ideia do concreto texto é revolucionária, mas até certo ponto. Materiais com conceitos muito semelhantes já foram utilizados na engenharia automobilística, por exemplo. Então parece meio lógico que, em algum momento, o mesmo pensamento, de uma camada tipo tecido para reforço estrutural, acabasse sendo replicado na construção civil. Neste caso, tal concreto reduziria cerca de 25% do peso de uma construção, e com a vantagem de ser mais resistente.

concreto submerso
Concreto Têxtil – imagem de Karl Mayer

Principais vantagens do material

Concreto têxtil pode ser a resposta para o restauro de construções antigas com armaduras de aço. Ele também é um recurso muito adequado para novas construções, podendo ser moldados de maneiras diferentes, principalmente em seções menores, ficando livre de corrosões. Diz-se também que este concreto viabilizaria estruturas mais elegantes, até mesmo submersas.

ponte
concreto submerso – imagem de Tecnosil

Precisamos ressaltar que, além de toda essa flexibilidade de projeto que o concreto têxtil proporciona para as obras de arquitetura e engenharia, ainda haveria muitos ganhos atrelados à sustentabilidade. Isso aconteceria devido ao fato das estruturas poderem levar um volume menor de concreto, porque já não exigem um cobrimento de armadura tão espesso quanto aconteceria em uma estrutura de concreto armado convencional – muito mais sujeito a corrosão. E menos material gasto representa mais economia e menos emissões de CO2. Então, neste caso, os projetistas podem canalizar os recursos para soluções ainda mais arrojadas e criativas!

escultura de concreto
concreto têxtil – imagem de Clube do Concreto

Sobre os exemplos bem-sucedidos de obras em concreto têxtil

A primeira obra em concreto têxtil que se tem conhecimento é uma passarela com 100 m de comprimento executada na cidade de Albstadt, na Alemanha. Também sabe-se de uma reforma da catedral de Aachen, no mesmo país. E cada vez mais, a partir de então, várias empresas passaram a investir na produção e utilização deste material, especialmente em:

  • painéis para fachadas,
  • peças para sessões mais complexas, e
  • reforço e reparo de estruturas construídas. 

No Brasil, o concreto têxtil foi utilizado pela primeira vez em 2015. Na época, a Universidade Federal do Rio grande do Sul, localizada em Porto Alegre, esteve ao lado de uma delegação alemã da empresa Solidian para a implantação de um projeto nos laboratórios do Departamento de Engenharia Civil. E até hoje grandes resultados já foram obtidos nesta pesquisa que está a cargo do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais da instituição.

passarela em Albstadt
Albstadt, concreto têxtil – imagem de Portal AECWeb

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Fontes: Cimento Itambe, Tetracon Indústria, AEC WEB.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Ficou mais fácil aprender idiomas depois do advento da internet, e isso é inegável. Em comparação com os meios de difusão que havia antes, a internet consegue deixar tudo mais rápido, com um leque enorme de opções.

Inclusive, hoje em dia é até comum que as pessoas fiquem perdidas ao tentar começar a aprender idiomas online, dada a quantidade de informações disponíveis. Por isso, é importante saber procurar.

Sendo assim, listamos aqui os cursos gratuitos da Kultivi. Se você quer aprender inglês, espanhol, italiano, francês ou alemão, por exemplo, o site oferece opções gratuitas e de boa qualidade.

Site disponibiliza material gratuito e certificados em idiomas

imagem ilustrativa de mesa de estudo de curso de idiomas

A plataforma existe com o propósito de disponibilizar conteúdos educativos de forma gratuita. Além dos cursos de idioma, o site também oferece mais de 60 cursos, em diversas áreas e níveis.

Outra vantagem dos cursos é o fato de obter um certificado, o que é raro em cursos online desse tipo. Ou seja, é possível inclusive obter melhores chances de emprego com este recurso gratuito, uma vez que esta é a função de um certificado. Confira abaixo os cursos de idioma disponíveis.

Inglês

O curso de inglês  contabiliza mais de 500 mil alunos que receberam orientação e auxílio de seus materiais. O curso completo conta com 248 videoaulas interativas, com conversação, exercícios e explicações.

Espanhol

O curso de idioma espanhol contém 236 aulas, também com explicações e exemplos de diálogos, em forma de áudio e escrita. O curso tem módulo básico, intermediário e avançado. Até recentemente, o curso já atingiu mais de 130 mil estudantes.

Italiano

Já no curso de italiano, são mais de 50 mil alunos atingidos, que buscam aumentar seus conhecimentos na língua. As 91 aulas do curso apresentam diálogos contextualizados, com material de áudio e escrito.

