Recentemente, falamos sobre o Acervo Técnico Profissional, que serve basicamente para comprovar, em termos legais, todas as atividades do profissional que foram registradas no CREA. Mas existem outros documentos que realizam mais comprovações e que valeria você ter conhecimento também. É o caso do Atestado de Capacidade Técnica. Entenda para que isto serve no texto a seguir!

Atestado Técnico
Imagem extraída de Effecti

Para que serve o Atestado de Capacidade Técnica?

O Atestado de Capacidade Técnica é um documento que ajuda a comprovar e atestar – por isto o nome – o fornecimento de materiais ou serviços prestados por uma determinada empresa. Ele deve ser emitido por uma pessoa jurídica e assinado por seu representante legal, discriminando, em papel timbrado, o teor da contratação e os dados da empresa contratada.

Resumindo, em um Atestado de Capacidade Técnica, uma instituição atesta que outra empresa prestou um serviço ou entregou uma obra dentro das condições inicialmente acordadas.

Quando solicitar este atestado?

Digamos que uma empresa queira contratar uma terceirizada para realizar um serviço. Ela, então, precisa se certificar de que esta outra empresa tem todos os requisitos necessários para cumprir as tarefas exigidas, que conseguirá entregar determinados tipos de serviços como se espera, e mais. E o melhor jeito de conferir a sua capacidade é através de uma fonte externa.

Os Atestados de Capacidade Técnica fazem isto! Nestes documentos, fica declarada, pelos contratantes das obras ou serviços – pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado – a execução da obra ou a prestação do serviço, seus elementos quantitativos e qualitativos, o local e o período de execução, os responsáveis técnicos envolvidos e as atividades técnicas executadas.

Então, quem pode emitir o Atestado mesmo?

Todos os Atestados de Capacidade Técnica de empresas devem ser emitidos por uma pessoa física ou jurídica de direito público ou privado de uma instituição independente que não tenha nenhuma ligação com a mesma. Ou, então, podem-se contatar clientes que já tenham solicitados serviços e, a partir daí, elaborar um atestado. Em todos os casos, a formalização do documento deve ser feito juntamente ao CREA.

Conforme o Art. 58 da Resolução n° 1025/09 do Confea, “as informações acerca da execução da obra ou prestação de serviço, bem como os dados técnicos qualitativos e quantitativos do atestado, devem ser declarados por profissional que possua habilitação nas profissões abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA.”. 

Se a empresa contratante ou o cliente não puder assinar pelo Atestado, o único meio de obter este documento será através de laudo técnico emitido por profissional habilitado, com a mesma atribuição do profissional do requerente – conforme o que diz o Parágrafo Único do Art. 58 da Resolução nº 1025/09 do CONFEA.


Fontes: CREA-SP, Mais controle ERP.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Uma esperança para as pessoas com coração debilitado e que aguardam na fila de espera por um transplante de órgão! É isto que a Escola Politécnica da USP, com o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, traz. O grupo elaborou um protótipo que pode ser implantado diretamente no coração do paciente, operado como uma bomba de sangue acionada por um motor elétrico, sendo inserido e instigado via indução.

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Detalhes do aparelho

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1º edição, José Roberto Cardoso, docente da Escola Politécnica da USP e integrante do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, explicou que o equipamento é destinado a enfermos que necessitam do transplante de coração. Mas este, por sua vez, ainda precisa ser testado em seres humanos, mas a eclosão da Pandemia atrasou o processo, impossibilitando a continuação das pesquisas.

Ainda segundo o professor da USP, José Roberto Cardoso: “A fase de testes em seres vivos já está em condição de início imediato, mas aguardaremos o fim da Pandemia para voltar aos laboratórios e atingir esse objetivo”.

Apesar de os dispositivos ventriculares serem mecanismos comumente empregados ao redor de todo o planeta, o protótipo elaborado pela Medicina e Engenharia brasileira possui um diferencial: a implementação total do equipamento.

Também de acordo com Cardoso, “os dispositivos atuais não são totalmente implantados e dependem de higienização constante”. Além de tudo, outra especificidade relevante do instrumento elaborado pela parceria tem relação com o acesso e controle dessa tecnologia, que, com o passar do tempo, pode ser mais alcançável e de baixo custo.

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Veja Também: Escola de Engenharia da USP cria exoesqueleto robótico para reabilitação de pacientes de AVC

Sobre a parceria

Após interesse por parte do Instituto Dante Pazzanese na bomba de sangue produzida pelo grupo de eletromagnetismo da Escola Politécnica – que se preocupa com o funcionamento de dispositivos eletromecânicos -, a parceria foi efetivada. Cardoso expõe que o instituto sugeriu uma colaboração para que o grupo criasse o protótipo completo, de maneira que os problemas inseridos no projeto fossem solucionados. Entretanto, além da bomba e do motor elétrico, é necessária uma fonte, para acionar a execução do dispositivo.

