Em uma era de fake news, é sempre bom ter cautela sobre as notícias que você recebe. A situação pode ser ainda pior quando a Inteligência Artificial, uma das ferramentas tecnológicas mais bombadas dos últimos tempos, é coloca na história.

Alguns pesquisadores uniram as duas visando criar uma ferramenta contra propaganda on-line. Porém, o resultado foi um algoritmo capaz de criar uma notícia falsa muito mais convincente que a escrita por um ser humano. Daí a fake news super-realistas.

fake news
Imagem: news.umich.edu

Criado para conter fake news

Basicamente, o algoritmo criado (chamado Grover) mostrou ótimos resultados para deter notícias falsas escritas por inteligência artificial, melhor que qualquer outra ferramenta disponível. Porém, em mãos maliciosas, ele pode fazer o papel de vilão e ser um grande gerador de fake news.

Os cientistas pretendem disponibilizar o Groover para o uso público. Isso poderia permitir que jornalistas sempre se certifiquem da veracidade de uma notícia antes de escrever sobre ela.

fake news
Imagem: candid.technology

Por outro lado, também pode ser uma mina de ouro para quem gosta de divulgar informação falsa, situação que só piora quando as pessoas não confirmam a veracidade antes de fazer uma divulgação em massa (como publicar em grupos no Whatsapp, no Facebook ou no Twitter).

Por exemplo, ele é capaz de criar uma fake news relacionando o autismo a vacinas em diferentes estilos de escrita. Isso faz com que os leitores acreditem que o texto é verdadeiro pela forma como foi escrito, mas não é. Ao fazer um teste, o Grover foi capaz de escrever não só a reportagem no estilo da seção de Ciência do The New York Times, como também criou o nome do autor, citou o departamento de uma universidade e um órgão governamental de controle e prevenção de doenças.

O Groover escreve o artigo e depois o refina no estilo de determinada fonte de notícias. Para isso, ele é alimentado com várias publicações.

Os pesquisadores estão cientes que a liberação do Groover pode ser uma arma poderosa. Porém, ao mesmo tempo, ele também pode ser uma solução para conter as fake news (mesmo as geradas por ele mesmo). Assim, a dica é sempre tomar cuidado com o que você lê e ir até à fonte verificar se ela foi mesmo publicada (porque pode ser uma montagem), verificar em outras fontes e, claro, duvidar quando a informação é muito absurda.


Fontes: Futurism; ArXiv.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

É raro encontrar um(a) engenheiro(a) que não goste de café. Normalmente, mesmo se você entra na faculdade sem tomar, é bem provável que termine como um dependente de cafeína. Mas será que quem é fã mesmo sabe até qual quantidade precisa tomar para finalizar um trabalho ou conseguir estudar para uma prova?

Felizmente, para ajudar não só os amantes de café, como toda a classe trabalhadora e estudantil dependente desse líquido tão precioso, alguns pesquisadores criaram um algoritmo capaz de dizer qual a quantidade ótima de cafeína você precisa ingerir para ficar alerta. Uma ideia que precisamos admitir: é realmente genial.

cafeína
Imagem: newsweek.com

Para criar o algoritmo, os pesquisadores usaram vários cenários de privação de sono e de trabalhos em turnos. Aliado a isso, utilizaram a ferramenta de acesso aberto 2B-Alert Web 2.0. Os resultados foram comparados com dados do Exército dos Estados Unidos.

Uma das grandes vantagens é que tal algoritmo evita o consumo exagerado de cafeína, permitindo que você ingira a quantidade ideal para ficar alerta. Além disso, seu estômago e seu coração agradecem. Afinal, altas doses dessa substância podem causar problemas ao longo do tempo.

Como é feito o cálculo da quantidade de cafeína?

Para fazer o cálculo, basta inserir algumas informações, como o período no qual você deseja ficar alerta, o nível mínimo de alerta e a ingestão máxima tolerável de cafeína. O resto é com o algoritmo, que te informa as doses que você deve tomar e qual o melhor horário para fazer isso.

Assim, o algoritmo é capaz de responder a questões como: “Se você for passar noite toda acordado, precisa ficar alerta durante o horário comercial (digamos, de 8 às 18 horas) e consumir o mínimo de cafeína, quando e quanto você deve consumir?“.

cafeína
Imagem: whatsupcairo.com

A ferramenta desenvolvida será disponibilizada gratuitamente. Com isso, é bem provável que ela logo esteja em algum aplicativo ou um site. Porém, não vale abusar e prejudicar sua saúde. Lembre-se que o algoritmo não está considerando um consumo “saudável” para cada organismo, mas sim a quantidade para ficar acordado com base em uma média geral. Apesar de ser um recurso maravilhoso para engenheiros e engenheiras, use com moderação!


