O primeiro vídeo de um buraco negro deve vir em breve, segundo astrônomos
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 2minImagem: skyandtelescope.com
Não faz muito tempo que saiu a primeira foto de um buraco negro (com a grande colaboração da engenheira Katherine Bouman). Agora, alguns cientistas afirmam que, em breve, veremos um vídeo de um buraco negro.
Até 2020, os pesquisadores do Event Horizon Telescope (EHT) acreditam que será possível fazer o primeiro vídeo de um buraco negro devorando nuvens de gás. A equipe de pesquisa, composta por 347 cientistas do mundo todo, já coletou os dados necessários para fazer o vídeo, mas ainda é preciso processar a grande quantidade de informações.
Imagem: thesun.co.uk
É bem possível que o vídeo não tenha qualidade fantástica, ou seja, algo cheio de efeitos especiais, já que os próprios cientistas alertam que ele deve ser um pouco irregular. Talvez, para olhos não astronômicos, ele nem mesmo se pareça com um buraco negro (ou com a ideia que temos de um desses) e só seja empolgante porque você sabe que está vendo um buraco negro.
No entanto, para os astrônomos, esse é um grande e louvável feito. Apesar de serem frequentes em filmes que envolvem o espaço e as galáxias, os buracos negros sempre foram um pouco obscuros para a ciência. Tanto que a primeira foto de um deles saiu recentemente e incendiou não só o campo acadêmico, como o mundo todo.
Para a captura da imagem, os astrônomos não tinham nitidez nas imagens. Para isso, foi preciso interligar vários radiotelescópios. Porém, esse não é um trabalho recente. As primeiras medições de um buraco negro foram publicadas em 2008 e os radiotelescópios foram montados em 2017.
Imagem: bbc.com
Pular de uma imagem para um vídeo, agora que a técnica já se mostrou capaz de captar os registros do buraco negro, é só uma questão de tempo. Se a foto já levou a internet à loucura, imagine o que um vídeo desses não vai fazer.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Em agosto de 2019, foi inaugurado a primeira usina solar flutuante no Brasil. O projeto foi instalado em um reservatório de Sobradinho, na Bahia pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF); Uma empresa do grupo Eletrobrás.
A primeira etapa da usina foi inaugurada com potência de geração de 1MWp (Mega Watt pico), consequentemente, produzindo energia para 650 casas populares no Brasil.
Embora a etapa inaugurada produza uma quantidade significativa para produção de energia, a pretensão da CHESF é chegar a uma potência de geração de 2,5MWp.
Usina Solar Flutuante – CHESF
A Tecnologia
Apesar de existirem tecnologias similares em outros países, o projeto da CHESF em fazer uma Usina Solar Flutuante em um reservatório de hidrelétrica foi extremamente inovador. Por isto, pode ser considerado o maior projeto de pesquisa e desenvolvimento em energia do nosso país.
Em primeiro lugar, não podemos deixar de enfatizar o seguinte fato: a instalação foi feita sob a lâmina d’água dos reservatórios. Por isto, foi evitado desapropriação de terras para a construção da usina. Outros efeitos ambientais serão analisados conforme a usina solar flutuante for desenvolvendo, como: o efeito da planta fotovoltaica sobre a água do rio e a eficácia da produção de energia neste local.
Energia Solar Flutuante – CHESF
Em virtude de aproveitar linhas de transmissão e as subestações que escorrem a energia hidroelétrica existente; A usina solar flutuante naturalmente se integrou como uma expansão ao sistema existente, gerando uma grande economia, se compararmos a uma geradora que não teria todo o suporte para transmitir a energia gerada.
Como este projeto foi um sucesso em diversos quesitos, a CHESF prevê a instalação de outra Usina Solar Flutuante, desta vez no reservatório da Usina de Boa Esperança, no Piauí.
Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.