Cardoso salienta: “Criamos um grupo de mecatrônica da Escola Politécnica e, com o laboratório de eletromagnetismo, projetamos esse componente para acionar o motor, o próprio motor e também a bomba”. Ainda segundo ele, é imprescindível pensar na geometria da bomba, posto que, se for empregado e apresentar defeito no funcionamento do tratamento do sangue, pode causar outras doenças, como trombose, até mesmo levando o paciente à morte.

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Outras ações

Além desse projeto, a parceria entre Medicina e Engenharia tem proporcionado soluções em meio ao período pandêmico. A Escola Politécnica da USP trabalhou na elaboração de um respirador de menor custo e capaz de ser produzido em apenas duas horas, que pode ser usado em Unidades de Terapia Intensiva e no estudo realizado com referências matemáticas para aferir a disseminação do vírus, seja os reais (responsáveis pelas doenças em seres humanos), seja os virtuais (presentes em sistemas computacionais).

O que você achou desses projetos? Compartilhe a sua opinião nos comentários!


Fonte: Jornal da USP.

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Engenharia 360

Samira Gomes

Engenheira de Produção formada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF); certificada como Yellow Belt em Lean Seis Sigma.

Quando estamos imersos no trabalho, em certas épocas da vida, consideramos como seria se os dias tivessem mais do que 24 horas. – principalmente, se nos vemos com prazos apertados e tarefas acumuladas. De fato, pensamentos desse tipo são bastante recorrentes entre as pessoas!

Mas algo que sempre devemos ter em mente também é a busca pela produtividade e o aproveitamento do tempo no trabalho. É nesse sentido que Amantha Imber, fundadora da empresa australiana Inventium, traz quatro estratégias para realizar mais trabalho em menos tempo.

Amantha oferece assessoria em ciências comportamentais. Suas estratégias também consideram pesquisas que realizou nos últimos três anos. Durante esse tempo, pessoas de diferentes áreas profissionais foram entrevistadas acerca da organização de suas tarefas e rotinas de trabalho.

Amantha Imber, fundadora da empresa australiana Inventium.
Fonte: G1.

A especialista afirma à BBC News Mundo que: “A produtividade não tem a ver com quantas horas você trabalha ou quantas tarefas pendentes você pode tirar da sua lista”. A seguir, saiba mais sobre o que Amantha tem a dizer sobre a produtividade no trabalho!

1. Descubra o seu ‘cronotipo’

O “cronotipo” se refere ao relógio biológico de cada pessoa. Considerando que o dia tem 24 horas, o ciclo natural de sono-vigília ocorre dentro desse tempo. Por isso, é importante saber em que momentos desse ciclo temos mais ou menos energia. Sendo assim, essas características definirão o cronotipo próprio de cada pessoa.

Cerca de 10% das pessoas se sentem mais dispostas pela manhã, de acordo com Amantha. Por outro lado, 20% da população se dá melhor trabalhando à noite. Contudo, a maioria das pessoas está em um meio-termo. Em geral, ocorre um pico de disposição logo antes do meio-dia. Em seguida, há uma queda (normalmente depois do almoço), sendo que há um novo pico ao fim da tarde.

Levando isso em conta, a assessora recomenda a organização do dia considerando esse relógio biológico. Assim, pode-se realizar as atividades mais exigentes nos momentos em que a energia está alta, ao passo que as atividades mais repetitivas ficam para momentos de energia baixa.

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Imagem extraída de Pixabay

2. Planeje a jornada de trabalho do dia seguinte

Durante o dia, temos certas atividades que são prioridades, enquanto outras são secundárias. Separando bem essas duas coisas, é possível ter um dia mais produtivo. O passo seguinte é anotar cada um desses itens. Uma dica é eleger três ou quatro prioridades principais, aquelas que você não pode deixar de fazer.

Em seguida, é só botar a mão na massa e completar a lista do dia. Outra dica útil é separar tarefas simples e rápidas para serem realizadas entre reuniões e turnos. Em suma, um planejamento cuidadoso e honesto é de grande ajuda!

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Imagem extraída de Pixabay

3. Crie rituais

Pequenos ritos podem nos auxiliar no trabalho à medida que ajudam a mudar a chave mental. Trata-se de ações relacionadas ao espaço e ao horário de trabalho. Ao realizar ritos de forma disciplinada e consistente, seu cérebro associa esses sinais físicos e temporais às tarefas do trabalho.

Algumas pessoas, por exemplo, caminham quando precisam pensar em determinado assunto ou resolver problemas complexos. Já outras pessoas preferem dividir as tarefas conforme os espaços da casa ou escritório, evitando a monotonia. Tudo isso influência o desempenho em qualquer atividade.

A ideia é criar uma regularidade em relação ao trabalho, associando-o a ritos, lugares e horários do dia. Um exemplo: fazer reuniões por vídeo-chamada no quarto, responder e-mails na cozinha e escrever na sala. Acredite, depois de algumas semanas, é possível gerar um fluxo regular que facilita o alcance dos objetivos!

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Imagem extraída de Pixabay

4. Evite bloquear a sua agenda

Quando temos muitas tarefas, um dia completamente cheio pode causar uma sensação enganosa de produtividade. Isto é, você pensa que não há tempo para lidar com imprevistos, contatos sociais ou seus próprios momentos de criatividade, mas está enganado!