Fontes: Medical Xpress; Science Times.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

É muito comum vermos nos centros urbanos edifícios cada vez mais espelhados. Este é o vidro refletivo, ou também chamado de “vidro inteligente“. Isso porque são instalados não apenas para proporcionar uma aparência bonita e moderna, mas principalmente para bloquear parte das radiações solares que seriam absorvidas e melhorar a eficiência energética do prédio, diminuindo a utilização de ar-condicionado, por exemplo.

Imagem de prédio comercial com vidros refletivos

Imagem: Arco Web

Mas como é possível, apenas com um vidro, bloquear a incidência dos raios solares, inclusive os raios UV? Qualquer vidro funciona da mesma forma? Primeiramente, para a reflexão o vidro é fabricado com algumas diferenças do processo padronizado. São adicionados óxidos ou sais que não se desprendem do vidro, eles que serão os responsáveis por proporcionar a capacidade de reflexão ao material.

Vidros Refletivos

Para tanto, podem ser aplicados dois tipos de processos: o pirolítico ou em câmara a vácuo. No primeiro, é feita a aplicação da camada reflexiva antes do esfriamento completo da placa. Com a chapa ainda quente, e em estado plástico, os óxidos penetram na superfície, tornando o material resistente. Já no processo de câmara a vácuo, a camada refletiva é depositada em câmaras de alto vácuo após o vidro sair da linha de produção e ser resfriado. Estes, mesmo tendo uma camada refletiva mais superficial, apresentam melhor desempenho na proteção solar.

A absorção e a reflexão

Os vidros inteligentes absorvem parte do calor do sol, transmitindo-o tanto para seu interior como exterior. Quanto maior o poder refletivo do vidro, menos calor será transferido para o interior do ambiente, tornando a parte interna dos prédios mais fresca – e havendo menor necessidade  de utilização de sistemas de resfriamento, como o ar condicionado.

Ilustração de esquema da absorção dos raios solares pelo vidro refletivo

O nível de raios solares que são transmitidos para o interior do prédio é medido pelo que se chama Fator Solar (FS), conforme o grau de absorção dos raios solares, em porcentagem. O Fator Solar nada mais é do que a fração de ganho térmico devido à radiação solar transmitida para o interior da edificação.

As vantagens do vidro refletivo e a tecnologia hoje

Entre as vantagens de utilização do vidro refletivo, e que explicam o motivo de os prédios, principalmente os comerciais, serem construídos com mais frequência a partir deste material, destacamos: a privacidade proporcionada por esse vidro, o controle de luminosidade, o isolamento térmico e o controle energético.

Vidro Refletivo
Vidro Refletivo Habitat Champanhe na Casa do Jardim, do Arquiteto Luís Fábio Rezende de Araújo, na Casa Cor MG 2013

E cada vez mais os vidros são desenvolvidos com alta tecnologia e padrão de acabamento. Um exemplo são os vidros refletivos Habitat, da Cebrace, voltados para a redução de calor e dos raios UV nos ambientes. Eles bloqueiam até 99% dos raios UV e reduzem em até 70% a temperatura interna do ambiente, inclusive nos dias mais quentes – com o verão chegando, há quem agradeça por residir ou trabalhar em um edifício com vidros espelhados e com um ambiente mais fresco.

Vidro Refletivo Havitat Campanhe na Casa Bossa Nova, projetada pela arquitetaIzilda Moraes na Casa Cor Campinas 2016
Vidro Refletivo Havitat Campanhe na Casa Bossa Nova, projetada pela arquitetaIzilda Moraes na Casa Cor Campinas 2016

Além disso, e empresa se preocupa com o acabamento e design moderno, dando a opção de diferentes cores de vidros – podendo ser combinados com as cores das fachadas e que apresentam diferentes níveis de proteção. Outra preocupação é com a segurança após a aplicação, na utilização de vidros laminados ou temperados. E tudo isso se reflete ainda na sustentabilidade e na economia de recursos financeiros, com menos uso da iluminação artificial, de ventiladores e de ar-condicionado. A conta de energia elétrica vai chegar mais enxuta!