Francês

O curso de idioma francês da Kultivi tem atingido bons números. São mais de 120 mil alunos que estão aprendendo a língua pela plataforma gratuita. Ao se inscrever, você tem acesso a 76 aulas divididas em três módulos.

Alemão

Já no alemão, o curso oferecido é de 55 aulas que focam nos níveis básicos da língua (A1 e A2). Contando com metodologia exclusiva, o curso oferece uma sólida base para os interessados em saber comunicar coisas simples no idioma.

Além disso, também pode ser de seu interesse os outros conteúdos disponibilizados pela Kultivi, não somente os de idiomas. Assuntos como concursos, negócios e medicina são abordados. Afinal, os cursos são todos gratuitos, e podem significar uma boa chance para começar um novo estudo.

Conhece mais algum curso gratuito? Deixe nos comentários!

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

O cimento é um material fundamental e primordial para maioria das obras, sobretudo aquelas que precisam de ótima resistência. Ademais, ele está presente em quase todas as etapas da construção.

Trata-se de um aglomerante essencial que auxilia na consistência e segurança da obra. Afinal de contas, ele viabiliza a união dos grãos aglomerados.

Como falamos acima, ele está presente em diversas etapas da construção pois faz parte da composição da argamassa, do reboco de parede, fabricação de concreto, entre outros.

Contudo, com o desenvolvimento tecnológico, o cimento passou a ter diversos modelos especiais para cada tipo de obra. Essa divisão foi feita para proporcionar ainda mais qualidade e segurança à construção. Confira abaixo alguns dos principais modelos disponíveis no mercado:

  • CP I (Cimento Portland Comum);
  • CP I-S (Cimento Portland comum com adição);
  • CP II-E (Cimento Portland composto com escória);
  • CP II-Z (Cimento Portland composto com pozolana);
  • CP II-F (Cimento Portland composto com fíler);
  • CP III (Cimento Portland de alto forno);
  • CP IV (Cimento Portland Pozolânico);
  • CP V-ARI (Cimento Portland de alta resistência inicial);
  • CPB (Cimento Portland Branco);
  • CP RS (Cimento Portland resistente a sulfatos);
  • CP BC (Cimento Portland de baixo calor de hidratação);

Dito isso, separamos os principais tipos de cimento usados em construções tanto de pequeno porte quanto de grande porte. Por isso, acompanhe o post e saiba tudo sobre esse assunto!

Cimento para obras estruturais

Os tipos de cimento para obras estruturais foram desenvolvidos principalmente para uso em lajes, fundações, pilares, lajes e vigas. Ou seja, sua aplicação se dá na parte estrutural da obra. Sendo assim, para estes fins recomendamos o CP II-F, ou Cimento Portland composto com fíler.

Ademais, possui ótima resistência e secagem muito mais rápida que os cimentos convencionais. Desse modo, pode-se dizer que é um dos principais tipos, pois ele que dará sustentação a edificação.

Cimento para uso geral

Esse modelo de cimento foi desenvolvido para ter ótima resistência, contudo, não precisa ser extremamente resistente como o cimento para obras estruturais fortes.

imagem ilustrativa de cimento em preparação

Dito isso, seu uso se dá principalmente na hora de fazer o reboco, na confecção do concreto convencional, no contrapiso.

Ademais, pode ser usado em lajes também. Para isso, recomendamos o Cimento CP-V ARI, também chamado de Cimento Portland de Alta Resistência Inicial.

Vale frisar que pode ser uma opção para obras menores e sua utilização pode ser desde a fundação até o acabamento da obra. É um material resistente, versátil e fundamental para o andamento da construção.

Para alta produtividade – Obras Especiais – Industrial

O Cimento CP-V ARI, ou Cimento Portland de Alta Resistência Inicial, é considerado um cimento de alta produtividade. O modelo volta-se para uso de grande porte. Possui secagem extremamente rápida e oferece ultra resistência.

Deve ser utilizado sobretudo na hora da aplicação dos blocos estruturais, pavers, artefatos de cimento e pré-moldados. Vale frisar que é o modelo mais resistente do mercado.

Cimento para alta produtividade – Obras Especiais – Industrial – Meios agressivos

Outro modelo de cimento de alta produtividade, voltado para obras de grande porte. Assim como o modelo anterior, também possui secagem ultra rápida e máxima resistência.

É o caso do Cimento CP-IV, ou Cimento Portland Pozolânico: Por causa de sua composição em material Pozolânico, proporciona estabilidade em ambientes agressivos, principalmente onde há muito sulfato. Pelo fato de ser pouco poroso, este modelo é bastante resistente à ação da água do mar e de esgotos.