Estudante desenvolve rede neural que cria o cenário de um jogo em tempo real
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 2minImagem: futurism.com
Embora algumas pessoas nunca se cansem de um jogo, há aquelas que jogam poucas vezes e já enjoam, visto que o cenário e os desafios são limitados. Porém, de uma forma totalmente diferente, um estudante usou uma rede neural para criar o cenário de um jogo em tempo real.
O nome do jogo é GPT Adventure e ele foi criado por Nathan Whitmore, um estudante da Northwestern University. Para treiná-la, foram utilizados outros jogos e ele foi inspirado no Mind Geme, um jogo de ficção gerado em tempo real na ficção chamada “Ender’s Game” (O Jogo do Exterminador, em português).
Ele parece como uma experiência de antigos jogos como Zork ou Adventureland, que são da década de 70. Para rodar, ele usa o GPT-2, o mesmo algoritmo de redação de fake news (notícias falsas) criado pela OpenIA.
Você pode ter acesso ao jogo neste link. Se você deve clicar diretamente em “Play the game”, no menu esquerdo, uma página de instrução aparece na tela (em inglês). Para jogar, você precisa clicar no botão “Open in the Playground” no canto superior da página (é preciso estar logado no Google – com sua conta do Gmail).
Para jogar é preciso estar logado.
A seguir, você pode clicar no botão de “play” ao lado do bloco de código. Você vai perceber que pode levar um tempo para que a partida comece e isso é normal, visto que ele está “preparando” seu computador. Quando tudo estiver pronto, você pode iniciar a partida.
Um aviso: o jogo não tem fim. Então, se você está com muita matéria acumulada ou muitas coisas para fazer, é bom pensar em deixá-lo para mais tarde e nunca considerar “zerar”. Você também pode se deparar com situações inusitadas e diferentes e tudo faz parte da experiência de jogar em um cenário criado em tempo real.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
O 5G: O que é, qual o diferencial, e a tecnologia no Brasil
por Beatriz Zanut Barros | | ATUALIZADO EM 2min
A quinta geração da internet móvel, o 5G, já está em funcionamento em diversas partes do mundo. Países como Estados Unidos, Europa e Coréia do Sul já possuem esta tecnologia, e a chegada no Brasil está prevista para 2023.
O 5G, é uma tecnologia que funciona através de rádio, assim como as conexões que temos atualmente. Porém, o que diferencia esta rede das outras é o expecto da frequência; que será de 3,5GHz a pelo menos 26GHz. Ou seja, uma capacidade de onda maior, embora com comprimentos de ondas menores.
Os comprimentos de onda significam um alcance mais curto, fazendo com que novas antenas sejam instaladas para propagar chamadas “ondas milimétricas”, que permitirão uma cobertura mais ampla.
Mas qual o diferencial desta rede?
De acordo com a fabricante de chips Qualcomm, a velocidade de download e navegação pode aumentar de 10 a 20 vezes com relação ao 4G.
Com isto, é esperado a intensificação do conceito de IOT (Internet of things), uma vez que a velocidade de transmissão para dispositivos conectados ao celular, como o smartwatch, será reduzida.
A introdução do 5G no Brasil
Hoje, o principal problema para implementação do 5G no nosso país vem de questões burocráticas. A Anatel decidiu que as bandas de 2,5GHz e 3,5GHz que antes eram usadas para transmissão de TV analógica, serão alocadas para a implementação do 5G no país. Em 2020 ocorrerá um leilão em que as empresas disputarão a concessão para serem provedoras desta tecnologia.
A empresa chinesa Huawei, é uma empresa que já testou esta tecnologia junto com às quatro operadoras brasileiras. E de acordo com Nicolas Driesen, diretor de tecnologia da Huawei, se o Brasil adiar o leilão de concessão de bandas, previsto para 2020, ele ficará ainda mais atrasado com a implementação da tecnologia 5G.
Países latinos como Uruguai e México, já deram o primeiro passo comercial para a implementação da tecnologia.
Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 4minImagem: blog.codeexpertslearning.com.br
Se você está sempre por dentro do mundo da tecnologia é bem provável que já tenha ouvido falar sobre APIs (Applications Programming Interface, ou Interfaces de Programação de Aplicativos, em português). Essa ferramenta com diferentes aplicações fornece uma infinidade de recursos muito usados no acirrado mercado tecnológico.
O papel principal das APIs é fazer uma conexão entre aplicações, ou seja, ela permite que os aplicativos se comuniquem e disponibiliza os recursos de um para o outro. Essa comunicação entre aplicações é mais comum do que você imagina. Um exemplo clássico é o botão de compartilhar no Facebook ou no Twitter que aparece em vários sites (como no canto direito deste site, se você clicar em “Compartilhe!”).
É importante citar que as APIs não são recentes. Embora elas estejam espalhadas por todo lado na atualidade, a ideia é mais antiga que o computador pessoal.
Imagem: akamai.com
Ainda, as APIs são tão diversas que, para entender melhor, o ideal é começar com um exemplo básico. Uma das mais comuns é a do Google Maps. Ela está presente em diversos sites nos quais você pode visualizar um mapa com a localização da empresa, os pontos de referência, etc.
Uma segunda aplicação que pode ser citada é muito prática para quem realiza coleta de dados: você pode usar uma API para fazer o serviço por você. Por exemplo, é possível usar uma API para coletar dados sobre um determinado assunto no Twitter. Basta criar um programa que puxa os dados, criar uma conta na página de Apps do Twitter (que fornece as chaves de segurança) e rodar (se for em Python, por exemplo, você pode usar bibliotecas específicas). Os tweets sobre o assunto aparecem na sua tela.
Claro que você poderia ir pelo caminho mais difícil e solicitar ao Twitter um arquivo com os dados que precisa. Se você só quer analisar dados retroativos, tudo bem (apesar da possível demora na obtenção). Porém, se você precisa de dados que estejam constantemente atualizados, não é viável fazer a solicitação todos os dias.
No caso do uso da API, você pode manter sua busca sempre atualizada. Além disso, ela é muito mais rápida que o tempo que levaria na solicitação básica. É evidente que há todo um regulamento por trás disso e não é possível simplesmente puxar informação de todos os lugares quando quiser. Muitos dados são protegidos por sigilo.
Nesse sentido, as APIs permitem acesso a diversos recursos, mas mantém a segurança. No caso do Twitter, você só consegue acesso aos dados que são públicos (não é possível ver a localização do usuário se ela não estiver ativa no perfil da pessoa, por exemplo).
Imagem: android-developers.googleblog.com
Tipos de APIs
Como já foi dito, há uma variedade de APIs com as mais diversas aplicações. Elas podem ser públicas (disponível para todos), privadas (apenas internamente – comum em empresas) ou fruto de uma parceria entre empresas.
Dentre os tipos de APIs, as mais comuns são as Web APIs (Web Services), as quais fornecem uma interface para aplicativos da web ou aplicativos que se conectam uns aos outros pela internet. Uma das mais conhecidas é o SOAP (Simple Object Access Protocol – Protocolo Simples de Acesso a Objetos, em português).
O SOAP conecta diferentes plataformas por meio de HTTPS e XML. Apesar de considerado um pouco menos flexível, o SOAP oferece medidas de segurança bem rigorosas.
Um segundo tipo comum é o REST (Representational State Transfer – Transferência de Estado Representativa). Ele é mais simples e mais fácil de usar, com uma conexão mais prática entre o cliente e o servidor.
Há outros além desses dois protocolos e há uma gama de pontos que devem ser levados em conta na hora de escolher. Esses fatores englobam o desenvolvedor, a finalidade, a forma como será desenvolvida, etc. Pode ser feita, inclusive, uma mistura nesses estilos de APIs.
As vantagens das APIs
Parece algo simples, mas as APIs são essenciais para os desenvolvedores. Eles podem integrar novos componentes de aplicações de forma muito mais simples, sem precisar reinventar a roda. Grandes empresas de tecnologia também utilizam APIs o tempo todo (só porque nós não vemos não significa que ela não está ali).