Se esse é o seu caso, considere a importância de um tempo sem nada programado durante seu dia. Assim, esse tempo pode ser usado para resolver problemas inesperados, ou mesmo para descansar e recuperar o fôlego e a concentração.

E você, o que achou das dicas? Já pratica alguma delas? Conte para nós nos comentários!


Fonte: G1.

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Engenharia 360

Joachim Emidio

Pesquisador, professor e artista. Colaborador do E360, difunde notícias e atualidades da Engenharia e todos os seus desdobramentos. É especialmente curioso sobre os campos de intersecção entre Engenharia e Música, como a Acústica e a Organologia. Atualmente é pós-graduando em Performance Musical pelo Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo, SP.

Imagina tudo que um profissional consegue realizar ao longo de uma vida, somando anos e anos de trabalho árduo. Em termos legais, se ele deseja comprovar estas atividades, basta ele acessar o banco de dados do seu conselho. No caso dos engenheiros, geólogos, geógrafos, meteorologistas, tecnólogos e mais, representados pelo CREA, é preciso consultar o sistema CAT. Saiba mais!

O que é Acervo Técnico de profissional?

O que é CAT?

CAT é a sigla de ‘Certidão de Acervo Técnico’. Trata-se de um instrumento que certifica, para efeitos legais, todas as atividades do profissional que foram registradas no CREA. E como elas são registradas? Se você disse “através das ARTs ou Anotações de Responsabilidades Técnicas”, acertou! Isto comprova a experiência da pessoa, compatível com a sua competência. E vale ressaltar que o CAT é válido em todo o território nacional, mas que perderá a validade no caso de modificação dos dados técnicos qualitativos ou quantitativos nela contidos em razão de substituição, ou anulação das ARTs.

Veja Também: Como emitir uma ART?

Por que solicitar o CAT?

Existem basicamente três tipos de CATs: sem registro de atestado, com registro de atividade concluída e com registro de atividade em andamento. Geralmente, os profissionais solicitam ao CREA o seu Acervo Técnico para comprovação de Capacidade Teórico Profissional da pessoa jurídica a qual ele está vinculado, sobretudo para participação em licitações e concursos públicos. Contudo, eles também podem solicitar para as obras/serviços em andamento ou concluídos. E este seu Acervo Técnico será composto pelas ARTs.

Empresas possuem Acervo Técnico?

A resposta mais curta é ‘não’, empresas não possuem Acervo Técnico. Na verdade, a sua capacidade técnico-profissional será representada pelo conjunto dos acervos técnicos dos profissionais vinculados como integrantes de seu quadro técnico.

Conforme o Art. 48 da Resolução nº 1025/09 do CONFEA, “A capacidade técnico-profissional de uma pessoa jurídica é representada pelo conjunto dos acervos técnicos dos profissionais integrantes de seu quadro técnico. É vedada a emissão de CAT às empresas, conforme art. 55 da mesma Resolução. 

Quem emite o Acervo Técnico dos profissionais?

Como dito antes, o profissional deverá sempre requerer o seu CAT na jurisdição do Crea onde foi executada a obra ou serviço é emitida as respectivas ARTs. Mas vale lembrar que estas ARTs, para serem registradas no CAT já devem ter tido baixa. O documento completo será emitido – depois da solicitação, pagamento de taxa ao CREA, análise do requerente e verificação da compatibilidade das informações apresentadas – em nome do profissional. Em alguns casos específicos, são necessárias diligências para obtenção de informações complementares à instrução do processo, bem como seu encaminhamento para decisão das instâncias do Crea (Câmara Especializada e Plenário).

Mais informações sobre a Certidão de Acervo Técnico no vídeo a seguir:


Fontes: CONFEA, CREA-SP, CREA-MG, CREA-PA.

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Engenharia 360

Redação 360

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Em um momento anterior, o Engenharia 360 explicou o que é ART; e se você é engenheiro, sem dúvidas, deve estar bem acostumado com esta sigla. Significa, então, Anotação de Responsabilidade Técnica. Este documento caracteriza legalmente os direitos e obrigações entre profissionais do Sistema CONFEA/CREA e seus contratantes de serviços técnicos. Além disso, obviamente, determina as responsabilidades do profissional. E isto, a saber, está instituído em Lei 6.496/77.

confea
Imagem extraída de Mundo Engenharia

Quais as vantagens da emissão da ART para os engenheiros?

Para você, engenheiro, as ARTs garantem o direito à remuneração, cumprimento de contratos entre as partes, e definição dos limites da sua própria responsabilidade. Fora que também pode servir de registro de todas as atividades técnicas que desempenhou ao longo da sua carreira.

De quem é a responsabilidade do preenchimento do documento?

Sim, é sua a responsabilidade de preenchimento da ART – com todas as suas informações necessárias -, não do cliente. O quê? Ainda não preencheu nenhuma ART? O Engenharia 360 também já explicou como emitir uma ART e o que acontece se você não pagar a anuidade do CREA – que também interfere nas emissões de documentos assim! Mas, a saber, existem três formas de registro – inicial, complementar e de substituição – e tipos – de obra e serviço, desempenho de cargo ou função, e múltipla.