Vidro Refletivo Habitat
Espaço na Casa Cor Paraná 2014 usou o Vidro Refletivo Habitat Champanhe, o que garantiu charme ao design e redução de 50% do calor no ambiente.

A Habitat, da Cebrace conta hoje com um portfolio de mais de 1 milhão de metros quadrados de vidros de proteção solar já foram instalados no País. Para conhecer os vidros refletivos Habitat e saber onde encontrá-los, acesse o site da empresa e fale com um consultor online.

Referências: Vidros Habitat, Arco Web, Feitos para Durar, “Determinação do fator Solar em Vidros e Elementos de sombreamento para janelas”, de Fabrício Pereira – UFSC (2010)

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Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

A impressão 3D é uma tecnologia que está cada vez mais presente em nosso cotidiano, principalmente na Engenharia. Porém, elas nem sempre são tão eficientes. Para resolver esse problema, uma startup do MIT resolveu aprimorar a impressão 3D com outra tecnologia que está fazendo muito sucesso: a Inteligência Artificial (IA).

Impressão 3D com inteligência artificial
Imagem: news.mit.edu

Quando o assunto é impressão 3D, ou elas são rápidas, ou precisas, ou imprimem materiais de alta qualidade. É raro (e caro) achar alguma que faça o serviço completo e bem. Então, baseada nisso, a startup Inkbit resolveu agregar novos benefícios à impressora 3D com um sistema de machine learning (aprendizado de máquinas).

Inkbit e a impressora 3D com IA

Funciona assim: o sistema examina de forma exaustiva cada camada do objeto enquanto ele é impresso para buscar corrigir os erros em tempo real. Essas informações são usadas pelo sistema de aprendizado de máquinas para prever o comportamento de deformação dos materiais e contribuir para produtos finais com maior precisão. Para garantir a qualidade, uma réplica digital é guardada pela máquina.

Impressão 3D com inteligência artificial
Imagem: techxplore.com

É, basicamente, como uma produção muito otimizada. Se for usada em larga escala, será o paraíso das indústrias. Atualmente, as impressoras 3D não são muito usadas em grandes produções, tendo maior uso em impressão de protótipos e produção de baixo volume.

Confira a seguir o vídeo explicativo do funcionamento do processo pela Inkbit:

https://www.youtube.com/watch?v=FQe2Q3W2ETQ

Com essa tecnologia, a Inkbit pode imprimir materiais mais flexíveis (que são normalmente mais difíceis de imprimir) e com geometria complexa com uma precisão maior. Por exemplo, para imprimir um chip de computador, que é uma peça cheia de mínimos detalhes, ela será muito mais precisa.

A Inkbit deve começar a vender seus produtos impressos ainda este ano e a previsão é que as impressoras sejam comercializadas no ano que vem. Se tudo der certo, a tecnologia pode conquistar e revolucionar o mercado nas mais diversas áreas.


Fontes: MIT; Techxplore.

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Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Recentemente, nós falamos sobre os cientistas que quebraram o recorde de temperatura de supercondutor. Agora, os pesquisadores foram além e planejaram um refrigerador quântico que é capaz de resfriar átomos a temperaturas que são praticamente o zero absoluto, permitindo obter a supercondutividade.

Entenda a pesquisa do refrigerador quântico

Basicamente, os pesquisadores conseguiram idealizar uma super geladeira que é tão potente, mas tão potente, que pode resfriar átomos até o zero absoluto, de modo que eles atinjam o estado quântico, no qual possuem propriedades que rompem a barreira da física clássica. Nesse sentido, paramos de ver tudo com as fórmulas de Newton (e outros da mecânica clássica) e devemos enxergar com uma visão do que foi proposto por Einstein (e outros).

Eles acreditam que todos os metais podem ser supercondutores se forem resfriados o suficiente (até a sua temperatura crítica). O fenômeno da transição de fase é quando essa temperatura é atingida e ele ocorre de forma mais abrupta.

refrigerador quântico
Imagem: techexplorist.com

O princípio do refrigerador quântico é o mesmo de um refrigerador qualquer: ele permite o resfriamento. No convencional, quando um líquido refrigerante passa por uma válvula de expansão, a pressão e temperatura diminuem. Esse líquido retira calor do que está na geladeira e, no final do processo, irradia calor para o ambiente (por isso que é quente atrás da geladeira).