No fundo, se você não é desenvolvedor, não trabalha na área ou não precisa criar uma API, vai basicamente usá-las sem mesmo lembrar que elas existem, da mesma forma que várias pessoas usam um sistema operacional sem saber o que acontece nas entrelinhas para ele funcionar.
Também já deve ter ficado um pouco óbvio que as APIs facilitam a vida no meio tecnológico não só para os programadores e/ou empresas, mas para o usuário final também. Afinal, a praticidade de fazer algumas tarefas com um botão não é nenhuma magia. Ainda, as APIs permitem a ampliação da inovação e a expansão das empresas. Cada vez mais parcerias sAPIsão firmadas e os serviços estão mais associados e conectados.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Todo ano, a Financial Times publica seu ranking com os melhores programas de MBA do mundo. Sendo que, um dos fatores analisados é o retorno salarial que cada curso traz para seus alunos. Listaremos abaixo as 3 Universidades com o melhor retorno salarial!
Fudan University School of Management – Shanghai, China
O curso de MBA na Universidade de Fudan, na China apresenta uma proposta de MBA totalmente ensinada em inglês. Isto é uma ótima opção para estudantes internacionais, uma vez que proporciona ao estudante fazer parte da cultura de ensino chinesa, sem aprender o mandarim.
Uma das coisas que me chamou atenção, ao observar o ranking do Financial Times; é o fato que 99% dos estudantes estão empregados, ou mudaram de emprego com apenas 3 meses de programa.
Campus da Fudan University School of Management
De acordo com o Financial Times, o retorno salarial que os estudantes tiveram, com relação ao seus salários antes do MBA; Foi em geral de 195%.
Shanghai Jiao Tong University: Antai
Mais uma Universidade na China para sonharmos em fazer parte! Desta vez, o que me chamou a atenção neste programa de MBA foi o aumento da presença de estudantes internacionais neste curso.
Os estudantes internacionais, fazem parte de 36% da Universidade. E este número tem crescido ainda mais. Os benefícios de ter contato com estudantes internacionais vão além de adquirir novas culturas; Em um programa de MBA é interessante este convívio tanto no período de adaptação, para quando você é um dos estudantes estrangeiros. Mas também quanto ao networking, para conhecer outros modelos de negócios em outras regiões do mundo.
Campus da Shanghai Jiao Tong University
E o retorno salarial? Também excelente! De acordo com o Financial Times os estudantes tiveram um retorno de 193% em relação ao período anterior ao MBA.
Indian School of Business
A Índia é um dos países que mais crescem no mundo em questões de empreendedorismo. Afinal, ela faz parte de um dos maiores mercados de Start-ups do mundo! Perdendo apenas para Londres e EUA.
Com 187% de retorno salarial, também de acordo com o Financial Times. Uma das coisas que me chamou a atenção foi o fato que 90% dos estudantes tiveram uma experiência profissional internacional depois de formados. Ou seja, é um MBA ideal para quem deseja aprofundar seus conhecimentos em negócios, em um dos melhores lugares do mundo para isto. Porém, não pensa em morar na Índia a longo prazo.
Campus da Indian School of Business
Todas as opções para um curso de MBA são extremamente válidas, e podem acrescentar muito a sua experiência profissional. Ficar atento a rankings, como o do Financial Times podem te ajudar, e muito, durante a decisão sobre onde estudar.
Engenheira de Energia; formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; com Mestrado em Energia Renovável pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona; profissional no setor de armazenamento de energia com vasta experiência em expansão de sistemas de transmissão e análise de mercado de energia em países latino-americanos.
Estudantes de engenharia testam FRED, um robô para limpeza oceânica
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 2minImagem: nationalgeographic.com
O plástico e outros resíduos nos oceanos é um problema sério e que pede uma solução imediata. Pensando nisso, alguns estudantes de engenharia desenvolveram um robô para limpeza oceânica.