ART
Imagem extraída de Engenharia 360

Como saber se a ART é falsa?

Lembrando que uma ART só passa a ser considerada válida após o pagamento da taxa. E o cliente pode conferir se o documento foi mesmo emitido e é válido. Esta informação é aberta ao público em geral. É só acessar o site do CREA do município onde é realizada a obra e clicar no ambiente público, seguir o caminho indicado preenchendo as informações necessárias, sendo uma delas a numeração de chave de verificação – existente em cada impressão de ART. Se o documento em mãos for falso ou inexistente, aparecerá uma mensagem na tela como “Não localizada”.

Afinal, qual a validade das ARTs?

Mas, respondendo à pergunta principal deste texto, sim, a ART tem prazo de validade, sendo a sua data de baixa no sistema – uma operação que, aliás, só poderá ser feita por você mesmo, se for o emissor do documento. E se a baixa nunca for feita, quer dizer que, a responsabilidade para obra será acontecerá independentemente do tempo transcorrido. Para saber, é seu direito anular a ART, caso seja necessário, de acordo com artigo de resolução 1.025/2009 do CONFEA.

E como corrigir ou dar baixas nos documentos já emitidos?

Agora, se a ART for preenchida errada, a mesma não deve ser excluída, mas retificada. E esta substituição retificadora deve ser feita no mesmo site onde o documento original foi criado e somente para corrigir erro de preenchimento – desde que, pela análise preliminar do CREA, não se verifique a modificação do objeto ou da atividade técnica contratada.

Caso seja preciso acrescentar uma atividade técnica neste documento, deverá ser recolhida nova ART complementar. Se algum profissional colocado no documento for substituído por outro profissional deve recolher a ART de corresponsabilidade, vinculando sua ART à do profissional principal, colocando no devido campo de observação o período estimado desta participação.

Por fim, se a decisão for realmente dar baixa na ART, o Engenharia 360 também explica neste artigo: Como dar baixa em uma ART?.


O Engenharia 360 tem muito mais a compartilhar com você! Confira ao webstories a seguir!


Fontes: Sindico Net, CRMVPB, CREA-SP, CREA-PR.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Fazer a escolha correta do cimento é essencial para garantir o sucesso da obra, alcançar o máximo de qualidade e evitar riscos. Vamos agora aprender a identificá-los!

Os tipos de cimento

Sabia que cimento não é tudo igual? E você saberia identificar cada tipo de cimento na hora de comprar? Se responder ‘não’ para algumas destas perguntas, aconselho que continue lendo, pois o Engenharia 360 mostra a seguir que existem diferentes tipos de cimento no mercado. E mais, como é fácil e de extrema importância saber identificá-los.

O cimento Portland

O cimento Portland é o material mais utilizado na construção civil, seja como concreto ou como argamassa. Trata-se de um pó fino, seco e pulverulento com propriedades aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a ação da água, oferecendo elevada resistência mecânica. Pode ainda se agregar a materiais inertes – tais como areia, cal, brita e outros -, resultando em concretos e argamassas amplamente utilizados em casas, edifícios, pontes, barragens e mais.

No Brasil, atualmente, existem 11 tipos de cimento Portland reconhecidos pela ABNT, a Associação Brasileira de Normas Técnicas. Cada um deles possui uma fórmula diferente, com a finalidade de atender um tipo de construção. Por isso, a escolha equivocada do cimento pode trazer sérios problemas e riscos para a obra!

Diante disso, é exigido que na própria embalagem do saco de cimento tenha uma nomenclatura padronizada que define qual é o tipo de cimento que está sendo armazenado. Na ilustração abaixo podemos ver uma simulação de exemplo de nomenclatura de cimento expressa por CP II-F-32.

Ilustração de uma saco de cimento
Ilustração fictícia de um saco de cimento Portland | Imagem de Matheus Felipe Silva.

Esta nomenclatura até parece bem complicada de entender, mas é simples. Assim, o algarismo romano “II” expressa o tipo de cimento, a letra “F” representa sua adição e o número “32” mostra sua classe. Aprenda mais a fundo sobre cada uma dessas designações nos tópicos a seguir!

Tipo

O cimento Portland é dividido em cinco tipos:

  • CP I (Comum),
  • CP II (Composto),
  • CP III (de Alto-Forno),
  • CP IV (Pozolânico), e
  • CP V (de Alta Resistência Inicial).

A saber, essas abreviações são dadas de acordo com os materiais requeridos no processo de fabricação de cada cimento!

Adições

Com o objetivo de melhorar suas características físicas, químicas e mecânicas, os cimentos recebem diferentes tipos de adições. O cimento Portland composto possui, no mínimo, uma adição acima de 5% da constituição do aglomerante. Por isso é que ele recebe em sua nomenclatura as siglas que representam o material incorporado: E (escória granulada de alto forno), F (filer) ou Z (pozolana). Exemplos: CP II-E, CP II-F ou CP II-Z.