Pode ser aplicado nos blocos estruturais, pavers, artefatos de cimento, pré-moldados e obras com constante contato com esgoto em geral. Foi desenvolvido com a máxima tecnologia para proporcionar ainda mais segurança e resistência à obra.

E então, gostou de conhecer mais sobre o uso do cimento na construção civil e seus tipos? Comente o que achou!

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Engenharia 360

Clara

Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.

Já esteve em um ambiente totalmente planejado por arquitetos e ainda assim se sentiu bastante desconfortável? Bem, isso pode ser possível! Existe um segmento da arquitetura que contradiz totalmente o próprio significado da boa arquitetura – aliás, a única que deveria existir -, que é o da arquitetura hostil. Já ouviu falar numa coisa destas?

Espaços hostis são aqueles que, de alguma forma, estão sempre tentando excluir as pessoas de espaços públicos que teriam direito de usufruir. Mais cruel ainda, tentam impedir que aqueles que estão em situação de rua utilizem tais locais para se sentar ou deitar. Recentemente, um caso polêmico foi noticiado nos principais jornais brasileiros: em São Paulo, um projeto foi alvo de críticas. Saiba mais no texto a seguir, do Engenharia 360!

O triste cenário das cidades brasileiras

Para quem as cidades brasileiras são pensadas? Infelizmente em países com tamanha desigualdade, como o Brasil, as cidades parecem ser pensadas apenas para aqueles que possuem maior poder aquisitivo. Falando a verdade, para quem é pobre, o design dos espaços públicos é desagradável! O fato é que os gestores de nosso país parecem ignorar as necessidades dos cidadãos e, sobretudo, utilizam de todos os artifícios para afastar as pessoas em situação de rua da vista.

arquitetura
Bancos de ônibus (ideal) | Imagem reproduzida de Blog Porto Imagem

Na pandemia, este cenário se agravou ainda mais. Mas este é um problema que já vem se arrastando por muitas décadas. Já em 1994, o jornal Folha de São Paulo fez uma reportagem com o título “arquitetura antimendigo”, falando sobre a construção de prédios sem marquises e com cercas e grades para afugentar moradores de rua. Anos depois, houve a proposta do governo do mesmo estado de instalar grades e canteiros sob o viaduto dos Bandeirantes para dificultar o acesso dos sem-teto.

Em 2005, a instalação de rampas de concreto na Avenida Paulista inviabilizou a permanência de transeuntes. Em 2007, divisórias de ferro nos bancos das praças. No ano de 2014, canteiros de paralelepípedos ao redor de pilastras na Linha 1-azul do metrô. E em 2021, pedras sob o Viaduto Dom Feliciano Mendes de Almeira – que teria sido retiradas a marretadas por um padre indignado com a situação.

arquitetura desmontável
moradores de rua | Imagem de pixabay

Agora pense por qual motivo todas essas ações foram tomadas? Será que em algum momento o poder público pensou em soluções para melhorar a qualidade dos cidadãos e tirar essas pessoas das ruas? Ou seria apenas uma estratégia de “jogar a sujeira para debaixo do tapete”?

Veja Também: Banho Solidário atende sem-tetos na Bahia

Como identificar a arquitetura hostil?

Recentemente, uma notícia viralizou nas redes sociais. Ela falava sobre a história de um padre que resolveu retirar, a marretadas, pedras colocadas embaixo de um viaduto de São Paulo para afastar moradores de rua. A repercussão desta história foi grande e trouxe à tona outra vez a questão da arquitetura hostil.

Você já se deparou com bancos públicos desconfortáveis ou barreiras que dificultam o acesso a certos locais? Esses são exemplos clássicos de arquitetura hostil. Aqui estão algumas das estratégias mais comuns:

arquitetura
caso São Paulo x Padre | Imagem reproduzida de Globo

Certamente você já deve ter visto coisas assim e não percebeu do que se tratava, de qual era o objetivo da sua instalação. Vamos colocar a seguir uma relação de elementos utilizados para criar tal modelo de arquitetura e, então, você entenderá.

São elementos ou estratégias utilizadas na arquitetura hostil:

  • Blocos de concreto e de pedra entre outros elementos – principalmente pontiagudos;
  • Grades e muros ou guarda-corpos;
  • Cercas elétricas e arames farpados;
  • Retirada de bancos ou colocação de ferros e apoio de braços estrategicamente posicionados para divisão dos assentos;
  • Bancos públicos inclinados, ondulados, ou estreitos demais;
  • Retirada dos ferros ou bancos sob paradas de ônibus;
  • Instalação de rampas e plataformas;
  • Dispositivos anti skate;
  • Portas giratórias;
  • Gotejamento de água; e
  • Certos ornamentos sutis.
arquitetura
exemplo de Arquitetura Hostil | Imagem reproduzida de Hometeka
arquitetura
exemplo de Arquitetura Hostil | Imagem reproduzida de Hometeka

Por que a arquitetura hostil é tão polêmica?