FRED parece, mas não é um apelido carinhoso. Ele é a sigla para Floating Robot to Eliminate Debris (Robô flutuante para Eliminar Detritos). Assim, o FRED é um robô semi-autônomo não tripulado movido a energia solar e que faz a remoção de resíduos de plástico dos oceanos.
Imagem: kpbs.org
Os testes foram realizados com o robô recuperando bolas de pingue-pongue da Mission Bay, avaliando as viagens de longa distância e fazendo navegação autônoma. Ele é administrado por um controle de Xbox. Abaixo você pode conferir um vídeo:
Os estudantes tiveram a oportunidade de trabalhar no FRED durante um projeto de verão por meio de um programa de estágio na Clear Blue Sea, uma organização sem fins lucrativos que possui sede na Califórnia. Ela é uma das muitas novas startups que têm como objetivo reduzir/eliminar a poluição por plásticos que atinge nossos oceanos e traz cada vez mais consequências para os seres vivos (incluindo o ser humano, que pode estar ingerindo plástico).
Um dos alunos, estudante de Engenharia Mecânica, afirmou que o projeto teve grande impacto sobre ele e que o motivou a pensar em Engenharia Sustentável no futuro. Agora, o projeto deve passar para outros alunos, os quais terão a oportunidade de conhecer e trabalhar no FRED.
Imagem: interestingengineering.com
Limpar os oceanos não é uma tarefa simples e também não será feita só com um projeto, como um passe de mágica. É preciso unir várias ideias, tecnologias e esforços para conseguir fazer uma limpeza completa. O primeiro passo (e muito óbvio) é parar de descartar o plástico e começar a reciclar, reaproveitar ou reutilizar o material.
O que muita gente imagina é que só quem contribui para que esse plástico vá parar nos oceanos é quem mora em áreas litorâneas. Pelo contrário, uma garrafa PET usada no interior de Minas Gerais (Minas não tem mar), mesmo que colocada no lixo “para o caminhão levar”, pode ir parar em algum rio (ela pode cair do caminhão, por exemplo). Ela passeia por todo o percurso até atingir o mar. Se for uma sacola, a viagem é muito mais rápida, já que ela voa com uma facilidade incrível.
Além disso, produtos de beleza, como esfoliantes, contém micropartículas de plástico que não se desfazem rapidamente. Por isso, é preciso pensar, primeiro, em reduzir o consumo desse material. Como tudo que vai, volta, o plástico que você coloca na lixeira pode voltar no seu copo de água.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Membrana nanoestruturada de madeira potencializa a destilação de água
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 3min
A gente acredita (e torce) que a maioria dos leitores aqui receba água tratada com qualidade, mas é importante lembrar que, lamentavelmente, esse é um privilégio. A escassez de água é um desafio global e, de acordo com a ONU, quase metade da população mundial vive em regiões de escassez potencial por pelo menos 1 mês por ano. O problema é acentuado pelas mudanças climáticas e urbanização sem planejamento. Nesse cenário, técnicas intuitivas como a dessalinização podem ajudar a aliviar o estresse hídrico, extraindo água limpa de uma variedade de fontes salinas ou contaminadas. A ciência e engenharia impulsionam a dessalinização com o objetivo de acelerar o processo e/ou gerar escalabilidade, inclusive usando nanotecnologia.
Imagem: Science Advances.
Destilação com membranas:
Durante a dessalinização da água, a destilação por membrana é desafiada pela ineficiência da separação térmica da água dos solutos dissolvidos (que queremos retirar), devido à sua dependência da porosidade da membrana e da condutividade térmica. Além disso, as técnicas existentes, como a osmose reversa, demandam muita energia. Os pesquisadores estão, portanto, interessados em usar fontes de energia renováveis e de baixo custo como uma alternativa de estratégia econômica para vencer esses desafios, ou potencializar o processo de destilação um modo em que não seja necessária tanta energia.