Já o cimento comum possui um material incorporado abaixo de 5% e, por isso, possui a representação da sigla S – a adição também pode ser de escória, filer ou pozolana. Exemplo: CP I–S.

Os demais tipos de cimento não apresentam as siglas de adição, uma vez que o CP III já possui uma adição predominante de escória de alto forno, o CP IV de pozolana e o CP V de filer.

Classe

Por último, na nomenclatura, temos a representação da classe, que mostra a resistência à compressão mínima que o cimento atinge aos 28 dias de idade. Os valores são de 25, 32 ou 40 MPa – sendo MPa sigla de ‘Mega Pascal’.

Dessa vez a exceção fica por conta do CP V, que não apresenta em sua nomenclatura o valor da resistência, pois atinge um valor de 34 MPa em apenas 7 dias de idade. Por este motivo é que leva o nome de cimento de alta resistência inicial (CP V-ARI). Alguns exemplos: CP I–32, CP II–Z–25, CP III–40, CP IV–32, CP V–ARI.

Siglas do cimento Portland
Exemplo das siglas do cimento Portland. | Imagem de Matheus Felipe Silva.

Casos especiais

Além desses três componentes da nomenclatura mencionados anteriormente, existem ainda outros tipos de cimentos que recebem uma nomenclatura um pouco diferente. São os mesmos:

  • Resistência a sulfatos: segundo a NBR 5737:92, qualquer um dos cinco tipos de cimento Portland pode vir com a sigla RS, que significa resistência a sulfatos, acrescida no fim da sua nomenclatura, desde que atenda com as condições previstas na norma. Exemplos: CP I-32 RS, CP II-E-40 RS, CP IV-32 RS.
  • Baixo calor de hidratação: assim como no caso anterior, qualquer um dos cinco cimentos Portland pode ter um acréscimo em sua nomenclatura da sigla BC, que significa baixo calor de hidratação, desde que o cimento cumpra com as condições estabelecidas na NBR 13116:94. Exemplos: CP I-40 BC, CP II-F-25 CB, CP III-40 BC.
  • Cimento Portland Branco: diferente dos demais e como seu próprio nome sugere, este cimento se diferencia por sua coloração. A cor branca é garantida graças às suas matérias-primas e um processo de fabricação especial. Este cimento é regulamentado pela NBR 12989, sendo classificado em dois subtipos: cimento Portland branco estrutural e cimento Portland branco não estrutural.

Já a nomenclatura do cimento Portland estrutural é dada pelas siglas CPB, acompanhada da sua classe de resistência. Exemplos: CPB-25, CPB-32 ou CPB-40.

E no cimento Portland não estrutural, sua nomenclatura vem sem a designação de classe de resistência. Exemplo: CPB.

Bônus para os curiosos

O cimento Portland foi nomeado em homenagem à ilha britânica de Portland, onde o químico britânico Joseph Aspdin observou que a trituração das pedras da ilha resultava em um material que endurecia.

A ilha de Portland é conhecida por suas rochas vulcânicas compostas principalmente de calcário. Pesquisadores aqueceram o calcário em fornos a altas temperaturas e descobriram que o material resultante endurecia. Com base nessa descoberta, o cimento foi desenvolvido e recebeu o nome de “cimento Portland” em referência à ilha onde a percepção inicial ocorreu. Joseph Aspdin obteve a patente do cimento em 1824, mas seu filho, William Aspdin, é considerado o inventor do cimento Portland “moderno” devido aos avanços que fez na década de 1840.

Veja Também: Saiba quais materiais eram empregados na engenharia da antiguidade

Conclusão

Há quase dois séculos, o cimento Portland é o principal material utilizado na construção civil. Durante esse período, sua fórmula tem sido desenvolvida, se diversificado e tornado cada vez mais moderna, garantindo mais eficiência, menores custos de fabricação e aplicação, além de menor impacto para o meio ambiente.

Fazer a escolha correta do cimento é essencial para garantir o sucesso da obra, alcançando o máximo de qualidade e evitando riscos!

Você já conhecia as siglas do cimento? Conta pra gente nos comentários!


Fontes: Instituto da Construção; Escola Engenharia; Orçafascio.

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Engenharia 360

Matheus Felipe Silva

Engenheiro Civil em formação na UFMT. Pesquisador, redator, sonhador, apaixonado por futebol e engenharia. Seu propósito de vida é ajudar pessoas.

No dia 3 de junho de 2021, foi amplamente noticiado o acidente ocorrido em uma construção irregular localizada em Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. Infelizmente, essa queda de edifício, foi mais um caso que alerta para os problemas históricos na construção civil brasileira. Atualmente, no país, são milhões de obras na mesma situação – com projeto inexistente, locais sem fiscalização onde são construídas edificações sem os devidos alvarás e erguidas sobre áreas em situação de risco. Nesta matéria, vamos destacar alguns pontos que devem ser considerados caso se deseje resolver problemas sistêmicos assim!

construções irregulares
Imagem extraída de Jornal da Record – R7
construções irregulares
Imagem extraída de Meia Hora

Como ocorreu a queda de um edifício no Rio?

