Quase todos os engenheiros já ouviram falar no MATLAB. Afinal, esse é um recurso amplamente utilizado na engenharia. Se você nunca escutou falar sobre esse software ou se está aqui em busca das primeiras informações, não se preocupe, nós vamos explicar tudo que você precisa saber sobre o MATLAB na engenharia neste post.

MATLAB logo
Imagem: osahub.com

O que é o MATLAB?

MATLAB é a sigla para MATrix LABoratory. Ele consiste em um software interativo de alta performance e é voltado para o cálculo numérico. Inicialmente, foi desenvolvido para tratar vetores e matrizes.

Uma das grandes vantagens do MATLAB é que, em muitos casos, ele permite usar funções que levariam muito tempo para serem desenvolvidas em outras linguagens, como C e Fortran. Isso porque a base é uma matriz que não precisa de dimensionamento.

imagem de tela do MATLAB com gráfico
Imagem:mathworks.com

Outra vantagem do MATLAB é que ele possui recursos visuais que são simples em comparação a algumas linguagens de programação. Isso é um diferencial quando você precisa de um resultado imediato e não tem muito tempo para desenvolver algo do início. Atualmente, há várias bibliotecas (toolboxes) que podem ser usadas para diferentes áreas, como equações diferenciais, estatística, processamento de sinais, finanças e outros. Também é possível usar os recursos gráficos para visualizar os resultados em 2D e 3D e na forma de animações/vídeos.

Para usar, não é difícil. Ele está disponível para diferentes sistemas operacionais (Windows, Linux e Mac). Para usar uma função que não conhece, basta jogar o que precisa no Google (exemplo: gráfico 3D no MATLAB). Há vários tutoriais, vídeos, apostilas e o próprio site do MATLAB para auxiliar. Se você tiver dificuldade para encontrar em português, não faltam resultados em inglês.

imagem ilustrativa de gráfico representando MATLAB na Engenharia
Imagem:commons.wikimedia.com

Como funciona o MATLAB na Engenharia?

Diferente de muitos softwares voltados para a engenharia, o MATLAB não foca em uma engenharia ou uma área específica. Qualquer engenharia (inclusive, qualquer área da ciência) pode usá-lo.

É até difícil falar sobre todas as funções do MATLAB porque, além das funções básicas, você ainda pode desenvolver suas funções e programas. Além de um software, é uma linguagem de programação. É normal escutar alguém (normalmente um(a) engenheiro(a)) dizer que programa em MATLAB. Então, o uso é bem diverso.

O MATLAB costuma ser uma das primeiras opções dos engenheiros que precisam resolver algum problema/função, realizar uma simulação, fazer um teste estatístico ou visualizar um resultado. Outras áreas das ciências, por outro lado, normalmente tentam outros softwares/linguagens primeiro.

O estudo do MATLAB

Nos cursos de engenharia ou na vida profissional, não é difícil achar alguém que use o MATLAB. A facilidade de uso e a praticidade fazem com que ele seja ensinado em muitas disciplinas da graduação e, mesmo quando isso não acontece, mesmo quem não é bom em programação é capaz de se familiarizar rapidamente com o software. Inclusive, quem está acostumado com algumas linguagens em que é necessário declarar tudo, criar as matrizes da forma básica e escrever as linhas de código que fazem alguma função, pode até estranhar o primeiro contato com o MATLAB.

imagem ilustrativa do MATLAB na Engenharia
Imagem: interestingengineer.com

O MATLAB na prática

Fazer simulações e análises também é simples. No MATLAB, não é preciso ficar preocupado com declaração de variáveis, ponteiros, alocação de memória e outros itens. A dica é: procure se há uma função que faz o que você precisa antes de tentar escrevê-la no MATLAB. Se as funções já estão implementadas, basta usar.

Ainda, vale destacar que há softwares gratuitos semelhantes ao MATLAB. Algumas alternativas são o Scilab, o Octave e o FreeMat. Dentre todos os softwares semelhantes ao MATLAB (nem todos foram citados aqui), alguns precisam de algumas modificações na hora da execução e, em outros, dependendo do programa ou da função, não é necessário fazer alterações, é só executar.