A destilação por membrana é um processo de separação
emergente, baseado em temperatura e pressão de vapor, que utiliza fontes
solares, térmicas ou outras fontes renováveis. Em seu mecanismo de ação, a água
evapora no lado de alimentação quente das células de destilação para se
difundir através de uma membrana hidrofóbica, ou seja, que repele água, para
condensar no lado do permeado frio.
Demanda por membranas com qualidade específica:
Durante a destilação, o transporte de vapor de água pode
levar à transferência de calor por convecção para reduzir o gradiente e
diminuir a força motriz para a transferência de massa através da membrana. Em
engenheirês, o objetivo dos cientistas para uma membrana ideal seria que ela
combinasse um tamanho de poro grande, baixa tortuosidade de poros, baixa
condutividade térmica, alta porosidade, espessura ótima, boa resistência
mecânica, boa relação custo-benefício e baixo impacto ambiental. No entanto, as
membranas existentes feitas de polímeros sintéticos não atendem aos padrões
ideais devido a várias deficiências.
A novidade em nanotecnologia e madeira:
Em um relatório disponibilizado na revista científica Science Advances, um grupo de pesquisadores de departamentos interdisciplinares de engenharia civil, ambiental, arquitetura, ciência dos materiais e engenharia mecânica nos EUA, Noruega e China fabricaram uma membrana de destilação robusta. Feita a partir do quê? Madeira.
O grupo usou uma membrana hidrofóbica nanoestruturada com
alta porosidade e estrutura de poros seguindo uma ordem hierárquica com uma
ampla distribuição de tamanho de poros de nanofibrilas de celulose cristalina,
vasos de xilema e lumina para facilitar o transporte de vapor de água. Parece
aula de botânica do ensino médio, mas estamos falando de madeira, né?
Imagem: Science Advances.
Ocorre que, com essa organização da estrutura da membrana, em
níveis manométricos, a condutividade térmica foi extremamente baixa na direção
transversal da construção para reduzir a perda de calor condutivo, embora a
alta condutividade térmica ao longo da fibra permitisse uma dissipação térmica
eficiente ao longo da direção axial.
A membrana demonstrou excelente permeabilidade ao vapor intrínseco e eficiência térmica. As propriedades combinadas de eficiência térmica, fluxo de água, escalabilidade e sustentabilidade tornaram a “nanomadeira” recomendável para aplicações de destilação por membrana.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Inteligência Artificial ajudou na captura de suspeito de homicídio na China
por Larissa Fereguetti | | ATUALIZADO EM 2minImagem: verdict.co.uk
Ela está por todo lado, é poderosa, é uma das grandes tendências tecnológicas atuais e pode fazer quase tudo: isso mesmo, estamos falando da Inteligência Artificial, também chamada de IA (ou AI, na sigla em inglês). São tantas novidades sobre essa tecnologia que não é difícil imaginar o futuro como um filme de ficção científica.
Uma das notícias mais recentes (por enquanto, já que toda semana há um grande número de novas notícias sobre IA) é o fato de que uma Inteligência Artificial teve uma grande contribuição na captura um suspeito de homicídio. Para isso, foi usado um software de reconhecimento facial (que é baseado em IA).
Imagem: smartcitiesworld.net
O homem era acusado de assassinar a namorada. Ele foi capturado após tentar escanear o rosto da vítima para fazer um empréstimo. Ele foi capturado enquanto tentava se livrar do corpo. O mais surpreendente é que a intenção original do software era verificar a identidade dos candidatos ao empréstimo.
O software identificou haver algo errado quando não registrou movimento nos olhos da vítima. O assassino cometeu o crime após uma briga por causa de dinheiro.
No fundo, ele foi um tremendo azarado e talvez tivesse escapado ileso se não tentasse fazer o empréstimo. Porém, a China já usa muita Inteligência Artificial para realização de várias tarefas de vigilância.