Sobre essa queda de edifício no Rio de Janeiro, vizinhos relataram que ouviram as esquadrias estourando momentos antes do evento. Também ouviram estalos. Os mesmos, muito provavelmente, devem ter sido oriundos da ruptura de vigas ou pilares, ou seja, rupturas locais e, na sequência, a ruptura total.

Esse acidente custou a vida de um pai e uma filha, enquanto a mãe foi levada em estado grave para a UTI de um hospital. Certamente a sociedade na totalidade não deseja que uma história semelhante se repita. Dessa forma, se faz necessário discutir urgentemente caminhos que possam encaminhar soluções!

Como ocorrem as rupturas estruturais?

Sobre o mecanismo de ruptura, de forma resumida, pode ser entendido da seguinte maneira: sobrecarga atuante maior que as resistências dos elementos estruturais, causando rupturas locais que seguem em efeito-cascata e acabam por colapsar a estrutura na totalidade, levando à queda de edifício.

construções irregulares
Imagem extraída de Jovem Pan

Veja Também: Desabamento de trem na Cidade do México deixa mortos e feridos

A saber, fator de segurança é a relação entre as cargas resistentes e as cargas aplicadas. Mas quantas são as residências que podem apresentar fator de segurança menor que 1? O que fazer efetivamente? É possível regularizar e aproveitar as boas construções? E nas casas condenadas, onde essas famílias vão ir morar? São perguntas importantes para a obtenção de um “mapa” com a identificação do problema e ações voltadas à solução das questões levantadas!

Será que esse tipo de construção é mais comum do que se imagina?

Sim, muitas famílias na periferia de São Paulo e em tantas outras regiões do país vivem em habitações que podem estar em situação irregular e/ou de perigo. É importante diferenciar essas condições, visto que:

  • para as habitações em perigo, é preciso dar a prioridade de remoção,
  • ao passo que, para as habitações irregulares, precisa-se apenas de uma validação do projeto e adequada regularização junto à prefeitura.

Nessas construções irregulares – como pode ser no caso dessa queda de edifício no Rio -, os proprietários possuem baixa renda e vão construindo gradualmente: primeiro um pavimento, depois o superior e assim até um 3º ou 4º pavimento e além. E, muitas vezes, o objetivo é familiar, ou seja, os filhos que vão casando já têm uma casa. Outra possibilidade é a locação desses imóveis para uma renda passiva vinda de aluguéis.

Veja Também: Estrutura de sacada de casa de praia em Malibu desaba com 12 pessoas

E o que se pode fazer a respeito?

A solução, portanto, não é simplesmente sair demolindo casas. Muito pelo contrário: deve-se, antes, buscar validar as casas que estão bem construídas. Essa validação seria fornecida por um engenheiro experiente nessa área. Ele também deve ser capaz de identificar as casas que estão numa situação mais crítica.

Para isso funcionar, tal solução deveria “andar de mãos dadas” com políticas públicas adequadas, identificando novas casas para as quais os moradores em situação de risco seriam encaminhados. De preferência, com fácil acesso a um transporte público adequado.

Existe, portanto, uma necessidade de se cumprir uma espécie de roteiro para o encaminhamento das seguintes soluções:

  • avaliação dos imóveis por perito experiente e apresentar um laudo com classificação quanto ao risco;
  • incentivo a programas habitacionais;
  • mapeamento da situação para identificar prioridades;
  • classificar imóveis com “baixo risco”, imediatamente tomam as providências para regularização do imóvel;
  • imóveis em processo de regularização e que devem ter o seu projeto As Built em plataforma BIM – de preferência, em um modelo paramétrico 3D construído no Revit;
  • imóveis de “alto risco” e que devem ter plano de evacuação e encaminhamento das famílias para novas casas;
  • por fim, imóveis de “alto risco” e que devem ter plano de reforço provisório, de modo a evitar uma possível ruptura. E então, tomar a decisão de reforçar definitivamente se possível, senão, traçar um plano de demolição, garantindo a segurança dos imóveis adjacentes.
construções irregulares
Imagem extraída de Metrópoles

Conclusão sobre a queda de edifício

É importante considerar que muitos imóveis construídos no Brasil, embora não apresentem projeto ou qualquer documentação técnica referente à sua construção, podem ter sido construídos por mestres-de-obras experientes e, portanto, com qualidade na execução. Todavia, outros não!

Portanto, para dizer se um imóvel está em risco, seria necessária a consulta de opinião de um engenheiro com experiência, capaz de realizar esse mapeamento – que deverá ser o ponto de partida para uma solução adequada.

A população não deve temer ter que deixar seus lares. Tampouco, ter dúvidas em relação à segurança de onde vivem. É absolutamente possível, de forma inteligente e coordenada, garantir a segurança através de uma engenharia bem articulada e com um plano de execução nas mãos.


Fontes: CNN Brasil, Jornal El Pais, R7.

