Na construção civil, o vidro está presente em belíssimas obras, tanto nas edificações mais simples quanto nas mais tecnológicas. É um material muito versátil. Além disso, ajuda no controle termoacústico das arquiteturas e em sua proteção contra possíveis intempéries. Por isso, os projetistas buscaram, ao longo dos anos, ampliar as suas possibilidades de uso.
Existem vários processos para se conseguir o vidro. Mas, basicamente, esse material é o resultado da combinação de areia derretida e resfriada com a adição de aditivos, que modifica a sua fusão. E o que faz determinar qual a melhor função para cada tipo de vidro é o processo químico pelo qual ele passou.
Atualmente, existe uma espantosa quantidade de tipos de vidro no mercado. Eles têm nomes e propriedades diferentes. E para que não haja quaisquer confusões sobre suas aplicabilidades, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – estabelece, por meio da NBR 7199, o uso para cada um deles.
Os tipos de vidros mais utilizados na construção civil são: o comum, o temperado e o laminado.
Vidro Comum
O vidro comum, também chamado de cristal, é transparente, liso, duro e impermeável. Em sua composição tem-se areia, potássio, alumina, sódio, magnésio e cálcio. Isso serve, inclusive, de base para a criação de outros tipos de vidro. Mas, apesar de ter boas qualidades, esse vidro possui baixa resistência mecânica e é mais frágil e quebradiço que os demais, espalhando pedaços pontiagudos e cortantes para todos os lados.
Temperado
O vidro temperado é o resultado de um processo chamado de “têmpera”. É um tratamento termoquímico no qual as suas propriedades são modificadas. Depois de passar por temperaturas altíssimas, de até setecentos graus, e ser resfriado abruptamente, o material fica cinco vezes mais resistente que o vidro comum. Por isso que esse tipo é tão empregado na construção civil.
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Infelizmente, existem algumas desvantagens no vidro temperado. Suas placas são feitas apenas sob medida, em dimensões exatas. Ou seja, não pode ser cortado ou furado após a sua fabricação. Além disso, é pouco flexível e quando quebrado se estilhaça em pedaços bem pequenos. Portanto, deve-se ter cuidado em onde esse tipo de vidro será empregado, embora muitos profissionais o tenham utilizado em box de banheiro. O mais indicado é, para o vidro temperado, vitrines; fechamento de muros; tampas de fogões; e portas, janelas, divisórias e outras áreas sem caixilhos.
Laminado
O laminado é menos resistente às intempéries, como ventos fortes. Também é menos eficaz quanto à redução acústica e tem pouca resistência a impactos frontais. Porém, esse tipo de vidro possui um excelente diferencial em relação aos demais: ele não se estilhaça ao quebrar. E isso se deve a sua composição.
Na fabricação, as chapas de vidro, comum ou temperado, são intercaladas com uma película de PVB – polivinil butiral - espécie de filme plástico, que as mantém fortemente ligadas. As camadas são prensadas e as lâminas ficam presas ao filme, como um sanduíche. Normalmente, o laminado é usado em coberturas, pisos, degraus e guarda-corpos. Quase sempre é transparente, mas pode-se vê-lo também em outros tons, sendo um bom isolante solar.
Entenda melhor quais as diferenças entre esses três tipos de vidros analisando a imagem logo a seguir:
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Temperado Laminado
Os tipos laminados e temperados são os mais utilizados na construção civil, devido a todas as características já apontadas. Diferem-se, entre si, em processo de fabricação e preço de mercado. E por serem mais resistentes que o vidro comum, eles são considerados como “vidros de segurança”. Mas, há um tipo de vidro que une todas essas boas características, sendo classificado, inclusive, como de “altíssima segurança”. Esse é o vidro temperado laminado.
O tipo em questão sofre um tratamento ainda mais específico. São duas ou mais lâminas de vidro temperado, entrepostas por camadas de PVB. Isso o deixa ainda mais resistente contra riscos, impactos, flexões e ações mecânicas, térmicas e acústicas. Portanto, o temperado laminado pode ser utilizado em uma infinidade de situações. Mas, devido ao seu alto custo, é menos visto em soluções arquitetônicas.
De todo modo, todos os tipos de vidros são sensíveis. Deve-se ter muito cuidado com o seu manuseio desde a fabricação até o armazenamento, transporte e instalação. Por isso, em todas as etapas, sempre será requerido mão-de-obra especializada.
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Fontes: Hometeka, Casa Claudia, UOL, HS Envidraçamento.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.