A última dica é: otimize seu trabalho. Não tenha medo de usar um novo software que pode fazer algo mais rapidamente só porque nunca usou antes ou porque sempre usou outro ou sempre fez tudo em uma linguagem única que conhece bem. Tente, aprenda coisas novas, use a tecnologia a seu favor e, se conseguir, desenvolver coisas novas. Descobrir novas ferramentas e colocá-las em prática faz parte da função do engenheiro.


Fontes: Coppe; IMPA; MathWorks; UFMG.

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

As cidades inteligentes estão em alta (uma delas é o Qatar, onde será a Copa do Mundo de 2022). Porém, isso não significa que a tecnologia vai milagrosamente resolver os problemas e todos viverão felizes para sempre.

Na verdade, o desafio cabe aos planejadores urbanos, profissão muitas vezes ocupada por engenheiros(as). É deles a responsabilidade de conseguir lidar com os atuais problemas das cidades, os quais envolvem a necessidade de um crescimento sustentável, mobilidade urbana, novas fontes de energia, saneamento básico, o foco no cidadão como elemento fundamental (e não os carros ou as avenidas largas) e mais. Claro que as tecnologias serão ferramentas fundamentais, mas não é possível contar apenas com elas.

cidades inteligentes
Imagem: itbrief.co.nz

Por exemplo, não é possível esperar uma tecnologia para remediar um problema quando é possível agir para evitá-lo. O mundo tecnológico é incrível, mas precisamos de humanos pensantes para planejar e saber aplicá-las. Afinal, um recurso mal implementado pode trazer mais consequências negativas que benefícios.

Pode até ser que a ideia de construir uma cidade inteligente partindo do zero tenha como base a tecnologia, mas ela não será nada sem planejamento e gerenciamento. Nas cidades que já sofrem os problemas urbanos atuais, então, a gestão adequada é fundamental.

Alguns exemplos de diferentes abordagens no planejamento urbano para a construção de cidades inteligentes são no Canadá e nos Estados Unidos. Enquanto o primeiro país convidou as comunidades a escolher seus desafios e soluções, o segundo resolveu colocar como foco a mobilidade.

Cidades inteligentes são a solução?

Cada cidade possui seus problemas específicos (que são muitos, no caso das cidades brasileiras) e suas peculiaridades, precisando de uma solução adequada a sua realidade. Ainda, não é só uma tecnologia que vai resolver todos os problemas ao mesmo tempo. É preciso saber combinar os recursos disponíveis e aplicá-los em conjunto, potencializando seus impactos positivos.

cidades inteligentes
Imagem: techrepublic.com

No caso das cidades europeias, o site European Smart Cities classifica os projetos voltados para as cidades em seis áreas diferentes: economia inteligente, população, governança, mobilidade, meio ambiente e qualidade de vida. É exatamente uma combinação de todas essas áreas que vai transformar as cidades em inteligentes.

Em resumo, é preciso que as cidades comecem uma transformação geral, atingindo a raiz dos problemas. Nem a melhor das tecnologias pode resolver um problema quando não há uma base sólida o suficiente para que ela possa ser aplicada. É preciso começar a resolver os problemas hoje e não ficar aguardando uma solução brotar do nada.

Assim, para construir cidades inteligentes é preciso que os planejadores saibam aplicar os recursos disponíveis. O cerne da questão não é político, religioso ou cultural (embora esses fatores possam influenciar). Ele cabe ao planejador urbano e, consequentemente, é uma missão para o(a) engenheiro(a) que optar por esse caminho.

Referências: Phys.org.

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é uma das principais causas de morte no mundo, ceifando milhões de vidas anualmente. Essa condição ocorre devido a um fluxo sanguíneo deficiente para o cérebro, e a identificação rápida dos sintomas é crucial para salvar a vida do paciente. Nesse contexto, um dispositivo inovador foi desenvolvido para auxiliar no reconhecimento do AVC em tempo hábil. Confira no artigo a seguir, do Engenharia 360!

AVC
Imagem de kjpargeter em Freepik

Como funciona o dispositivo que pode identificar AVC?