No refrigerador supercondutor, por outro lado, o processo é semelhante ao convencional. No entanto, no lugar do refrigerante, os elétrons em um metal é que mudam só estado supercondutor emparelhado para um estado normal não pareado.

refrigerador quântico
Imagem: sciencephoto.com

Será possível, com esse refrigerador, facilitar e melhorar o desempenho de sensores e circuitos de computadores quânticos e armazenar qubits, por exemplo. Tal fato representa um grande passo para a computação quântica. Além disso, ele pode ser usado para a melhora nas imagens de tecidos profundos por meio de ressonância magnética.


Fontes: Science Daily; Interesting Engineering.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Ler pensamentos sempre foi um “superpoder” que muita gente desejou ter. E é quase isso que o chip chinês chamado Brain Talker é capaz de fazer: ser uma interface entre o computador e o cérebro e permitir que você realize tarefas sem qualquer movimento.

O Brain Talker é uma Interface cérebro-computador (conhecida como BCI, da sigla em inglês). A ideia é que, no futuro (que não parece mais tão distante), os cérebros sejam carregados em computadores e integrados com inteligência artificial. Até o momento, eles ainda não estão tão avançados.

brain talker
Imagem: in.mashable.com

Já existem dispositivos BCI no mercado, mas o Brain Talker tem maior precisão de decodificação, maior eficiência e é mais portátil. Ele identifica as informações provenientes do córtex cerebral, decodifica de forma eficiente e acelera a comunicação entre a máquina e o cérebro.

A finalidade do Brain Talker

O chip foi desenvolvido pela Universidade de Tianjin em parceria com a China Electronics Corporation. Com ele, é possível controlar computadores, smartphones e outros dispositivos eletrônicos sem fazer qualquer movimento, só pensando mesmo (como os poderes da Matilda no filme de mesmo nome que alegrou a tarde de muitos millennials).

brain talker
Gif: gfycat.com

O objetivo do Brain Talker é decodificar a intenção mental de um usuário por meio de sinais elétricos neurais. Ele pode ser usado na saúde, educação, cotidiano e em jogos. O problema é só conseguir diferir o que é um sinal do ruído de fundo, já que muita coisa acontece no cérebro ao mesmo tempo.

brain talker
Imagem: interestingengineering.com

Até o momento, as informações sobre ele são limitadas. Sabe-se que é provável que ele seja usado de forma externa ao corpo (e não dentro da cabeça, por exemplo). Mas, já pensou como seria interessante, no futuro, poder realizar uma tarefa só mentalizando-a? Isso é muito, muito Black Mirror


Fontes: Daily Mail; The Sun.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Você já deve ter escutado falar sobre bacia hidrográfica, uma área importantíssima para o planejamento urbano, para a elaboração de estudos de impacto ambiental, para a captação e a outorga de água e mais. Confira um pouco mais sobre ela e saiba o motivo de sua importância.

bacia hidrográfica
Imagem: iguiecologia.com

A bacia hidrográfica consiste na área de captação da água da precipitação que tem um único ponto de convergência de saída, o exutório. É nessa área que é feito o balanço de entrada e saída da água, de modo que também é possível dividir as bacias em sub-bacias.

Para delimitar uma bacia hidrográfica é preciso considerar não só o exutório, como também a topografia da região. Afinal, ela é essencial para a identificação do escoamento. Os limites são chamados divisores de águas (e é bem provável que você já tenha escutado esse termo em outro contexto).

bacia hidrográfica
Imagem: comitevacacai.com.br

Importância da Bacia Hidrográfica

No Brasil, a Lei Federal 9.433 de 1997, chamada Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), institui a bacia hidrográfica como unidade territorial para implantação da PNRH e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Isso significa que ela é um elemento essencial para o planejamento.

bacia hidrográfica
Imagem: matanativa.com.br

Ainda, a Divisão Hidrográfica Nacional, que foi instituída pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) estabelece doze regiões hidrográficas do país. Mas não pense que só há doze bacias no Brasil. Tais regiões são formadas por bacias, grupo de baciais ou sub-bacias hidrográficas próximas e servem para orientar o planejamento e o gerenciamento.

Com os dados em mãos (área, coeficientes diversos, comprimento dos cursos de água, características da região, etc.), é possível calcular vários índices que são importantes para a compreensão da bacia hidrográfica, sobre como ocorre o escoamento, a tendência de cheias e mais. Ou seja, compreender sobre uma determinada bacia hidrográfica permite fazer o planejamento e a gestão adequados.

