Engenharia 360

5 temas que influenciam a matriz energética brasileira

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por Larissa Fereguetti
| 09/07/2013 | Atualizado em 15/07/2022 2 min

5 temas que influenciam a matriz energética brasileira

por Larissa Fereguetti | 09/07/2013 | Atualizado em 15/07/2022
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Segundo Amilcar Guerreiro, a matriz energética brasileira é condicionada por cinco temas: geopolítica energética mundial, mudança do clima global, perfil sociodemográfico, perfil da indústria e competitividade da economia.

matriz energética
Imagem reproduzida de JW News

O gás de xisto possui potencial para mudar a geopolítica mundial e afetar o preço entre os energéticos. Suas maiores reservas se concentram nos Estados Unidos e na China. No Brasil, as perspectivas que se abrem para o gás não convencional no país são condicionantes, juntamente com o pré-sal, de, nos próximos anos, ocorrer uma evolução da economia e da matriz energética nacional.

Em relação às mudanças climáticas, o foco é a ampliação do controle das emissões de gases do efeito estufa, mediante consequências amplamente discutidas, como o aquecimento global. Amilcar Guerreiro afirma que: “Os Bric mais Japão e Estados Unidos são responsáveis por mais de 50% das emissões globais de GEE (2005). Excluindo o Brasil, 75% das emissões desses países são devidas à produção e ao uso da energia - índice muito próximo à média mundial - e 33% são devidos somente à produção de energia elétrica. No nosso caso, a elevada participação de renováveis na matriz, quase 45%, reduz muitíssimo essas proporções, para 12% e 1%, respectivamente.” Segundo ele, a biomassa proveniente da cana e a energia das hidrelétricas são as responsáveis por essa condição favorável. Por ter uma economia de baixo carbono, os desafios da energia no Brasil divergem dos demais países.

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As alterações no perfil sociodemográfico são visíveis. O aumento da expectativa de vida e da urbanização e avanço do papel da mulher na sociedade, incluindo a redução do número de filhos, são mudanças que afetam o consumo de energia. Sobre isso, Guerreiro diz que: “O País vive um histórico período de bônus demográfico, em que a população em idade produtiva é relativamente maior do que a de idosos, jovens e crianças. Trata-se de mais um fator a impulsionar o crescimento econômico, fator que será tão mais relevante quanto melhor for a capacitação da força de trabalho. A perspectiva de crescimento da economia exerce pressão sobre a demanda de energia, apesar das iniciativas de eficiência energética”.

O consumo final energético da indústria nacional permanece estável há 25 anos. Segundo Guerreiro, a indústria de transformação perde participação na economia e os produtos manufaturados perdem importância na pauta de exportações. Tal fato ainda não reflete na economia, mas é de se esperar que essas mudanças no perfil da indústria afetem o consumo setorial de energia.

O aumento da competitividade é um fator de grande importância para um crescimento econômico. Medidas como redução dos juros e das tarifas de energia devem produzir resultados, provocando efeitos sobre o consumo de energia.

Amilcar Guerreiro conclui ressaltando que se inicia agora um novo ciclo de estudos do planejamento energético que levará ao Plano Nacional de Energia 2050. Tais estudos envolvem a discussão desses temas porque eles possuem conteúdo modificador e portador de futuro, com grandes desafios para o planejamento energético.

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Larissa Fereguetti

Engenheira, com mestrado e doutorado. Fascinada por tecnologia, curiosidades sem sentido e cultura (in)útil. Viciada em livros, filmes, séries e chocolate. Acredita que o conhecimento é precioso e que o bom humor é uma ferramenta indispensável para a sobrevivência.

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