Engenharia 360

Microplásticos: um problema ambiental que também pode estar na sua comida

Engenharia 360
por Larissa Fereguetti
| 09/11/2018 | Atualizado em 13/09/2023 3 min
Large pink sea salt on blue background. Studio Photo

Microplásticos: um problema ambiental que também pode estar na sua comida

por Larissa Fereguetti | 09/11/2018 | Atualizado em 13/09/2023
Large pink sea salt on blue background. Studio Photo
Engenharia 360

Uma pitadinha de microplásticos e voilà… Certamente, você já ouviu falar sobre o tamanho do problema ambiental que os plásticos representam. A novidade é que eles também podem estar na sua comida. Parece piada, mas os dados são reais: é possível que você esteja engolindo até 2.000 microplásticos por ano!

microplásticos
Imagem: phys.org

O que é o microplástico?

Para chegar ao oceano, o plástico pode passar por vários caminhos diferentes: o descarte direto, transporte pela água e pelo vento, por insetos, por meio de produtos de higiene que contêm o material (como esfoliantes, pasta de dente, etc) e outros. Ele pode chegar já fragmentado ou pode sofrer a degradação no próprio ambiente marítimo, onde é quebrado em pequenas partículas ao longo do tempo. Quando a partícula de plástico possui menos de 5mm de diâmetro, ela é chamada microplástico.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Um estudo do Greenpeace revelou que boa parte do sal de cozinha contém alto nível de microplástico. O que faz sentido, já que o sal é extraído do mar, que está repleto de resíduos de plástico. Para isso, a organização analisou 39 marcas de sal no mundo. Delas, só três saíram ilesas e livres de microplásticos.

microplásticos
Imagem: nazava.com

Considerando que uma pessoa consome 10 gramas de sal por dia, a média chega a 2.000 partículas de microplástico por ano. Um outro estudo mostrou a presença de microplásticos em fezes humanas, o que significa que eles já alcançaram o intestino. Nesse estudo, forma encontradas 20 partículas a cada 10 gramas de fezes, o que parece ainda mais assustador.

Porém, eles não estão apenas no sal, também são identificados em frutos do mar, animais e na água da torneira. Ainda não se sabe ao certo qual o efeito do microplástico na saúde, mas sabe-se que ele não deve ser benéfico. Algumas pesquisas iniciais indicam que ele é capaz de absorver poluentes presentes nos oceanos (pesticidas, metais pesados e outros). Isso significa que o problema é maior que imaginamos.

Até o momento, a Ásia é o local que mais sofre com a contaminação de microplásticos no sal. Lá também é um dos maiores emissores de plástico.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Como fazer para parar de ingerir microplásticos?

Não adianta resolver parar de consumir sal e achar que está a salvo dos microplásticos. Eles estão por toda parte. É preciso reduzir o descarte do plástico e gerir melhor o material.

microplásticos
Imagem: eco-business.com

É claro que o plástico foi um grande avanço para a sociedade. Porém, é preciso ponderar sobre o quanto vivemos mergulhados na cultura dos descartáveis. Estamos muito acostumados a descartar objetos e não refletimos, por exemplo, que uma embalagem vazia pode ser reutilizada antes de ser colocada na lixeira.

Existe um velho ditado que diz que, tudo que vai, volta. O plástico que descartamos está, certamente, voltando para nós. Nesse sentido, sofremos as consequências de nossas próprias ações.

O vídeo abaixo explica um pouco mais sobre os microplásticos. Confira!

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO


Referências: BBC, Interesting Engineering.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

LEIA O PRÓXIMO ARTIGO

Continue lendo