Em uma época de cheias, por exemplo, é possível tomar decisões que orientem a redução dos impactos sobre a região, evitando que algumas áreas sofram com inundações. Além disso, é preciso fazer os projetos pensando no contexto não só local, mas na bacia hidrográfica em que ele se localiza.

bacia hidrográfica
Imagem: acidadeon.com

Não é possível, por exemplo, concretar/asfaltar toda a região sem pensar em áreas que permitem que a água infiltre. Se reduzirmos as áreas de infiltração, aumentamos o escoamento superficial e toda a água tende a ir para o exutório de forma mais rápida e em grande volume, podendo resultar em um grande problema. Ainda, é essencial conservar a bacia, de modo a evitar sua degradação.

Ou seja, é preciso ter conhecimento das características da bacia hidrográfica da região na qual se projeta para poder, em seguida, elaborar o que será feito, as medidas que serão tomadas para evitar enchentes e inundações e mais. Ela é um dos pontos de partida do seu projeto, tem importância fundamental e deve ser bem compreendida pelos engenheiros e engenheiras.

Referências: ANA, UFMS.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

O carro elétrico pode ser uma das principais alternativas para o transporte nos próximos anos. Isso acontece porque ele possui algumas vantagens, como o fato de, teoricamente, não emitir gases de efeito estufa como um carro movido a combustível fóssil. Mesmo que ainda não seja comum ver carros elétricos circulando pelas ruas no cotidiano, ele tem uma longa história para contar.

A história do carro elétrico

Pode ficar surpreso: o carro elétrico foi inventado no século dezenove. Como ponto de referência, é possível partir de 1828, quando o engenheiro, físico e também sacerdote Anyos István Jedlik criou o primeiro modelo de um carro elétrico. Porém, o título do primeiro carro elétrico é do americano Thomas Davenport. Ele desenvolveu uma pequena locomotiva movida por dois imãs aproximadamente em 1834-1835. Ainda não era o carro elétrico exatamente, mas serviu para ajudar a desenvolver o bonde elétrico.

Entre 1832 e 1839, Robert Anderson, um escocês, pode ter projetado uma carruagem elétrica. É difícil falar sobre datas e itens projetados quando não havia muita documentação (e nem o YouTube para ver o vídeo ou um site de notícias para ficar por dentro do que acontecia em tempo real).

história do carro elétrico
Imagem: energy.gov

Porém, a contribuição para que um carro elétrico fosse possível também veio da França. Gaston Planté inventou a bateria recarregável de chumbo ácido em 1859 e Camille Faure inventou a bateria básica de chumbo ácido em 1881 – a qual também foi usada para alimentar submarinos e iluminar Paris (a cidade Luz).

Nos anos de 1880 e 1890, William Morrison, um norte-americano, se esforçou para criar modelos diferentes de carros elétricos. Thomas Edison também se envolveu na história dos carros elétricos em 1899, quando começou a trabalhar com materiais.

Em 1900, os carros elétricos representavam cerca de um terço do total dos carros dos Estados Unidos. Eles eram mais silenciosos e mais fáceis de operar, porém, o seu maior problema permanece depois de um século: a baixa capacidade de carga da bateria.

história do carro elétrico
Imagem: interestingengineering.com

Foi Ferdinand Porsche (esse mesmo que você está pensando) que apresentou o primeiro carro elétrico híbrido do mundo, o Lohner-Porshe-Mixte. Apesar de não ser viável na época, ele serviu de inspiração para a NASA e para outros projetos.

Desaparecido por longos anos

Os carros elétricos perderam mercado em 1920 devido ao fato de que o gás era mais vantajoso, Henry Ford dominou a produção em massa dos veículos e o arranque elétrico inventado por Charles F. Kettering dispensou a necessidade de uso da manivela. O desaparecimento oficial dos carros elétricos ocorreu 15 anos mais tarde.

Os carros elétricos só voltaram a ser cogitados em 1966, quando começou a preocupação com a poluição ambiental. Então, várias montadoras começaram a investir em projetos de carros elétricos na década de 70.