As ações tomadas por governantes brasileiros podem ser facilmente julgadas, pois sabemos das reais intenções por trás disso. Mas nem sempre podemos julgar as ações desesperadas tomadas pelos próprios cidadãos. Sabe por quê? Como julgar quem vive com medo da violência? Dizer às pessoas que não devem cercar seus terrenos? E sustentar a ideia de que elas precisam conviver com o problema dos moradores de rua sem se indignar com a situação? Infelizmente é isso que leva a criação da maior parte dos projetos de arquitetura hostil.

arquitetura
exemplo de Arquitetura Hostil | Imagem de Wikipedia
arquitetura
exemplo de Arquitetura Hostil | Imagem reproduzida de Hometeka

Agora, é claro que muitos utilizam a arquitetura hostil para externar o seu preconceito. Em reportagem do site UOL, arquiteta Luiza Coelho disse o seguinte:

“Historicamente esse tipo de estratégia é usada para tirar do espaço urbano quem está fora do ideal do ‘cidadão de bem’, ou seja, afastar as pessoas não-brancas, periféricas, em situação de rua, imigrantes, travestis, trans e mulheres desacompanhadas, por exemplo.”,

“Eu definiria arquitetura hostil como a que se impõe acima do desejo da população, dos usuários daquele lugar. É uma arquitetura que afasta, que não serve como espaço de encontro.”,

“(Gestões de um desenho urbano sugerem) que só somos cidadãos se estamos trabalhando ou consumindo bens diretamente”.

– Luiza Coelho, arquiteta

arquitetura
exemplo de Arquitetura Hostil | Imagem reproduzida de Racismo Ambiental e Voz Populi

Será que a arquitetura hostil realmente funciona?

Você concorda com essas ideias sobre arquitetura hostil? Acredita que pessoas que moram nas ruas não têm os mesmos direitos que outros cidadãos? E que esse tipo de atitude da arquitetura hostil resolve todos os problemas sociais?

Vamos apostar que sua resposta é não! Que concordaria que isto aumentaria a desigualdade, a intolerância e a discriminação, sendo uma ação desumana. Além do mais, a arquitetura hostil teria um efeito negativo na paisagem urbana, deixando o desenho das cidades mais rígido, como espaços públicos restritos e difíceis de usar. Ou seja, perde-se totalmente o sentido de ser chamada de arquitetura!

Andando por sua cidade, quantos itens da arquitetura hostil você consegue identificar? Deixe sua resposta na aba de comentários logo abaixo!


Fontes: Revista Casa e Jardim, Nexo Jornal, Casa Vogue, G1, UOL, ClicRBS.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Entre tantas carreiras disponíveis atualmente, a Engenharia segue ocupando lugar de destaque no mercado de trabalho. E um dos principais motivos é o seu extenso leque de atuação, com áreas como a de Perito em Engenharia.

Estátua de Justiça, símbolo da mitologia greco-romana que representa a lei e a justiça
(Imagem de Pixabay)

O que é Perícia?

É uma análise técnica especializada. Ou seja, o Perito ou expert pode periciar em uma área onde ele tem domínio para analisar situações e elaborar laudos técnicos. Por exemplo, o Engenheiro Eletricista fará perícias na área de elétrica enquanto o Engenheiro Mecânico na área de Mecânica. Somente profissionais que tenham se capacitado em determinada área podem trabalhar como Perito Judicial.

Mas o que faz o Perito de Engenharia?

Esse profissional é responsável por investigar, analisar informações obtidas e apresentar conclusões sobre as condições técnicas de algum imóvel, veículo, máquina ou equipamento, enfim, qualquer produto da Engenharia que está sujeito a passar por uma perícia quando estiver sob processo judicial.

Pessoa em uma área isolada ilustrando perito

Por que o trabalho do Perito Judicial é tão importante?

O Perito é um Auxiliar da Justiça e sua principal função é auxiliar o Juiz em um processo judicial para que seja tomada uma decisão. O Juiz precisa de uma prova pericial, um documento técnico que esclareça pontos importantes da causa, porém esse documento ou laudo só pode ser feito por uma pessoa especializada no assunto.