Pesquisadores da Army Medical University e da China Academy of Engineering Physics divulgaram em 2019 a criação de um aparelho que utiliza luz infravermelha para monitorar o fluxo sanguíneo. O dispositivo é equipado com duas técnicas de medição não invasivas, que são fundamentais para a identificação precoce do AVC.

Para determinar a quantidade de oxigênio e sangue em uma área específica, o dispositivo emprega a espectroscopia óptica difusa do infravermelho próximo, uma técnica que analisa a luz espalhada pelos tecidos. E para medir a taxa de fluxo sanguíneo, é utilizada a espectroscopia de correlação difusa. Resumindo, essas duas ferramentas permitem medir o volume, a oxigenação e o fluxo sanguíneo, considerando que a luz infravermelha penetra na pele de 1 a 3 centímetros.

AVC
Imagem reproduzida de phys.org

Resultados dos testes

Para testar a eficácia do dispositivo, ele foi colocado no braço de um indivíduo, e uma braçadeira foi inflada ao redor do bíceps, bloqueando temporariamente a circulação sanguínea (semelhante à medição da pressão arterial). Os pesquisadores observaram que a medição da luz diminuiu quando o fluxo sanguíneo foi interrompido, retornando ao normal assim que o manguito foi removido.

Com este novo dispositivo, os cientistas conseguem registrar um perfil abrangente da hemodinâmica do corpo humano. Embora alguns instrumentos anteriores já realizassem essa função, o novo aparelho oferece um complemento valioso ao diagnóstico médico.

Importância da detecção rápida do AVC

A rapidez na identificação do AVC é vital. Quanto mais ágil for a resposta da equipe médica, maiores serão as chances de tratamento eficaz e recuperação do paciente. Portanto, a velocidade de descoberta é essencial no combate ao acidente vascular cerebral.


Fontes: Phys.org, AIP Advances.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

A nossa voz é uma de nossas características mais marcantes. Tem gente que nasce com a sorte de ter uma voz incrível, digna de ser um cantor de ópera, e há quem tenha uma voz mais “normal”. Nesse sentido, é bem provável que você já tenha tentado imaginar como é uma pessoa só pela voz – seja baseado em experiências anteriores ou simplesmente usando a criatividade. Para poupar seus esforços (e fazer uma grande contribuição para a ciência, alguns pesquisadores desenvolveram a Speech2Face, uma inteligência artificial (IA) capaz de criar rostos baseados em vozes.

Como funciona a Speech2Face?

A Speech2Face consiste em uma rede neural que foi treinada com vozes de mais de 100.000 pessoas mostradas em milhões de vídeos. Assim, ela foi capaz de associar as vozes aos rostos. Apesar disso, a inteligência artificial não sabe exatamente como é o indivíduo apenas pela voz. Ela reconhece na fala características como idade, gênero, etnia e mais. Com isso, os rostos são resultados “médios”, genéricos e não exatos.

Speech2Face
Imagem: edmtunes.com

Na verdade, a tecnologia por trás da Speech2Face ainda é muito recente e está longe da perfeição. Por exemplo, quando recebeu amostras de uma mesma pessoa falando chinês e depois em inglês, não conseguiu reproduzir a mesma face. Pelo contrário, gerou duas faces diferentes: a primeira foi uma asiática e a segunda de um homem branco.

Além disso, há um viés de gênero no algoritmo. Ele tem uma tendência a associar baixa frequência a rostos masculinos e vozes agudas a rostos femininos. Ainda, os pesquisadores afirmam que a inteligência artificial foi treinada somente com vídeos do YouTube, que não representa toda a população mundial.

É o começo, mas a pesquisa já indica resultados promissores. Como quase toda ferramenta de inteligência artificial, há prós e contras. Ela pode ser muito útil para pesquisas e softwares de reconhecimento, mas também pode ser usada com más intenções. Um exemplo seria para a elaboração de fake news, como vídeos publicados na internet.

Speech2Face
Imagem: speech2face.github.io

Os resultados da pesquisa foram publicados online na plataforma arXiv. Ainda, há uma página explicativa sobre o Speech2Face que apresenta o link com o artigo e acesso ao material suplementar (com as figuras, gráficos e áudios).


Fontes: Speech2Face; Science Times.