Pulamos alguns anos diretamente para 2006, quando a Tesla revela o Roadster, apresentado por Elon Musk como uma solução para o aquecimento global. Porém, surgem questionamentos sobre o fato de eles serem realmente tão limpos quanto a promessa ou se podem ser muito poluentes.

história do carro elétrico
Imagem: theverge.com

Sobre o futuro dos carros elétricos, ele ainda é meio incerto. As pesquisas avançam, mas não tão rápido, principalmente por fatores limitantes como a carga da bateria. Ainda não se sabe se eles vão dominar o mercado ou se vão competir com outras alternativas viáveis. O jeito, então, é esperar para ver.


Referências: Interesting Engineering; Energy.gov.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

As descrições para empregos em engenharia incluem habilidades técnicas bem claras. Entretanto, há habilidades sociais que nem sempre são explicitamente mencionadas. A gente já explicou aqui o que são as soft skills e, no contexto competitivo que vivemos atualmente, resolvemos atualizar a lista do que é necessário para profissionais de engenharia. Olha só:

1. Adaptabilidade

A capacidade de se ajustar a diferentes situações e lidar com mudanças inesperadas é uma das habilidades mais importantes que uma engenheira ou engenheiro deve possuir.

A adaptabilidade está diretamente ligada à capacidade de identificar soluções para problemas e imprevistos. Nosso principal objetivo profissional, certo?

Importante pontuar que a adaptabilidade e esse pensamento flexível devem ser considerados também em espaços curtos de tempo. Afinal, o sucesso de um projeto, ao longo de todo o seu curso, depende de avaliar o problema rapidamente e encontrar soluções adequadas, palpáveis e prudentes.

soft skills engenheiros
Imagem: boomerbenefits.com

2. Colaboração

Em função da nossa demanda, trabalhamos em conjunto com uma diversidade imensa de profissionais: arquitetos, matemáticos, biólogos, médicos, sociólogos, etc. Isso implica interagir com uma variedade de pessoas com personalidades específicas e perspectivas diferentes de dentro de uma cadeia de comando.

Em tais casos, a capacidade de aplicar habilidades como comunicação verbal e linguagem corporal, bem como demonstrar um caráter sólido e personalidade são cruciais. Tudo isso vai definir o seu desempenho colaborativo com uma equipe e pode facilitar os resultados.

soft skills
Imagem: vnmanpower.com

3. Comunicação

Ah, o dom da palavra! Uma boa oratória, uma boa escrita e ser um bom ouvinte são características particularmente importantes no campo da engenharia, onde a clareza e a compreensão são necessárias para a conclusão dos projetos realizados em equipe, ou seja, todos.

Pode ser que falar em público e fazer apresentações estejam na agenda, especialmente quando as empresas participam de feiras e conferências. Nesse cenário, a interação com as partes interessadas, parceiros e clientes deve estar livre de mal-entendidos.

soft skills engenharia
Imagem: europeanmarketlink.com

4. Atenção aos detalhes

Atenção! Estamos sempre imersos em projetos que abordam uma série de detalhes que se interconectam. Ter um olho para detectar minúcias que, se despercebidas, podem causar falhas no projeto é um das mais valiosas soft skills que engenheiras e engenheiros podem desenvolver.

Aqui entra uma questão que não está meramente associada à rentabilidade de projetos, mas à responsabilidade profissional: pode envolver vidas.

soft skills
Imagem: videoblocks.com

5. Pensamento criativo

Aqui é onde o pensamento fora da caixa se torna essencial. O pensamento criativo não está voltado meramente a habilidades artísticas. Na verdade, essa é uma soft skill exigida por diferentes setores, pois pode colaborar na hora de solucionar problemas.

soft skills
Imagem: nesgt.com

6. Liderança

À medida que você avança em sua carreira e suas habilidades técnicas melhoram com a prática, sua experiência será necessária para gerenciar projetos. Delegar tarefas, gerenciar equipes de pessoas e coordenar projetos complexos poderá compor suas demandas.

Falar sobre liderança pode parecer algo grande, mas compõe uma soft skill que deve ser trabalhada. A gente já falando um pouco sobre isso aqui.

soft skills engenharia

Imagem: engineering.com

Engenheiras, engenheiros e outros profissionais de STEM que ainda não tomaram nota das suas soft skills devem começar a pensar sobre isso de imediato. Um conjunto dinâmico de habilidades técnicas e sociais pode ser o que vai fazer a diferença quando os empregadores consideram candidatos para se juntar à sua equipe. 😉

Fonte: Adaptado de Interesting Engineering.