Juízes e Advogados são profissionais formados em Direito e não possuem conhecimento técnico para analisar assuntos de outras formações intelectuais. É aí que entra o Perito Judicial, que será a pessoa de confiança para tomada de decisão do Juiz. É muita responsabilidade pois o laudo de um Perito pode mudar o rumo de um processo ou investigação.

Malhete ilustrando perito judicial

Quem pode ser Perito Judicial?

Contrário do que muitas pessoas pensam, não é necessário realizar concurso para ser um Perito Judicial. É preciso que o profissional de Engenharia esteja devidamente regulamentado por lei e que tenha cadastro ativo no Portal dos Auxiliares da Justiça.

Quanto ganha o Perito Judicial?

O profissional não recebe um salário fixo, e sim por trabalho prestado à Justiça, recebendo seus honorários. O valor pode variar de acordo com a complexidade do caso e número de horas trabalhadas pelo Perito.

O IBAPE, Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia, publica com certa periodicidade o Regulamento de Honorários para Avaliações e Perícias de Engenharia. Esse documento reúne diretrizes do próprio IBAPE, do CONFEA, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e também da ABNT que é a Associação Brasileira de Normas Técnicas.

“A remuneração será calculada à razão de R$ 430,00 (quatrocentos e trinta reais) por hora. O tempo para cálculo dos honorários compreende as horas efetivamente despendidas para a realização de vistorias, buscas, estudos, cálculos e demais atividades técnicas necessárias ao desempenho de suas funções, acrescido do tempo gasto em viagens e deslocamentos, desde a saída do domicílio até retorno do mesmo, excluídos os intervalos de tempo despendidos para as refeições e repouso. ”

Regulamento de Honorários do IBAPE/SP de 2020, Art.9°.
Moedas e um relógio desfocado ao fundo

Porém existem fases dentro de um processo, até que o Perito receba enfim seus honorários. Primeiro acontece a nomeação pelo Juiz, o Perito recebe a intimação para apresentar a proposta de honorários. É o Juiz quem vai determinar se o valor proposto está de acordo com a complexidade do trabalho e o aprova para então ser depositado.

Assim que o valor for depositado na conta da Justiça pela parte pagante, o Perito inicia os trabalhos e só depois de entregar o laudo pericial e ter a decisão do Juiz o valor depositado é recebido.

Fontes: IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia

Leia também: Saiba como funciona o serviço de perícias técnicas em Arquitetura e Engenharia Civil

O que achou da área de perícias? Comente aqui!

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Engenharia 360

Luana Alice

Engenheira Mecânica, Mestranda em Engenharia Metalúrgica e de Materiais pela Universidade de São Paulo e Perita Judicial.

Elaborada pela empresa Grandio, de origem argentina, a HÜGA House pode ser “instalada” em apenas um dia, sem necessidade de uma fundação. Além disso, a casa feita de concreto pré-moldado tem 45 m², e é projetada para ser indestrutível.

Inspirada pelas paisagens da Patagônia, a casa proporciona resistência suficiente para conter desde nevascas até altas umidades. De acordo com os arquitetos, pode inclusive ficar intacta depois de um incêndio.

Os modelos disponíveis da casinha são com um ou dois dormitórios. Fora este detalhe, ambas as opções contém um mezanino suplementar, banheiro, armário embutido, cozinha e uma sala dupla (que pode ser dividida como sala de estar e de jantar).

HÜGA House, parte frontal
Frente da HÜGA House

Veja Também: Elon Musk investe em nova opção de moradia pré-fabricada: tiny house por $50.000

HÜGA House é “portátil”

O lançamento da Grandio está à venda nos Estados Unidos desde 2021. O produto é primeiramente fabricado e depois instalado no lugar de preferência do cliente, em apenas 24 horas. Ademais, a pequena casa pré-fabricada não requere fundação. Por isso, é exequível a ideia de uma casa “portátil”. Afinal, não havendo fundação, é possível que seja transportada novamente para lugares diversos.

A casa é resultado de dois anos de trabalho, contando com uma equipe multidisciplinar de profissionais. Somado a isso, os 77 anos da empresa contribuíram para o sucesso do protótipo. Assim, por meio da inovação na tecnologia e no design, a casa atingiu o objetivo de ser não só portátil, como também adaptável e resistente a ambientes diferentes, inclusive os mais hostis.

Esta característica se alinha com o conceito que inspirou a Grandio para a criação da nova casa. Com a premissa de ser uma “casa do futuro”, a HÜGA House traz à tona alguns fenômenos sociológicos atuais, como o êxodo urbano e o nomadismo digital. Não à toa, as “tiny homes” (casas pequenas) apontam uma forte tendência para os anos futuros.