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

A computação quântica é um Santo Graal da tecnologia. Cada dia, mais pesquisadores buscam uma forma de tornar factível essa máquina que seria revolucionária. Em 2019, as pesquisaram foram focadas na modelagem da estrutura de um diamante, processo que poderia contribuir para a evolução da computação quântica.

O que são diamantes

Diamantes são pedras preciosas exorbitantemente caras e comumente utilizadas em joias. Além disso, devido a suas características, eles possuem várias aplicações na indústria tecnológica. Porém, mesmo sendo caros e uma obra-prima da natureza, diamantes não são perfeitos. Sempre falta um átomo dali ou sobra outra coisa aqui. Muitos efeitos do tipo são desejáveis, pois criam resultados como atrair elétrons que podem absorver ou emitir mais luz, por exemplo.

modelar um diamante | computação quântica
Imagem: phys.org

Aplicações do diamante na computação quântica

É exatamente por meio desses efeitos que os cientistas tentam modelar o diamante para usar em computação quântica. Diferentemente do sistema binário convencional, a tecnologia quântica é baseada em qubits. Os spins dos elétrons, por exemplo, podem servir como qubits e assumir não só o famoso 0 e 1, como os dois ao mesmo tempo (superposição quântica).

No caso do diamante, algumas propriedades especiais, como a superposição quântica, podem existir à temperatura ambiente, ao contrário de muitas substâncias que precisam de temperaturas próximas do zero absoluto. Porém, mesmo em temperatura ambiente, fazer isso no nível molecular não é fácil.

Como modelar um diamante

A solução proposta por alguns engenheiros, em 2019, foi de modelar a superfície do diamante de modo que seja possível identificar esses defeitos desejados. Eles usaram o conceito de metassuperfície (conjuntos de nanoestruturas que podem alcançar alguns fenômenos físicos que não seriam vistos em macroescala) para projetar e fabricar uma estrutura na superfície do diamante que atua como uma lente para coletar fótons de um único qubit em um diamante e direcioná-lo para uma fibra ótica. Antes, fazer isso requereria diversas tecnologias e componentes óticos.

Explorando a estrutura do diamante para avanços em computação quântica
Imagem: phys.org

As metassuperfícies permitem projetar qualquer tipo de material que os pesquisadores desejarem, dando mais liberdade. Isso também permite adaptar o perfil de um emissor quântico. Para fazer isso, foi preciso unir uma equipe formada por diversos profissionais, incluindo muitos engenheiros, como eletricistas, especialistas em mecânica quântica e em nanotecnologia. O estudo, promissor, foi publicado na conceituada revista Nature.


Fontes: Phys.org; Nature.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Com o objetivo de trazer um pouco mais do raciocínio humano aos veículos autônomos, pesquisadores criaram um sistema que usa apenas mapas simples e dados visuais para permitir que carros sem motoristas naveguem por rotas novas e ambientes complexos.

raciocínio
Imagem: news.mit.edu

Dificuldades para veículos autônomos

Motoristas humanos, ou pelo menos alguns, são bons em percorrer estradas que não conhecem. Não estamos falando aqui de habilidades com direção, mas de usar ferramentas simples relacionadas a observação. Nós simplesmente combinamos o que vemos ao nosso redor com o que vemos em nossos dispositivos GPS, por exemplo, para determinar onde estamos e para onde precisamos ir. São decisões rápidas.

veículos autônomos
Imagem: i.ytimg.com

Veículos sem motorista, no entanto, lutam com esse raciocínio básico. Em cada nova área a ser explorada, os carros autônomos precisam inicialmente mapear e analisar todas as novas estradas, o que é demorado. Os sistemas também contam com mapas complexos – geralmente gerados por varreduras tridimensionais – que são computacionalmente intensivos para gerar e processar tudo dinamicamente.

Incorporação de raciocínio parecido com o humano

Nesse cenário de dificuldade, pesquisadores do MIT descrevem um sistema de controle autônomo que “aprende” os padrões de direção de motoristas humanos enquanto eles navegam em uma pequena área, usando apenas dados de câmeras de vídeo e mapa simples semelhante ao GPS. Então, o sistema treinado pode controlar um veículo autônomo ao longo de uma rota planejada em uma área nova, imitando o motorista humano.