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Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Nota: na atualização deste texto, em agosto de 2023, ocorreu um incidente importante na exploração espacial. A Sonda lunar russa Luna-25 falha em missão após colisão com Lua perdeu controle durante manobra. É um momento chave na esploração espacial, em que até a Índia também busca pouso lunar.


Ao longo da história, a batalha das mulheres por reconhecimento e igualdade na Ciência e Engenharia tem sido constante. No entanto, essa luta não se limitou apenas à Terra, estendendo-se também além da atmosfera terrestre – um desafio cósmico e figurativo que ecoa nas trajetórias dessas notáveis mulheres.

Neste contexto, o Engenharia 360 apresenta a seguir sete figuras femininas que desempenharam papéis essenciais e transformadores na exploração do espaço sideral. De maneira única e inspiradora, essas mulheres superaram barreiras astronômicas e sociais, deixando um impacto indelével na busca pelo desconhecido.

Mulheres na exploração do espaço:

1. Sally Kristen Ride

No ano de 1983, Sally Kristen Ride marcou sua presença na história ao se tornar a primeira mulher norte-americana a embarcar em uma jornada espacial. Com suas habilidades como engenheira, astronauta e física, ela elevou os padrões e quebrou barreiras, provando que o espaço não tinha fronteiras de gênero. Notavelmente, embora seja a terceira mulher no mundo a alcançar tal feito, as duas pioneiras anteriores foram cosmonautas russas.

mulheres na exploração do espaço
Imagem: thoughtco.com

2. Liu Yang

O ano de 2012 testemunhou um marco significativo com Liu Yang, quebrando barreiras e se tornando a primeira mulher chinesa a explorar o espaço. Sua participação na missão Shenzhu 9 ecoou globalmente, simbolizando não apenas a conquista individual, mas também o progresso da igualdade de gênero na exploração espacial.

mulheres na exploração do espaço
Imagem: pinterest.com

Veja Também: Missão histórica: conheça o cientista brasileiro que conduzirá estudo visionário na ISS

3. Valentina Tereshkova

Em 1963, Valentina Tereshkova escreveu seu nome nos anais da exploração espacial como a pioneira absoluta. Sua jornada como a primeira mulher a viajar ao espaço ecoou em toda a história. Notavelmente, sua trajetória de cosmonauta começou como funcionária de uma fábrica têxtil, destacando sua inspiradora transição de campos.

mulheres na exploração do espaço
Imagem: forbes.com

4. Kitty Joyner

Em 1939, Kitty Joyner iniciou sua jornada como a primeira engenheira da NASA, uma trajetória notável que durou até 1971. Sua contribuição contínua durante décadas e sua distinção como a primeira mulher a se graduar em Engenharia pela University of Virginia tornam sua influência inestimável.

mulheres na exploração do espaço
Imagem: nasa.gov

5. Nancy Roman

O renomado telescópio Hubble possui uma figura materna em sua origem – Nancy Roman. Carinhosamente chamada de “mãe do Hubble”, ela não apenas desempenhou um papel crucial no projeto do telescópio, mas também lutou incansavelmente para garantir o financiamento necessário, desafiando desafios políticos e institucionais.

mulheres na exploração do espaço
Imagem: olhardigital.com.br

Veja Também: O Desenvolvimento e Testes de Foguetes: o Brasil no Avanço da Engenharia Aeroespacial

6. Jeanette Alexandra Scissum

Jeanette Scissum não apenas trouxe sua expertise matemática para o NASA’s Marshall Space Flight Center, mas também quebrou barreiras como a primeira matemática afro-americana a ser contratada. Sua carreira foi moldada por sua luta incessante por igualdade e representação, redefinindo os padrões para as futuras gerações.

mulheres na exploração do espaço
Imagem: en.wikipedia.org

7. Mary Winston Jackson

Mary Jackson trilhou um caminho extraordinário ao se tornar a primeira engenheira aeroespacial no National Advisory Committee for Aeronautics (NACA), precursor da NASA. Sua dedicação de 34 anos à agência culminou em um status notável, ao mesmo tempo em que sua atuação final focada em questões de raça e gênero a solidificou como uma voz valiosa no cenário da igualdade. Seu papel também ecoa no filme “Estrelas Além do Tempo“, onde ela é uma das três mulheres ilustres retratadas.

mulheres na exploração do espaço
Imagem: en.wikipedia.org

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Fontes: Interesting Engineering.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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