Casa em formato de bunker é projetada para ser indestrutível
HÜGA House sendo transportada
Parte interna da casa
Interior decorado da HÜGA House
Casa em formato de bunker é projetada para ser indestrutível
Planta – parte intera

Conceito dinamarquês inspira empresa

A iniciativa da Grandio parte da observação de que o mundo está mudando. Sobretudo os jovens, que querem cada vez mais perseguir suas aspirações pessoais, explorar o mundo e viver desacorrentados.

Com isso, veio a calhar o nome HÜGA. O nome foi inspirado no conceito de “Hygee”, palavra do idioma dinamarquês que significa “encontrar felicidade nas coisas pequenas”. Assim, valoriza-se a ideia do desapego material a posses ou fortunas, a troco do encontro consigo mesmo, com a família e o amigos.

E aí, o que achou da pequena casa da Grandio? Moraria em uma? Conte para a gente nos comentários!

Veja Também:


Fontes: Archdaily; Inhabitat.

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Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Definitivamente, o design do mais recente lançamento da Canoo é digno do século 21. A nova picape elétrica da fabricante norte-americana troca menos espaço no capô por mais espaço de carga. Sendo assim, acaba inovando também no visual. O anúncio do novo veículo foi publicado em comunicado de imprensa no último dia 10, no próprio site da marca.

picape elétrica da Canoo

Apesar de ser iniciante no nicho das picapes, a Canoo tem mostrado modelos no mínimo interessantes de veículos elétricos diversos. É verdade que modelos como o Cybertruck da Tesla, por exemplo, também são inovadores tanto funcional como esteticamente. De qualquer modo, a startup tem chamado a atenção até de gigantes como a Apple, como revelou o site The Verge em Janeiro.

Segundo o comunicado de imprensa, a pré-venda da nova picape será aberta ainda este ano. Além disso, o plano é que a partir de 2023 ela já esteja nas ruas e estradas.

picape elétrica da Canoo, parte de trás
picape elétrica da Canoo, parte frontal

Nova picape une estética e função

A publicação também revela alguns detalhes e fotos do novo modelo. Sem dúvidas, o que chama a atenção logo de cara é seu formato frontal arredondado, com um capô reduzido. Na verdade, o modelo não possui propriamente um capô, sendo que sua frente se assemelha a de uma van.

Segundo a publicação da Canoo, um dos objetivos da picape é expandir a visão do motorista, assim como o espaço útil para carga. Para isso, a solução foi colocar toda a cabine do motorista mais à frente, de modo que ele fica quase sobre o eixo das rodas dianteiras. Sendo assim, sua visão é aumentada, enquanto sobre mais espaço na parte de trás, que normalmente seria ocupado pelo capô.

Confira um trecho do comunicado oficial da Canoo:

“Graças à plataforma flexível e direção elétrica, o compartimento do passageiro pôde ser deslocado para a frente para maximizar a visibilidade do motorista. Os projetistas da Canoo deram à picape maior postura e durabilidade com polainas de roda maiores para suportar rodas maiores, o que fornece estabilidade aprimorada e dá a ela um perfil robusto. A tecnologia de iluminação avançada fornece segurança adaptável, e os faróis e lanternas traseiras icônicos da empresa servem como identificadores principais da marca, sem a necessidade de um logotipo. Além do armazenamento, a superfície frontal do veículo foi estendida para proteger melhor os faróis e o para-brisa.”

Veículo terá duas versões

A versão mais cara da automóvel tem cerca de 600 cavalos de potência, além de um alcance de 320 km. Quanto à capacidade de carga, o veículo aguenta pouco mais do que 816 kg. As versões de baixo custo, por outro lado, estarão mais próximas de 160 km de alcance, apresentando um único motor na parte traseira.

Segundo Tony Aquila, presidente executivo da Canoo, o plano é que a versão de baixo custo seja melhorada ainda antes do lançamento. A ideia é que as rodas cheguem a 480 km de alcance.

Embora ainda não se saiba o preço das picapes, espera-se que o produto concorra com o já mencionado Cybertruck, da Tesla, entre outros modelos. Estima-se que a atual capitalização de mercado da Canoo seja de $ 3,4 bilhões.

picape na neve

Fontes: CNN Brasil; The Verge; Canoo; Interesting Engineering.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

A arquitetura, assim como outras áreas, enfrenta desafios complexos atualmente, e um dos mais urgentes é a criação de monumentos fúnebres respeitosos. Com o aumento das taxas de mortalidade em decorrência da pandemia, a importância de pensar em cemitérios urbanos que harmonizem com o meio ambiente e as necessidades das cidades é cada vez maior.

