Engenharia 360

Tesla está trabalhando em ventiladores pulmonares feitos com partes de carros

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 07/04/2020 3 min

Tesla está trabalhando em ventiladores pulmonares feitos com partes de carros

por Kamila Jessie | 07/04/2020
Engenharia 360

O Engenharia 360 tem acompanhado, desde o início, o
posicionamento do CEO da Tesla, Elon Musk, sobre a questão do coronavírus.
Apesar de, a princípio, cético quanto à pandemia, Musk cedeu e foi pessoalmente
requisitado a colaborar. Agora, o bilionário está direcionando uma das fábricas
da Tesla para produzir ventiladores pulmonares. O diferencial é que ele inclui
componentes de veículos da montadora.

Fluxograma com o design do ventilador pulmonar da Tesla. Blocos em laranja indicam componentes de veículos da montadora. Imagem: Tesla via Youtube.
Fluxograma com o design do ventilador pulmonar. Blocos em laranja indicam componentes de veículos da montadora. Imagem: Tesla via Youtube.

Ficamos sabendo desse detalhe relacionado ao uso de partes dos carros da Tesla nos ventiladores porque a montadora divulgou um vídeo mostrando o backstage do processo de design. Mas não é de se surpreender que esse tipo de abordagem seja tomada pela empresa, dado que Elon considera a ideia de aproveitar (e reaproveitar) componentes até para foguetes da SpaceX.

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O pequeno vídeo apresenta vários engenheiros da Tesla, incluindo Joseph Mardall, diretor de engenharia da empresa e também o pessoal responsável pelos sistemas de ventilação, arrefecimento e condicionamento de ar nos veículos da empresa. Foi essa equipe que mostrou o protótipo do ventilador.

Câmara de mistura do ventilador pulmonar, utilizando componente do Tesla Modelo 3. Imagem: Tesla via Youtube.
Câmara de mistura do ventilador pulmonar, utilizando componente do Tesla Modelo 3. Imagem: Tesla via Youtube.

Que tipo de peças são essas?

O time de funcionários está tentando usar o máximo de peças proveniente de veículos da empresa (o que não quer dizer peças usadas!) para agilizar o processo de design e fabricação. Isso porque esse pessoal já conhece como esses componentes funcionam, em termos de mecanismo e rendimento, o que pode acelerar o projeto e disponibilizar os ventiladores pulmonares de forma mais breve.

Por exemplo, o ventilador da Tesla usa o sistema de coleta de informação e computador de bordo do Tesla Modelo 3 para controlar um coletor de fluxo de ar. Um tanque de ar de suspensão é usado como uma câmara de mistura de oxigênio. Entre outras partes, a equipe também está empregando uma tela de toque Modelo 3 como controlador, daí a interface é aquele tablet enorme de interface dos veículos da marca.

Tesla Modelo 3. Imagem: giphy
Tesla Modelo 3. Imagem: giphy

Pisa no freio

Embora eles tenham um protótipo funcional, o equipamento não
parece estar pronto para entrar em produção.

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Sensores do ventilador pulmonar derivado de partes de veículos da Tesla. Imagem: Tesla via Youtube.
Sensores do ventilador pulmonar derivado de partes de veículos da empresa. Imagem: Tesla via Youtube.

Um dos engenheiros da Tesla apresentados no vídeo disse:

"Ainda há muito
trabalho a fazer, mas estamos nos esforçando para garantir que possamos ajudar
algumas pessoas por aí
".

A montadora não disse quando acredita que será possível
começar a produzir e entregar o novo dispositivo em maior escala para
hospitais.

Em solo BR, estamos acompanhando iniciativas similares, mas que estão partindo de universidades públicas, agindo sem solicitações diretas, como ocorreu com o bilionário Elon Musk. Aqui você pode ler sobre o ventilador pulmonar mecânico proposto pela UFRJ e também sobre o “Inspire”, um ventilador aberto desenvolvido por engenheiros da Poli-USP.

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Quer saber a história desde o começo? Leia: O que Elon Musk tem dito e feito sobre COVID-19?

Fontes: Techcrunch. Electrek.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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