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Engenharia 360

Cristiano Oliveira da Silva

Engenheiro Civil; formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; com conhecimentos em 'BIM Manager at OEC'; promove palestras com foco em Capacitação e Disseminação de BIM / Soft Skills.

Com dois vetos, a sanção do Projeto de Lei que institui o Marco Legal das Startups no Brasil foi publicada no Diário Oficial da União no dia 2 de junho de 2021. A nova lei tem o objetivo de regular pequenas empresas de inovação (startups). As principais mudanças são novas regras de aporte de capitais por pessoas físicas e jurídicas, além da participação das empresas em licitações públicas.

startup
Imagem extraída de jus.com.br

O texto da lei já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro de 2020. Contudo, o Senado ainda modificou o conteúdo do texto. Por isso, uma nova aprovação da Câmara ocorreu no dia 11 de maio deste ano. Apesar de dois vetos, não foi alterado o propósito da nova legislação. Confira alguns de seus pontos abaixo:

  • A receita bruta anual de uma startup deve ser de até R$ 16 milhões;
  • A inscrição no CNPJ não pode ter mais do que 10 anos;
  • As empresas podem receber investimentos de pessoas físicas ou jurídicas;
  • Cria-se o “ambiente regulatório experimental”, que recebe o nome de sandbox regulatório. Assim, as startups poderão oferecer novos produtos e serviços experimentais com mais facilidade e menos exigências burocráticas.

Nova lei permite a integração de startups com a administração pública

O Marco Legal também cria um mecanismo onde startups podem concorrer entre si para serem contratadas pela administração pública. A saber, as leis atuais não permitem, por exemplo, a contratação startups – talvez porque exista um excesso de exigências burocráticas que dificultam esse processo.

Segundo a nova lei, o julgamento dos projetos das empresas considerará o grau de desenvolvimento do projeto e sua viabilidade econômica, bem como a economia para a administração pública.

Assim, os projetos aprovados terão acesso ao Contrato Público para Solução Inovadora. O contrato terá um ano de duração, com possibilidade de renovação. E o orçamento máximo oferecido a cada contrato será de R$ 1,6 milhão.

Parte do texto aprovado pelo Congresso, pela primeira vez, apresentava possibilidade de renúncia fiscal. Isto é, permitiria ao investidor compensar prejuízos acumulados nas fases iniciais do projeto com o lucro obtido após a sua realização. No entanto, o trecho foi vetado. Outro veto foi em relação à proposta de regulamentação do acesso de startups ao mercado de capitais, por meio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Então, o que achou do Marco Legal das Startups para o Brasil? Acredita que será vantajoso, de fato, para as pequenas empresas? Escreva a sua opinião nos comentários!


Fonte: G1.

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

No final do mês de maio de 2021, uma cratera de cerca de 5 metros de diâmetro apareceu em Santa Maria Zacatepec, região rural do México. Localizado a cerca de 119 quilômetros da Cidade do México, o buraco aumentou incríveis seis vezes de tamanho em apenas 24 horas.

Além disso, o local começou a se encher de água. E depois de dos dias, já em 31 de maio, o buraco excedia os 100 metros de diâmetro, alcançando 20 metros de profundidade.

Cratera na zona rural mexicana, no estado de Puebla.
Imagem extraída de Diário do Estado – GO

O governo mexicano, bem como o governo do estado de Puebla, acionaram geólogos, especialistas em hidrologia e técnicos para avaliar o local, sendo interditado. Até agora, tudo indica que as causas são naturais, apesar de ainda não haver uma explicação definitiva.

A secretária do Meio Ambiente de Puebla, Beatriz Manrique, explica: “Pode ter havido um amolecimento da terra de cultivo e extração de aquíferos. E quando a pressão da água na camada superficial se tornou maior que a do solo, gerou uma variação de peso na crosta terrestre, que acabou por ceder”.

Cratera em Puebla (MEX)
Imagem extraída de SIC Notícias
Cratera em Puebla (MEX)
Imagem extraída de Euronews

Casa foi atingida pela cratera

Estima-se que o relatório da investigação ficará pronto em cerca de um mês, segundo autoridades mexicanas. Nesse meio tempo, a casa mais perto da cratera, habitada por Magdalena Xalamihua e sua família, teve de ser evacuada. Infelizmente, o buraco, que aumenta a cada dia, chegou a afetar parte da casa.

Xalamihua relatou ao jornal El País: “Ouvimos o que soou como um estrondo. Pensávamos que eram foguetes, mas olhamos para a rua e vimos como a terra se movia e a água saía (…). Saímos correndo”.

Cratera em Puebla (MEX)
Imagem extraída de India – Global News

Nos vídeos a seguir, é possível obter mais informações sobre o caso, noticiado em dois momentos diferentes no último mês e destacando a evolução da cratera:


Fontes: Diário do Estado; Observador; Tempo.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Engenharia 360

Redação 360

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Provavelmente você nunca ouviu falar na máscara PFF2 antes de 2019, não é mesmo? Mas, com a ocorrência da Pandemia, nós nos vimos obrigados a buscar meios de controle para redução do risco de contrairmos o Covid-19. E usar máscara é um dos meios mais eficientes para isso!