Mas como abordar o tema da morte de uma forma social e cívica? Como criar uma arquitetura de cemitérios que lembre a efemeridade da vida e respeite as questões espaciais e ambientais? Essas são as reflexões que o Engenharia 360 traz neste artigo, explorando como a arquitetura funerária pode se integrar ao tecido urbano.

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Cemitério Parque das Cerejeiras – Imagem reproduzida de ArchDaily
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Cemitério Parque das Cerejeiras – Imagem reproduzida de ArchDaily

Uma nova perspectiva sobre cemitérios e sustentabilidade

Pensar na arquitetura de cemitérios envolve complexas questões éticas, religiosas e culturais, mas, além disso, exige uma reavaliação ambiental. Atualmente, novos projetos buscam alternativas sustentáveis aos métodos tradicionais. Um exemplo inovador é o Sylvan Constellation, desenvolvido pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, que propõe que propõe a transformação da decomposição dos corpos em energia que faz brilhar urnas integradas a florestas.

Essa ideia de cemitérios ecológicos pode ser uma resposta à crescente demanda por soluções que respeitem o meio ambiente e incentivem uma visão mais harmônica da morte.

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Sylvan Constellation – Imagem reproduzida de Inhabitat

Veja Também: Conheça a engenharia do cemitério mais alto do mundo, local escolhido para o descanso final de Pelé

Cemitérios urbanos e sua conexão com a cidade e o cotidiano

Algumas pessoas ainda mantêm uma visão mais conservadora com relação à morte, preferindo manter os restos de seus entes queridos em cemitérios. Mas este local de honra e recordações não precisa ser necessariamente desconectado do tecido das cidades brasileiras, por exemplo. Ao contrário disso, poderia ser um epicentro de artes, arquitetura e paisagismo.

Projetos ao redor do mundo mostram que os cemitérios podem ser vistos como pontos de encontro social e cultural, desmistificando a morte e promovendo um ambiente de reflexão sobre a vida e a natureza.

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Caveira mexicana – Imagem de vecstock em Freepik

Um exemplo é o Cemitério do Père-Lachaise em Paris, que une áreas verdes e arte, ajudando a mudar a visão negativa desses espaços e integrando-os ao cotidiano urbano.

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Cemitério do Père-Lachaise – Imagem de Pixabay

A evolução histórica da Arquitetura Funerária

Quem pensa que não há evolução na arquitetura de cemitérios está enganado! Aliás, se analisarmos toda a história da arquitetura mundial, veremos claramente vestígios desta transformação.

Já na Antiguidade, tivemos os grandes monumentos funerários, como as famosas pirâmides do Egito e o Taj Mahal na Índia. Mas no final do século XIX, esse modelo de arquitetura deu um salto. Por uma questão de necessidade, relacionada aos problemas de superlotação nos antigos cemitérios, que eram bastante insalubres, novos espaços foram construídos. Em cidades como Londres e Paris, os cemitérios parques tornaram-se uma alternativa que, inclusive, ajudou a acrescentar mais centros sociais e áreas verdes aos tecidos urbanos.

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Taj Mahal – Imagem de Sudipta Mondal em Pexels

Projetos contemporâneos de arquitetura e urbanismo demonstram que cemitérios não devem ser encarados apenas como locais para o descanso final ou simples depósitos de corpos. Esses espaços também precisam assumir um compromisso com a qualidade das cidades e, ironicamente, com a vida das gerações futuras. Isso implica pensar no bem-estar da comunidade, na preservação ambiental e na integração com o entorno urbano. Um exemplo notável dessa visão é o Cemitério de San Cataldo, projetado pelo arquiteto Aldo Rossi, que incorpora esses valores em seu design inovador.

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San Cataldo – Imagem reproduzida de Failed Architecture
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HofmanDujardin Reimagine – Imagem reproduzida de ArchDaily

O futuro da Arquitetura Funerária

Os cemitérios modernos não são apenas locais para o descanso final, mas também são espaços que refletem o compromisso com a sustentabilidade, o urbanismo e a preservação ambiental. Essa nova visão nos convida a pensar na arquitetura funerária como uma parte importante do planejamento urbano, contribuindo tanto para a qualidade ambiental das cidades quanto para o bem-estar da sociedade.

O que você acha dessa nova perspectiva sobre cemitérios urbanos? Compartilhe sua opinião nos comentários!

Veja Também: Como lidar com áreas contaminadas?


Fontes: Lopes, ArchDaily, PROA.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

Um estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA, está contribuindo para que hologramas em tempo real sejam possíveis. Esta tecnologia que já existe há 60 anos está sendo readaptada para o mundo digital, e pode contribuir consideravelmente para um uso menos prejudicial dos equipamentos de RA.