Da mesma forma que os motoristas humanos, o sistema também detecta qualquer incompatibilidade entre o mapa e os recursos da estrada. Isso ajuda o sistema a determinar se sua posição, sensores ou mapeamento estão incorretos, para corrigir o percurso do carro.

Como o sistema foi desenvolvido?

O sistema implementado usa um modelo de machine learning chamado de rede neural convolucional (CNN). Esse tipo de modelo é comumente empregado para o reconhecimento de padrões de imagem. Durante o treinamento, o sistema observa e aprende como dirigir como um motorista humano.

raciocínio humano
Imagem: arstechnica.net

A rede neural correlaciona as rotações do volante às curvas da estrada observada por câmeras e de um mapa inserido. Eventualmente, o sistema do veículo autônomo aprende o comando de direção provável do raciocínio humano para várias situações de condução, como estradas retas, cruzamentos de quatro vias, rotatórias, dentre outros.

Outra coisa importante é que os mapas utilizados são mais fáceis de armazenar e processar, o que antes constituía também um problema para esta tomada de decisão dos sistemas.

A equipe de pesquisadores disponibilizou um vídeo (em inglês) com os testes realizados:

E aí, você confia mais ou menos em um veículo autônomo que raciocina feito você?


Fontes: Science daily. MIT News.

Comentários

Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

Seu desejo de sair de um congestionamento de helicóptero é uma ordem, pelo menos para a Uber. A empresa afirmou que começará a oferecer o serviço, chamado Uber Copter, em New York a partir de julho.

O primeiro voo está planejado para ocorrer no dia 9 de julho. O trajeto será feito entre o Aeroporto Internacional John F. Kennedy (que fica na cidade de New York) e um heliporto em Lower Manhattan. O custo da viagem deve variar entre 200 e 250 dólares (a conversão do valor pode chegar a quase 1 salário-mínimo brasileiro).

uber
Imagem: bhaz.com.br

Porém, não é todo mundo que vai poder dar uma voltinha de helicóptero por New York. O serviço estará disponível para membros do Uber Rewards (o programa de fidelidade da empresa) com status Platinum ou Diamond.

Para chegar no status necessário para andar de helicóptero é preciso ter usado bastante os serviços da Uber. Para cada dólar em qualquer serviço da empresa, é possível obter uma quantia de pontos. Quando você tiver 2.500, então terá a chance de chamar um Uber Copter (isso se você estiver disposto a pagar o valor cobrado).

A intenção é diminuir o tempo de viagem, que pode passar de duas horas para apenas alguns minutos. A rota, por via terrestre, é uma das que tem maior tráfego. Cabem até 5 passageiros no Uber Copter.

uber
Imagem: curtamais.com.br

Com o tempo, a Uber pretende implementar o serviço em outras localidades. Porém, ele não deve chegar no Brasil tão rápido. Por aqui, quem já oferta o serviço é a Cabify, com o CabiFly. Ele é oferecido em parceria com a Voom, uma plataforma de táxi-aéreo. Até o momento, ele só está disponível na cidade de São Paulo, no horário comercial e em um horário restrito nos finais de semana (não dá para pegar depois do rolê noturno, por exemplo).


Fontes: The New York Times; Interesting Engineering.

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

Só quem já sofreu para dirigir um carro com volante “duro” sabe a diferença que uma direção elétrica faz (e não dá para comparar nem mesmo com a hidráulica). O que nós talvez não pensamos é que há muita engenharia envolvida por trás dos sistemas de direção elétrica e que eles são um dos elementos essenciais para o desenvolvimento dos veículos autônomos. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!

Funcionamento dos sistemas de direção elétrica

O sistema de direção elétrica também é conhecido como Electric Power-Assisted Steering (direção assistida eletricamente, na tradução para português) – EPS e é cada vez mais utilizado nos automóveis. Ele está substituindo a direção hidráulica que, por sua vez, substituiu a direção mecânica (aquela “dura” em que você gira o braço, o corpo e faz uma força terrível para fazer uma curva – um belo contorcionismo).

direção elétrica
Imagem de Thyssenkrupp reproduzida de Ipesi

Como bons engenheiros e engenheiras, vamos entender o funcionamento do EPS, que é simples: há um pequeno motor elétrico que é acionado quando recebe o movimento do volante. Esse motor dá uma “forcinha” para o motorista, poupando-o de fazer esforço ao girar o volante. Tal força varia de acordo com a velocidade do automóvel, de modo que o motorista tenha maior controle da direção.

