É interessante como nós brasileiros, no geral, sabemos tão pouco - ou quase nem nos importamos - sobre a história militar do nosso país. Sabia que o Brasil já desenvolveu uma super bomba? Aliás, a mais potente bomba termobárica da América Latina e a terceira maior do mundo, com poder destrutivo impressionante. Essa tecnologia faz parte do projeto Trocano. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!
Em que consiste o projeto Trocano?
Até agora, o Brasil tem sido lembrado por sua política de neutralidade e defesa. No entanto, o país tem produção armamentística, a exemplo da indústria Taurus Armas, localizada em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
Neste texto, gostaríamos de citar o projeto Trocano, conduzido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), com financiamento do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) e apoio da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB). Ele é inspirado nas famosas bombas MOAB (Massive Ordnance Air Blast) dos Estados Unidos e FOAB (Father of All Bombs) da Rússia, mantido em sigilo por anos e confirmado só recentemente pela Força Aérea Brasileira.
Quais são as principais características da bomba Trocano?
Tudo começou em 2004, com o desenvolvimento de um modelo de bomba termobárica (explosivo que utiliza oxigênio do ar circundante para gerar uma intensa explosão de alta temperatura). A Trocano teria o peso de 9 toneladas de explosivo tritonal (substância explosiva prateada e sólida, com TNT e pó de alumínio). Ademais, poderia destruir regiões densamente vegetadas (raio de aproximadamente 1 km), facilitando pousos de aeronaves de asa rotativa.
Vale destacar que o armamento foi projetado para ser lançado a partir de uma aeronave Lockheed C-130 Hércules, utilizando um sistema de paraquedas que separa a bomba do palete antes da queda; dessa forma, a aerodinâmica do próprio explosivo determina sua trajetória, aumentando a precisão do impacto. A saber, algo semelhante foi visto na Segunda Guerra, na Guerra Fria e na Guerra do Vietnã.
A saber, a FOAB continua sendo a maior bomba termobárica do mundo, contendo 11 mil kg de explosivos. Porém, a bomba brasileira Trocano supera a versão americana, MOAB (de 8 mil kg de explosivo H6), em poder destrutivo - isso, segundo especialistas, por conta de sua capacidade de gerar explosão extremamente poderosa.
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Quais as perspectivas para o projeto Trocano?
Certamente existem explicações estratégicas do porquê que as forças brasileiras mantêm sigilo militar sobre o projeto Trocano - afinal, quase não se encontram divulgações sobre o mesmo em órgãos oficiais. Se o Brasil está investindo em indústria de defesa, será que estamos começando a sair da posição de nação pacífica? Ou seria apenas uma manobra econômica de exportação de armamentos para o mundo?
Ressaltando que não existem confirmações sobre a produção em série da bomba, nem sobre seu uso operacional. Só sabemos de sua existência por um Relatório de Atividades emitido pela FAB em 2011, mencionando a certificação do armamento para uso em aeronaves C-130 - talvez para dissuasão. Todavia, podemos dizer que a Trocano já representa um marco na engenharia bélica nacional. Este pode ser um passo importante para o país dominar melhor a fabricação de armas termobáricas e ganhar mais relevância na defesa global.
Vamos torcer para que o Brasil mantenha seu status de potência militar emergente, mas sempre sem a necessidade de entrar em conflitos!
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Fontes: Sociedade Militar, Wikipédia.
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Eduardo Mikail
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