Recentemente, soube-se que a Apple planeja lançar headsets e óculos de RA até 2030, por exemplo. No entanto, ainda falta um longo caminho para que equipamentos como esses substituam TVs e computadores.

Um dos motivos principais é seu uso seguro, que ainda não é plenamente possível. Isto é, apesar de estarem na moda antes mesmo de se produzi-los em série, os dispositivos de realidade virtual podem nos deixar doentes. Náuseas e cansaço ocular podem acontecer, pelo fato de que o usuário tem a ilusão de uma visão em 3D. Contudo, na realidade ele está olhando em uma distância fixa para uma tela 2D. E justamente os hologramas podem ajudar a resolver este problema.

Hologramas oferecem uma perspectiva dinâmica baseada na posição do espectador. Essa dinâmica permite que o olho humano ajuste a profundidade focal entre figura e fundo, o que na visão 2D não acontece, pois nela só temos a visão de um plano. Dessa maneira, hologramas podem proporcionar uma representação bastante fiel do mundo em três dimensões, fazendo com que a visão reaja assim como ela reage ao mundo real, ajustando o foco de acordo com a perspectiva.

A missão por um 3D melhor

Pesquisadores sempre buscaram diminuir o tempo necessário para se produzir um holograma fiel. Tradicionalmente, foram precisos supercomputadores para simular eventos físicos, que ainda por cima só produziam efeitos não tão realistas.

Entretanto, descobriu-se uma nova maneira de produzir hologramas quase instantaneamente, inclusive em laptops. O estudo é realizado no MIT e liderado pelo pesquisador Liang Shi.

Uma fotografia típica, produzida a partir de uma lente, codifica o brilho de cada onda luminosa, para então reproduzir em uma imagem a cores – que, no entanto, é plana.

Em contrapartida, um holograma codifica, além do brilho, a fase de cada onda. Desse modo, é possível reproduzir uma versão mais fiel da imagem, levando em conta a perspectiva e a profundidade.

Uma foto poderia, por exemplo, reproduzir um quadro impressionista de Monet levando em conta sua paleta de cores com uma certa fidelidade. Já o holograma pode trazer à tona, mais fielmente, aspectos como as pinceladas e a textura do quadro, tão caras à estética impressionista. Mas apesar de ser uma ideia atraente, hologramas como esse ainda são difíceis de fazer e ser reproduzidos.

Buscando soluções: dos raios laser à IA

Em meados do século XX, os primeiros hologramas eram estáticos, sendo produzidos por meio de raios laser. Ainda que fosse trabalhoso produzi-los, o fato de torná-los reais já foi uma grande conquista. E graças a estas primeiras conquistas, com o tempo foi possível superar alguns desafios nessa área, até chegar no que temos hoje.

A princípio, a ideia é simular o sistema óptico humano. Mas o processo para isso é um trabalho além do que os computadores podem realizar. Liang Shi exemplifica: “Cada ponto de uma cena tem uma profundidade diferente, você (o computador) não pode aplicar as mesmas operações para todos eles.”

A solução que Shi encontrou foi deixar o computador aprender física por si mesmo. Por isso, ele tem usado o deep learning (“aprendizagem profunda”) para acelerar as holografias, permitindo sua criação em tempo real.

Demonstração de foco frontal (esquerda) e posterior (direita) de holograma
Demonstração de foco frontal (esquerda) e posterior (direita). Créditos: Liang Shi, Wojciech Matusik.

Hologramas podem ser realidade comercial em 10 anos

“As pessoas antes pensavam que, com os hardwares comuns existentes, seria impossível realizar holografias 3D em tempo real,” afirma Shi. Ele ainda ressalta o paradoxo entre a expectativa do mercado e o tempo necessário para as pesquisas: “É dito com frequência que as telas holográficas disponíveis comercialmente serão factíveis em 10 anos, mas isso é dito há décadas.”

A nova abordagem utilizada por Shi em suas pesquisas, chamada holografia tensorial, é o que o faz acreditar que essa expectativa de 10 anos finalmente possa se tornar real. O avanço poderia provocar um boom da holografia em áreas como a Realidade Virtual e impressões 3D.

Há ainda outros nomes envolvidos na pesquisa, além de Liang Shi, como por exemplo o orientador e co-autor Wojciech Matusik. Além disso, inclui como co-autores nomes como Beichen Li, membro do mesmo instituto, e também antigos membros, como Changil Kim (agora trabalhando para o Facebook) e Petr Kellnhofer (atualmente na Universidade de Stanford).

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Fonte: Phys.org

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