Para você ter uma ideia, o sistema EPS possui mais de 400 peças e, pasmem, 300 mil linhas de código. Dessa maneira, hardware e software funcionam integrados de forma precisa, proporcionando sensibilidade na direção, melhorando a dirigibilidade do veículo e tornando-o mais eficiente.

Dentre as vantagens, além de maior conforto para o motorista, o EPS gasta menos energia que o sistema hidráulico. Isso permite uma economia de até meio litro de combustível a cada 100 quilômetros percorridos e, consequentemente, a redução das emissões de gases poluentes.

Modelos de direção elétrica para veículos autônomos

direção elétrica
Imagem de Thyssenkrupp reproduzida de AutoIndústria

O sistema de direção elétrica é um dos pré-requisitos para a direção autônoma de veículos, responsável por processar o comando de movimento e transmiti-lo como sinal para o motor. Por isso, é imprescindível para sistemas de assistência ao motorista, como assistente de faixa de rodagem, aviso de distância e assistente de estacionamento. Afinal, para uma máquina dirigir, é preciso assegurar que haverá um comportamento semelhante ao humano (um humano consciente, de preferência).

Confira um pouco mais no vídeo abaixo:

De acordo com Luciano Farias, gerente de vendas e engenharia da unidade Steering da thyssenkrupp Brasil, os veículos autônomos já estão presentes no nosso dia a dia, porém, com níveis iniciais de direção autônoma.

“Variam, desde simples assistências ao motorista, até carros totalmente autônomos nos quais as pessoas passam a ser apenas passageiros. Gradativamente, já há diversas funções ‘autônomas’ sendo incorporadas nos novos modelos.”,

“Os veículos autônomos têm grande potencial no futuro, pois trarão aumento na produtividade das pessoas, na segurança ao dirigir e na organização do trânsito nas grandes cidades. Em um futuro muito breve, veremos ônibus e táxis autônomos circulando em maior escala nas grandes cidades.”.

– Luciano Farias.

Tecnologia Thyssenkrupp na indústria brasileira

direção elétrica
Imagem de Thyssenkrupp reproduzida de Revista Publiracing

A Thyssenkrupp, empresa industrial diversificada, inaugurou em 2019 uma nova linha de produção de sistemas de direção elétrica no Brasil. Em 2019, sua capacidade de produção já era de 400 mil sistemas por ano.

A empresa possui um Centro de Desenvolvimento de Software para os sistemas de direção em Budapeste, capital da Hungria. Nele, centenas de engenheiros de programação – incluindo vários brasileiros – dão vida a vários projetos relacionados a veículos autônomos, como os sistemas steer-by-wire. Tal sistema não necessita de ligação mecânica entre o volante e as rodas do veículo e os comandos de direção são enviados eletronicamente para o motor elétrico por meio de uma unidade de controle.

Veja Também: Você sabe qual é o “coração” de qualquer solução de direção autônoma?


Este é um artigo patrocinado. Você leu um texto publicitário. Este aviso representa nosso compromisso e transparência diante de sua opinião.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Redação 360

Nossa missão é mostrar a presença das engenharias em nossas vidas e a transformação que promovem, com precisão técnica e clareza.

Em uma era de fake news, é sempre bom ter cautela sobre as notícias que você recebe. A situação pode ser ainda pior quando a Inteligência Artificial, uma das ferramentas tecnológicas mais bombadas dos últimos tempos, é coloca na história.

Alguns pesquisadores uniram as duas visando criar uma ferramenta contra propaganda on-line. Porém, o resultado foi um algoritmo capaz de criar uma notícia falsa muito mais convincente que a escrita por um ser humano. Daí a fake news super-realistas.

fake news
Imagem: news.umich.edu

Criado para conter fake news

Basicamente, o algoritmo criado (chamado Grover) mostrou ótimos resultados para deter notícias falsas escritas por inteligência artificial, melhor que qualquer outra ferramenta disponível. Porém, em mãos maliciosas, ele pode fazer o papel de vilão e ser um grande gerador de fake news.