Imagem: engadget.com/
Tal fato leva a uma discussão ética sobre o quanto nossas vidas são monitoradas. Com softwares como esses é possível saber cada passo seu, onde esteve, o que fez, o que comprou, etc. Isso não deixa de ser uma forma de controle da sociedade. Com a Inteligência Artificial, esse controle é feito de forma muito mais fácil. Os bancos de dados podem conhecer (e reconhecer) seu rosto, sua voz e seus traços mais marcantes.
No fundo, a Inteligência Artificial é poderosa e pode ser usada tanto para beneficiar (imensamente) a qualidade de vida quanto para prejudicá-la. No ano passado, vários pesquisadores da área de tecnologia assinaram um acordo afirmando que nunca usariam a IA para o desenvolvimento de armas letais. Porém, ninguém ainda falou nada sobre o controle da sociedade. No fundo, a Inteligência Artificial é poderosa e pode ser usada tanto para beneficiar (imensamente) a qualidade de vida quanto para prejudicá-la. No ano passado, vários pesquisadores da área de tecnologia assinaram um acordo afirmando que nunca usariam a IA para o desenvolvimento de armas letais. Porém, ninguém ainda falou nada sobre o controle da sociedade.
Por ser algo ainda recente, não há uma regulamentação bem estabelecida sobre o que é ou não correto. Desse modo, o que nos resta é o bom senso e a esperança de que saibamos usá-lo.
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.
Tecido eletrônico multifuncional acaba de ser desenvolvido
por Kamila Jessie | | ATUALIZADO EM 2min
O conceito de wearable atingiu outro nível: Pesquisadores da Purdue University, uma universidade pública localizada Indiana, EUA, desenvolveram uma inovação em tecido eletrônico que permite aos usuários controlar gadgets por meio de nada menos do que… roupas!
Imagem: Wiley Online Library.
A novidade em wearables:
É a primeira vez que há uma técnica capaz de transformar
qualquer item de têxtil em sensores de autoalimentação que contenham tecidos
eletrônicos, tocadores de música ou telas de iluminação simples, usando
bordados, sem a necessidade de processos de fabricação caros que exijam etapas
complexas.
A tecnologia proposta torna possível fabricar tecidos que
podem proteger o usuário da chuva, repelir manchas e bactérias enquanto colhem
a energia do usuário para impulsionar a eletrônica em que se baseiam. Estes
e-têxteis autoalimentados também constituem um importante avanço no
desenvolvimento de interfaces humano-máquina vestíveis, que agora podem ser
lavadas muitas vezes em uma máquina de lavar convencional sem degradação
aparente. Vislumbramos um futuro de armaduras eletrônicas laváveis, ou é só um
sonho?
Imagem: Wiley Online Library.
Funcionalidades:
A roupa desenvolvida pelo grupo de pesquisadores(as) da Purdue
é à prova d’água, respirável e antibacteriana. Falando em engenheirês, ela é
baseada em nanogeradores ontipóbicos triboelétricos (RF-TENGs), que usam
bordados simples e moléculas fluoradas para embutir pequenos componentes
eletrônicos e transformar uma peça de roupa em um mecanismo de alimentação. A
equipe da Purdue diz que a tecnologia RF-TENG é basicamente como ter um
controle remoto vestível que também mantém odores, chuva, manchas e bactérias
longe do usuário. Tony Stark e Bruce Wayne estão perdendo a exclusividade em wearables úteis.
De acordo com o líder do grupo, embora a moda tenha evoluído significativamente nos últimos séculos e tenha adotado facilmente materiais de alto desempenho recentemente desenvolvidos, há muito poucos exemplos de roupas no mercado que interagem com o usuário. No caso, ter uma interface com uma máquina que estamos constantemente usando parece a abordagem mais conveniente para uma comunicação ideal com os eletrônicos.
Imagem: Wiley Online Library.
A tecnologia está sendo patenteada através do Escritório de Comercialização de Tecnologia da Purdue Research Foundation. Os pesquisadores estão procurando parceiros para testar e comercializar sua tecnologia. O artigo completo com a pesquisa pode ser encontrado na revista Advanced Funcional Materials.
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.
Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.OK