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Missão histórica: conheça o cientista brasileiro que conduzirá estudo visionário na ISS

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por Redação 360
| 03/07/2023 4 min
Imagem reproduzida de Money Report – https://www.moneyreport.com.br/politica/o-1o-cientista-brasileiro-que-deve-ir-ao-espaco/

Missão histórica: conheça o cientista brasileiro que conduzirá estudo visionário na ISS

por Redação 360 | 03/07/2023
Imagem reproduzida de Money Report – https://www.moneyreport.com.br/politica/o-1o-cientista-brasileiro-que-deve-ir-ao-espaco/
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As missões lunares tripuladas podem contribuir para a exploração humana de Marte. Sabe como? Favorecendo experiência no espaço e conhecimento valiosos para futuras missões interplanetárias.

Por exemplo, ao estabelecer uma base na Lua, os astronautas podem testar tecnologias, desenvolver habilidades de sobrevivência e aprimorar os sistemas de suporte à vida necessários para viagens mais longas, como a de Marte. E caso você queira saber, a duração de uma viagem de ida a Marte pode variar dependendo do trajeto e da tecnologia utilizada, mas atualmente estima-se que uma viagem tripulada leve cerca de seis a nove meses para chegar ao planeta vermelho.

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É claro que, antes de conquistar outros planetas, os cientistas precisam entender muitas questões, como os efeitos da microgravidade no cérebro humano. E é aí que entra a expertise brasileira, muito bem representada por Alysson Muotri, o primeiro cientista brasileiro escalado para ir ao espaço e que conduzirá estudo que pode mudar a colonização interplanetária. Leia mais nesta matéria do Engenharia 360!

cientista brasileiro Alysson Muotri
Imagem reproduzida de Arquivo Pessoal Alysson Muotri via G1 - https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2023/07/02/alysson-muotri-como-organoides-cerebrais-estao-revolucionando-a-neurociencia.ghtml

Por que entender a microgravidade no cérebro humano é importante?

Antes de tudo, entender os efeitos da microgravidade no cérebro humano é importante para a colonização espacial porque os astronautas enfrentam desafios físicos e neurológicos durante missões prolongadas no espaço. Estudar os efeitos da microgravidade no cérebro, como faz o cientista brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), pode ajudar a desenvolver estratégias de proteção cerebral para astronautas, contribuindo para o sucesso da colonização de outros planetas, como Marte.

A saber, está previsto que o cientista brasileiro conduzirá um estudo na Estação Espacial Internacional (ISS), com o objetivo de entender os efeitos da microgravidade no cérebro dos astronautas.

astronautas
Imagem reproduzida de ESA, NASA, via Euronews - https://pt.euronews.com/next/2019/09/25/o-impacto-da-microgravidade-no-corpo-humano
astronautas
Imagem reproduzida de Anderson Araújo, CBD.A Press, via UAI, Saúde Planeta - https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/10/30/noticias-saude,191286/veja-o-que-cientistas-ja-sabem-sobre-o-impacto-do-espaco-na-saude-dos.shtml

Qual é o objetivo do estudo que o cientista brasileiro conduzirá?

O estudo de Alysson Muotri visa proteger o cérebro dos efeitos negativos da microgravidade, algo crucial para a colonização interplanetária. O cientista é especialista em transtornos do desenvolvimento neurológico, como o autismo, e seu trabalho com "minicérebros" simulando a organização celular encontrada no cérebro humano tem sido importante para pesquisas avançadas sobre autismo e outras doenças neurológicas. Além disso, o estudo na ISS também contribuirá para o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos neurológicos inovadores, incluindo para demência e Alzheimer.

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O que são e como se formam "minicérebros"?

Os minicérebros são versões reduzidas do cérebro humano, formadas a partir de células-tronco pluripotentes reprogramadas. Embora não possuam uma estrutura completa nem consciência, eles simulam de forma simples a organização celular encontrada no cérebro humano.

E olha que interessante: em pesquisa anterior com minicérebros enviados para o espaço, Alysson Muotri descobriu que as células cerebrais envelhecem mais rapidamente em ambientes de microgravidade, com um envelhecimento de cerca de 10 anos em apenas um mês.

microcérebros
Imagem reproduzida de Arquivo Pessoal Alysson Muotri via G1 - https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2023/07/02/alysson-muotri-como-organoides-cerebrais-estao-revolucionando-a-neurociencia.ghtml
microcérebros
Imagem reproduzida de Arquivo Pessoal Alysson Muotri via G1 - https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2023/07/02/alysson-muotri-como-organoides-cerebrais-estao-revolucionando-a-neurociencia.ghtml

Porém, os minicérebros têm algumas limitações como modelos de estudo, como a falta de certos tipos de células e suprimento de sangue, além de seu tamanho reduzido. Essas limitações podem afetar a representação precisa de certos aspectos do cérebro humano.

Quais outras áreas de pesquisa o cientista planeja abordar na ISS?

Além do estudo sobre os efeitos da microgravidade, o cientista planeja abordar outras áreas de pesquisa na Estação Espacial Internacional, como o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos neurológicos inovadores para transtornos como demência e Alzheimer. Ele também menciona a possibilidade de futuras missões abrangerem outras áreas da Medicina e Engenharia.

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Devemos citar que a microgravidade pode ter impactos em outras partes do corpo humano. Por exemplo, os astronautas na ISS sofrem uma perda mais rápida de massa muscular na microgravidade do que ocorreria na Terra. Além disso, a redistribuição de fluidos corporais em direção à cabeça pode causar problemas de visão. É por isso que é tão importante entender o impacto da microgravidade no corpo humano para a exploração espacial e a saúde dos astronautas!

Quem financiará o projeto e as idas do cientista e sua equipe a ISS?

O governo brasileiro, através do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, está envolvido no projeto de Alysson Muotri. Recentemente, o presidente se reuniu com o cientista para anunciar a previsão da viagem.

O financiamento do projeto e das idas do cientista e sua equipe a ISS será custeado pela Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), onde Muotri trabalha. Ou seja, o Ministério da Ciência e Tecnologia NÃO financiará o projeto. Mas está nos planos de Muotri abrir uma seleção para levar pesquisas de outros cientistas brasileiros para a ISS, buscando integrar a ciência do Brasil nessa viagem.

A viagem de Alysson Muotri está prevista para ocorrer em novembro de 2024, e ele passará cerca de 10 dias na ISS executando os experimentos.

iss
Imagem reproduzida de NASA, Crew of STS-132, via Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7%C3%A3o_Espacial_Internacional#/media/
Ficheiro:International_Space_Station_after_undocking_of_STS-132.jpg

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Fontes: G1.

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