Os cientistas pretendem disponibilizar o Groover para o uso público. Isso poderia permitir que jornalistas sempre se certifiquem da veracidade de uma notícia antes de escrever sobre ela.

fake news
Imagem: candid.technology

Por outro lado, também pode ser uma mina de ouro para quem gosta de divulgar informação falsa, situação que só piora quando as pessoas não confirmam a veracidade antes de fazer uma divulgação em massa (como publicar em grupos no Whatsapp, no Facebook ou no Twitter).

Por exemplo, ele é capaz de criar uma fake news relacionando o autismo a vacinas em diferentes estilos de escrita. Isso faz com que os leitores acreditem que o texto é verdadeiro pela forma como foi escrito, mas não é. Ao fazer um teste, o Grover foi capaz de escrever não só a reportagem no estilo da seção de Ciência do The New York Times, como também criou o nome do autor, citou o departamento de uma universidade e um órgão governamental de controle e prevenção de doenças.

O Groover escreve o artigo e depois o refina no estilo de determinada fonte de notícias. Para isso, ele é alimentado com várias publicações.

Os pesquisadores estão cientes que a liberação do Groover pode ser uma arma poderosa. Porém, ao mesmo tempo, ele também pode ser uma solução para conter as fake news (mesmo as geradas por ele mesmo). Assim, a dica é sempre tomar cuidado com o que você lê e ir até à fonte verificar se ela foi mesmo publicada (porque pode ser uma montagem), verificar em outras fontes e, claro, duvidar quando a informação é muito absurda.


Fontes: Futurism; ArXiv.

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

É raro encontrar um(a) engenheiro(a) que não goste de café. Normalmente, mesmo se você entra na faculdade sem tomar, é bem provável que termine como um dependente de cafeína. Mas será que quem é fã mesmo sabe até qual quantidade precisa tomar para finalizar um trabalho ou conseguir estudar para uma prova?

Felizmente, para ajudar não só os amantes de café, como toda a classe trabalhadora e estudantil dependente desse líquido tão precioso, alguns pesquisadores criaram um algoritmo capaz de dizer qual a quantidade ótima de cafeína você precisa ingerir para ficar alerta. Uma ideia que precisamos admitir: é realmente genial.

cafeína
Imagem: newsweek.com

Para criar o algoritmo, os pesquisadores usaram vários cenários de privação de sono e de trabalhos em turnos. Aliado a isso, utilizaram a ferramenta de acesso aberto 2B-Alert Web 2.0. Os resultados foram comparados com dados do Exército dos Estados Unidos.

Uma das grandes vantagens é que tal algoritmo evita o consumo exagerado de cafeína, permitindo que você ingira a quantidade ideal para ficar alerta. Além disso, seu estômago e seu coração agradecem. Afinal, altas doses dessa substância podem causar problemas ao longo do tempo.

Como é feito o cálculo da quantidade de cafeína?

Para fazer o cálculo, basta inserir algumas informações, como o período no qual você deseja ficar alerta, o nível mínimo de alerta e a ingestão máxima tolerável de cafeína. O resto é com o algoritmo, que te informa as doses que você deve tomar e qual o melhor horário para fazer isso.

Assim, o algoritmo é capaz de responder a questões como: “Se você for passar noite toda acordado, precisa ficar alerta durante o horário comercial (digamos, de 8 às 18 horas) e consumir o mínimo de cafeína, quando e quanto você deve consumir?“.

cafeína
Imagem: whatsupcairo.com

A ferramenta desenvolvida será disponibilizada gratuitamente. Com isso, é bem provável que ela logo esteja em algum aplicativo ou um site. Porém, não vale abusar e prejudicar sua saúde. Lembre-se que o algoritmo não está considerando um consumo “saudável” para cada organismo, mas sim a quantidade para ficar acordado com base em uma média geral. Apesar de ser um recurso maravilhoso para engenheiros e engenheiras, use com moderação!


Fontes: Medical Xpress; Science Times.

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.