É consenso entre os cientistas de que a máscara PFF2 é, inegavelmente, aquela mais indicada para a redução do risco de contaminações, se comparada a outros tipos – como máscaras cirúrgicas e de pano, por exemplo.

Mas afinal, o que é a máscara PFF2?

A PFF2, ou ‘Peça Facial Filtrante‘, é um Equipamento de Proteção Individual – sigla EPI -, cujo respirador é o próprio meio filtrante, desta forma, utilizado para filtração de partículas suspensas no ar e consequente proteção do usuário.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o funcionamento deste meio filtrante não é exatamente igual ao de uma peneira, já que as máscaras PFF2 possuem filtros mecânicos e eletrostáticos, que fazem com que as partículas não só sejam bloqueadas, mas também sejam atraídas pelas fibras do filtro, aumentando, desta forma, a eficiência de retenção.

Qual a diferença entre PFF2 e N95?

Se você assistiu ao vídeo anterior, descobriu um novo nome de máscara, a N95. Em geral, a PFF2 e a N95 são bem parecidas. Ambos os respiradores se assemelham. A diferença básica real entre eles é de que a PFF2 é brasileira, enquanto a N95 é americana. Sendo assim, para comercialização, a máscara PFF2 deve atender às Normas ABNT 13698:2011 e NBR 13697:2010, o que garante uma penetração máxima de 6% de aerosol e 94% de eficiência. Já a máscara N95 deve atender à norma NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health – e 42 CFR 84, de forma a garantir uma eficiência mínima de retenção de 95%.

Assim como a N95, existem mais máscaras que são utilizadas e certificadas em outros países e comercializadas no Brasil. São exemplos:

  • FFP2 (EN 149-2001 – Europa),
  • KN95 (GB2626-2006- China),
  • P2 (AS/NZA 1716:2012 – Austrália/Nova Zelândia),
  • Korea 1st class (KMOEL-2017-64 – Coréia), e
  • DS (JMHLW-Notificação 214, 2018 – Japão).
Em tempos de Pandemia, saiba mais sobre a máscara PFF2
Modelo de máscara PFF2 | Imagem de Pixabay

O que significa a numeração após o PFF?

A numeração após a sigla na máscara PFF é utilizada para classificar o respirador conforme a capacidade de retenção de partículas, sendo:

  • PFF1: Eficiência mínima de 80% e penetração máxima de 20%. Recomendada para poeiras e/ou névoas (aerossóis mecanicamente gerados);
  • PFF2: Eficiência mínima de 94% e penetração máxima de 6%. Recomendada para fumos (aerossóis termicamente gerados) e/ou de toxidez desconhecida; e
  • PFF3: Eficiência mínima de 99,7% e penetração máxima de 0,03%. Utilizada para particulados altamente tóxicos (LT < 0,05 mg/m³) e/ou de toxidez desconhecida.

Além disso, a nomenclatura da máscara ainda pode conter as terminações ‘S’ (capacidade de o respirador em reter partículas sólidas e líquidas à base de água) ou ‘SL’ (capacidade de reter partículas sólidas e líquidas à base de óleo ou outro líquido que não água), como PFF2S ou PFF2SL.

Onde comprar?

As máscaras PFF2 podem ser compradas principalmente em lojas de produtos hospitalares, material de construção e farmácia. No entanto, com a popularização desse modelo, pode ser que seja difícil de encontrá-las. Para isso, foi fundado, através de uma iniciativa voluntária, o site PFF para todos, onde é possível acessar uma lista de lugares que vendem diferentes versões de máscaras certificadas de forma online.

Posso confiar na marca da máscara?

É verdade que existe uma infinidade de marcas comercializadas no Brasil. No entanto, para que a máscara seja eficiente, é obrigatório que ela apresente o Certificado de Aprovação (CA), emitido pelo Ministério do Trabalho e os selos do Inmetro e do Organismo de Certificação do Produto (OCP).

máscara
Máscara PFF2, destaque para o selo do Inmetro | Imagem extraída de Portal Folha da Manhã

Veja Também: Engenheiros remodelam máscara de proteção contra o coronavírus

Vale lembrar que a ANVISA publicou a Resolução-RE nº 1.480/2020, constando a lista de empresas fabricantes de respiradores particulados (N95, PFF2 ou equivalente) que demonstraram falhas na eficiência mínima de filtragem de partículas. Você pode acessar a listagem completa clicando aqui.

Fique atento

  • Para garantir que a eficiência da máscara não seja comprometida, siga as recomendações do fabricante quanto ao seu uso e manutenção.
  • Em caso de manchas ou problemas na vedação, descarte imediatamente o respirador.
  • E siga as instruções corretamente para reutilizar sua máscara clicando aqui.

Então, gostou do conteúdo? Escreva nos comentários abaixo!


Fonte: N95DECON, Istoé, Dr. Dráuzio Varella

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Ithon Ramos

Engenheiro de Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e MBA em Gerenciamento de Projetos